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Tourism & Management Studies

versão impressa ISSN 2182-8458

TMStudies vol.10 no.Especial Faro dez. 2014

 

GESTÃO - ARTIGOS CIENTÍFICOS

 

O efeito da norma subjetiva, percepção de controlo, atitude e experiência passada na intenção de compra de marcas de roupa de luxo no Brasil

 

The effect of subjective norm, perceived control, attitude, and past experience on purchase intention of luxury clothes brands in Brazil

 

 

Cristiano Mineiro Branco de Araújo1; Sandra Maria Correia Loureiro2

1Universidade de Aveiro, Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial, Campus de Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal, crismineirobranco@hotmail.com
2Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Departamento de Marketing, Operações e Gestão Geral, Business Research Unit (BRU/UNIDE), Av. Forças Armadas1649-026 Lisboa, Portugal, sandra.loureiro@iscte.pt

 

 


RESUMO

O objetivo principal deste estudo é estender a teoria do comportamento planeado, introduzindo a experiência passada como antecedentes das intenções comportamentais, a fim de testar o modelo no contexto de consumo de luxo. Nesse sentido, o mercado de luxo brasileiro, mais especificamente São Paulo, foi a área selecionada devido ao seu crescimento no cenário mundial do luxo. Assim, o questionário on-line foi construído, com base em revisão de literatura e os dados foram coletados. Os resultados sugerem que a atitude e o controlo comportamental percebido são mais importante para explicar o passa-palavra, ao passo que, a experiência passada, o controlo comportamental e a norma subjetiva, influenciam significativamente a disposição de pagar mais. Os consumidores dispostos a pagar mais, para uma marca de luxo, estão também dispostos para continuar a comprar produtos de marca num futuro próximo.

Palavras chave: moda de luxo, marcas brasileiras, teoria do comportamento planeado, experiência passada.


ABSTRACT

The main goal of this study is to extend the theory of planned behaviour by introducing past experiences as antecedents of behavioural intentions and to test this model in the context of luxury consumption. In this vein, the Brazilian luxury market, more specifically in the São Paulo area, was selected due to its growing presence on the world stage of luxury products. Therefore, an online questionnaire was constructed based on a literature review, and data were collected. The findings suggest that attitude and perceived behaviour control are more important to explain word-of-mouth, whereas past experience, perceived behavioural control and subjective norms significantly impact willingness to pay more. The consumers most willing to pay more for a luxury brand are also more willing to continue to buy such brands in the near future.

Keywords: Luxury fashion, Brazilian brands, theory of planned behaviour, past experience.


 

 

1. Introdução

Na literatura identificamos que diversos autores investigaram a intenção de compra e de comportamento (Ajzen, 1991; Gärling, Fujii, Gärling & Jakobsson, 2003; Hansen & Jensen, 2009; Jang & Namkung, 2009; Van der Heijden, Verhagen & Creemers, 2003), assim como, trabalharam esta temática voltada para alguns setores do luxo (ex., Hofstra & Kent, 2009; Kort, Caulkins, Hartl & Feichtinger, 2006; Lawry, Choi, Toure & Eastlick, 2010; Summers, Belleau & Xu, 2006). Entretanto, não encontramos na literatura atual, investigações a respeito da intenção de compra de roupas de marcas de luxo.

O luxo é o que melhor corresponde à expressão dos desejos e das emoções humanas (Allérès, 2008). Talvez poucas categorias de consumo sejam tão interessantes, do ponto de vista acadêmico, quanto a dos produtos de luxo. Afinal, esses são os objetos que melhor exemplificam a subjetividade individual e a influência da cultura sobre o ser humano (D'angelo, 2004 apud. Berry, 1994; Twitchell, 2002), auxiliando na abordagem multidisciplinar de investigações na área.

No Brasil, a rápida expansão da indústria do luxo produziu um mercado altamente competitivo. Esta sexta economia mundial, é responsável por liderar o mercado de luxo na América Latina (BBC, 2011; Inman, 2011). Segundo os dados da Fundação Getúlio Vargas, expectava-se que, em 2010, o mercado de luxo consumiria no mundo US$ 1 trilhão em mercadorias de alto valor agregado (Aranha, 2006). O Brasil apresentava, em 2006, o consumo de US$ 2,3 bilhões de dólares em mercadorias de luxo (Aranha, 2006). Números estes, ultrapassados, tendo em vista a grande projeção do país. Estimando-se que atualmente o mercado de luxo brasileiro movimenta R$ 4 bilhões de dólares por ano (Stefani, 2011). Assim, a discussão sobre o mercado dos produtos de luxo começa a chamar a atenção de acadêmicos e profissionais da área, sendo que um fator importante na compreensão deste fenómeno se centra na marca. Deste modo, diante desta lacuna específica, a presente investigação tem por objetivo: (i) investigar à intenção de compra de roupas de marcas de luxo, contribuindo para clarificar a relação de ordem causal entre as variáveis da teoria do comportamento planeado, a experiência passada e a intenção de compra de roupas de luxo; bem como, (ii) conhecer qual a importância relativa da atitude, norma subjetiva e o controlo comportamental percebido, e destas, em conjunto com a experiência passada, na intenção de comportamento.

 

2. Revisão da literatura

2.1. Conceito de luxo

O termo Luxo vem do latim luxus, que significa “excesso, abundância, vida extravagante” (Danziger, 2005, p. 17). Luxo, etimologicamente, tem a mesma origem de "luz". O radical comum e originário de ambas as palavras em latim é lux, que significa exatamente "luz" (Braga, 2004). Segundo Lipovetsky (1980), luxo significa situar-se fora dos caminhos trilhados da “tendência”, para seguir sua própria rota, impondo suas próprias regras. Além disso, os objetos do luxo são aqueles que proporcionam prazer (Li, Li & Kambele, 2011), por isso, o luxo estaria ligado aos desejos, ao conforto, a singularida (Lawry et al., 2010). Assim, podemos dizer que o luxo é o que melhor corresponde à expressão dos desejos e das emoções humanas (Allérès, 2008).

Atualmente, talvez estas palavras não tenham mais tanta proximidade no significado, todavia, pode-se admitir que a referência à luz esteja embutida no que diz respeito à luminosidade, brilho, esplendor e, por extensão, a um gosto resplandecente ou a uma distinção perceptível (Braga, 2004). Porém, deve-se admitir também, que o luxo, independente da etimologia e do período histórico observado, é um assunto muito ligado à subjetividade e, por isso, torna-se muito relativo. Kemp (1998) menciona que a percepção do luxo varia de sociedade para sociedade. Por isso, apesar da natureza aparentemente constante das necessidades básicas humanas, a percepção do que é necessidade e o que é luxo podem variar, particularmente devido à percepção social (Lipovetsky, 1989, p. 100).

De fato, os bens de luxo sempre foram associados à exclusividade, riqueza e poder, e foram identificados pela satisfação de desejos não essenciais (Li et al., 2011); o luxo associado à suntuosidade, ao supérfluo, à aparência, ao poder material, ou ainda, a vida fácil (Braga, 2004; Dubois, Czellar & Laurent, 2005). Entrentato, o luxo implica em "bom gosto" e permite que seus usuários se diferenciem um dos outros, conferindo prestígio (Strehlau, 2004) e proporcionando uma conveniência para além do mínimo indispensável (Wiedman, Hennigs, & Siebels, 2009). Seus produtos podem ficar restritos aos próprios indivíduos, permanecendo na esfera do consumo privado, sem ser exibido, longe dos olhos dos outros ou, ainda, podem ser consumido com grande visibilidade, de modo que os outros o vejam (Strehlau, 2004). Assim, é possível conhecer um pouco mais o universo das pessoas que os consomem (Allérès, 2008). Por isso, o exame das relações entre os seres humanos e os seus objetos permitem conhecer inúmeras características e peculiaridades individuais e culturais, constituindo um retrato das pessoas e dos grupos sociais (D'angelo, 2004), uma vez que o luxo satisfaz a nossa esfera íntima, ou seja, não seríamos vítimas do consumismos, mas o materialismo é que nos preenche (Twitchell, 1999, p. 20).

2.2. Mercado de luxo e a moda

A atividade econômica do luxo desempenha um papel fulcral em muitas economias internacionais, contudo, o segmento vestuário de luxo (ou moda, genericamente descrito) se destaca ganhando importância, pois este está diretamente ligado às indústrias, fomentando-as no cenário internacional. Por isso, Kepferer & Bastien (2009, p. 38), afirmam que o luxo está para a indústria da moda, assim como a moda está para o luxo.

A expressão “moda” ou modus (do latim), significa modo, maneira. Para Lipovetsky (2007), a origem da moda ocorre através da diferença social, da “busca pelo novo e pelo individualismo” e não necessariamente numa data específica. Apesar deste fato, o conceito de moda teve seu início no final da Idade Média, início do Renanscimento, quando a burguesia detinha elevado poder de compra e imitava as roupas dos nobres da época. Isto porque, naquele tempo, os burgueses, por mais que tivessem elevadas quantias de dinheiro, não possuíam título de nobreza. Assim, se vestiam iguais aos nobres para serem distinguidos dos demais cidadãos.

Independentemente da origem da palavra e do conceito da moda, temos na atualidade uma indústria transformada, isto devido, fundamentalmente, à globalização. Segundo Salmeron & Hurtado (2006), é devido à globalização nos últimos anos que a indústria da moda têxtil e o luxo têm mudado progressivamente a forma em que se operam. A democratização do luxo consiste na propagação da cópia. A cultura de massa materialista e psicológica foi o vetor da democratização da relação com o luxo (Lipovetsky, 1980). Efetivamente, é o mesmo processo flexível que liberaliza os costumes, desmultiplica os grupos de reivindicação, desestandartiza a moda de vestuário e os comportamentos dos indivíduos (Lipovetsky, 1989, p. 107).

No mercado brasileiro, a Amcham estimou que, em 2004, o consumo de luxo alcançou um valor de US$ 2,2 bilhões, cerca de 1% do mercado de luxo mundial (Carozzi, 2004). Uma percentagem relativamente baixa comparada com a de países desenvolvidos. Porém, deduz-se que o consumidor médio de produtos de luxo no Brasil consome cerca de três a cinco vezes mais do que o consumidor médio mundial (Carozzi, 2004). Tal ocorre devido ao crescimento da renda famíliar e do aumento da média brasileira. Além disso, as famílias mais ricas estão concentradas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília (Carvalho & Mesquita, 2010; Galhanone, 2007).

Sendo assim, diferente de outros países, em que o turista internacional movimenta as vendas, os produtos de luxo no Brasil são quase que totalmente voltados para o cliente local. Além disso, as marcas premium investem no país há mais tempo e, com isso, se adaptaram às características do mercado, como por exemplo a compra a prazo ou parcelas alargadas com o uso do cartão de crédito (Galhanone, 2007; Strehlau, 2004), facilitando o acesso de classes menos abastadas aos bens de prestígio, possibilitando maior movimentação do mercado, auxiliando assim, no surgimento de novas grandes marcas de luxo, tais como: Osklen, Sergio K., Le Lis Blanc, Cia. Marítima, entre outras.

2.3. Teoria do comportamento planeado

A Theory of Planned Behavior (TPB) consite na extensão da Theory of Reasoned Action (de Ajzen & Fishbein, em 1975 e 1980), à qual foi adicionado o conceito de controlo comportamental percebido (Armitage & Conner, 2001). Este controlo é a percepção de facilidade ou dificuldade na realização de um comportamento, que diz respeito especificamente à possibilidade ou não que uma pessoa percebe que ela possui os recursos e as oportunidades necessárias para executar o comportamento em questão (Ajzen, 1991; Shim, Eastlick, Lotz & Warrington, 2001).

O comportamento pode ser determinado, considerando a sua intenção prévia, juntamente com a crença que a pessoa teria para o comportamento (Chuttur, 2009). A intenção prévia está interligada aos atributos relacionados com o comportamento que já estão valorizados positiva ou negativamente (Ajzen, 1991). Pela crença, tem-se a atribuição da probabilidade subjetiva que o comportamento irá produzir no resultado em questão. Assim, o comportamento pode ser determinado pelas próprias intenções de desempenhar ou não aquela a ação.

A TPB fornece constructos importantes sobre o comportamento. Esses constructos são atitudes, normas subjetivas, controlo comportamental e intenção (Suntornpithug & Khamalah, 2010). A atitude reflete uma avaliação do comportamento executado (ex., bom/mau; favorável/desfavorável) e é composto de crenças possoais em relação aos resultados percebidos. A atitude positiva predispõe a aproximação do objeto atitudinal, enquanto uma atitude negativa pode levar ao afastamento do comportamento (Kanagaretnam, Mestelman, Nainar, & Shehata, 2009; Solomon, 2008). Assim, as atitudes ajudam a ter uma ideia estável da realidade em que os indivíduos se encontram, protegendo-os de situações desagradáveis (Barracho, 2011, p. 98).

A norma subjetiva reflete a percepção da pressão social que os indivíduos podem sentir para executar o comportamento (Ajzen, 1991; Chuttur, 2009), estando ligada também à importância do indivíduo no grupo, ou seja, aprovação ou desaprovação do comportamento pelos os outros (Zhan & He, 2011). Em outras palavras, representa a percepção significativa de uma pessoa em aprovar ou desaprovar um comportamento (Shim et al., 2001). Contudo, o controlo é definido como a percepção da facilidade ou dificuldade em executar o comportamento, a possibilidade ou não da pessoa perceber que possui os recursos e as oportunidades necessárias para executar o comportamento em questão (Armitage & Conner, 2001; Zhan & He, 2011).

Por fim, a TPB propõe que a intenção de executar um comportamento é a causa proxima de tal comportamento. Intenções representam componentes motivacionais de um comportamento, isto é, o grau de esforço consciente de que uma pessoa irá exercer um comportamento, ou seja, indicações de facilidades ou dificuldades que a pessoa está disposta a enfrentar (Jang & Namkung, 2009; Shim et al., 2001). A intenção de comportamento desempenha um papel importante na conduta dos consumidores, sendo uma predição da compra futura (Shim et al., 2001) e, quanto mais forte for a intenção de se envolver em um comportamento, mais provável deve ser o seu desempenho (Ajzen, 2001). O desempenho depende de fatores como as oportunidades e os recursos (ex., tempo, dinheiro, competências); em conjunto, esses fatores representam o controlo real nas pessoas e na medida em que uma pessoa tem as oportunidades e recursos necessários, e tem a intenção de realizar o comportamento, este deve ser realizado (Ajzen, 1991; Solomon, 2008).

2.4. Experiência passada

Diante da revisão da literatura, encontrámos estudos a respeito da experiênca do consumidor com a marca - brand experience (ex., Brakus, Schmitt, & Zarantonello, 2009; Ha & Perks, 2005; Kim & Sullivan, 1998; Morrison & Crane, 2007; Mosley, 2007; Schmitt, 2009), entretanto, não foram encontrados estudos relacionados com o comportamento do consumidor voltado para os produtos de luxo. A literatura atual sugere que a experiência passada é representada por estímulos relacionados à marca, à loja e ao produto. As experiências de consumo são multidimensionais e incluem as dimensões hedônica, tais como sentimentos, fantasias e diversão. Para Brakus, Schimitt & Zarantonello (2009), a experiência é conceitualizada como sensações, sentimentos, cognições e respostas comportamentais evocadas pela marca. Estas experiências podem ser avaliadas por quatro dimensões: sensorial, afetiva, intelectual e comportamental. Assim, podemos dizer que as experiências estão relacionadas com o foro íntimo de cada consumidor e podem justificar a fidelidade deste com a marca premium (Broillet, Dubosson, & Varone, 2009 & Kepferer et. al., 2009) e sua lealdade em usar produtos desta marca (Clifton, Simmons, & Shaun, 2004; Ferreira, 2010; Pimentel, 2006).

De fato, a experiência passada pode influenciar na intenção de comportamento do consumidor. Em estudos ligados à compra eletrônica, a experiência anterior é um preditor significativo do comportamento do consumidor (Klein, 1998). Da mesma forma, Liang e Huang (1998) verificaram que a experiência dos consumidores têm um efeito moderador nas compras pela internet (Shim et al., 2001). As experiências positivas com a marca podem resultar em vínculos emocionais (ex., Brakus et al., 2009). Com o tempo, essas experiências de longa duração afetam o comportamento do consumidor, ficando armazenada na memória do consumidor a satisfação, o que gera uma estimulação interna para o vínculo e a lealdade (Pimentel, 2006; Zarantonello & Schmitt, 2010). Clientes fiéis a uma determinada marca tendem a comprar mais produtos desta marca (Schiffman, Kanuk, & Hansen, 2008, p. 10), e com isso, pode-se dizer que são menos sensíveis ao preço e prestam menos atenção à publicidade dos concorrentes (Dubois & Czellar, 2002).

 

3. Modelo conceitual proposto e hipóteses

Com base na revisão da literatura efetuada desenvolveu-se o modelo conceitual apresentado na Figura 1. Este modelo tem como ponto de partida o comportamento do consumidor, representado pela atitude, controlo, norma subjetiva (TPB) e experiência passada, os quais, em conjunto, tendem a influenciar positivamente a intenção de compra (propensão a comprar).

De acordo com Ajzen (1991), a atitude, o controlo comportametal percebido e a norma subjetiva (TPB) têm efeitos positivos na propensão a comprar (intenção de comportamento). A intenção pode ajudar a prever a probabilidade da compra de um consumidor (Shim et al., 2001; Zhan & He, 2011) Sendo assim, tem-se que:

H1: A atitude exerce um efeito positivo no (H1a) passa-palavra e na (H1b) propensão a pagar mais por roupas de marca de luxo.

H2: O controlo comportamental percebido exerce um efeito positivo no (H2a) passa-palavra e na (H2b) propensão a pagar mais por roupas de marca de luxo.

H3: A norma subjetiva exerce um efeito positivo no (H3a) passa-palavra e na (H3b) propensão a pagar mais por roupas de marca de luxo.

Em relação à experiência, Brakus, Schimitt & Zarantonello (2009); Schmitt (2009), descrevem que a experiência passada do consumidor, influencia positivamente a propensão a comprar. Além disso, o passa-palavra (Loureiro & Kastenholz, 2011; Zeithaml, Berry & Parasuraman, 1996) e a propensão a pagar mais (Loureiro & Kastenholz, 2011) pela roupa de luxo influenciam positivamente na intenção de comportamento. Sendo assim, tem-se:

H4: A experiência passada do consumidor de marca de luxo exerce um efeito positivo no (H4a) passa-palavra e na (H4b) propensão a pagar mais.

H5: O passa-palavra exerce um efeito positivo na propensão a comprar mais roupa de marca de luxo.

H6: A propensão a pagar mais exerce um efeito positivo na propensão a comprar mais roupa de marca de luxo.

 

4. Metodologia

4.1. Construção do questionário

Os itens do questionário, numa primeira fase, foram escritos em inglês. Posteriormente foram traduzidos para português e novamente traduzido para inglês. Esta última tradução foi elaborada com o intuito de se assegurar que os itens traduzidos para o português tinham uma informação semelhante aos itens originais em inglês (Brislin, 1970; Sekaran, 1983), o que significa que a equivalência conceitual foi assegurada. O questionário foi desenvolvido no sentido dos respondentes se poderem focar na sua experiência com a compra da roupa de luxo da marca escolhida.

Com o objetivo de medir a variável atitude, os itens da escala foram construídos com base em investigações de Suntornpithug & Khamalah (2010) e Zhan & He (2011). Os itens da escala da variável normas subjetivas foram construídos de acordo com os estudos de Bearden, Netemeyer & Teel (1989), Suntornpithug & Khamalah (2010) e Zhan & He (2011). Em relação à variável controlo comportamental percebido, os itens foram baseados em Suntornpithug & Khamalah (2010). Os itens de dois constructos relativos à intenção de compra, passa-palavra e propensão a pagar mais, foram medidos com base em Zeithaml, Berry & Parasuraman (1996) e Loureiro & Kastenholz (2011). Por fim, no que concerne à experiência passada e propenção a comprar nos próximos 12 meses, estas variáveis foram medidas de acordo com as investigações de Hansen & Jensen (2009) e Shim, Eastlick, Lotz & Warrington (2001). Os itens destinavam-se a ser respondido segundo uma escala de tipo Likert de 1 (discordo completamente) a 5 (concordo completamente), com a exceção das questões inerentes à experiência passada e propensão a comprar mais.

4.2. Amostra e recolha de dados

Primeiro, realizou-se um pré-teste com 6 indivíduos (estudante de mestrado e profissionais de psicologia), contatados pessoalmente com a finalidade de se verificar a formulação dos itens e a percepção destes face ao pretendido em termos conceituais. Superada a fase de pré-teste, o trabalho de campo deu-se em abril e maio de 2012, mediante uma técnica de snow ball com a utilização de um link disponibilizado na internet. Importando salientar que, para evitar dúvidas de preenchimento, disponibilizamos uma pequena explicação sobre o conceito de luxo que está em análise neste estudo.

Foram recolhidos 192 questionários completos e utilizáveis, sendo a amostra caracterizada, sobretudo, por indivíduos do gênero feminino (68%), sendo os restantes 32% indivíduos do gênero masculino. Relativamente às idades, a maior parte da amostra é constituida por pessoas entre os 25-34 anos, com 52%, seguem-se os indivíduos entre 15-24 anos, com 15%. Por fim, a faixa salarial com maior expressão na amostra é formada por pessoas com ganhos entre 2 a 5 salários mínimo (30%) e, na sequência, as pessoas com ganhos entre 5 a 10 salários mínimos (26%).

4.3. Análise de dados

No que concerne ao tratamento dos dados, aplicou-se a abordagem PLS (Partial Least Squares). A análise PLS foi realizada e interpretada em duas etapas. Primeiro, foi avaliada a adequação das medidas através da avaliação da consistência interna das medidas e da validade discriminante dos constructos (Hulland, 1999). Em seguida o modelo estrutural foi avaliado. A consistência interna composta (composite reliability) foi usada para analisar a consistência interna dos constructos (Fornell & Larcker, 1981). Para determinar a validade convergente, usou-se a variância média das variáveis extraída através dos constructos (AVE - Average Variance Extracted), que deve ser igual ou superior a 0,5 e para avaliar a validade discriminante seguiu-se a regra segundo a qual a raiz quadrada de AVE deve ser maior do que a correlação entre o constructo e os outros constructos do modelo (Fornell & Larcker, 1981). A técnica Bootstrap é usada para estimar a precisão das estimativas da análise PLS e para investigar a significância dos coeficientes beta.

Tenenhaus et al. (2005) propôs a média geométrica da média das comunalidades com a média de R2 (variando entre 0 e 1) como uma medida de overall goodness of fit (GoF) para o PLS. A principal razão para a escolha da análise PLS prende-se com a presença de um grande número de variáveis manifesto e da relativamente reduzida dimensão da amostra (Chin, Marcolin & Newsted, 2003). Atenda-se ainda que os três efeitos de tamanho (effect size) para R2 têm diferentes valores de aceitação de GoF. O efeito de tamanho de R2 (f2) proposto por Cohen & Cohen (1983) é determinado por f 2 =R2/ (1-R2). Assim, os três efeitos de tamanho para R2 incluem o pequeno = 0.02, o médio = 0.13 e o grande = 0.26. Tendo em atenção os critérios de GoF para cada efeito de tamanho, Wetzels, Odekerken-Schröder & Van Oppen (2009) propõe GoFpequeno = 0.1, GoFmédio = 0.25 e GoFgrande = 0.36.

 

5. Resultados

No que concerne à análise do modelo de medida, os resultados mostraram que os item loading das variáveis manifesto excederam o valor de 0.707. A consistência interna composta foi usada para analisar a consistência interna dos constructos, pois foi considerada como uma medida mais exata quando comparada com o Alpha de Cronbach (Fornell & Larcker, 1981). A tabela 1 indica que todos os constructos são fiáveis, uma vez que os valores da consistência interna composta excedam o valor limiar de 0.7. Neste caso todas as variáveis latentes excedem mesmo o valor de 0.8 (Nunnally, 1978). As medidas demonstram também validade convergente dado que AVE é maior do que 0.5, o que é indicativo de que a maior parte da variância é explicada pelas variáveis associadas com um dado constructo do que inexplicada.

As medidas também demonstram validade discriminante, segundo a regra definida no ponto análise de dados (ver Tabela 2).

Os resultados estruturais são apresentados na Figura 2. Nesta investigação foi usada uma abordagem não paramétrica, chamada Bootstrap, para estimar a precisão das estimativas do PLS e para suportar as hipóteses. Seis coeficientes relacionais foram encontrados como sendo significativos ao nível de 0,001, 0,01, e 0,05. Todos os coeficientes significativos apresentaram o sinal esperado.Os valores de GoF e de ƒ2 revelam um bom ajuste de acordo com Wetzels et al. (2009) (ver o ponto 4.3 deste artigo).

 

6. Discussão e conclusões

Através da aplicação do PLS conseguiu-se perceber a relação existente entre as variáveis, o que permitiu confirmar ou não as hipóteses propostas. Desta forma, conseguiu-se verificar que as hipóteses H1, H3 e H4 foram parcialmente confirmadas, as hipóteses H2 e H6 foram totalmente confirmadas e a hipótese H5 não foi confirmada.

Assim, concluímos que a atitude execer um efeito positivo no passa-palavra (H1a), mas não exerce efeito positivo na propensão a pagar mais por roupas de marca de luxo (H1b). A norma subjetiva não exerce um efeito positivo no passa-palavra (H3a), entretanto, exerce efeito positivo na propensão a pagar mais por roupas de marca de luxo (H3b); ou seja, enquanto atitude do consumidor está diretamente relacionada com o passa-palavra, com a avaliação positiva ou negativa (Ajzen, 1991; Kanagaretnam et al., 2009), a norma subjetiva está diretamente relacionada com a pressão social que os indivíduos podem sentir para executar ou não o comportamento (Ajzen, 1991; Chuttur, 2009), o que justifica a probabilidade de pagar mais pela pela roupa de luxo, para sentir-se pertencente ao grupo (Zhan & He, 2011). Por outro lado, o controlo comportamental percebido exerce um efeito positivo tanto no passa-palavra (H2a), quanto na propensão a pagar mais por roupas de marca de luxo (H2b), o que leva a entender que os consumidores têm a percepção da facilidade ou dificuldade em executar o comportamento (Armitage & Conner, 2001; Zhan & He, 2011). Pela experiência passada do consumidor, verifica-se que esta não exerce um efeito positivo no passa-palavra (H4a), o que vai em sentido contrário da lógica comum e de alguns estudos, os quais mencionam que quando uma experiência for positiva, maior é a intenção de compra ou, por outro lado, quando a experiência do consumidor for negativa, menor é a intenção de comportamento voltado à compra (ex., Brakus, Schimitt, & Zarantonello, 2009), influenciando o comportamento de outro consumidores. Entretanto, a experiência passada exercer um efeito positivo na (H4b) propensão a pagar mais, ou seja, a experiência evoca satisfação e fidelidade, mesmo que o consumidor possa pagar um preço mais elevado, ele assim o faz, tendo em vista a satisfação com o marca e o produto de luxo (Dubois & Czellar, 2002; Brakus, Schimitt, & Zarantonello, 2009; Kort et al., 2006).

Observou-se, por fim, que o passa-palavra não exerce um efeito positivo na propensão a comprar mais roupa de marca de luxo (H5), o que vai em sentido contrário à literatura, a qual demonstra a importância do passa-palavra positivo, da comunicação e da troca de pensamento, ideias e comentários entre consumidores, como indutor das intenções de comprar (ex., Loureiro & Kastenholz, 2011; Zeithaml et al., 1996). Por outro lado, verificou-se, que a propensão a pagar mais exerce um efeito positivo na propensão a comprar mais roupa de marca de luxo (H6), o que justifica a atribuição de uma qualidade superior, um prestígio, uma exclusividade, entre outros atributos, aos produtos de luxo, fazendo jus ao preço mais elevado e a disponibilidade em pagar (Baek, Kim & Yu, 2010; Jang & Namkung, 2009; Kort et al., 2006).

6.1. Implicações para a gestão

Em relação às implicações para os gestores das marcas de roupa de luxo no Brasil, estes devem preocupar-se mais com o processo de compra do cliente, deixando este confortável, seguro e confiante das suas escolhas. O preço do produto é outra questão importante. O aumento do preço pode incorrer em perdar a curto prazo, mas aumenta a reputação da marca e traz ao consumidor o aspecto de exclusividade. Além disso, o valor da marca pode diminuir quando se tem um grande número de consumidores. Assim, vale restrigir as vendas e diminuir o fácil acesso. Por fim, as experiências pessoais, sensoriais, afetivas, intelectuais e comportamentais dos consumidores com a marca podem ajudar no estreitamento de relacionamento com o cliente. Para tanto, realizar uma comunicação de marketing que permita aos consumidores perceberem que a marca de roupa de luxo se preocupa efetivamente com o cliente e com suas experiências, poderá espelhar um maior comprometimento afetivo entre o consumidor e a marca de moda de luxo.

6.2. Limitações e linhas de investigação futura

A primeira limitação que identificamos foi a amostra recolhida nas Regiões Sudeste e Nordeste, que poderá limitar a generalização dos resultados a outras regiões do país. Além disso, a aplicação dos questionários em ambientes presenciais pode ajudar na análise do comportamento dos consumidores e na avaliação das percepções de consumo de luxo.

Por outro lado, a falta de conhecimento sobre o que é o luxo, por partes dos inqueridos, poderá ter dificultado a avaliação do comportamento dos consumidores. Contudo, verificou-se que, embora os inqueridos não conhecessem o conceito, estes adquirem e usavam marcas de roupa de luxo.

Investigações futuras terão como intenção colmatar algumas lacunas sofridas neste estudo. Desta forma, pode-se procurar alargar o campo de atuação, estendendo a investigação a todas as outras regiões do país, ou até mesmo a outros países, que não o Brasil.

Finalmente, pode-se reformular ou introduzir novos itens (dimensões aos valores de luxo) ou, reformular os instrumentos de avaliação, de modo a considerar outras dimensões. A introdução de um número alargado de variáveis poderá levar à utilização de outras técnicas estatísticas, nomeadamente as associadas às equações estruturais.

 

Referências

Ajzen, I. (1991). The Theory of Planned Behavior. Organizational Behavior and Human Decision Processes, Vol. 50, 179-211.         [ Links ]

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Processo do artigo
Submetido: 25 julho 2012
Aceite: 15 fevereiro 2013