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Cadernos do Arquivo Municipal

versão On-line ISSN 2183-3176

Cadernos do Arquivo Municipal vol.ser2 no.3 Lisboa jun. 2015

 

ARTIGO

Italianos em bairros de Lisboa (século XVII)

Italians in Lisbon´s neighbourhoods (17th century)

Nunziatella Alessandrini*

CHAM - Centro de História d`Aquém e d`Além-Mar, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores, Portugal.

 

RESUMO

O presente texto tem como objetivo o de dar continuidade a um trabalho que temos vindo a publicar sobre os italianos em bairros da Lisboa Quinhentista. Apesar de as muralhas continuarem a marcar o limite da cidade até ao terramoto de 1755, é manifesto o alargamento de Lisboa para a parte ocidental ao longo da zona ribeirinha a partir das primeiras décadas de Quinhentos. Seguindo este crescimento iremos verificar um processo de expansão daquelas que eram as primitivas residências de italianos em Lisboa. Efetivamente, as zonas nevrálgicas da cidade, nomeadamente a rua Nova dos Mercadores e, em geral, a freguesia de São Julião, continuam a manter uma primazia na escolha. No entanto, e sobretudo após a construção da igreja do Loreto e, mais tarde, da igreja de São Roque, assiste-se a uma instalação mais frequente de mercadores italianos nas zonas próximas da igreja dos Italianos prosseguindo para São Paulo e Corpo Santo.

 

PALAVRAS-CHAVE

Lisboa / Italianos / Mercadores / Loreto

 

ABSTRACT

This paper is meant to be regarded as the next stage of an earlier work of ours on the Italian presence in Sixteenth-century Lisbon neighborhoods. From the early decades of the 1500s Lisbon began to expand along its riverside towards West, even though its walls still marked the city limits until the 1755 Earthquake. The primitive Italian residence will also be affected by this urban expansion. It is true that core mercantile areas of the City such as the rua Nova dos Mercadores and São Julião’s parish in general still remained as the Italians preferential choices for their residence. However, after the construction of Loreto’s church in 1518 and São Roque in 1569, Italian merchants changed their preferences, looking for housing opportunities closer to the so-called igreja dos Italianos, and afterwards to the quarters of São Paulo and Corpo Santo.

 

KEYWORDS

Lisbon / Italians / Merchants / Loreto

 

 

INTRODUÇÃO

Estas páginas constituem a continuação de um caminho iniciado há um ano aquando da publicação de um texto, em parceria com Pedro Flor1, onde se procurava organizar as “moradas” dos italianos na capital portuguesa do século XVI identificando os bairros escolhidos por estes estrangeiros e, quando possível, explicando as motivações de tal escolha. A ideia subjacente era a de oferecer uma visão de conjunto das zonas que acolhiam os mercadores italianos do século XVI, num mapeamento que seguia o natural alongamento da cidade de Lisboa para a zona ocidental, assinalada com a construção do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém no reinado de D. Manuel.

Mergulhando no labirinto de ruas, becos e vielas estreitas que caracterizavam a malha urbana da época medieval e moderna, a nossa intenção agora é a de identificar a residência dos mercadores italianos no século XVII baseando-nos quer na importante produção de estudos sobre a cidade de Lisboa anterior ao terramoto, quer nos relatos deixados por viajantes estrangeiros que visitaram e/ou viveram na capital portuguesa, quer ainda em documentação primária, alguma inédita, de tipologia muito variada tal como tombos da cidade, testamentos, compras, vendas, instituição de morgados. Esta documentação permite-nos, por um lado, ter notícias mais técnicas referentes à volumetria das moradas através de pormenores de medidas de largura e de altura, e, por outro lado, apresenta-nos o enredo social com informações acerca da vizinhança. Para além da Lisboa “urbana”, serão também contemplados os arredores da cidade onde as camadas mais abastadas destes mercadores estrangeiros adquiriram quintas, quiçá investindo o dinheiro dos negócios desenvolvidos na capital portuguesa.

Importa assinalar a preocupação que, recentemente, se tem manifestado para com a tentativa de reconstruir a cidade de Lisboa anterior ao terramoto de 1755, tanto mais quanto este interesse transbordou a área dos estudos olisiponenses, alargando-se a outras disciplinas. Assim, na senda do projeto liderado por Gustavo de Matos Sequeira, em meados do século XX, foram apresentados outros projetos que, utilizando a tecnologia para produzir imagens virtuais, recriaram os complexos lisboetas destruídos pelo sismo. Esta exigência deu origem a um projeto de recriação virtual, interativo e imersivo, sobre o conjunto urbano que se perdeu e sobre as ruínas das quais se construiu a nova Lisboa. Intitulado City and Spectacle: a vision of pre-earthquake Lisbon2, o projeto pretende uma aproximação à memória da cidade perdida, recriando Lisboa nas suas dimensões urbanística, social e cultural, a partir de um levantamento e seleção exaustiva de fontes escritas e iconográficas existentes nos acervos nacionais.

Importa ainda salientar o trabalho dos investigadores3 do Museu da Cidade cujo projeto (2005-2010) visava recriar em 3D os edifícios emblemáticos de Lisboa e alguns eixos viários como o da rua Nova dos Mercadores4. No que diz respeito à caracterização da rua Nova dos Mercadores antes de 1580, esta foi identificada numa tela por Annemarie Jordan-Gschwend5, permitindo-nos uma visão real do quotidiano da circulação na dita rua e das pessoas que ali se movimentavam. A área da História da Arte muito se tem dedicado à investigação da iconografia de Lisboa anterior ao sismo - recordem-se os estudos de Sílvia Ferreira, Susana Flor, Maria João Pereira Coutinho, Delminda Rijo, Giuseppina Raggi, Vítor Serrão, entre outros, que, ao utilizar documentação notarial e paroquial, entre outra, deram um importante impulso ao conhecimento da Lisboa pré-terramoto. Assim, o projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em 2010 referente à investigação iconográfica de Lisboa anterior ao Terramoto e coordenado por Pedro Flor, Lisboa em Azulejo antes do Terramoto, tinha como objetivo desenvolver uma investigação sobre a evolução iconográfica da cidade de Lisboa durante o período moderno, partindo da análise detalhada de um painel de azulejo realizado nos finais do século XVII e início do século XVIII pertencente ao acervo do Museu Nacional do Azulejo, peça singular da azulejaria portuguesa.

 

ITALIANOS EM LISBOA NO SÉCULO XVI: BREVES ANTECEDENTES

O século XVI foi, para os italianos em Lisboa, um momento de importante crescimento quer do ponto de vista do engrossamento da própria comunidade quer do ponto de vista do enriquecimento financeiro. De facto, a comunidade italiana na capital portuguesa reforçou-se de maneira considerável após a abertura do caminho marítimo para o oriente seguindo o apelo de novos e rentáveis comércios de longa distância. Embora não se pudesse falar de “comunidade italiana”, uma vez que a península itálica estava dividida em múltiplas cidades estado, ocorreu, na segunda década de Quinhentos, um acontecimento importante, elucidativo da consciência dos italianos no estrangeiro: a edificação da igreja de Nossa Senhora do Loreto, igreja da Nação Italiana. Esta sensibilidade de se apelidar de “nação italiana” superando as rivalidades que na mãe pátria opunham os pertencentes às várias regiões da península itálica, deve ser tida em consideração quando se estuda a presença italiana em Portugal a partir do século XVI e quando se utiliza o termo “italiano” para designar uma comunidade constituída por florentinos, venezianos, genoveses, milaneses, prazentinos, etc. Iniciado no século XII, o fluxo de entrada de italianos em Portugal mantém-se ao longo dos séculos sucessivos chegando a números importantes após as descobertas atlânticas e orientais. É conhecida a atividade de mercadores particulares e de famílias italianas que criaram casas comerciais cuja participação na economia portuguesa foi profunda e frutuosa6. A Lisboa que no início de Quinhentos acolhia estes estrangeiros era uma cidade em plena transformação, sob iniciativa do rei D. Manuel que lhe conferiu o seu marco de cidade ribeirinha, onde o rio e o mar se tornaram “o eixo verdadeiro da expansão urbana”7. Nesta conformação urbana, a vida citadina e comercial ocupava a parte baixa da cidade, mais perto do rio, onde chegavam os navios carregados de mercadorias. A rua Nova dos Mercadores, ponto nevrálgico do comércio, fazia parte da freguesia de São Julião e estava encostada ao rio. Ao entrar na freguesia da Madalena, a rua mudava de nome para rua dos Ferros, sendo o chamado Arco dos Barretes o limite das duas freguesias. Nesta zona, nas freguesias da Madalena (rua da Ferraria do Aver-do-Peso) e de São Julião (rua Nova dos Mercadores no Arco dos Barretes), tinha casas o rico mercador florentino Bartolomeo Marchionni, cuja presença em Lisboa remonta a 14698, deixadas em herança, respetivamente, à filha Isabel e à neta Elena Corbinelli9. Na mesma freguesia de São Julião tinham residência famosos mercadores italianos: na calçada de São Francisco vivia Francesco Corbinelli10, pai de Elena Corbinelli e genro de Marchionni por ter casado com a filha, Maria Marchionni; na rua do Vidro e no “Beco que vai da Rua Nova dos feros pera o Poço da Fotea”11 tinha propriedades o cremonês Cristóvão Bocolli, procurador do afamado João Francisco Affaitati. Membros da família Perestrelo, de Piacenza12, tinham moradas na freguesia de São Julião e São Nicolau. Outros conhecidos mercadores italianos moravam na freguesia da Sé, nomeadamente João Francisco Affaitati, Jacome de’ Bardi, Luca Giraldi, entre outros13.

O início da construção da igreja do Loreto em 151814 e, depois, a sucessiva edificação da igreja de São Roque em 1569, assinalam uma progressiva mudança das residências italianas para a zona ocidental. A zona imediatamente fora e/ou contígua à antiga muralha fernandina foi-se rapidamente povoando e os italianos que, aquando da sua vinda para Lisboa, se tinham instalado na parte oriental da cidade, começaram a comprar casas nas redondezas da igreja do Loreto. Assim, o já mencionado mercador florentino Luca Giraldi, residente em Lisboa desde 1515 e morador na zona da Sé tinha adquirido, em 1551 “hum assento de casas, junto da porta de sancta catherina da banda de dentro, e estão na primeira travessa que vai da dita porta pera a Trindade, ao longo do muro, e são as primeiras, que tem hum pátio grande, e dentro tem duas moradas de casas grandes, e por detrás vai hum quintal”15.

A filha de Luca Giraldi, Luísa, foi morar com o marido D. Francisco da Gama, conde de Vidigueira16, na rua Larga de São Roque, assim denominada depois da edificação da igreja de São Roque17, o neto do conhecido e rico mercador florentino Girolamo Sernigi, Filipe Sernigi, morava na rua da Metade, freguesia de Loreto, numas casas grandes que tinham por baixo “quatro logeas, e por cima vão casas de dous sobrados, com seus repartimentos”18. Em São Roque morava Antonio del Maestro, marido de Isabel Marchionni e genro de Bartolomeo Marchionni, e na rua da Trombeta, freguesia de Loreto, o veneziano Gaspar Cadena, cujo sogro, Pero Milanês, tinha uma loja no Arco dos Barretes. Na rua Larga de São Roque “gionto al corredore di detta chiesa”19 comprou casas também o mercador genovês Stefano Lercaro, chegado a Lisboa em 1576 para desenvolver negócios com o amigo mercador genovês Antonio Calvo, e, na altura, morador na freguesia da Sé.

A cidade expandia-se rapidamente para ocidente e os italianos recém-chegados instalavam-se em zonas fora da muralha fernandina. O caso do mercador milanês Giovan Battista Rovellasca é emblemático. Embora H. Kellenbenz 20refira que Rovellasca morasse na freguesia da Sé aquando da sua chegada a Lisboa em 1577, não temos a certeza da verdade dessa afirmação porque o documento em questão menciona apenas que o mercador milanês foi testemunha dum casamento na freguesia da Sé, sem qualquer outra referência à residência do italiano na mesma freguesia21. Sabemos, no entanto, que tinha casas com lojas em São Paulo “junto da cruz de cata que farás”22, e que vivia na sua quinta de Alcântara antes de lhe ser penhorada pelo rei Filipe II por dívidas no contrato da Mina por volta de 160023. A São Paulo também morava, desde 1574, Angelo Stella, mercador veneziano. Juntamente com Geronimo Stella, eram donos dos navios Stella e Vidala e mantinham comércios com a sociedade em Veneza constituída por Luc’Antonio Giunti e Marc’Antonio Stella24.

A expansão de Lisboa para ocidente, onde o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém marcavam o limite, era inevitável e rápida e, de facto, o mercador florentino Filippo Sassetti afirma que em 1580 moravam em Alcântara muitos ricos venezianos em casas que foram assaltadas aquando da invasão de Filipe II. Entre estes venezianos podemos contar Alvise Vezzato, cuja habitação foi saqueada em 1580, acontecimento este que foi muito criticado pelo Senado veneziano que “non le pareva honesto, che essendo state rispettate le case dei propri portoghesi, una suoi venetiani sia stata a peggior conditione di loro”25. Juntamente com os florentinos Raffaele Fantoni e Giulio Nessi, Alvise Vezzato subscreveu em 1589 o contrato da pesca do atum adiantando mais de 100.000 ducados. No entanto, a sociedade faliu com a consequência de uma ingente perda de capital26.

A cidade aparece a Sassetti “grande”, “maravigliosa per il sito”, envolvida em “due vestigi di mura, che l’uno è chiuso nell’altro”27, sendo que a parte principal e maior ficava fora das muralhas. Nas zonas urbanas o que capturava a atenção do mercador florentino era a vivacidade que caracterizava as ruas “in ogni via e in ogni casa è bottega che cuoce e vende pesce ogni giorno e ogn’ora, talmente che per l’odore cattivo del frittume è una noia grandíssima l’andare attorno”28, assim como a dificuldade em andar nellas “ci há strade tanto repenti, che e’ fidalghi, non comportando la vanità loro che e’ vadiano a piede, per non vi potere andare e’ cavalli, non vi passano mai”29. Ainda não tinha sido construído o torreão do Palácio Real, obra de Filippo Terzi, e o complexo da Ribeira não atraiu a atenção de Sassetti que refere “non ha nessuno bello edifizio”30. Se não tivéssemos representações iconográficas da cidade vista do Tejo e disposta em anfiteatro com as colinas na parte mais alta, poderíamos igualmente ter a mesma visão da cidade através das palavras de Sassetti, “dall’essere sita in costa e tanto alta deriva questo bene, che una parte delle case, la maggiore, scuoprono il rio pieno di navi e di legni e fino taluna alla marina, che maggior diletto non si potrebbe chiedere”31.

Juntamente com a cidade, a Igreja do Loreto foi conhecendo alterações ao longo do século XVI ligadas sobretudo ao seu engrandecimento. Delimitada entre a muralha, à qual estava encostada, e a rua de São Roque, a igreja do Loreto podia ser aumentada apenas em sentido longitudinal no caso em que a Câmara tivesse concedido aprovação para abater uma das torres da porta de Santa Caterina32. A irmandade pediu à Câmara a permissão de demolir a torre para ampliação da igreja e, a 5 de fevereiro de 1577, António de Castilho, fidalgo da casa d´el rei e guarda-mor da Torre do Tombo, confirma a receção pelas mãos de Nicolao Pietro Coccino, genovês, na altura mordomo da igreja do Loreto, do contrato “escripto em pubrica forma” em que o rei dava a possibilidade de derrubar a torre que estava diante da porta principal da igreja de Nossa Senhora do Loreto de modo a esta se poder alargar33. Para além da ampliação física do templo italiano, veremos que este, ao longo do século XVII, se vai também engrossando devido às propriedades imobiliárias que lhe foram sendo legadas pelos fiéis.

 

A LISBOA ITALIANA DO SÉCULO XVII

No último quartel do século XVI assistiu-se a uma reviravolta na política portuguesa que viu o reino de Portugal ser incorporado pela Monarquia Ibérica. O reinado dos Filipes de Castela influenciou, como não podia deixar de ser, também a atividade da comunidade italiana na capital portuguesa. Os grandes protagonistas do início de Quinhentos já tinham falecido e tinham deixado descendentes que, como veremos, irão, com frequência, integrar--se nas elites portuguesas. As estritas relações que tinham caracterizado as ligações entre Espanha e Génova vão-se rapidamente deteriorando e a Superba vai encontrar em Portugal um espaço onde agir. Não cabe agora aprofundar as questões que levaram os mercadores genoveses a instalarem-se em Portugal, apenas queremos assinalar que as bancarrotas filipinas determinaram a saída de mercadores genoveses que de Castela chegaram a Lisboa dando início a um predomínio destes italianos, que se revelará em toda a sua força depois da Restauração de Portugal. A comunidade italiana que vamos encontrar no findar do século XVI até às primeiras décadas do século seguinte, é constituída, portanto, por descendentes de famílias já radicadas em terra portuguesa há gerações e por mercadores italianos, na maioria genoveses, que vão iniciar um percurso comercial.

Deve-se sublinhar que a bibliografia referente à comunidade italiana no século XVII é ainda bastante escassa e que um importante impulso para o seu estudo foi efetuado, há alguns anos, no âmbito da História da Arte por Teresa Leonor Vale34. A historiadora, ao analisar a importação de escultura italiana em Portugal na 2ª metade do século XVII, detetou elos de ligação entre a vinda de artistas italianos para Lisboa e os mercadores cá residentes que comissionavam as suas obras, desenhando, por um lado, um quadro dos contactos culturais, diplomáticos e económicos entre Portugal e algumas cidades italianas, nomeadamente Génova35 e Roma, e, por outro, trazendo à luz os nomes dos mais afamados mercadores que compunham a comunidade italiana na segunda metade de Seiscentos. Na mesma linha, e utilizando a documentação do arquivo da Igreja do Loreto, Vítor Serrão36 procurou realçar o impacto das novidades da arte genovesa no mercado lisboeta e, nesse sentido, propôs-nos interessantes reflexões que merecem ser desenvolvidas37. Para além disso, há estudos parcelares que ajudam na identificação da comunidade italiana do período que nos interessa e que pertencem, mais uma vez, ao âmbito da história da arte: Isabel Mayer Godinho Mendonça38, assim como os autores acima mencionados, oferece-nos um leque variado de artistas italianos cuja vivência foi reconstruída graças à documentação do arquivo da igreja do Loreto.

Do mesmo modo, os nossos recentes contributos39, abordaram o estudo da comunidade italiana no século XVII privilegiando o papel económico, diplomático e social, numa tentativa de olhar para este grupo de estrangeiros numa ótica multidisciplinar.

No que diz respeito aos descendentes das ricas famílias italianas que primaram na economia portuguesa da primeira metade do século XVI, já temos referido o paradeiro de Luísa Giraldi e D. Francisco da Gama na rua de São Roque. Aqui também viviam os herdeiros de João Francisco Affaitati. O neto do mercador cremonês, D. Rodrigo de Sousa, filho de Inês de Lafetá e Leonardo de Sousa, casado com D. Joana de Vasconcelos, filha de D. Luís Fernandes de Vasconcelos e de D. Branca de Vilhena, vivia num “assento de casas que estão n’esta cidade, no Bairro de S. Roque, pegado com o Moinho de vento, que tem um pateo grande com duas casas térreas, e da banda do norte uma horta com poço de nora e arvores de fruto, toda cercada de muro no valor de 1:600$000 reis”40.

Um caso problemático verificou-se com a descendência masculina de Luca Giraldi. O filho do mercador florentino, Francisco Giraldi, ao casar-se com a neta de João Francisco Affaitati, Lucrezia de Lafetá, teve uma filha, Maria (apelidada indiferentemente de Giraldi ou Lafetá, o que é sintomático do impacto que as duas famílias tinham na sociedade do tempo) que se tornou herdeira dos bens do pai inclusive das casas situadas do lado extra muro da igreja do Loreto. Para além disso, Maria Giraldi ou Lafetá tinha herdado a capela-mor da igreja do Loreto, adquirida pelo avô Luca Giraldi. A posse da capela-mor, no entanto, implicava uma série de condições a que os da casa Giraldi eram obrigados e que Sebastião de Sá e Menezes, filho de Maria e Francisco de Sá e Meneses, não cumpriu. O contrato estipulado entre Luca Giraldi e os Irmãos da Igreja do Loreto previa que, em troca de 3.000 cruzados e doze mil réis de juro cada ano, o mercador florentino tivesse a capela-mor para si e para os seus descendentes serem ali sepultados. Para garantir a posse da capela-mor foi estabelecido que esta devia ser mantida sempre em condições e reconstruída, em caso de eventos ruinosos, à custa da família Giraldi41. De facto, Luca Giraldi, após falecer (1565), foi ali sepultado, assim como o filho dele, Francisco Giraldi (1594). O acontecimento que desmoronou a capela-mor ocorreu em março de 1651 quando um pavoroso incêndio destruiu a igreja do Loreto, inclusive a capela-mor. A 29 de março de 1651 os Irmãos do Loreto notificaram a Sebastião de Sá e Meneses que, se pretendia manter o padroado da capela-mor, devia prover à sua reedificação. Uma certidão passada em 1652 a Sebastião de Sá e Meneses confirmava o reconhecimento do senhorio direito a favor do Senado da Câmara feito em 1557 por Luca Giraldi de uma casa “ao longo e dentro do muro da cidade às Portas de Santa Catharina na Travessa que ia para a Trindade, e contíguas à Igreja do Loreto, as quaes pagavam de juro annual ao Senado de Lisboa 547 rs., e eram de Sebastião de Sá e Meneses, em Maio de 1652”42. Nestas casas, agora de propriedade de Sebastião de Sá e Meneses, tinha sido concedido ao antigo possuidor, Luca Giraldi, a possibilidade de construir uma escada de madeira sobre o muro da cidade para aceder à tribuna da capela-mor. Esta condição já não era válida uma vez que Sebastião de Sá e Meneses não tinha procedido a reconstruir a capela-mor cujas obras em pedraria foram avaliadas em cerca de 8.500 cruzados43. O litígio surgido entre Sá e Meneses e a igreja do Loreto levou a atrasar as obras de reconstrução e num decreto de 1655 foi ordenado ao Senado que a obra da escada do muro do Loreto e a disputa existente entre a igreja de Nossa Senhora do Loreto e Sebastião de Sá Meneses fosse da competência da Relação e não da Câmara de Lisboa44. Certo é que Maria Giraldi, a 28 de abril de 1658, mandou dizer à Giunta da igreja do Loreto que “stando ella moribonda desiderava che il suo corpo fosse sepolto nella Cappella Maggiore nel quale erano stati sepolti li suoi antecessori”45 e, um dia depois, 29 de abril do mesmo ano, a Giunta determinou que “non si differiva a tal domanda”46.

Como já adiantei, o século XVII vê a fileira italiana, “estante” em Lisboa há muito tempo, ser acrescentada com novos elementos. As zonas ribeirinhas de Quinhentos continuavam apelativas, sendo que um núcleo mais forte se situa nas freguesias do Loreto, dos Mártires, no Corpo Santo e Remolares. Este processo vai-se robustecer, como veremos, ao longo do século XVII. Assim, nas primeiras décadas de Seiscentos encontramos o mercador veneziano Francisco de la Corona residente na freguesia da Madalena e a irmã dele, Lucrezia de la Corona, em São Julião47. Esta era também proprietária de casas que valiam 20.000 rs. situadas na rua de Lemos na mesma freguesia. Ambos os irmãos, falecidos respetivamente em 1622 e 1626, quiseram ser sepultados na igreja de Nossa Senhora do Loreto. Nesta mesma altura, os mercadores venezianos Jacome Quisali e Bartolomeo Patti e o genovês Alberto Savignone eram moradores, respetivamente, no Corpo Santo e nos Remolares. O romano Paulo Valerio, residia na rua Direita do Alecrim e o florentino Jacome Tatti - casado com a filha do acima citado Raffaele Fantoni, Lucrécia - residia na freguesia do Loreto assim como o genovês Domenico Micone (rua da Barroca).

Entretanto, um grupo de genoveses começava a criar uma importante atividade comercial. Em Lisboa, desde os anos vinte e trinta de Seiscentos, que os mercadores genoveses Nicolao Micone e Francesco André Carrega foram ocupando lugares de relevo dentro da comunidade italiana e eram membros da Confraria do Loreto. Por volta de 1645 a sociedade Micone-Carrega foi-se alargando a um terceiro membro, o mercador genovês Gio Girolamo Ghersi. O longo percurso da sociedade comercial - três décadas - foi marcado por dois acontecimentos cujas consequências reforçaram o papel destes genoveses, quer dentro da comunidade italiana quer dentro da sociedade portuguesa. De facto, aquando da instituição da Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649), a sociedade genovesa entrou com 3000 cruzados e, partindo do eixo Lisboa-Génova, montou uma alargada rede comercial que abrangia a Europa, o Brasil, o Oriente e a África. Poucos anos depois, em 1651, o medonho incêndio que destruiu a igreja do Loreto tornou necessária a intervenção de ajudas voluntárias e a sociedade genovesa entregou 4.000.000 de reis para a reconstrução do templo. Tanta generosidade e riqueza colocavam os ditos mercadores numa posição de relevo no seio da administração da Igreja do Loreto48:

Em 2 de julho de 1655 adquiriram casas na freguesia dos Mártires, “em cima do muro dos cubertos”49 em nome dos três. A escritura foi feita na quinta de D. João de Castelo Branco, “junto a são bento o novo freguesia de santos o velho”, presentes dum lado D. Duarte de Castelo Branco e a sua mulher, Dona Mariana Josepha de Mendonça, e, do outro lado, os mercadores Micone, Carrega e Ghersi, “a reto aberto por preço de 2.500 [cruzados] de principal, e a fazer sempre boa a dita venda se obrigou D. João de Castelo Branco com sua quinta defronte s.to bento a qual fiqua iypotecada”50. As casas eram compostas por “duas logeas 3 andares e hum heirado, com serventias na travessa e por cima dos cubertos”51, “e partem de hua banda com casas de Francisco de Campos e da outra com casa do Monteiro Mor”52. Nas mesmas casas viviam também outros membros da família Ghersi quando se encontravam em Lisboa, vindos dos seus negócios como agentes da companhia no Brasil.

Para além das casas na freguesia dos Mártires, Nicolao Micone e Francesco André Carrega possuíam propriedades no beco dos Açúcares, às costas dos Remolares, compradas ao preço de 600.000 réis, que rendiam de aluguer 50.000 réis cada ano e foram avaliadas, após a morte dos dois mercadores, em 800.000 réis. Estas casas “constao de hum almazem e por sima tres sobrados, hum delles que he o primeiro tem quatro cazas, tres cazas das quaes são de huma morada anexa de hua cazas que foram do ditto Paulo Valerio para a banda do mar. No 2º sobrado ha tres cazas No 3º sobrado ha tres casas O almazem rendia 12.000 rs. O 1 e o sobrado 36.000 rs. O 3º sobrado 12.000 rs”53. Estas moradas, juntamente a outras que possuíam ao Moinho do Vento – avaliadas em 260.000 réis - foram destruídas pelo terramoto de 175554.

Em 1664 Gio Girolamo Ghersi escolhe regressar a Génova embora continue a manter estritas relações com a companhia e continue a visitar a capital portuguesa frequentemente. Foi substituído pelos dois irmãos César e João Thomas Ghersi em Lisboa desde 1656. Estes compraram dois prédios em Santo Estêvão, em Alfama, o n.º 8 e outro “de fronte do adro do dito nr.18”55 e, após a morte de Micone e Carrega, respetivamente em 1675 e 1676, foram morar nas casas sobre o muro dos Cubertos pagando um aluguer de 100.000 réis anuais. Estas casas, de facto, encontravam-se numa posição invejável, considerado o enquadramento privilegiado em que o palácio Corte-Real era elemento de destaque na zona entre o palácio da Ribeira e o Corpo Santo. Acerca destas casas, a documentação do arquivo de Loreto referente aos anos 1723-1744 remete para uma causa acionada pela Mesa do Loreto contra o conde d’Aveiras, D. Duarte António da Câmara, pelo aluguer das casas da igreja do Loreto sitas aos Cobertos, junto ao palácio Corte Real. Estas casas eram, de facto, contíguas ao palácio do infante D. Francisco, e foram alugadas pelo conde d’Aveiras para si e em seu nome, a partir de 1719 e por um valor de 140.000 réis por ano, e não por D. Francisco como os oficiais do Loreto julgavam. De 1723 a 1741 não foi paga à Irmandade a renda que foi reclamada ao infante. Só após o falecimento de D. Francisco, a Irmandade do Loreto tomou conhecimento que as casas tinham sido alugadas ao Conde d’Aveiras - senhor do Palácio de São Cristóvão que arrendou por esse tempo por bom preço a um Guillerme Debruin e companhia. O que é certo, porém, é que o infante não queria que as casas tivessem outros proprietários por estarem muito próximas ao seu palácio, tendo até proposto a sua compra à Irmandade56. Antes de serem destruídas pelo terramoto de 1755, a Irmandade do Loreto conseguiu arrendá-las por 300.000 réis anuais.

Aos Cobertos, morava também o mercador genovês Antonio Maria Conti Ventimilha57.

Vista a importância dos negócios lisboetas, os irmãos Ghersi chamaram para vir a Lisboa o sobrinho Pedro Francisco Ravara, filho da irmã Jeronima Ghersi e do capitão Baltasar Ravara. Em Lisboa, Pedro Francisco Ravara casa com a filha do médico florentino Hipólito Guido, D. Anna Maria Guido, e vai morar em Valverde no Rossio58. O Rossio designava o limite da cidade com um complexo arquitetónico que o caracterizava, São Domingos, o palácio da Inquisição e o hospital de Todos-os-Santos. Era uma praça menos ampla do que a da Ribeira, “ um espaço de usufruto público, dominados por construções de diversos tipos, de diversas utilizações que exprimiam diferentes poderes”59. Aqui tinham residência também os florentinos Ginori.

Nesta metade do século XVII, a planta de Lisboa de João Nunes Tinoco evidencia que a zona ribeirinha mais ocidental, a do Cata-Que-Farás, São Paulo e Remolares, apresentava características de área desafogada, mais ampla e, ao mesmo tempo, perto do mar. Evidentemente, como aconteceu no caso de Giovanni Battista Rovellasca no findar do século XVI, tratava-se de uma zona onde era tecnicamente mais apropriado ter casas e armazéns em que se pudesse recolher a mercadoria. Na rua Direita de São Paulo moravam, por exemplo, o veneziano Francesco Turrini e o florentino Thomas Baldi; no Corpo Santo residiam Domingo Serviello, Pedro Napolitano, Francesco Studendoli; no Cata-Que-Farás vivia o genovês Giovanni Battista Viganego.

Algumas destas propriedades foram engrossar o capital imobiliário da Igreja do Loreto e a documentação levantada no Arquivo da própria Igreja60remete para um considerável aumento de imóveis que lhe eram pertencentes no século XVII. Através de heranças e de compras efetuadas com dinheiro deixado pelos fiéis que queriam deixar rendimentos para que lhes fossem rezadas missas quotidianas e para que fossem mantidas as capelas instituídas, a igreja tornou-se possuidora de imóveis nas zonas mais nobres da cidade. Vejamos que na calçada de São Francisco ao n.º 10 havia uma propriedade de casas pertencentes à igreja de Loreto constituída por 6 andares e uma loja cujos rendimentos anuais eram os seguintes:

O Primeiro andar e a logea em que vive António da Sylva em cada anno rendem rs 22.000

O segundo e 3º andar em que vive Bertollo de Faria rendem em cada anno à pagas adiantadas rs 30.000

O 4º, 5º 6º andar em que vive Pedro Augier rendem em cada anno rs 45.00061.

Os prédios acima mencionados de propriedade dos irmãos Ghersi situados em Alfama, em Santo Estêvão, foram doados à igreja para fundação de três capelas62, e o rendimento das casas sobre o muro dos Cobertos de Micone e Carrega foi vinculado às capelas instituídas pelos proprietários.

Para além das heranças legadas pelos confrades, a igreja do Loreto comprou, ao longo do século XVII, casas na rua Larga de São Roque, algumas das quais foram demolidas para construir a sacristia. De facto, em 1657 a igreja comprou as casas pertencentes a João Gomes situadas “junto à antiga Igreja, na Rua Larga de S. Roque da banda do muro da cidade”63, por um valor de 180.000 réis. Estas casas foram demolidas na reedificação da igreja após o incêndio para se construir a sacristia. Também as casas compradas a Joanna d’Aguiar por 417.000 eis “situadas na rua Direita do Loreto contiguas a Igreja Velha”64, foram demolidas para edificar a sacristia. Em 1659, foram adquiridas, por um valor de 200.000 réis e com a devida licença régia, ao licenciado Antonio da Motta Perestrello, umas casas situadas na rua Larga de São Roque, atrás da capela-mor da mesma igreja e foreiras ao Senado da Câmara de Lisboa65.

Não nos devemos esquecer que as famílias italianas mais abastadas possuíam, para além de moradas de casas na cidade, quintas espalhadas nos arredores de Lisboa. Assim, os Perestrello eram proprietários da quinta do Hespanhol e da quinta da Ermingeira, no termo de Torres Vedras; João Francisco Affaitati era dono da quinta dos Loridos, no Carvalhal66 e o filho Cosme vivia numa quinta em Colares, termo de Sintra. O procurador de Affaitati, o também cremonês Cristóvão Bocolli, tinha uma quinta no local de Palma a Nova, termo da cidade de Lisboa, com dois quintais e “outras casas poço, nora e tanque de agua, e huma fonte e hum pumar tudo junto e parte delle cercado de parede e outra parte de vallada, e hua vinha de trás das ditas casas de minha morada caminho de Palma a velha”67.

Nicolao Giraldi, irmão de Luca Giraldi, tinha instituído morgado com propriedades no termo da vila de Arruda, precisamente na quinta de São Pedro, que incluía “o cazal de Monte Agrao, foreiro a Commenda do Mestrado de Santiago”68, e aos Ghersi pertencia a Quinta da Cartaxeira, em Carcavelos, onde terá existido a ermida de Nossa Senhora do Loreto69.

Esta viagem nos bairros escolhidos pelos mercadores italianos, chegados à capital portuguesa para aqui ficarem e/ou para se instalarem durante o tempo necessário para a sua atividade negocial, evidencia uma clara aptidão em se estabelecerem naquelas que eram as artérias mais funcionais às suas necessidades. Os casos apresentados como modelos remetem, quer no século XVI quer no século XVII, para uma determinação em ocupar espaços amplos, a Ribeira, os Cobertos, os Remolares, São Paulo, Corpo Santo, como também o Chiado - zona onde se inscreve a igreja do Loreto - e, mais a norte, o Rossio. Todavia, não era despicienda a posse de casas em zonas menos nobres no intuito de uma utilização que gerasse mais algum rendimento. No que diz respeito à possessão de quintas e terras, quer no termo da cidade quer fora, esta prática estava ligada à instituição de morgadio, prática frequente entre as famílias mais abastadas, principalmente as que residiam na capital há gerações. Era uma estratégia social e económica para não dispersar o património familiar e para perpetuar o nome da família, mantendo uma forte carga simbólica.

 

FONTES E BIBLIOGRAFIA

Fontes manuscritas

Arquivo da Igreja de Nossa Senhora do Loreto

Caixa I, maço 2.

Caixa IX.

Caixa XI.

Caixa XII.

Caixa XV.

Caixa XVI.

Caixa XVII.

Caixa XIX.

Caixa XX.

Livro das juntas, sessão de 10 de dezembro de 1755.

Livro mestre da receita e despesa, 3º.

Livro do inventario dos papeis do archivo.

 

Arquivo Municipal de Lisboa

Livro 1º de consultas e decretos de D. Sebastião.

Livro 1º de consultas e decretos de D. Afonso VI.

Livro 1º de contratos.

Livro 1º de tombo das propriedades foreiras à câmara da cidade de Lisboa

 

Arquivo Nacional Torre do Tombo

Inquisição de Lisboa, Processo nº 2028.

Hospital de São José, Livro 38.

Feitos Findos, Fundo Geral, Letra C,maço 526, caixa 6627.

 

Fontes Impressas

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Bibliografia

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submissão/submission: 31/01/2015

aceitação/approval: 20/04/2015

 

 

NOTAS

* Nunziatella Alessandrini, doutorada em História pela Universidade Aberta de Lisboa (2010), é, desde 2011, investigadora integrada do Centro de História d’Aquém e d’Além Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores e bolseira de pós- -doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia. É coorganizadora dos ciclos de conferências luso–italianas desde 2011 e investigadora principal do projeto de reabilitação do acervo documental do arquivo da igreja de Nossa Senhora do Loreto com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.. Correio eletrónico: lella.45@hotmail.com

1ALESSANDRINI, Nunziatella; FLOR, Pedro - Indícios, sinais e moradas dos italianos “estantes” em Lisboa (séc. XVI). In ALESSANDRINI, Nunziatella [et al.] - Le nove son tanto e tante buone, che dir non se ne pò Lisboa dos italianos: história e arte (sécs. XIV-XVIII). Lisboa: Cátedra de Estudos Sefarditas A. Benveniste, 2013. p. 103-121. Seguirei de perto este texto no que diz respeito às referências às moradas dos italianos no século XVI.

2Projeto de investigação em desenvolvimento no Centro de História de Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora desde 2005 (http://lisbon-pre-1755-earthquake.org) e os trabalhos de Helena Murteira, Alexandra Gago da Câmara e Paulo Rodrigues.

3O projeto, liderado por Ana Cristina Leite e Jorge Ramos de Carvalho, contou com a investigação de Margarida Almeida Bastos, Rita Fragoso de Almeida, Rita Manteigas, entre outros.

4Disponível em http://www.museudacidade.pt/Lisboa/3D-lisboa1755/Paginas/default.aspx.

5JORDAN-GSCHWEND, Annemarie; BELTZ, Joahannes - Elfenbeine aus Ceylon. Luxusgüter für Katharina von Habsburg (1507-1578).Zurique: Museum Rietberg, 2010. p. 49-51.

6Muitos foram os estudos que se debruçaram sobre as figuras de mercadores e de famílias mercantis italianas no período das descobertas portuguesas, entre outros os trabalhos de Virgínia RAU, M. Cármen RADULET, Marco SPALLANZANI, Francesco GUIDI BRUSCOLI, Nunziatella ALESSANDRINI.

7ARAÚJO, Renata de - Lisboa a cidade e o espectáculo na época dos Descobrimentos.Lisboa: Livros Horizonte, 1990. p. 23. Hélder Carita deteta já em D. Dinis um interesse pela dinamização da área ocidental da cidade: CARITA, Hélder - Lisboa Manuelina e a formação de modelos urbanísticos da época moderna (1495-1521). Lisboa: Livros Horizonte, 1999. p. 35.

8Bartolomeo Marchionni o recente estudo de GUIDI BRUSCOLI, Francesco - Bartolomeo Marchionni, «homem de grossa fazenda» (ca. 1450-1530): un mercante fiorentino a Lisbona e l’impero portoghese. Firenze: Leo S. Olschki Editore, 2014.

9Para uma descrição mais detalhadas ver ALESSANDRINI, Nunziatella; FLOR, Pedro - Indícios, sinais e moradas dos Italianos… p. 110-111.

10Sobre Francesco Corbinelli: RAU, Virginia - Um florentino ao serviço da expansão portuguesa: Francisco Corbinelli. “Memorias” do Centro de Estudos da Marinha. IV (1974), p. 107-141; SPALLANZANI, Marco - Mercanti fiorentini nell’Asia Portoghese (1500-1525). Florença: Spes, 1997. p. 63-79.

11Livro do lançamento e serviço que a cidade de Lisboa fez a El Rei Nosso Senhor no ano de 1565In Documentos para a história da cidade de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal, 1947. vol. I, p. 227.

12 Sobre os Perestrello em Lisboa no século XVI, veja-se ALESSANDRINI, Nunziatella - Os Perestrello: uma família de Piacenza no império português (século XVI). In ALESSANDRINI, Nunziatella; RUSSO, M.; SABATINI, G.; VIOLA, A. (org.) - Di buon affetto e commerzio:relações luso-italianas na Idade Moderna. Lisboa: Centro de História d´Além-Mar, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/ Universidade Nova de Lisboa: Universidade dos Açores, 2012. p. 81-112.

13Remete-se para o texto de ALESSANDRINI, Nunziatella; FLOR, Pedro - Indícios, sinais e moradas dos Italianos…, em particular o parágrafo Os Italianos nas freguesias da Sé, Madalena, S. Julião, S. Nicolau, p. 109-116.

14Sobre a história da igreja do Loreto: FILIPPI, Sergio - La chiesa degli italiani: cinque secoli di presenza italiana a Lisbona negli archivi della chiesa di Nostra Signora di Loreto. Lisboa: Fábrica da Igreja Italiana da Nossa Senhora do Loreto, 2013.

15 Arquivo Municipal de Lisboa (AML), Livro 1º de tombo das propriedades foreiras à câmara da cidade de Lisboa, f. 445.

16Sobre os terrenos que D. Francisco da Gama possuía em São Roque, cf. AML, Livro 1º de tombo das propriedades foreiras à câmara da cidade de Lisboa, f. 361-362 e 368.

17É a 8 de janeiro de 1569 que o rei D. Sebastião ordena à Câmara a localização de marcos que impeçam a construção no terreno destinado à rua que irá unir as igrejas do Loreto e de São Roque. AML, Livro 1º de consultas e decretos de D. Sebastião, doc. 43, f. 67 a 68v.

18AML,Livro 1º de tombo das propriedades foreiras à câmara da cidade de Lisboa, f. 402.

19Arquivo da Igreja de Nossa Senhora do Loreto (ANSL), Livro Mestre das Receitas e Despesas, f. 8.

20Cf. KELLENBENZ, Hermann - I Borromeo e le grandi casate mercantili milanesi. In Convegno internazionale nel IV centenario della morte, Milano, 1984 - S. Carlo e il suo tempo. atti. Roma: Edizioni di Storia e Letteratura, 1986. p. 825.

21PRESTAGE, Edgar; AZEVEDO, Pedro d´ (org.) - Registo da Freguesia da Sé desde 1563 até 1610. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1924. vol. I, p. 460.

22Arquivo Nacional Torre do Tombo (ANTT), Inquisição de Lisboa, Processo 2028. Agradeço a informação ao Dr. Pedro Pinto. Foram estas lojas que, suponho, foram assaltadas pelos ingleses e não a quinta de Alcântara como erradamente refiro no artigo ALESSANDRINI, Nunziatella; FLOR, Pedro - Indícios, sinais e moradas dos Italianos…, p. 120

23Para a descrição da quinta de Alcântara, ALESSANDRINI, Nunziatella; FLOR, Pedro - Indícios, sinais e moradas dos Italianos… p. 119-120.

24ALESSANDRINI, Nunziatella - Vida, história e negócios dos mercadores italianos no Portugal dos Filipes. In CARDIM, Pedro; COSTA, Leonor Freire da; CUNHA, Mafalda Soares da (org.) - Portugal na monarquia hispânica: dinâmicas de integração e conflito. Lisboa: Centro de História d´Além-Mar, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/ Universidade Nova de Lisboa: Universidade dos Açores, 2013. p. 119.

25OLIVEIRA, Julieta Teixeira Marques de - Fontes documentais de Veneza referentes a Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1997. p. 242.

26ALESSANDRINI, Nunziatella - Vida, história e negócios…, p. 121.

27Carta enviada de Lisboa a Pier Vettori a 6 de março de 1579, in SASSETTI, Filippo; BRAMANTI, Vanni (cura) - Lettere da vari paesi. Milano: Longanesi,1970. p. 230.

28“Em cada rua e em cada casa há uma loja que cozinha e vende peixe cada dia e em cada hora, ao ponto que devido ao mau cheiro do frito é aborrecido andar” - carta de 10 de outubro 1578, p. 217.

29“Há ruas tão íngremes nas quais os fidalgos, cuja vaidade não lhe permite ir a pé, e não podendo ir de cavalo, nunca passam” - carta de 19 de fevereiro 1579, p. 226.

30Carta de 10 de outubro 1578, p. 216. Monumentos notáveis, tal como o hospital de Todos-os-Santos, a Sé, o convento do Carmo, não despertaram a atenção do mercador humanista florentino.

31“Por ser situada na costa e ao mesmo tempo na colina vem o bom, sendo que a maior parte das casas vêm o rio cheio de navios o que não podia ser de maior encanto” - carta de 19 de fevereiro 1579, p. 226.

32Cf. FILIPPI, Sergio, La chiesa degli italiani..., p. 51.

33AML, Livro 1º de contratos, doc. 22, f. 97 e f. 97v.

34A historiadora, para além de obras e artigos referentes a artistas italianos, transcreveu documentos inéditos extraídos do arquivo da igreja do Loreto, dando a conhecer a rica família de mercadores genoveses dos Ghersi. Cf. VALE, Teresa Leonor - Escultura italiana em Portugal no século XVII. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2004. p. 326-331.

35Sobre as relações diplomáticas entre Génova e Lisboa veja-se ALESSANDRINI, Nunziatella - Consoli genovesi a Lisbona. In AGLIETTI, M.; HERRERO SÁNCHEZ, H. ; ZAMORA RODRIGUEZ. F. -Los cônsules de extranjeros en la Edad Moderna y a princípios de la Edad Contemporánea.Madrid: Doce Calles, 2013. p. 201-211.

36Limito-me a assinalar, dentro da vasta produção do autor, a obra A Cripto-História de Arte - Análise de obras de arte inexistentes. Lisboa: Livros Horizontes, 2001, principalmente o cap. VIII - O tecto de N.ª S.ª do Loreto, comunidade dos italianos de Lisboa.

37O historiador relaciona, hipoteticamente, o largo pedido de obras de artes vindas de Génova com o guia sobre a dita cidade escrito por Carlo Antonio Paggi, filho do conceituado pintor Giovanni Battista Paggi, em Lisboa de 1656 até 1666 com o cargo de cônsul dos genoveses. O guia foi publicado na oficina de Henrique Valente Oliveira em 1659 com o patrocínio do mercador genovês Nicolao Miconi. Sobre Carlo Antonio Paggi está no prelo um trabalho de nossa autoria.

38O conhecimento da documentação do arquivo da igreja do Loreto por parte da historiadora é notável, tendo trabalhado aprofundadamente nos Livros das Pessoas Italianas que se desobrigão nas Quaresmas nesta Igreja de N.ª S.ª do Loretto. Entre os numerosos estudos da autora, remetemos para o seguinte: MENDONÇA, Isabel Mayer Godinho - Paolo Dardani (1726/1789): “O pintor de batalhas” que viu baleias no Tejo. In ALESSANDRINI,N.; FLOR, P.; RUSSO, M.; SABATINI, G. (org.) - Le nove son tanto e tante buone, che dir non se pò. Lisboa dos italianos: história e arte (sécs. XIV-XVIII).Lisboa: Cátedra de Estudos Sefarditas Alberto Benveniste, Universidade de Lisboa, 2014. p. 219-237.

39ALESSANDRINI, Nunziatella - La presenza genovese a Lisbona negli anni dell’unione delle corone (1580-1640). In Genova y la monarquía hispánica (1528-1713). Genova, 2011. p. 73-98. ALESSANDRINI, Nunziatella - Vida, história e negócios...; ALESSANDRINI, Nunziatella - Consoli genovesi a Lisbona...; ALESSANDRINI, Nunziatella; VIOLA, Antonella - Genovesi e fiorentini in Portogallo: reti commerciali e strategie politico-diplomatiche (1650-1700). In Mediterranea Ricerche Storiche, 28 (2013), p. 295-322.

40CASTILHO, Júlio de - Lisboa antiga. 3ª ed. Lisboa: Oficinas Gráficas da CML, 1962. vol. IV, p. 95.

41ANSL, Caixa IX , doc. 1b.

42ANSL, Caixa XIX , doc. 118.

43ANSL, Caixa 1, maço 2 , doc. 11.

44AML, Livro 1º de consultas e decretos de D. Afonso VI, f. 101 a 103.

45ANSL, Livro das Juntas.

46Idem.

47Sobre os irmãos de la Corona, ver N. ALESSANDRINI - Vida, história e negócios…, p. 125.

48ANSL, Livro Mestre da Receita e Despesa, 3º, f. 4.

49ANSL, Caixa XII, doc. 130.

50ANSL, Caixa XIX, doc. 112.

51ANSL, Livro do inventario dos papeis do archivo, f. 36v.

52ANSL, Caixa XX, doc. 112.

53ANSL, Caixa XII, doc. 136.

54ANSL, Livros das Juntas, Sessão de 10 de dezembro de 1755. Transcrito por Nunziatella Alessandrini no artigo de AVELAR, Ana Paula - O terramoto de 1755 nas Recordações… de Jacome Ratton: Revelações de um extraordinário momento. Olisipo. II série nº 22-23 (janeiro-dezembro 2005), p. 135-136.

55ANSL, Caixa XV, doc. 18/2.

56ANSL, Caixa XVII, doc. 74.

57ANTT, Habilitações do Santo Oficio, maço 4, doc. 192.

58ANSL, Caixa XI, doc. 120.

59MURTEIRA, Helena - Lisboa da Restauração às Luzes. Lisboa: Editorial Presença, 1999. p. 36.

60No âmbito do projeto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian coordenado por quem escreve, 500 anos de História luso-italiana: o arquivo da Igreja dos Italianos de Nossa Senhora do Loreto em Lisboa. 1ª fase: Catalogação geral e digitalização dos documentos dos séculos XVI e XVII.

61ANSL,Caixa XI, doc. 113.

62ANSL, Caixa XI, doc. 117. Um documento de 1783 define a qualidade das casas. Lê-se que desejando Antonio Roiz Ferreira comprar “ hua propriedade de cazas nobres, sita nesta cidade, na Rua Direita que vai da Ermida de Nossa Senhora dos Remédios para a das portas da Cruz, freguesia de Santo Estevao do Bairro de Alfama, com serventia por baixo de outra propriedade mistica para de fronte do Adro da mesma Parochia da Igreja de Santo Estevao, com hum pateo pertencente â mesma propriedade nobre. E tendo noticia que a refferida propriedade nobre da Rua Direita de Nossa Senhora dos remédios, e seu pateo, he pertença de um vinculo de Cappella instituído por João Thomas Ghersi, de que he administradora esta illustre Igreja”. ANSL, Caixa XI, doc. 119. Estas casas padeceram estragos no terramoto de 1755 cf. ANSL, Livros das Juntas, 10 de dezembro de 1755.

63 ANSL, Caixa XVI, doc. 11.

64ANSL, Caixa XVI, doc. 12.

65ANSL, Caixa XVI, doc. 9.

66ALESSANDRINI, Nunziatella - Os italianos e a expansão portuguesa: o caso do mercador João Francisco Affaitati (séc. XVI). In CONTU, Martino (org) - Studi in onore di Mons. Giovannino Pinna. Roma: Gangemi, 2014 (no prelo).

67ANTT, Hospital de São José, Livro 38, f. 44v.

68ANTT, Feitos Findos, Fundo Geral, Letra C, maço 526, caixa 6627.

69Agradeço a informação à Dra. Luísa Villarinho Pereira.

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