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Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

versão impressa ISSN 1646-5830

Acta Obstet Ginecol Port vol.10 no.1 Coimbra mar. 2016

 

EDITORIAL

Editorial

Nuno Clode*

*Editor Chefe da Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence


 

Neste numero da ACTA coligimos três textos sobre um tema - a endometriose - que tem tido uma cada vez maior visibilidade na comunidade muito pelo aumento da consciência, na população feminina, de que as dores menstruais, consideradas no passado como uma fatalidade do género, poderem ser devidas a uma patologia da qual há maior conhecimento sobre a etio-patogenia e para a qual se dispõe de armas terapêuticas cada vez mais eficazes. O texto de Subtil e col1 faz uma revisão sucinta da forma como a terapêutica médica interfere com uma hipotética desregulação da apoptose celular permitindo uma franca melhoria da sintomatologia álgica das doentes. O caso clínico, apresentado por Goulart e col2, aborda um aspecto da doença - implantes fora da cavidade pélvica - que é pouco frequente mas que, quando surge, tem sempre algo de espetacular e bizarro, como ainda recentemente o caso publicado na ACTA3. O artigo de Andrade e col4 mostra os resultados clínicos de uma série de mulheres que apresentavam endometriose profunda e que foram submetidas a tratamento cirúrgico, através de cirurgia minimamente invasiva. Como os autores apontam, o trabalho tem as limitações decorrentes de ser uma pequena série (16 doentes), o que se justifica por provir de um Serviço recentemente instituído, e de se tratar de um estudo retrospectivo mas, além dos bons resultados que apresenta, e que segundo os autores se devem a todos os procedimentos cirúrgicos terem sido realizadas pela mesma equipa cirúrgica, o texto traduz a vontade de um Serviço em dar a conhecer o que faz, como o faz e quais os resultados que obtém.

Com esta edição, a ACTA OBSTETRICA E GINECOLÓGICA PORTUGUESA entra no seu décimo ano. Como em números anteriores, apresenta, como atrás salientado, a experiência de um Serviço numa determinada área da Especialidade de Obstetrícia e Ginecologia. A forma como a revista é distribuída faz-nos crer que chegue a todos os Especialistas e Internos da Especialidade de Obstetrícia e Ginecologia e daí que publicar na ACTA seja uma forma de mostrar o trabalho realizado e os desfechos registados, à comunidade médica em que se está inserido. E, no mundo global de hoje, muita desta informação - os métodos de tratamento, os resultados - termina nas nossas pacientes que tem, através da internet, fácil acesso à informação médica veiculada em revistas de open acess como a ACTA. E, com este conhecimento, é-lhes possibilitada uma maior exigência quanto aos resultados pretendidos e, quiçá, a escolha do local onde querem ser tratadas/orientadas.

Dar a conhecer o que se faz pelo país, tem sido um dos propósitos da revista mas, para isso, é necessário contar com a contribuição de todos os que a nível nacional se dedicam à investigação clínica em Obstetrícia e Ginecologia. Ao longo do ano que terminou, recebemos um numero significativo de textos mantendo-se a balança pendendo para os Casos Clínicos que, ao contrário de outras revistas, a ACTA continua a aceitar. No entanto, queremos deixar aos leitores da ACTA o desafio de contrariarem este tendência com uma maior submissão de séries, quer numa avaliação prospetiva, quer retrospectiva. Pensamos que será fácil de transpôr para o papel o elevado numero de resumos de comunicações orais e posters que se recebem - e aceitam - em cada Congresso. Provavelmente, um texto deste teor será mais complexo de realizar do que uma escrita de um Caso Clínico, não só por poder necessitar de uma analise estatística, nem sempre fácil de executar, mas também exigência de ler e comentar uma bibliografia mais extensa. Mas, como atrás foi dito, é uma maneira de darmos a conhecer, e ficarmos a saber, a forma como diferentes regiões do País, de diferentes Centros, resolvem as mais diversas situações na Especialidade e esse conhecimento, sem duvida, que nos enriquecerá a todos.

Fica pois o desafio.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Subtil S, Dias M. Apoptosis and cellular proliferation in endometriosis: the state of the art. Acta Obstet Ginecol Port 2016;10(1): 34-42.         [ Links ]

2. Goulart P, Vieira S, Cardoso G, Di Martino P, Mairos J. Endometriosis implants after cesarean section: more than a scar - a case report. Acta Obstet Ginecol Port 2016;10(1):70-73.         [ Links ]

3. Ferreira SC, Prata JP, Abreu R, Carvalho A, Pinheiro P. Villar’s Nodulle: a rare case report. Acta Obstet Ginecol Port 2015;9(5): 421-424.         [ Links ]

4. Andrade A, Nogueira B, Reis J, Faustino F, Veríssimo C. Surgical treatment of deep endometriosis: a 16 case series. Acta Obstet Ginecol Port 2016;10(1):15-20.         [ Links ]

 

Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence

Nuno Clode

E-mail: nclode@netcabo.pt