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Acta Portuguesa de Nutrição

versão On-line ISSN 2183-5985

Acta Port Nutr  no.10 Porto set. 2017

https://doi.org/10.21011/apn.2017.1003 

ARTIGO ORIGINAL

Determinantes do Estado de Hidratação em Crianças Portuguesas

Determinants of Hydration Status in Portuguese Children

Goreti Silva1-3; Ana Catarina Oliveira1; Mariana Pinto1; André Moreira1-4; Patrícia Padrão1-3*

1Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 Porto, Portugal

2Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) da Universidade do Porto, Rua Eng.º Frederico Ulrich, n.º 2650 Moreira da Maia, 4470-605 Maia, Portugal

3EPIUnit - Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Rua das Taipas, n.º 135, 4050-600 Porto, Portugal

4Departamento de Imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto,Alameda Prof. Hernâni Monteiro, 4200-319 Porto, Portugal

Endereço para correspondência

 

RESUMO

Introdução: A literatura é escassa quanto à relação entre o estado de hidratação e seus potenciais determinantes em crianças.

Objetivos: Avaliar o estado de hidratação numa amostra de crianças portuguesas e quantificar a associação entre o estado de hidratação e o estado ponderal e fatores sociodemográficos e de estilo de vida.

Metodologia: Um estudo transversal, realizado entre janeiro e junho de 2014, incluiu 348 crianças em idade escolar (187 rapazes), entre os 7 e 12 anos. Para avaliar o estado de hidratação, foi recolhida uma amostra de urina de 24 h, tendo sido quantificados marcadores urinários para estimar o valor da Reserva de Água Livre. Para valores de Reserva de Água Livre positivos considerou-se indivíduos euhidratados e valores negativos indivíduos hipohidratados ou risco de hipohidratação. Os dados sociodemográficos e de estilo de vida (tempo no computador/ver tv, de sono, atividade física) foram recolhidos através de um questionário aplicado aos pais.

Resultados: Do total da amostra, 9,2% das crianças foi classificada como hipohidratada ou em risco de hipohidratação. Destes, 62,5% eram do sexo masculino, na sua maioria com excesso de peso/obesidade e com pais com excesso de peso/obesidade. Do total de euhidratados, 52,8% são rapazes. Andar ≥30 minutos a pé e ser filho de pai com <40 anos nas raparigas, associou--se negativamente ao estado de hidratação. O número de horas despendido em computador/jogos eletrónicos, tv/vídeo, sono e atividade física não se associou significativamente ao estado de hidratação.

Conclusões: Embora as crianças deste estudo se encontrassem maioritariamente euhidratadas, a ingestão de água em rapazes com excesso de peso/obesidade ou com pais com excesso de peso/obesidade deve ser particularmente promovida.

Palavras-chave

Crianças, Determinantes sociodemográficos, Estado de hidratação, Estado ponderal

 


 

ABSTRACT

Introduction: The literature regarding the relationship between hydration status and their potential determinants in children is scarce.

Objectives: To evaluate the hydration status in a sample of portuguese children and quantify the association between hydration status weight status and sociodemographic and lifestyle factors.

Methodology: A cross-sectional study conducted between January and June 2014, included 348 school children (187 boys), between 7-12 years. To evaluate hydration status, a 24 h urine sample was collected and the urinary markers were quantified, in order to estimate the Free Water Reserve: positive Free Water Reserve values were considered hypohydrated or risk of hypohydration. The sociodemographic and lifestyle data (time spent on computer/TV, sleeping and physical activity) were collected through a questionnaire applied to the parents.

Results: Of the total sample, 9.2% of the children were classified as hypohydrated or at risk of hypohydration. Of these, 62.5% were males, mostly overweight / obese with parents overweight / obese. Of the total ehydrated, 52.8% are boys.

Walking ≥30 minutes and be son of a <40 years old parents, in girls, was negatively associated with hydration status. The number of hours spent on computer/electronic games, TV/video, sleeping and physical activity was not significantly associated with the status hydration.

Conclusions: Although most of the children studied were classified as euhydrated, water intake in boys with overweight / obesity or with parents with overweight / obesity should be particularly stimulated.

Keywords

Children, Sociodemographic determinants, Hydration status, Weight status

 


 

INTRODUÇÃO

Essencial ao ser humano, a água encontra-se envolvida numa ampla variedade de processos fisiológicos, como transporte de nutrimentos, eliminação de resíduos e regulação da temperatura corporal, pelo que é reconhecido que a manutenção de uma adequada hidratação oferece benefícios à saúde (1). Especialmente em ambientes quentes e durante a prática de exercício físico, as crianças parecem estar em maior risco de desidratação do que os adultos (2). A menor capacidade de expressar a sensação de sede, o mecanismo de transpiração pouco desenvolvido e as maiores perdas de água não renais devido à maior relação entre a superfície e a sua massa corporal, são alguns dos motivos apontados para explicar a maior vulnerabilidade deste grupo populacional (1, 3). É possível que as crianças na presença de uma inadequada hidratação apresentem um comprometimento da função cognitiva, nomeadamente do estado de alerta e concentração (3). Deste modo, o reconhecimento de fatores que possam influenciar o estado de hidratação das crianças pode fornecer informações úteis, para a identificação de subgrupos populacionais que possam estar em maior risco de desidratação, bem como para o planeamento de estratégias que favoreçam uma ingestão hídrica adequada.

OBJETIVOS

Avaliar o estado de hidratação (EH) numa amostra de crianças portuguesas e quantificar a associação entre o EH e o estado ponderal e fatores sociodemográficos e de estilo de vida.

METODOLOGIA

Um estudo transversal, realizado entre janeiro e junho de 2014, incluiu crianças dos 7 aos 12 anos que frequentavam o 1.º ciclo do ensino básico da cidade do Porto.

Um total de 10 escolas primárias públicas selecionadas aleatoriamente, foram convidadas a participar, correspondendo a um total de 36 salas de aula. Foram convidadas a participar no estudo 1202 crianças convidadas, que frequentavam o 3.º e 4.º anos de escolaridade, e os respetivos pais/encarregados de educação, tendo-lhes sido explicado os objetivos e procedimentos do estudo. Todas as escolas onde o estudo foi realizado, juntamente com a Comissão de Ética da Universidade do Porto, aprovaram o protocolo de estudo. Foi fornecido aos pais/encarregados de educação um consentimento informado escrito, de acordo com os padrões éticos estabelecidos na Declaração de Helsínquia, e as crianças deram o seu consentimento oral. Depois de receber o consentimento por escrito dos seus responsáveis legais, 916 crianças foram incluídas no estudo (proporção de participação de 76%). Das 916 crianças que concordaram participar, 4 (0,4%) foram excluídas pelo não preenchimento do questionário e 569 (62,0%) por recolha incompleta de urina de 24 h, avaliada através do coeficiente de creatinina (descrito em detalhe à frente). A amostra final incluiu 348 crianças (187 rapazes), com idades compreendidas entre os 7 e 12 anos. Os pais/encarregados de educação das crianças participantes foram convidados a preencher um questionário estruturado sobre as suas características sociodemográficas e dos seus filhos, concretamente a idade, o sexo e o nível de escolaridade (posteriormente agrupado em 3 categorias: 0-9 anos; 10-12 anos; >12 anos). A recolha dos dados antropométricos das crianças foi efetuada segundo os procedimentos padrão (4). A medição do peso e percentagem de massa gorda foi determinada utilizando uma balança eletrónica (Tanita® TBF-300A, 200 Kg de capacidade, precisão de 100 g) e a estatura foi obtida com a utilização do estadiómetro (200 cm capacidade, precisão 1 mm). Os participantes usavam roupas leves e foram avaliados sem sapatos tendo sido posicionados com a cabeça no plano de Frankfort (5).O Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado segundo a fórmula peso (Kg) /altura2(m). Depois de calcular o IMC, obtiveram-se os percentis usando as tabelas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) (IMC-para-idade), específicos por sexo e idade, classificando-se as crianças em: magreza (<percentil 3), peso normal (percentil 3 a <percentil 85), excesso de peso (≥85 a <percentil 97) e obesidade (≥ percentil 97) (6). Para a percentagem de massa gorda, a classificação baseou-se nos valores de referência de McCarthy et al (7): massa gorda baixa (≤ percentil 2), massa gorda normal (percentil 3 a percentil 84), massa gorda em excesso (percentil >85 a percentil 94) e obesidade (percentil >95). Dados relativos ao peso e estatura dos pais foram reportados pelos mesmos num questionário estruturado. O IMC foi calculado segundo a fórmula peso (Kg) /altura2(m) e os pais dos participantes foram classificados de acordo com os valores de referência da OMS (8) em: magreza (<18,5 Kg/m2), peso normal (18,5-24,9 Kg/m2), excesso de peso (25,0-29,9 Kg/m2) ou obesidade (≥30,0 Kg/m2). Neste trabalho, devido ao pequeno número de crianças na categoria inferior de IMC (n=4) e massa gorda baixa (n=4), optou-se por agrupar as duas classes mais baixas, para a análise estatística. Os hábitos de atividade física das crianças foram avaliados através do questionário respondido pelos pais/encarregados de educação. Foi reportado: o tempo despendido frente ao computador/jogos eletrónicos e a ver TV/vídeo durante a semana e fim de semana (registado em cinco categorias: menos de 1 h/dia, 1-2 h/dia, 2-4 h/dia, 4-6 h/dia, e mais de 6 h/dia, e, posteriormente, agrupadas para análise em duas categorias: <2 h/dia e ≥2 h/dia) (9); duração do sono (registado em horas/minutos por dia, e classificado para a análise em três categorias: ≤8 h/dia; 9 h/dia; e ≥10 h/dia) (10); minutos por dia a andar a pé (<30 min e ≥30 min) e a prática de atividades desportivas, além das aulas de educação física na escola (recolhida em seis categorias de frequência: “nunca”, “pelo menos uma vez por mês”, “entre uma vez por mês e uma vez por semana”, “2-3 vezes por semana”, “4-6 vezes por semana”, ou todos os dias, e posteriormente agrupadas para a análise em três categorias: <2 vezes/semana; 2-3 vezes/semana, ≥4 vezes/semana) (11). Pais/encarregados de educação receberam instruções orais e escritas para auxiliar as crianças na recolha das amostras de urina e receberam frascos esterilizados para a colheita. Foram fornecidas instruções para descartar a primeira micção na primeira manhã da recolha de urina, e recolher toda a urina das 24 h seguintes, incluindo a primeira micção da manhã seguinte. As amostras foram analisadas por laboratórios certificados (LabMED, Porto) tendo sido avaliados: volume de urina (mL), creatinina urinária (mg/dia) e osmolalidade urinária (mOsm/Kg) de 24 h. A integridade da recolha da urina de 24 h foi verificada pela análise da excreção de creatinina em relação ao peso corporal (isto é, o coeficiente de creatinina). Coeficientes de creatinina acima de 0.1 mmol • Kg-1 • dia-1 foram classificados como indicadores de uma recolha de urina 24 h aceitável (12). Como marcador do EH foi utilizado a Reserva de Água Livre RAL (mL/24 h), previamente descrito noutros estudos (13, 14). A RAL foi calculada para cada criança, segundo as seguintes fórmulas (14): RAL = Volume da Urina (mL/24 h) – Volume de urina obrigatório (mL/24 h);. Para valores de RAL positivos, considera--se que os indivíduos estão euhidratados, enquanto valores negativos indicam indivíduos hipohidratados ou em risco de hipohidratação (14).

A estatística descritiva consistiu no cálculo de frequências, médias e desvios--padrão. A normalidade das distribuições das variáveis cardinais foi estudada através dos coeficientes de simetria e de achatamento. Usou-se o teste do Qui-quadrado para comparar proporções e o teste t de student e de Mann-Whitney para comparar variáveis contínuas. Rejeitou-se a hipótese nula quando o nível de significância crítico para a sua rejeição (p) foi inferior a 0,05.

RESULTADOS

Do total da amostra, 9,2% das crianças foi classificada como hipohidratada ou em risco hipohidratação. Destes, 62,5% eram do sexo masculino, na sua maioria com excesso de peso/obesidade e com pais com excesso de peso/obesidade. Do total de euhidratados, 52,8% são rapazes (Tabela 1 ).

A média da RAL foi positiva em ambos os sexos, com 90,8% das crianças classificadas como euhidratadas. A prevalência de excesso de peso e obesidade nas crianças nesta amostra foi 32,9% (24,2% excesso de peso e 8,7% obesidade) em raparigas e 31,5% (18,7% excesso de peso e 12,8% obesidade) em rapazes (Tabela 2 ). Nas raparigas, a idade e o IMC não se associaram significativamente com o estado de hidratação.

Já nos rapazes, o IMC associou-se significativamente ao estado de hidratação, observando-se uma proporção de obesidade superior nas crianças hipohidratadas ou em risco de hipohidratação, comparativamente às euhidratadas (30,0% vs. 10,8%, p=0,043). Entre aquelas que reportaram andar ≥30 min/dia, observou-se maior proporção de raparigas hipohidratadas ou risco de hipohidtaração do que euhidratadas (90,0% vs. 57,7%, p=0,044). A idade do pai associou-se significativamente ao estado de hidratação nas raparigas, observando-se uma proporção de crianças filhas de pais mais novos superior nas raparigas hipohidratadas ou em risco de hipohidratação (66,7% vs. 32,6% de euhidratadas, p=0,018). Entre os rapazes cujos pais apresentaram excesso de peso/obesidade, observou-se maior proporção de hipohidratação/risco de hipohidratação (no caso da mãe: 55,0% vs. 38,2 %, p=0,010); (no caso do pai: 86,7% vs. 51,9%, p=0,031). Não foram observadas diferenças significativas no sexo feminino. A percentagem de massa gorda definida como obesidade foi superior nos rapazes hipohidratados face aos euhidratados (40,0% vs. 19,2%, p=0,091). Nas raparigas filhas de pais com maior nível de escolaridade, verificou-se uma maior proporção de raparigas euhidratadas (para a mãe: 36,7% vs. 18,2% de hipohidratadas, p=0,426); (para o pai: 31,0% vs. 18,2% de hipohidratadas, p=0,544) (Tabela 3 ).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Embora a maioria das crianças fossem classificadas como euhidratadas, este estudo mostrou que 62,5% das crianças classificadas como hipohidratadas ou em risco de hipohidratação pertencem ao sexo masculino, observando-se valores da osmolalidade urinária também superiores nos rapazes, como já reportado por outros autores e comum entre países industrializados (13). Um dos motivos apontados para esta diferença diz respeito à preferência das raparigas por alimentos ricos em água e ao facto destas exibirem menores perdas de água insensíveis quanto comparado com os rapazes (15). Este estudo mostrou que entre os rapazes com excesso de peso/obesidade, a proporção de hipohidratados ou em risco de hipohidratação foi superior comparativamente aos euhidratados. Este resultado, semelhante ao de Maffeis et al. (16), que estudou crianças dos 7 aos 11 anos, reflete a possível relevância que a água pode ter em crianças com excesso de peso/obesidade. Alguns estudos apontaram até para a possibilidade da ingestão adequada de água poder prevenir o excesso de peso/obesidade em crianças e adultos (17). Esta constatação pode ser explicada pelo facto de crianças adequadamente hidratadas, apresentarem um perfil alimentar mais saudável, caracterizado por um maior consumo de alimentos fornecedores de água e de baixa densidade energética, como observado no estudo de DONALD (18). Quando nos focamos na relação entre a caracterização dos pais e o estado de hidratação das crianças, verifica-se que rapazes considerados hipohidratados ou em risco de hipohidratação são na sua maioria filhos de pais com excesso de peso/obesidade quando comparado com rapazes euhidratatos. Sabe-se que as crianças podem estar em maior risco de desidratação voluntária durante o exercício físico por não reconhecerem a necessidade de restituir os líquidos perdidos (3). Este facto poderá contribuir para explicar a maior proporção de crianças hipohidratadas/em risco de hipohidratação, entre aqueles que reportaram andar ≥30 minutos diariamente.

Com base no nosso melhor conhecimento, este é o primeiro estudo a relacionar o estado de hidratação de crianças com diferentes fatores sociodemográficos e de estilo de vida, com recurso à RAL. No entanto, apresenta como principais limitações basear-se num único período de recolha de urina, correspondente a 24 h para cada sujeito, pelo que pode não representar o comportamento habitual da criança; não ter tido em consideração a variabilidade sazonal do consumo hídrico, pois a inclusão dos meses de verão levaria provavelmente a uma percentagem de hipohidratação menor; só terem participado 302 crianças de um universo de 1200 crianças, que podem ter características diferentes das não participantes, o que poderá conduzir a um viés de seleção; e o facto de representar apenas 3% das crianças inscritas nas escolas do 1.º ciclo do ensino básico da cidade do Porto.

CONCLUSÕES

Os resultados do presente estudo, mostraram que a maioria das crianças se encontravam euhidratadas. Das crianças classificadas como hipohidratadas ou em risco de hipohidratação, a maior proporção pertencia ao sexo masculino, apresentava excesso de peso/obesidade ou possuía pais com excesso de peso/obesidade. Andar ≥30 minutos a pé e ser filho de pai com <40 anos nas raparigas, também se relacionou negativamente ao estado de hidratação. Estes resultados, não só realçam as diferenças encontradas entre sexos, bem como enfatizam a necessidade de educar a família para uma alimentação e um estilo de vida mais saudáveis, na medida em que podem ter repercussões no estado de hidratação.

AGRADECIMENTOS

Este artigo foi desenvolvido no âmbito da operação NORTE-01-0145-FEDER-000010 – Health, Comfort and Energy in the Built Environment (HEBE), cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE2020), através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Endereço para correspondência

Patrícia Padrão

Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto,

Rua Dr. Roberto Frias,

4200-465 Porto, Portugal

patriciapadrao@fcna.up.pt

 

Recebido a 30 de dezembro de 2016

Aceite a 3 de agosto de 2017

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