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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

versão impressa ISSN 2182-5173

Rev Port Med Geral Fam vol.35 no.1 Lisboa fev. 2019

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v35i1.12580 

EDITORIAL

A Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar: o 35º aniversário e o novo ciclo editorial

Rui Nogueira*

* USF Norton de Matos, ACeS Baixo Mondego.

Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence


 

A Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (RPMGF) comemorou em janeiro de 2019 o 35º aniversário. Tem publicação regular desde janeiro de 1984 e é o órgão técnico-científico da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), a referência científica nacional dos médicos de família e da respetiva especialidade. Começou por ser Revista Portuguesa de Clínica Geral, assumindo a designação da especialidade médica e da própria Associação. Em janeiro de 2012, no 28º ano, mudou para o atual título, acompanhando a mudança do nome da especialidade e da Associação. Como escrevia Raquel Braga no Editorial desse número, que assinalou a mudança de nome da RPMGF, “só muda o nome, para outro que se espera mais adequado à maioria dos leitores, à especialidade na qual se enquadra e na qual se revê”.1:7

A RPMGF tem tido notáveis diretores e editores que lideraram equipas dinâmicas de colegas com tarefas editoriais e revisores competentes que construíram e garantiram um valioso património científico ao longo dos 35 anos de publicação. Como me diz Luís Pisco, dirigente da APMGF durante mais de 20 anos, “a RPMGF tem sido ao longo dos últimos 35 anos um precioso instrumento de estudo e de trabalho para os internos e médicos de família Portugueses. Atual e imprescindível, a Revista muito tem contribuído para o prestígio nacional e internacional da nossa especialidade e tem acompanhado a sua evolução e o seu esforço de desenvolvimento profissional contínuo. Os autores, os editores e a APMGF estão de parabéns” (comunicação oral). Sem dúvida que assumimos o valioso percurso e este património que é de todos os médicos de família.

A promoção da partilha do conhecimento e o estímulo à publicação científica é um desígnio da APMGF desde a sua fundação em maio de 1983. Talvez por isso, o primeiro número da RPMGF foi editado antes de a APMGF completar o seu primeiro ano de existência. A medicina geral e familiar afirma-se em todo o mundo desenvolvido como essencial na prestação de cuidados de saúde de proximidade e continuidade, globais e acessíveis. Em Portugal assumiu-se como especialidade médica de referência desde a fundação do Serviço Nacional de Saúde em 1979, e principalmente com o início das carreiras médicas com a publicação do Decreto-Lei n.º 310/82, e todo o desenvolvimento que ocorreu nos anos imediatos em função das necessidades de formação pós-graduada e contínua, sentidas pelos médicos de família.2

Foi neste contexto de desenvolvimento organizativo e científico dos Cuidados de Saúde Primários, impulsionados pela Conferência Internacional de Alma Ata de 1978, que nasceu, em 1984, a Revista Portuguesa de Clínica Geral, atual Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. A rápida e avassaladora evolução da medicina geral e familiar como especialidade médica e dos seus especialistas como médicos da pessoa, humanistas por excelência e por vocação, implica novos desafios. O método científico é uma ferramenta de trabalho indissociável da prestação de cuidados de saúde e indispensável para as organizações e unidades de saúde atuais e de futuro. A RPMGF assume um papel fundamental na evolução e revolução científica e por isso se prepara para o futuro com mudanças que garantam maior grandeza, rigor e agilidade.3

Mário da Silva Moura foi o diretor nos primeiros 15 anos (Quadro I). O primeiro editor da Revista foi Eduardo Mendes a quem sucedeu José António Miranda durante sete anos. Começando por ser uma revista bimestral teve, no entanto, uma edição mensal durante sete anos neste período. Nesta primeira fase havia uma forte componente de conteúdos de caráter socioprofissional e de intervenção em política de saúde.

 

 

Nos dez anos seguintes, a Revista teve quatro diretores e mais de 20 editores (Quadro II). Nesta fase é notória a constituição de equipas de editores. Os diretores tiveram um papel de coordenação editorial e a Revista assumiu uma intervenção mais científica. O número de trabalhos submetidos foi crescente e o trabalho de revisores e de editores foi muito relevante e intenso.

 

 

Nos seis anos seguintes, a Revista teve duas diretoras e vastas equipas de editores (Quadro III). Dezenas de revisores e equipas muito dinâmicas continuaram um trabalho meritório e de reconhecimento inequívoco. A afirmação da especialidade nos centros de saúde era acompanhada pela edição da Revista da Associação com evidente adesão de editores, autores, revisores e leitores.

 

 

Na fase atual, em que assumo a direção da Revista (Quadro IV), decidimos separar as funções de direção e de edição, tendo em conta as necessidades de evolução e inovação, assim como o volume de trabalhos submetidos e o natural e desejável aumento de atividade editorial. A equipa de editores é coordenada por um editor-chefe - Alberto Pinto Hespanhol - e dois editores-adjuntos - Paulo Santos e Tiago Maricoto. Por outro lado, iniciámos um processo inovador de formação de novos editores, de modo a alargarmos a equipa e a capacidade de resposta de publicação. O conceito de editor júnior, com formação específica e acompanhamento da tarefa editorial, está em curso desde 2018 e será um marco histórico. Pela primeira vez, a RPMGF criou um ciclo de formação regular de editores como escola científica de excelência em diversos planos. Estamos convictos de que poderemos evoluir na cultura da partilha sem perder as referências.

 

 

Desde o seu início que a RPMGF viu na publicação em papel o seu grande veículo de divulgação e comunicação. Adaptou-se, porém, com naturalidade à publicação e disseminação digital, estando disponível no seu portal desde 2000 e com indexação nas grandes redes da SciELO e do Índex RMP. Com a evolução tecnológica surgiram novas formas de consulta de informação de natureza científica, bem como de partilha do conhecimento. As novas gerações de leitores obrigaram ao crescimento das edições e divulgações digitais. A passagem da RPMGF ao formato digital exclusivo foi uma inevitabilidade que ocorreu em 2018. O crescimento da sua rede de indexação foi nesse mesmo ano alargada a outras redes, nomeadamente através da criação do DOI pela CrossRef, bem como através do Directory of Research Journals Indexing, da Index Copernicus e da EBSCO, que provocaram um novo fôlego de visibilidade.

A edição digital iniciada em julho de 2018, e ainda em evolução, permitirá alargar a publicação logo que tenhamos maior capacidade de edição. O grupo de 268 revisores completa uma valiosa equipa que permitirá a evolução para um novo ciclo com rigor científico e capacidade de resposta editorial, com garantia de sustentabilidade e enquadrada pelos padrões éticos exigíveis e sempre presentes na nossa Associação. Como no passado, ao longo de 35 anos, a RPMGF mantém independência total e absoluta de qualquer estrutura ou organização externa, formal ou informal.

Pelo seu valor científico e importância prática, mas sobretudo por razões históricas e opção estratégica, a RPMGF contou sempre com a possibilidade de participação de todos os médicos de família, sócios e não sócios da APMGF. O crescimento progressivo de propostas de artigos para publicação e o interesse de leitores, assim como o desenvolvimento tecnológico, obrigaram a reformular a RPMGF ao longo da sua história de 35 anos. Iniciamos um novo ciclo com a edição exclusiva em formato digital, assumindo esta opção inovadora e de estratégia de sustentabilidade para melhor responder às exigências de publicação. A par desta inovação assumimo-nos como revista formadora do seu corpo editorial. A versão digital e a formação de editores são evoluções que marcarão o futuro.

A RPMGF é um património associativo que interessa privilegiar e desenvolver ao longo dos anos com as necessárias adaptações decorrentes da inovação e evolução científica e tecnológica. Contamos com o apoio, com as ideias, com as colaborações e com os esforços de todos os colegas que se encontrem disponíveis para partilhar conhecimento, com rigor e imaginação. O novo ciclo está em curso. A RPMGF está na linha da frente e a Direção da APMGF reconhece este património associativo e assume o valor da RPMGF de forma inequívoca.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Braga R. A Revista Portuguesa de Clínica Geral mudou de nome para Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar [The Portuguese Journal of General Practice has changed its name to Portuguese Journal of Family Medicine and General Practice]. Rev Port Med Geral Fam. 2012;28(1):7-8. Portuguese

2. Ramos V. O ressurgimento da medicina familiar. Rev Crit Ciênc Sociais. 1987;(23):157-68.         [ Links ]

3. Hespanhol A, Maricoto T, Santos P, Nogueira R. O primeiro ano em revisão do novo ciclo da medicina geral e familiar: mudanças e perspetivas Rev Port Med Geral Fam. 2018;34(6):351-2.         [ Links ]

 

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E-mail: rui.artur.nog@gmail.com

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