EDITORIAL

 

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Fernandes, José¹

¹CEGOT | Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Via Panorâmica s/n, 4150-564 Porto, Portugal. jariofernandes@gmail.com 

 

 

Cumpre-me destacar neste número, entre todos, o texto que Márcio Moraes Valença aceitou realizar sobre Edward Soja. Trata-se de uma pequena homenagem a um grande geógrafo, o qual, além da dimensão mundial que tem no âmbito das ciências sociais e em especial na geografia urbana, nos era especialmente próximo, enquanto consultor científico do CEGOT, trazido pela mão de Márcio Valença. Além da homenagem, o texto pretende também dar nota do contributo do geógrafo e suscitar a leitura das suas obras e a reflexão a propósito do seu contributo para o avanço do conhecimento.

Relativamente aos artigos que compõem o corpo central da revista, várias escalas e temas são objeto de abordagem neste oitavo número da GOT. Há leituras essencialmente teóricas e outras onde a dimensão empírica tem a relevância maior. Como habitualmente, os autores têm várias nacionalidades e interesses, merecendo especial destaque o facto de, pela primeira vez, mais de metade dos textos serem assinados por americanos (brasileiros quase todos e cubanos num caso). Do lado europeu, aos portugueses, muitos dos quais membros do CEGOT, há a somar um artigo que nos chega de Barcelona.

Como sempre, os textos estão ordenados pela ordem alfabética do apelido do primeiro autor.

Por esta vez, dispenso-me de os apresentar. Nos seus títulos e resumos poderão todos identificar os temas e compreender o essencial das preocupações dos autores. Quero apenas fazer algumas, poucas e curtas notas.

Em primeiro lugar, para destacar a atenção que merece a relação entre a paisagem e a vegetação e o papel que o ordenamento do território tem vindo a desempenhar ou pode vir a desempenhar nesta relação. Esta preocupação está visível em dois textos sobre a Acacia na Bacia do Arouce e na Bacia do Ceira (Região Centro de Portugal). Não é tanto a vegetação, mas antes a transformação ocorrida em espaços frágeis que é o centro da preocupação de dois outros textos, um que trata a Floresta do Bom Futuro (Rondônia/ Brasil) e outro o litoral de Florianópolis (Santa Catarina / Brasil).

As questões da organização económica e política, nos seus reflexos territoriais e na sua relação com o planeamento, são a preocupação de quatro textos que, com focos diversos, se reportam em três casos ao Brasil (Nordeste e Baía) e outro a Cuba.

Por fim, há um artigo de cariz manifestamente teórico, a propósito de cidadania, outro sobre as feiras e mercados na cidade do Porto e o seu papel na animação da área central e ainda um outro sobre os problemas associados à emigração de jovens na Catalunha.

Como habitualmente, resta-me convidar a todos à leitura de mais este número da GOT, esperando que desfrutem e que com ela possam alimentar, um pouco que seja, o gosto da aprendizagem que deverá continuará a acompanhar-nos vida fora.

 

Porto, 30 de Dezembro de 2015

O editor,

José Alberto Rio Fernandes