Infections and airway inflammation in chronic obstructive pulmonary disease severe exacerbations
Alberto Papi
Cinzia Maria Bellettato
Fausto Braccioni
Micaela Romagnoli
Paolo Casolari
Gaetano Caramori
Leonardo M Fabbri
]]> Sebastian L Johnston
Resumo
O estudo teve como objectivo investigar se as exacerbações graves da DPOC (necessidade de internamento hospitalar) estão associadas a infecção bacteriana e/ou viral e avaliar relações entre infecção, gravidade da exacerbação (por redução do FEV1) e eventuais padrões específicos de inflamação.
Foram estudados 64 doentes com DPOC na exacerbação (hospitalização) e em estado estável de convalescença (8 a 10 semanas após alta).
Foram avaliadas a função pulmonar (FEV1, FEV1/ FVC, RV, KCO), gases no sangue, NO exalado, e na expectoração induzida, os marcadores inflamatórios (elastase dos neutrófilos NE, proteína catiónica eosinófila ECP) e a presença de infecção viral, bacteriana ou agentes atípicos.
As características dos doentes na exacerbação eram:
– média de 70,6 anos, 56/64 do sexo masculino, 61 ex-fumadores e 3 fumadores, 48 UMA, FEV1-0,96 L, FEV1-39%, RV-157%, KCO-45%, PaO2-54 mmHg, PaCO2-43 mmHg, NO exalado -15 ppb, nenhum em OLD, 100% com B2 de longa acção, 97% com corticóides inalados(dose diária equivalente a 980 mcg/d).
Só foram avaliados doentes com critérios GOLD para internamento (58/64 por PaO2 <60 mmHg, 36% com febre, 52% com modificação da cor da expectoração, 95% com aumento da dispneia, 75% com aumento da tosse e expectoração) e que não tivessem sido medicados com corticóides sistémicos e/ou antibióticos previamente.
As exacerbações estiveram associadas a significativa redução da função pulmonar (FEV1, FEV1%, KCO), gases no sangue (PaO2) e elevação de RV e NO comparativamente ao estado estável.
]]> Os neutrófilos na expectoração estiveram marcadamente elevados na exacerbação comparativamente ao estado estável (26,7 vs 9,5X106).Existiu uma relação significativa entre o número de neutrófilos na expectoração e no sangue com a gravidade da exacerbação (redução do FEV1%). Doentes com maior hipoxemia (redução da PaO2> 10 mmHg tiveram maior número de neutrófilos do que os com menor grau de queda da PaO2 (19,8 vs 7,5x106).
Em 78% dos doentes (50/64) foram identificados agentes infecciosos, e estes tiveram hospitalizações mais longas (11,6 vs 8,8 dias) e maior decréscimo de FEV1, FEV1%, KCO e PaO2. Foram encontrados vírus em 48,4% dos doentes – 31/64 (17/31 rinovirus, 7/31 influenza, 4/31 vírus sincicial respiratório) e bactérias em 54,7% – 35/64 (9/35 – H Influenza, 8/31 S Pneumoniae, 7/31 M Catharralis) e vírus e bactérias em 25% – 16/64.
Após divisão dos doentes em 4 subgrupos (V – inf viral, B – inf bacteriana, VB – inf viral e bacteriana, N – sem agente identificado) concluiu-se que: – os doentes VB tiveram maior redução da função pulmonar (FEV1/FVC, KCO) – não existiram diferenças significativas nos neutrófilos na expectoração, mas os eosinófilos estiveram significativamente relacionados com a presença de infecção viral (V e VB), assim como existiu uma correlação significativa entre NO e eosinófilos. Também o ECP na expectoração esteve associado à presença de vírus (V e VB).
Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text only available in PDF format.
]]>
João Cardoso
06.10.22
]]>