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Acta Portuguesa de Nutrição

versão On-line ISSN 2183-5985

Acta Port Nutr  no.17 Porto jun. 2019

https://doi.org/10.21011/apn.2019.1705 

ARTIGO DE REVISÃO

Materiais em Contacto com os Alimentos – Plástico na Alimentação: Uma Ameaça?

Food Contact Materials – Plastic in Food: A threat?

Janete Rocha1; António Pedro Mendes2

1Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 Porto, Portugal

2Clínica do Dragão, Espregueira-Mendes Sports Centre – FIFA Medical Centre of Excellence, Estádio Dragão - Entrada Nascente, 4350-415 Porto, Portugal

Endereço para correspondência

 

RESUMO

A utilização excessiva de plásticos, particularmente os de utilização única, e a consequente produção de resíduos, representa uma ameaça à biodiversidade marinha, à economia local e global e potencialmente à saúde humana. A exposição ubíqua e crónica a contaminantes como o bisfenol A e alguns ftalatos, reconhecidos como prováveis alteradores endócrinos e com associação a várias patologias no Homem, fazem com que o princípio da precaução deva ser assumido. Neste contexto, são apresentadas propostas de intervenção relativas à utilização e exposição desnecessária a plásticos e contaminantes, assentes em dois eixos essenciais: intervenção individual, onde o Nutricionista deverá desenvolver uma abordagem holística em relação à alimentação e desempenhar um papel fundamental na mudança de atitudes e comportamentos, e intervenção governamental.

Palavras-chave

Alteradores endócrinos, Bisfenol A, Cadeia alimentar, Ftalatos, Plástico

 


 

ABSTRACT

The wide usage of plastics, in particular those of single use, and the consequent production of residues, represents a threat to marine biodiversity, local and global economy and potentially to human health. Ubiquitous and chronic exposure to contaminants such as bisphenol A and some phthalates, known as probable endocrine disruptors and with the association to various human diseases, make the principle of precaution naturally assumed. In this context, some intervention proposals are presented in regard of the utilization and unnecessary exposure to plastics and contaminants, based on two essential axes: individual intervention, where the Nutritionist should develop a holistic approach towards food and be a fundamental subject on the shift of attitudes and behaviors, and governmental intervention.

Keywords

Endocrine disruptors, Bisphenol A, Food chain, Phthalates, Plastic

Introdução

A preocupação dos consumidores relativamente à alimentação tem sofrido uma alteração ao longo do tempo, prendendo-se recentemente com os efeitos que os alimentos e/ou nutrimentos podem desempenhar na saúde humana. Atualmente, quando o consumidor adquire e consome géneros alimentícios (GA), assume como premissa que foram cumpridas as condições necessárias ao longo da cadeia alimentar para garantir a existência de alimentos seguros relativos a perigos físicos, químicos e/ou biológicos (Food Safety) (1).

Os GA apresentam uma matriz complexa e única, sendo constituídos por macronutrimentos, micronutrimentos e fitoquímicos, podendo ainda fazer parte da sua composição compostos químicos, suscetíveis de afetar negativamente a saúde humana (2). Organizando estes compostos químicos em cinco níveis, podem encontrar-se contaminantes: resultantes de etapas anteriores da cadeia alimentar, tais como pesticidas organoclorados e os resíduos veterinários; ambientais como metais pesados e dioxinas; naturalmente presentes na matriz alimentar como micotoxinas e alcaloides; formados durante o processamento alimentar como aminas heterocíclicas aromáticas e acrilamida; e presentes nos materiais em contacto com os alimentos (MCA) (2, 3).

Materiais em Contacto com os Alimentos

Designam-se como MCA, os materiais, utensílios e embalagens que contactam, direta ou indiretamente, com os alimentos ou bebidas durante a produção, o armazenamento, a distribuição e venda, a preparação culinária e o consumo (4). Os MCA estão elencados no Regulamento (CE) N.º 1935/2004 que estabelece os princípios e requisitos gerais aplicáveis a todos os materiais destinados a entrar em contacto com os alimentos. Devem ser suficientemente seguros e inertes de modo que, em condições normais e previsíveis de utilização, não transfiram os seus constituintes para os alimentos em quantidades que possam constituir um perigo para a saúde humana e/ou provocar uma alteração inaceitável da composição dos alimentos ou das suas características organoléticas (5). A migração de substâncias é influenciada por vários fatores, entre os quais o tipo de material, tipo de contacto, características do alimento (teor lipídico, pH, quantidade de água, entre outros), temperatura e período de contacto e a razão entre a área da superfície do material e o volume do alimento (6). Desta forma, é necessário estabelecer a segurança associada à ingestão das substâncias migratórias, através de estudos toxicológicos e de exposição estimada do Homem e posteriormente, estudos de migração normalizados para as condições de tempo e de temperatura de contacto representativas do uso adequado do MCA, com a finalidade de determinar os limites máximos de migração específica de uma substância e global (7).

Plásticos na Alimentação

Há cerca de 100 anos o primeiro plástico foi criado, mas somente a partir de 1950 é que se verificou o início da produção e utilização massificada deste material. A par do crescimento na sua produção, a finalidade da sua utilização sofreu uma modificação, passando a ser produzidos maioritariamente plásticos de «utilização única», onde se incluem as embalagens, os copos, as palhetas e os talheres de plástico (8, 9). Aproximadamente 50% dos resíduos de plástico produzidos mundialmente originaram-se de embalagens (8). Anualmente, entre 8 a 13 milhões de toneladas de plástico são depositadas nos oceanos (10). Por ação de fatores abióticos, os plásticos são reduzidos a partículas de menores dimensões – microplásticos e nanoplásticos, que se forem ingeridos por animais marinhos, podem entrar na cadeia alimentar e terminar no nosso prato (9, 11). A presença de plásticos nos oceanos constitui uma ameaça à biodiversidade marinha, à economia local e global e potencialmente à saúde humana (9, 10).

Nos últimos anos, particular atenção tem sido dada ao bisfenol A (BPA) e a alguns ftalatos, utilizados respetivamente como monómero e aditivo na produção de plásticos. Ambos são contaminantes ubíquos no ambiente, reconhecidos como prováveis alteradores endócrinos e que, em determinadas condições, podem migrar dos plásticos para os alimentos (12, 13). A alimentação constitui a principal via de exposição do ser humano ao BPA e a alguns ftalatos, podendo ocorrer contaminação em várias etapas da cadeia alimentar (13).

O BPA é utilizado na produção de plásticos policarbonato presentes, por exemplo (p. ex.), em garrafas reutilizáveis, utensílios de cozinha e talheres de plástico; resinas epoxídicas utilizadas em vernizes e revestimentos de proteção de alimentos e bebidas em lata; e outros materiais poliméricos. O limite de migração específica (LME) do BPA é 0,6 mg/kg alimento, com uma redução prevista para 0,05 mg/kg, após opinião científica da European Food Safety Authority emitida em 2015 (12, 14). Atualmente, a sua utilização encontra-se proibida na produção de biberões de policarbonato destinados a lactentes e de copos e garrafas de policarbonato destinados a crianças pequenas (1-3 anos) (15, 16). As principais fontes alimentares de exposição ao BPA são alimentos enlatados, carne e produtos cárneos (12). O pescado também poderá apresentar elevados teores de BPA devido à migração e à bioacumulação ao longo da cadeia alimentar marinha (17).

Os ftalatos, particularmente os de maior peso molecular, são utilizados com o principal objetivo de aumentar a flexibilidade, a transparência e a durabilidade dos plásticos (13). Devido ao carácter lipofílico dos ftalatos, a utilização do ftalato de bis(2-etil-hexilo) (DEHP; LME = 1,5 mg/kg), ftalato de benzilbutilo (BBP; LME = 30 mg/kg) e ftalato de dibutilo (DBP; LME = 0,3 mg/kg) em embalagens que se destinam a contactar com alimentos com maior teor lipídico, é proibida (7, 14).

O código de identificação de resina presente em embalagens plásticas permite a identificação do polímero utilizado para a sua produção (Tabela 1) (18, 19).

Efeitos na Saúde

Os potenciais riscos para a saúde humana associados aos plásticos podem resultar da exposição crónica a monómeros, a substâncias iniciadoras que não reagiram/reagiram incompletamente ou a aditivos de baixo peso molecular que, por não estarem ligados à matriz polimérica, podem migrar para os alimentos (7).

A exposição estimada ao BPA através da alimentação ou da combinação das várias fontes, não representa risco para a saúde de qualquer grupo populacional, dado que a exposição estimada (exposição média estimada em todos os grupos etários entre 1,010 e 1,449 µg/kg peso corporal/dia) é bastante inferior à dose diária admissível temporária (t-DDA) do BPA (t-DDA=4 µg/kg peso corporal/dia) (20). Contudo, encontram-se descritas associações possíveis entre a exposição ubíqua e contínua ao BPA e o desenvolvimento de várias patologias no Homem, nomeadamente alterações do metabolismo lipídico e da glicose, inflamação do tecido adiposo, obesidade, diabetes Mellitus tipo 2, síndrome metabólico, infertilidade masculina, síndrome do ovário poliquístico, cancro da mama, hiperplasia/cancro da próstata, hiperplasia do endométrio e um papel na patogénese das doenças cardiovasculares (21-23). A exposição pré-natal e na infância pode associar-se a abortos, partos prematuros, defeitos ao nascimento e efeitos adversos no comportamento das crianças (24). Embora os mecanismos subjacentes não sejam totalmente compreendidos, pensa-se que podem ser determinados por modificações genéticas, epigenéticas e/ou disrupção endócrina, pois o BPA é reconhecido como estrogénio sintético (25). Em modelos animais, a exposição a elevadas doses de BPA (0,025 - 70 µg/peso corporal/dia) demonstraram efeitos adversos a nível hepático, renal e da glândula mamária, sendo igualmente conhecidos os possíveis efeitos nos sistemas reprodutor, nervoso, imunitário, metabólico e cardiovascular e no desenvolvimento de cancro (12, 17, 22).

A exposição estimada do Homem aos ftalatos através da alimentação (0,3 – 9,9 µg/kg/dia) é inferior aos valores admissíveis (DDADEHP=50 µg/kg/dia; DDADBP=10 µg/kg/dia; DDADiNP=150 µg/kg/dia; DDABBP=500 µg/kg/dia) (26, 27). Em humanos, reconhece-se a possível associação entre a exposição a alguns ftalatos e o aumento da incidência de malformações genitais, diminuição da distância anogenital, infertilidade masculina, alteração da motilidade dos espermatozoides, diminuição da qualidade do sémen, endometriose, telarca precoce e atraso no início da puberdade, alterações que podem ser mediadas pelo potencial anti-androgénico associado aos ftalatos (28-31). A exposição pré-natal pode associar-se a aumento do risco de aborto, modificações no tempo de gestação e do peso ao nascimento (32). Em modelos animais, níveis de exposição mais elevados aos ftalatos DEHP, ftalato de di-isononilo (DiNP), DBP e BBP (1,5 – 2200 mg/kg/dia) associam-se particularmente a efeitos adversos na reprodução e desenvolvimento, com alterações consequentes em marcadores como distância anogenital e a nível morfológico e funcional, tais como depleção de células germinativas, alteração no desenvolvimento de espermatozoides e da sua concentração no epidídimo (27, 33-36). Após exposição ao DiNP, observou-se um aumento da incidência de espongiose hepática, acompanhado por aumento sérico das enzimas hepáticas e peso do fígado e rins (27, 36).

Na Tabela 2, são apresentados dados provenientes de estudos conduzidos em Portugal relativos à concentração de BPA e ftalatos em GA e à exposição humana estimada aos mesmos.

ANÁLISE CRÍTICA

No âmbito de uma dieta sustentável, o impacto ambiental dos alimentos difere consoante o seu processamento visto que fatores como o modo/tempo de conservação, o tipo de embalagem e a distância entre o produtor e o consumidor, influenciam p. ex., as emissões de carbono e os custos em recursos naturais e energéticos. Neste contexto, a utilização mundial displicente de plásticos, particularmente de «utilização única» e os efeitos que daí advêm, assumem um alerta para a tomada de decisões a nível individual e governamental.

A tipologia, o desenho e a qualidade dos estudos conduzidos relativos aos efeitos do BPA e dos ftalatos na saúde, apenas permitem estabelecer possíveis associações que podem ser influenciadas pelo nível, via e período de exposição, grupo populacional estudado e classe de ftalatos analisada. Contudo, a associação a doenças crónicas, justifica a assunção do princípio da precaução, nomeadamente pelos grupos mais vulneráveis ou na presença de patologias que aumentem a suscetibilidade à possível toxicidade induzida pela exposição a contaminantes (37).

Medidas individuais e governamentais podem e devem ser adotadas no sentido de reduzir a utilização de plásticos e minimizar a exposição desnecessária a contaminantes. A nível individual, o Nutricionista pode assumir um papel importante na educação e capacitação dos clientes para melhores escolhas e práticas, através de uma comunicação baseada na evidência científica e compreensível pela população geral. A título de exemplo, sugerir aumentar o consumo de alimentos em natureza, frescos ou congelados, minimizando o consumo de alimentos (ultra)processados, limitar o consumo de GA em lata, evitar utilizar recipientes de plástico para aquecer GA no micro-ondas, não armazenar alimentos ainda quentes em recipientes de plástico e preferir utensílios de aço inoxidável ou vidro (Figura 1). A nível governamental, a Estratégia Europeia para os Plásticos na Economia Circular é exemplo de um plano de ação que prevê a reflexão e a melhoria desta cadeia de valor pelos principais intervenientes, dos produtores aos consumidores (9). A proposta aprovada pelo Parlamento Europeu de proibição de venda de plásticos de «utilização única» na UE a partir de 2021, é um exemplo de uma medida concreta neste âmbito (9). Os governos nacionais e regionais também podem contribuir para uma evolução positiva, através de incentivos à investigação científica e inovação, promoção da consciencialização da população para esta problemática através de diferentes meios de comunicação e facilitar a mudança de comportamentos pelos cidadãos, como p. ex., aumentando a disponibilização de bebedouros permitindo reduzir o consumo de água engarrafada.

CONCLUSÕES

A problemática atual e futura associada à utilização de plásticos, resultante da contaminação ambiental e do consumo e utilização inadequados, prende-se com as ações humanas e não com o plástico em si. Apesar dos níveis de exposição humana ao BPA e aos ftalatos ser inferior à DDA, não representando, por isso, uma ameaça direta, o princípio da precaução deve ser assumido de forma a evitar a exposição desnecessária a estes contaminantes e aos possíveis efeitos adversos que podem surgir a longo prazo. Medidas que permitam reduzir de forma significativa a presença de plásticos na alimentação e no ambiente, devem ser urgentemente adotadas a nível individual e governamental. O Nutricionista deve apresentar cada vez mais uma abordagem holística relativa à alimentação das populações, promovendo uma dieta sustentável e que tenha em consideração a possível contaminação dos alimentos pelos materiais com que contactam ao longo da cadeia alimentar.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Endereço para correspondência

Janete Rocha

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto,

Rua Dr. Roberto Frias,

4200-465 Porto, Portugal

janeterochanutrition@gmail.com

 

Recebido a 2 de janeiro de 2019

Aceite a 29 de abril de 2019

 

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