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Revista :Estúdio

versão impressa ISSN 1647-6158

Estúdio vol.4 no.8 Lisboa dez. 2013

 

EDITORIAL

EDITORIAL

Olhando para lá do Estúdio: a paisagem

Looking beyond the studio: a landscape

 

João Paulo Queiroz*

 

*Par académico interno / diretor da Revista Estudio. Artista Visual e professor universitário.

AFILIAÇÃO: Portugal, Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, Centro de Investigação e Estudos de Belas-Artes. Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa, Portugal.

 

Endereço para correspondência

 

1. Trinta e nove artigos selecionados entre 82 submissões

Neste número temático da revista Estúdio lançou-se o desafio do tema da paisagem. Como é mote desta publicação, pede-se aos criadores e artistas graduados para debaterem e estudarem a obra de seus companheiros de profissão, outros artistas.

Foram recebidos 82 resumos na primeira fase, que depois de apreciados em double blind review, forma selecionados e deram origem aos 39 artigos originais aprovados e agora apresentados. A seleção feita foi assim restrita a 48% das submissões apresentadas.

Neste oitavo número da Estúdio são agora publicados os 39 artigos, muito diversos. Destes, 31 artigos são de origem ou AFILIAÇÃO exterior, o que significa que a maioria deles tem origem exógena à Universidade de Lisboa. A revista Estúdio continua assim a cumprir, com intencionalidade, um importante critério de validação externa: 80 por cento dos artigos aprovados neste número são de origem externa à instituição de origem.

 

2. A Paisagem como tema

Apreciando este conjunto de artigos sobre a paisagem, pode apreciar-se uma leitura de conjunto, e traçar-se uma apreciação global que poderá guiar algumas leituras no que respeita às tendências abordadas.

Poderemos agrupar, postumamente, os artigos agora publicados segundo quatro eixos temáticos:

 

a. Testemunho da paisagem


b. Perda da paisagem


c. Paisagens urbanas


d. Sustentabilidade

 

No primeiro núcleo, testemunho da paisagem, poderemos considerar os artigos que refletem sobre artistas cuja obra integra uma componente contemplativa, onde se sente a busca de um sentido profundo.

No segundo núcleo, perda da paisagem, agrupámos os artigos que se debruçam sobre formas de resgate de algo que se sente estar perdido. Reflete-se sobre os vestígios de um mundo antigo, sem quebras, sem separações entre o homem e a natureza, ou sobre a nostalgia da sua recuperação através de uma redenção introspetiva.

No terceiro núcleo, paisagens urbanas, encontramos artigos que meditam sobre a textura ambiental urbana e sobre os meios de simulação inerentes aos recursos cenográficos presentes nos espaços públicos e partilhados por um elo social: os espaços codificados.

No quarto núcleo acompanhamos a tendência mais ou menos ativista, onde o artista carrega o peso do perigo, a ameaça sobre os sistemas vivos, e receia o fim das paisagens. A sustentabilidade exige agilidade e alterações nos estilos de vida, exige uma economia reinventada.

Agruparam-se assim os artigos recebidos seguindo uma teia de afinidades, decerto uma organização que radica em critérios de oportunidade temática: encontrar texturas globais no tecido do discurso sobre arte, nos textos dos artistas.

 

3. Paisagem como testemunho

No primeiro núcleo de artigos originais reúnem-se então as abordagens que interrogam a relação testemunhal entre o artista e o seu referente.

Carmen Andreu (Espanha), no texto "La pintura en el reto de la sensibilización sobre el paisaje" apresenta o trabalho de um grupo de investigação HUM-841 da Universidade de Sevilla, constituído em torno da problemática da paisagem. Abordam-se os projetos já cupridos, como Los paisajes de la sal, em torno das marinhas da baía de Cádiz, ou o projeto Diálogos de Piedra y Agua, onde se pesquisa a paisagem da cultura de cereais que fornecia a cultura do pão na localidade de Alcalá de Guadaíra.

O artigo "Amateurismo y fotografía. Consideraciones a propósito de las Rutas Escondidas de Mallorca, de Jesús García Pastor" de Mar Redondo e Pere Freixa (Espanha), sobre a obra fotográfica de Jesús Garcia Pastor, revela-nos um fotógrafo dos anos 50 que, com persistência e algumas modificações nos seus aparelhos fotográficos, compõe paisagens de angulares extremas, riquíssimas na variedade de detalhes e texturas, publicadas no livro Rutas Escondidas de Mallorca.

Vítor dos Reis (Portugal), no texto "Fumo, Vapor e Lava: as Paisagens Incertas de Francisco Afonso Chaves (1857-1926)" prossegue a sua pesquisa em torno do fotógrafo açoriano do começo do séc. XX resgatado do esquecimento, ora refletindo sobre as imagens e das relações com o tema estético do sublime.

O artigo de Carlos Valadares (Brasil) "A paisagem contemporânea de Mario Zavagli" apresenta uma aguarela em particular deste autor, Cachoeira Grande, de 2007, refletindo sobre os limites da sua contemporaneidade.

O artigo "Paisaje, lugar y memoria en la fotografía de Bleda y Rosa" de Marta Marco (Espanha), apresenta as fotografias de María Bleda y José María Rosa onde se apresentam terrenas onde outrora se travaram batalhas: o silêncio de hoje anuncia a sua real insignificância, apontando-se aí a a vaidade da condição humana.

Ascensión Garcia (Espanha) expõe, no texto "Andar-i-ego: una mirada a la obra de Pep Mata" o percurso contemplativo deste fotógrafo, no topo dos Pirinéus, em solidão, e testemunhando no território a sua condição.

 

4. Paisagem como vestígio

Neste núcleo de artigos estão presentes aspectos que podem ser enquadrados numa perspetiva de separação entre o Homem e a Natureza, um estranhamento de ressonâncias antigas, primordiais.

O texto "Andrej filho de Andrej filho de Andrej: uma dádiva" de Rogério Taveira (Portugal) apresenta uma faceta idiossincrática e desconhecida de Rui Chafes, quando abandona algumas das suas peças ao oceano Atlântico, apresentando-se a arte como vestígio destinado ao silêncio, logo na sua produção.

No artigo "Ilhas de Almeida Prado: por uma paisagem sonora imaginária" Ana Cláudia de Assis (Brasil) apresenta o compositor José António de Almeida Prado (1933-2010) e as sua peças de música contemporânea, especificamente uma série, para piano, denominado de ilhas.

Em "Reconocer el territorio: escollos de la representación," Marta Negre Busó (Espanha) debruça-se as fotografías e esculturas de Esteve Subirah, que se interessam pelo desafio de registar, apresentando-se como testemunhos de um resgate.

O texto "O Rio do Ouro: uma ideia de paisagem," de Manuela Bronze (Portugal) reflete sobre um filme de Paulo Rocha (1935-2012) e o modo como a paisagem do Douro é enquadrada, propondo sobre os seus planos uma leitura informada pelos cânones da paisagem da Estética e da História da Arte.

Em "Ficções em torno da paisagem," Paula Almozara (Brasil), aborda a obra do mexicano Sebástian Romo, especificamente as suas máquinas aceleradoras de ficções, em que dioramas panópticos são erguidos como substitutos, à escala 1:1, da paisagem, do lado de fora dos estúdios.

Eugènia Agustí (Espanha), no artigo "De la palabra al encuentro: el preámbulo del paisaje" apresenta as intervenções paisagísticas onde a palabra se cruza com a natureza, em diálogo impossível.

Clóvis Costa (Brasil), no artigo "As paisagens obscuras de Lizângela Torres: incursões noturnas como método" interroga as fotografias transitórias de Lizângela Torres, banais mas inquietantes, invocadoras de quem somos, e para onde vamos. A paisagem devolve ao transeunte a sua caracterização circunstancial profunda.

O artigo "Paisagens latentes em situações tridimensionais" de Sandra Rey (Brasil) debruça-se sobre as fotografias de Ricardo Cristofaro que, através da omissão de contextos, confunde escalas e referentes, e descobre possibilidades de infinito em circunstâncias quotidianas de interpelação.

Joedy Bamonte (Brasil), no artigo "Paisagens Íntimas na Obra de Brígida Baltar: 'Projeto Umidades'" apresenta o projeto de Brígida Baltar, em que se regista um propósito impossível: as fotografias registam a recolha do inefável e do transitório, apresentando-se na sua total fragilidade.

Yuly de Carvalho (Brasil) no texto "La imagen del paisaje como eje central de representación en la obra de la artista Paula Almozara" apresenta as paisagens definidas mas não localizáveis, "não realista e não funcional" que nos remetem para os mapas e as distopias inquietantes de Samuel Butler, ou de Italo Calvino.

Joaquim Cantalozella (Espanha) no artigo "Atravesando bosques: artifícios desde lo natural" apresenta o trabalho de Gerard Ortínque arrasta a limitação dos objetos de registo, das técnicas, nas imagens da natureza, que se nos devolvem contaminadas pelos nossos olhares humanos.

Em "Mergulho na Meia-Praia em visita a Joaquim Bravo," de João Simões (Portugal), revisita a obra de Joaquim Bravo, especialmente as séries da "meia-praia" autor para quem, no final "sobra sempre o quadro".

O texto "Estranyat en el Territori / Embadalit pel Paisatge" de Jordi Morell (Espanha), apresenta a obra de três artistas em confronto, Jordi Colomer (quatro vídeos), Albert Serra (cinema), Francis Alÿs (ação filmada), refletindo sobre o território vasto a ser percorrido, ora a caminho de, ora revelando caminhos de.

Beatriz Rauscher (Brasil), no artigo "A imagem como oásis: o lugar e a paisagem perdida" revela o projeto de Caio Reisewitz e a sua instalação em torno de uma paisagem impressa na janela monumental de um espaço multi-usos com seis piscinas: a cachoeira Ituporanga foi substituída com alguma escala.

Manuel Moreira (Portugal), em "Paisagens de afetos na gravura de Irene Ribeiro" revisita as xilogravuras de Maria Irene Ribeiro, uma das pedagogas de gravura em Portugal que trouxe parte da sua aprendizagem de mestres em São Paulo, na

Fundação Álvares Penteado, como Evandro Jardim. Irene Ribeiro assumiu sempre uma grande afinidade entre as várias modalidades da gravura, com a paisagem.

Em "Paisagem é uma paisagem é uma paisagem é uma paisagem," Carlos Correia (Portugal)apresentaotrabalhodeJoãoJacinto,mostrandoqueparaesteautora pintura é a primeira paisagem, e as suas paisagens se representam nas matérias e na cores.

 

5. Paisagem urbana

Este grupo de artigos caracteriza-se por problematizar a transformação urbana da paisagem. Sobre o horizonte há construções, trajetos, mensagens, cartazes, utilidades, barreiras, funcionalidades.

No artigo "A cidade visível e a cidade tangível: a paisagem urbana como palimpsesto na obra de António Ole," Teresa Matos Pereira (Portugal) visita as paisagens urbanas de Luanda expressas por este fotógrafo, cineasta e criador de ambientes de instalação, evocando a realidade dos musseques.

María Betrán (Espanha), no artigo "Los divertidos paisajes urbanos, rurales y humanos de Maider López" apresenta as intervenções plenas de ironia e de escala urbana desta artista, ora trabalhando os sinais de trânsito, ora os hábitos e as paisagens quotidianos.

No texto "La ciudad caníbal: Los paisajes urbanos de Lima en la visión de Susana Venegas," Mihaela Radulescu (Peru) apresenta a voz do universo urbano texturado e vazio da cidade de Lima pela pintora Susana Venegas.

O texto "Anna Mariani e as casinhas nordestinas" de Silvia Cardoso (Brasil) aborda as fotografias sistemáticas das fachadas das casas populares de diversos Estados brasileiros, como Bahia, Alagoas, Sergipe, Ceará e outros.

O artigo "A viagem e a paisagem dentro-fora no filme de estrada Viajo porque preciso, volto porque te amo, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz" de Marcio Markendorf (Brasil), debruça-se sobre um road movie em que o paisagismo total que passa em redor do carro possibilita a introspeção para o mundo pessoal.

Teresa Carrasco (Espanha), no texto "Gamaliel Rodríguez: el paisaje manufacturado," debate a obra do artista portoriquenho Gamaliel Rodriguez e os seus grandes desenhos com representações detalhadas de entidades mediatizadas e de interesse global.

O artigo "El paisaje como dispositivo transitable: Una lectura posible sobre Marulho (El murmullo del mar), de Cildo Meireles," de María Silvina Valesini (Argentina) apresenta como caso de estudo a instalação el marullo del mar de Cildo Meireles (2007), na VI bienal do Mercosul.

Fernando Gómez (Brasil), no artigo "Metamorfose da paisagem no universo criativo de Agustín Rolando Rojas" debate a obra gráfica deste autor, marcado pelas paisagens psicológicas e introspetivas.

O artigo "La cartografía como paisaje urbano" de Alejandra Maddonni (Argentina) interroga o debate em torno dos mapas e do espaço urbano por autores como de Certeau ou Marc Augé, enquadrando nesta problemática o artista argentino Guillermo Kuitka.

Iratxe Hernández (Espanha) apresenta o artigo "Juan Muñoz. Escenografía de un paisaje urbano imaginado" onde debate a obra escultórica de Muñoz, especificamente as obras metonímicas onde são sugeridos espaços urbanos despersonalizados, ou estrangeiros.

 

6. Paisagem e sustentabilidade

Este conjunto de artigos coloca em evidência a inquietação ecológica da paisagem, e as questões emergentes de uma aproximação sustentável.

José Manuel García (Espanha) apresenta em "La raíz de las constelaciones: El árbol como icono en el paisaje soñado de María Ortega Estepa" a obra desta autora que utiliza a metáfora da árvore como um ser sensível, a proteger.

O artigo "Paisagem fragmentada na gravura de Maria Gabriel" de Joanna Latka (Polónia) estuda a obra gravada de Maria Gabriel, autora formada no contexto da cooperativa Gravura, em Lisboa.

Áurea Muñoz (Espanha) no artigo "Pablo Genovés o la invasión de la naturaleza" pesquisa o universo onírico que este autor corporiza nas vistas distópicas de interiores de palácios inundados e pós apocalípticos.

O texto "Orlando Franco: de Passagem pela Paisagem" de Teresa Palma Rodrigues (Portugal) apresenta as intervenções na paisagem, através de movimentos e trajetos regulares, onde o pisoteio traça polígonos regulares.

Ricardo Maurício Gonzaga (Brasil), no artigo "Remar a vida: mundo como imagem em ação em Oriana Duarte" pesquisa e investiga a série Plus Ultra, em que a artista rema, fazendo desta jornadas e da sua corporalidade sensível o local de mediação.

O artigo "Jornada ao Interior da Paisagem ou the Loneliness of the Long-Distance Runner" Guy Amado (Brasil) observa a proposta de corrida durante 400 km do escultor Túlio Pinto, como uma "performance expandida."

Mar García (Espanha) em "Heterotopías en la obra de Dionisio González" apresenta a obra deste autor que projeta em vistas urbanas do Rio de Janeiro, ou da baía de Halong, estruturas arquitetónicas imaginativas e ilusórias.

 

7. Artigos originais por autores convidados

A encerrar este volume apresentam-se alguns artigos originais por convite, seja da autoria de pares académicos da Estúdio, seja por convite direto a personalidades interventivas nesta área.

Luísa Santos, artista e curadora radicada na Alemanha, apresenta no artigo

"Petrit Halilaj, Poisoned by men in need of some love: uma exposição de histórias que contam a História de um País" o trabalho no campo da instalação, de Petrit Halilaj, artista kosovar que integra a nova paisagem política e relacional europeia nas suas instalações, onde a coleção de um dos museus de Tito, de espécimes de animais embalsamados, vista à época enquanto metáfora de uma pretendida unidade étnica, é confrontada com a degradação da coleção, agora uma outra metáfora, distópica e interpelativa.

A exposição de pintura de Ilídio Salteiro é estudada por João Paulo Queiroz no artigo "Propostas para o centro do mundo," um projeto de fôlego que ocupou as 32 salas do Museu Militar em Lisboa, no ano de 2013, com uma proposta territorial e utópica para uma nova cartografia pessoal e global.

Carlos Tejo debate, em "La infinita resignificación del paisaje en la fotografía" dentro de uma perspetiva globalizante, a diacronia da fotografia no ocidente, desde as experiências de Nièpce até à contemporaneidade.

O projeto multimédia ARTiVIS, de Mónica Mendes, é apresentado num outro artigo de João Paulo Queiroz, "Mónica Mendes e o projeto ARTiVIS: as artes digitais e o ativismo pela natureza." O ativismo artístico cruza-se neste projeto com as novas tendências do design, passando a integrar as dimensões relacionais e sociais implicadas numa atenção especial sobre o ambiente e a sustentabilidade.

Margarida Prieto, no artigo "à espera" toma como objeto de estudo as pinturas a pastel de óleo de João Paulo Queiroz realizadas no próprio terreno, face a face com a paisagem, localizados numa zona muito particular do território português.

Mònica Febrer apresenta os fotógrafos Stéphane Couturier e Eduard Fíguls e Sergey Bratkov no artigo "Artificio, la bella y la bestia del paisaje contemporâneo" encontrando pontos comuns entre o desencanto da violência arquitetónica e os desastres de Goya.

 

Estúdio 8, paisagem e identidades

O interesse manifestado pelo desafio de publicação de artigos sobre paisagem permitiu reunir estes 45 artigos originais, entre artigos a concurso e autores convidados.

A diversidade aqui presente possibilita uma possível cartografia da paisagem, identificando-se algumas rotas mais frequentadas, ou aquelas preocupações que mais ocupam os autores e criadores contemporâneos. Paisagem enquanto testemunho ou vestígio, ora ameaçada ora urbanizada, a paisagem é, desde o pós renascimento, um tema que devolve ao homem um autor emancipado, mas um homem por vezes só. Entre o paraíso e a sua perda, este parece ser um território de representações, de revisitações, de reencontros, de procuras de uma identidade essencial.

 

Endereço para correspondência

 

Correio eletrónico: joao.queiroz@fba.ul.pt (João Paulo Queiroz)

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