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versão impressa ISSN 1646-107X

Motri. vol.14 no.1 Ribeira de Pena maio 2018

 

ARTIGO ORIGINAL   |   ORIGINAL ARTICLE

 

Avaliação subjetiva global versus avaliação antropométrica de pacientes com HIV

 

Global subjective assessment versus anthropometrical evaluation of patients with HIV

 

 

Carina Freitas de Oliveira1; Ana Luiza de Rezende Ferreira Mendes1; Geam Carles Mendes dos Santos1; Rafaella Maria Monteiro Sampaio1,3; Iramaia Bruno Silva Lustosa1,3; Francisco Regis da Silva2

1Centro Universitário Estácio do Ceará, Curso de Nutrição, Fortaleza, Brasil
2Universidade Estadual do Ceará (UECE), Centro de Ciências das Saúdes, CCS, Fortaleza, Brasil
3Universidade de Fortaleza, UFC, Fortaleza, Brasil

Correspondência para

 

 


RESUMO

A síndrome da imunodeficiência adquirida é identificada pela intensa imunodepressão do hospedeiro, causada pelo vírus da imunodeficiência humana. Assim, objetivou-se analisar o resultado da avaliação subjetiva global com o índice de massa corporal para obtenção do diagnóstico nutricional. Os dados da Avaliacão subjetiva global foram coletados pelos prontuários e logo em seguida foi aferida a avaliação antropométrica, sendo composta por massa corporal e altura. A classificação do índice de massa corporal foi 26,6% baixo peso, 53,4% normal e 20% excesso de peso. Ao correlacionar os resultados da ASG com o IMC, foi possível observar que dos 70% dos pacientes bem nutridos pela ASG, 14% baixo peso, 57% normal, 28% excesso de peso. A população que corresponde a 30% da amostra relativo aos pacientes desnutridos possui uma classificação de índice de massa corporal dividida em: baixo peso e normal. Analisando essa amostra, observou-se que 55% baixo peso e os demais 45% normal. Apesar da maioria dos pacientes estarem eutróficos de acordo com o IMC, a desnutrição esteve presente em um número considerável de indivíduos, superando os casos de excesso de massa corporal.

Palavras-chave: estado nutricional, antropometria, avaliação nutricional.


ABSTRACT

Acquired immunodeficiency syndrome is identified by the intense immunodepression of the host, caused by the human immunodeficiency virus. The objective was to analyze the result of the global subjective evaluation with the body mass index to obtain the nutritional diagnosis. The data of the global subjective evaluation were collected by the charts and immediately afterwards the anthropometric evaluation was evaluated, being composed by weight and height. The classification of the body mass index was 26.6% underweight, 53.4% ​​normal and 20% overweight. When correlating ASG results with BMI, it is possible to observe that of the 70% of patients well nourished by ASG, 14% underweight, 57% normal, 28% overweight. The population corresponding to 30% of the sample for malnourished patients has a BMI classification divided into: low and normal. Analyzing this sample, we have 55% underweight and the other 45% normal. Although most of the patients were eutrophic according to the BMI, malnutrition was present in a considerable number of individuals, overcoming cases of overweight.

Keywords: nutritional status, anthropometry, nutritional assessment.


 

 

INTRODUÇÃO

A síndrome da imunodeficiência adquirida - AIDS, é identificada pela intensa imunodepressão do hospedeiro, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), manifestando-se por uma grande diversidade de sinais e sintomas clínicos. A detecção do HIV ocorreu há pouco mais de três décadas, porém o número de pessoas infectadas e doentes tem aumentado demasiadamente nesse período de tempo (Silva, 2014).

O vírus HIV tem a capacidade de inserir seu material genético em células alvo-hospedeiras, principalmente os linfócitos CD4, os quais constituem células de defesa do sistema imunológico humano. Após a infecção e ampla replicação, o vírus destrói várias células e, em seguida, infecta outras (Perrut et al., 2014).

Atualmente, os pacientes portadores do HIV são tratados com a Terapia Antirretroviral Altamente Ativa (HAART). Foi observado que uso da HAART está acompanhado de alterações metabólicas, principalmente dislipidemia, resistência insulínica, hiperglicemia e redistribuição da gordura corpórea. O uso da HAART foi marcante para o Brasil e trouxe muito impacto na diminuição da morbidade da infecção pelo HIV, onde há uma combinação terapêutica de drogas contendo classe de inibidores de protease, que promove a supressão na replicação viral, elevando assim a sobrevida e a qualidade dos pacientes(Paim, 2011).

A infecção pelo HIV, mesmo na fase assintomática, causa diversas alterações nutricionais, de modo que o estado nutricional de pacientes com HIV/AIDS está frequentemente comprometido ou em risco de comprometimento (Sampaio, 2012).

A desnutrição hospitalar é um problema de saúde pública e está associada ao aumento significativo de morbidade e mortalidade. Estima-se que esteja presente entre 20 a 50% dos pacientes hospitalizados, dependendo dos critérios de avaliação utilizados (NETO et al., 2013).

A avaliação do estado nutricional observa as deficiências isoladas ou globais de nutrientes e classifica os indivíduos quanto ao seu estado nutricional, agindo como instrumento de grande valia para a terapêutica clínica ou dietética, a fim de tentar corrigir o déficit diagnosticado (Ladeira et al., 2012).

A utilização da antropometria na clínica baseia-se em dados objetivos que incluem peso (ou massa corporal) e medidas lineares como altura (ou estatura), espessura das pregas cutâneas, largura de segmentos ósseos e circunferências/perímetros obtidos em diversos segmentos. Alguns são clinicamente úteis quando usados de forma direta e imediata (Fonseca et al., 2013).

A Avaliação Subjetiva Global (ASG) é um método sensível, de baixo custo e não invasivo para a identificação de indivíduos subnutridos ou que apresentam maior risco de sofrer complicações associadas ao seu estado nutricional durante a internação hospitalar (Silva, 2014).

Com o resultado da ASG é possível identificar sinais de comprometimento do estado nutricional, o que permite direcionar as intervenções que devem ser realizadas pelos profissionais da área de saúde (Silva, 2014).

Justifica-se a realização desse estudo para avaliar a relação dos parâmetros antropométricos com a ASG de acordo com o diagnóstico nutricional em pacientes soro positivos, visto que a ASG não depende de equações preditivas, podendo ser mais um indicador na avaliação nutricional desses pacientes.

Portanto, objetivou-se analisar o resultado da ASG com o Índice de Massa Corporal para obtenção do diagnóstico nutricional, em pacientes internados em um hospital de referência no estado do Ceará.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo e transversal, com abordagem quantitativa. Como cenário do estudo, foi escolhido um hospital público referência em doenças infecciosas em Fortaleza, Ceará. A pesquisa foi feita nos meses de março e maio de 2017. A população foi composta por 30 pacientes.

Os critérios de inclusão deste estudo foram: ser pacientes do referido hospital, tanto do sexo masculino como feminino, com diagnóstico de HIV/AIDS, internados nas unidades de internamento do hospital. Os critérios de exclusão envolveram: condição de gestante ou lactante, apresentar edema e/ou ascite, estar em terapia dialítica, usar marcapasso, ser portador de sequela neurológica e/ou motora que impedissem a compreensão do estudo.

Os dados foram coletados por meio de informações dos prontuários com relação à Avaliação Subjetiva Global de pacientes soro positivos para HIV e logo em seguida foi aferida a avaliação antropométrica, sendo composta por peso e altura.

Todas as medidas foram realizadas pelo mesmo avaliador, sendo calculada a média de duas medidas, a qual foi considerada para obtenção dos indicadores antropométricos.

A aferição do massa corporal e altura foram de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde (2011).

O IMC foi calculado pela relação entre a massa corporal dividido pelo quadrado da altura. Para classificação dos adultos acima de 20 anos e menores que 60 anos, foram adotado os pontos de corte: Valores de IMC abaixo de 18,5: baixa massa corporal valores de IMC maior ou igual a 18,5 e menor que 25,0: normal; valores de IMC maior ou igual a 25,0 ou igual a 30,0: excesso de massa corporal (Organização Mundial da Saúde, 1998).

A Avaliação Subjetiva Global é composta por questões que reúnem informações históricas do indivíduo, como massa corporal, alimentação, sintomas gastrintestinais, capacidade funcional, presença de doença e exame físico gastrintestinais, que podem interferir de forma negativa na ingestão alimentar (Silva, 2014).

Em relação à dieta, os pacientes foram questionados sobre mudanças no padrão dietético, atribuindo-se pontos para cada condição alterada. A presença de sintomas gastrointestinais considerou-se significativa quando persistiu por um tempo igual ou superior a duas semanas, de forma frequente. A capacidade funcional foi avaliada comparando as atividades físicas habitualmente executadas pelos pacientes antes da enfermidade e as atuais.

A análise estatística dos resultados foi realizada utilizando-se o programa Microsoft Excel®, 2013, onde as variáveis foram agrupadas e analisadas.

O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética e teve como número de aprovação 121973, conforme a portaria 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 2012). Sendo assim, a coleta de dados não infligiu nenhum dos princípios éticos. A coleta aconteceu após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e aprovação do comitê de ética.

 

RESULTADOS

Obteve-se a participação de 30 pacientes, sendo 30% do sexo feminino e os demais 70% do sexo masculino.

Analisando os resultados obtidos pelo IMC, foi encontrado que 53,4% se encontravam com estado nutricional normal, 20% com excesso de massa corporal e 26,6% dos pacientes apresentavam baixa massa corporal. O IMC médio dessa amostra foi de 20,1.

De acordo com o questionário da ASG, a classificação do estado nutricional na amostra apresentada, foi 70%, totalizando 21 pacientes tiveram o diagnóstico bem nutrido, enquanto 30% que corresponde ao total de 9 pacientes, no estado nutricional situado em desnutrido.

Ao correlacionar os resultados da ASG com o IMC, é possível observar que dos 70% dos pacientes bem nutridos pela ASG, 15% tem baixa massa corporal, 57% normal, 28% excesso de massa corporal. A população que corresponde a 30%, 9 sujeitos da amostra relativo aos pacientes em estado de desnutrição possui uma classificação de IMC dividida em: baixa massa corporal e normal. Analisando essa amostra, temos que 55% está no estado de baixa massa corporal e os demais 45% encontram-se no estado de normalidade, como pode ser observado na tabela 1.

 

DISCUSSÃO e CONCLUSÕES

Ao se realizar uma análise do resultado da ASG com o Índice de Massa Corporal para obtenção do diagnóstico nutricional, em pacientes internados em um hospital de referência, percebeu-se que o IMC é um parâmetro amplamente utilizado nos estudos populacionais para avaliar o estado nutricional de portadores de HIV/aids, possibilitando a avaliação da composição corporal geral, necessitando de outras medidas mais específicas para determinar um diagnóstico nutricional (Pinto, 2016).

Um resultado semelhante foi encontrado no estudo feito por Silva (2015), dos 20 pacientes que participaram da pesquisa tiveram o diagnóstico nutricional de acordo com o IMC, 65% normais, e 15% excesso de peso 20% baixo peso.

De acordo com o estudo realizado por Ladeira (2012) com 37 pacientes assistidos pelo programa de DST/AIDS e Hepatites Virais de um centro de saúde de Itaperuna-RJ, os resultados obtidos pelo IMC foram que 57% dos pacientes foram classificados como normais, 34,5% excesso de peso e 8,5% com baixo peso.

Silva (2012) em seu estudo, mencionou que 53,2% dos pacientes foram classificados normais e 37,1% excesso de peso de acordo com a classificação do IMC.

A maioria dos estudos mencionados, tiveram resultados semelhantes, apenas a pesquisa feita por Pinto (2016) que teve resultados diferentes, o percentual de pacientes com baixo peso de acordo com o IMC foi de 54,3%, 39,1% normais, 6,5% excesso de peso, enquanto nos outros estudos a prevalência foram de pacientes enquadrados na normalidade.

Segundo os resultados presentes no estudo de Neves (2016) o diagnóstico obtido pela ASG foi de 39,5% indivíduos foram avaliados como bem nutridos, 27,0% como em risco de desnutrição ou desnutrição leve e 33,3% como desnutridos graves.

No estudo feito por Borgh (2013) com pacientes internados, foram registrados os resultados da ASG; 76% dos pacientes foram classificados como bem nutridos e 24% foram considerados desnutridos, sendo 18,3% moderadamente desnutridos ou com suspeita de desnutrição e 5,7% gravemente desnutridos.

Kobatake (2014), no seu estudo feito com 100 pacientes internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM), teve como resultado da ASG 68,5% dos pacientes tinham estado nutricional dentro dos padrões da normalidade, 21,0% desnutrição moderada e 10,5% desnutrição grave.

No estudo feito por Azevedo (2016) com 39 pacientes internados em um Hospital público da cidade de Montes Claros (MG), teve como resultado 100% dos pacientes gravemente desnutridos de acordo com  a ASG, e o IMC com prevalência de sobrepeso, contradizendo os resultados encontrados nesse estudo.

Alterações do estado nutricional em pacientes com HIV/AIDS são comuns, complexas e têm sérias repercussões sobre a qualidade de vida. A nutrição tem um papel importante na vida de portadores de HIV/AIDS, pois auxilia a manter o sistema de defesa do organismo, minimiza infecções oportunistas, melhora o tratamento médico e confere uma boa qualidade de vida a este grupo de indivíduos.

Apesar da maioria dos pacientes estarem eutróficos de acordo com o IMC, desnutrição esteve presente em um número considerável de indivíduos, superando os casos de excesso de massa corporal.

Pôde-se perceber ainda que os resultados evidenciaram a importância da utilização de mais de um método de triagem nutricional em pacientes hospitalizados, para obter maior precisão na avaliação, pois como foi observado nos resultados que nem todos os pacientes que apresentaram estado de normalidade no IMC, tiveram diagnóstico de bem nutrido na ASG.

 

REFERÊNCIAS

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Ladeira, P. O. C. & Silva, D. C. G. S. (2012). Estado Nutricional e Perfil Alimentar de Pacientes Assistidos pelo Programa de DST/Aids e Hepatites Virais de um Centro de Saúde de Itaperuna-RJ. DST - Jornal brasileiro de doenças sexualmente transmissíveis, 24(1), 28-31. doi: 10.5533/2177-8264-201224108         [ Links ]

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Agradecimentos:
Agradecemos ao Centro Universitário Estácio do Ceará, pelo total apoio na realização desta pesquisa.
Conflito de Interesses:

Nada a declarar.
Financiamento:
Nada a declarar

 

 

Correspondência para: Centro Universitário Estácio do Ceará. Rua Eliseu Uchoa Beco, 600, Água Fria. CEP: 60810-270, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: aninharez@yahoo.com.br

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