SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.3 número3EDITORIALA influência das orientações motivacionais nas atitudes desportivas em aulas de Educação Física índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Motricidade

versão impressa ISSN 1646-107X

Motri. v.3 n.3 Santa Maria da Feira jul. 2007

 

Intensidade do Negativismo e Autoconfiança em Jogadores de Futebol Profissionais Brasileiros

 

José Vasconcelos-Raposo1

Eduarda Maria Coelho1

Álvaro Cielo Mahl 2

Helder Miguel Fernandes 1

 

1 Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal)

2 Universidade do Oeste de Santa Catarina (Brasil)

 

RESUMO

O objectivo deste estudo foi comparar os jogadores de futebol Brasileiros de vários níveis competitivos e consoante a posição em que jogam, relativamente à intensidade do negativismo e da autoconfiança. Também, pretendemos verificar o grau de associação entre ambas as variáveis, a idade e o tempo de experiência.

A amostra foi constituída por 529 jogadores de futebol profissional Brasileiros de vários níveis competitivos. Foi utilizada uma adaptação do Competitive State Anxiety Inventory – 2 (CSAI-2) 24, recorrendo apenas às escalas de negativismo e autoconfiança. Na comparação dos grupos usou-se o teste t para amostras independentes e a ANOVA (teste post-hoc Scheffé) e o coeficiente de correlação de Pearson para verificar o grau de associação entre as variáveis.

Os resultados demonstraram que os jogadores de nível nacional apresentaram valores inferiores de negativismo e superiores de autoconfiança comparativamente aos de nível regional. Quando se analisou os diferentes níveis de rendimento, considerando também a divisão em que o atleta compete, verificou-se que os atletas da 2ª divisão regional apresentaram valores superiores de negativismo do que os da 2ª divisão nacional e valores inferiores de autoconfiança comparativamente aos jogadores de ambas as divisões de nível nacional. Os valores de negativismo e autoconfiança vivenciados pelos jogadores antes da competição são semelhantes, independentemente da posição que o atleta ocupa em jogo. A idade e a experiência desportiva dos atletas parecem também determinar os níveis de negativismo vivenciados antes da competição, verificando-se uma associação negativa entre estas variáveis. É sugerida a interpretação direccional dos sintomas do negativismo, para uma melhor compreensão deste estado no contexto desportivo.

Palavras-chave: negativismo, autoconfiança, futebolistas profissionais brasileiros

 

Intensity of negativity and self-confidence in brazilian soccer player

ABSTRACT

The purpose of the present study was to analyse Brazilian soccer players’ levels of negativity and self-confidence regarding distinct competitive levels and game positions. We also pretended determine the magnitude and direction of the association between the dependent variables (negativity and self-confidence) and the athlete’s age and sport experience.

A sample of 529 Brazilian professional soccer players completed the negativity and self-confidence subscale of a Portuguese version of the Competitive State Anxiety Inventory – 2 (CSAI-2) 24. While comparing groups we used independent samples t-test (for 2 subgroups) and ANOVA with the Scheffé post-hoc (for 3 or more subgroups). Pearson product-moment coefficients were calculated to determine the association between variables.

Main results demonstrated that the national league players reported lower negativity and higher self-confidence than regional league players. When distinct performance levels were analysed also considering the athlete’s division, 2nd regional league soccer players presented higher negativity than those from the 2nd national league and lower self-confidence than those from both national divisions. Negativity and self-confidence pre-competitive levels didn’t differ according distinct game positions. Age and sport experience correlated negatively with negativity levels before competition. Overall, it’s suggested the need to interpret the negativity symptoms direction for a better acknowledgement of this emotion in the sport’s context.

Key-words: negativity, self-confidence, Brazilian professional soccer players

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

REFERÊNCIAS

1. Bandura, A. (1997). Self-efficacy: The exercise of control. New York: W. H. Freeman and Company.        [ Links ]

2. Barbosa, L., & Cruz, J. (1997). Estudo do stress, da ansiedade e das estratégias de confronto psicológico no andebol de alta competição. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 3, 523-548.

3. Burton, D. (1998). Measuring competitive state anxiety. In J. Duda (Ed.), Advances in sport and exercise psychology measurement (pp. 129-148). Morgantown: Fitness Information Technology.

4. Carvalho, F., & Vasconcelos-Raposo, J. (1998). Caracterização do perfil psicológico de prestação do jogador de futebol (nos diferentes campeonatos nacionais, 1ª divisão, 2ª divisão de honra, 2ª divisão B e 3ª divisão nacional). Unpublished monografia de licenciatura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

5. Coelho, E. M., Vasconcelos-Raposo, J., & Fernandes, H. M. (no prelo). Análise factorial confirmatória de uma versão portuguesa do CSAI-2. Unpublished manuscript, Vila Real.

6. Craft, L., Magyar, M., Becker, B., & Feltz, D. (2003). The relationship between the Competitive State Anxiety Inventory-2 and sport performance: A meta-analysis. Journal of Sport & Exercise Psychology, 25, 44-65.

7. Cruz, J. (1996). Stress, ansiedade e competências psicológicas nos atletas de elite e de alta competição: Um estudo da sua relação e impacto no rendimento e no sucesso desportivo. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 1, 161-192.

8. Cruz, J. (1996). Stress, ansiedade e rendimento na competição desportiva. Universidade do Minho, Braga.

9. Cruz, J., & Caseiro, J. (1997). Competências psicológicas e sucesso desportivo no voleibol de alta-competição. Paper presented at the I Encontro Internacional de Psicologia Aplicada ao Desporto e à Actividade Física, Braga.

10. Davis, J., & Cox, R. (2002). Interpreting direction of anxiety within Hanin's individual zone of optimal functioning. Journal of Applied Sport Psychology, 14, 43-52.

11. Durand-Bush, N., Salmela, J., & Green-Demers, I. (2001). The Ottawa Mental Skills Assessment Tool (OMSAT-3). The Sport Psychologist, 15, 1-19.

12. Golby, J., & Sheard, M. (2004). Mental toughness and hardiness at different levels of rugby league. Personality and Individual Differences, 37, 933-942.

13. Gould, D., Eklund, R., & Jackson, S. (1992). 1988 U.S. Olympic wrestling excellence: I. Mental preparation, precompetitive cognition, and affect The Sport Psychologist, 6, 358-382.

14. Gould, D., Eklund, R., & Jackson, S. (1992). 1988 U.S. Olympic wrestling excellence: II. Thoughts and affect occurring during competition The Sport Psychologist, 6, 383-402.

15. Hanton, S., Thomas, O., & Maynard, I. (2004). Competitive anxiety responses in the week leading up to competition: The role of intensity, direction and frequency dimensions. Psychology of Sport and Exercise, 5, 169-181.

16. Highlen, P., & Bennett, B. (1983). Elite divers and wrestlers: A comparison between open- and closed-skill athletes. Journal of Sport Psychology, 5, 390-409.

17. Jones, G., & Hanton, S. (2001). Pre-competitive feeling states and directional anxiety interpretations. Journal of Sports Sciences, 19, 385-395.

18. Jones, G., & Swain, A. (1992). Intensity and direction as dimensions of competitive state anxiety and relationships with competitiveness. Perceptual and Motor Skills, 74, 467-472.

19. Jones, G., & Swain, A. (1995). Predispositions to experience debilitative and facilitative anxiety in elite and nonelite performers. The Sport Psychologist, 9, 201-211.

20. Jones, G., Swain, A., & Hardy, L. (1993). Intensity and direction dimensions of competitive state anxiety and relationships with performance. Journal of Sports Sciences, 11, 525-532.

21. Krane, V., & Williams, J. (1994). Cognitive anxiety, somatic anxiety, and confidence in track and field athletes: The impact of gender, competitive level and task characteristics. International Journal of Sport Psychology, 25, 203-217.

22. Mahl, A., & Vasconcelos-Raposo, J. (2005). Perfil psicológico de prestação, orientações cognitivas e negativismo do jogador brasileiro de futebol profissional. Unpublished dissertação de mestrado, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

23. Martens, R. (1977). Sport competition anxiety test. Champaign: Human Kinetics.

24. Martens, R., Burton, D., Vealey, R., Bump, L., & Smith, D. (1990). Development and validation of the Competitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2). In R. Martens, R. Vealey & D. Burton (Eds.), Competitive anxiety in sport (pp. 117-213). Champaign: Human Kinetics.

25. Martens, R., Vealey, R., & Burton, D. (1990). Competitive anxiety in sport. Champaign: Human Kinetics.

26. Perry, J., & Williams, J. (1998). Relationship of intensity and direction of competitive trait anxiety to skill level and gender in tennis. The Sport Psychologist, 12, 169-179.

27. Rodrigues, R., & Cruz, J. (1997). Auto-confiança, ansiedade e rendimento na natação de alta competição: Estudo com os atletas de elite nacional. Psicologia: Teoria, investigação e prática, 3, 491-521.

28. Salgado, M., & Baptista, A. (1999). Ansiedade e competências de coping em atletas de ténis de mesa. Unpublished dissertação de mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa.

29. Silva, D., & Vasconcelos-Raposo, J. (2002). Perfil psicológico de prestação e orientação cognitiva do jogador de futsal. Unpublished monografia de licenciatura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

30. Silva, M., & Coelho, E. (2006). Orientação motivacional e negativismo competitivo em praticantes de canoagem de elite. Unpublished monografia de licenciatura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

31. Silva, P., & Vasconcelos-Raposo, J. (1997). Duplicação do estudo das diferenças de perfil psicológico de prestação, ansiedade e orientação cognitiva entre quatro equipas juvenis de basquetebol segundo a classificação obtida. Unpublished monografia de licenciatura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

32. Simões, P., & Vasconcelos-Raposo, J. (1995). Diferenças de perfil psicológico de prestação, ansiedade e orientação cognitiva entre quatro equipas juvenis de basquetebol, segundo a classificação obtida. Unpublished monografia de licenciatura, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

33. Tabachnick, B., & Fidell, L. (1996). Using multivariate statistics (3ª ed.). Northridge: HarperCollins College Publishers.

34. Taylor, J. (1996). Intensity regulation and athletic performance. In J. Raalte & B. Brewer (Eds.), Exploring sport and exercise psychology (pp. 75-106). Washington: American Psychological Association.

35. Thomas, P., & Over, R. (1994). Psychological and psychomotor skills associated with performance in golf. The Sport Psychologist, 8, 73-86.

36. Vasconcelos-Raposo, J. (1993). Os factores psico-sócio-culturais que influenciam e determinam a busca da excelência pelos atletas de elite desportiva portuguesa. Unpublished Tese de Doutoramento, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real.

37. Vasconcelos-Raposo, J. (2000). Explorando as limitações do conceito de ansiedade no desporto. ALEU: Revista de Desporto da UTAD, 2, 47-66.

38. Vasconcelos-Raposo, J. (2002). Motivação para a competição e treino: O caso das selecções portuguesas de natação. In O. Gonçalves & J. Vasconcelos-Raposo (Eds.), Estudos de psicologia do desporto e saúde (pp. 71-87). Montes Claros: Funorte.

39. Vasconcelos-Raposo, J. (2005). Motivação para a competição e treino: O caso das selecções portuguesas de natação. Estudos de Psicologia do Desporto, Saúde e Actividade Física, 1, 67-84.

40. Vasconcelos-Raposo, J. (Ed.). (1995). Diferenças por classificação no nível de ansiedade cognitiva, somática e auto-confiança: UTAD.

41. Vasconcelos-Raposo, J., & Aranha, A. (2000). Algumas considerações sobre o treino mental. In J. Garganta (Ed.), Horizontes e órbitas no treino de jogos desportivos Porto: Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto.

42. Vealey, R. (1986). Conceptualization of sport-confidence and competitive orientation: Preliminary investigation and instrument development. Journal of Sport Psychology, 8, 221-246.

43. Weinberg, R., & Gould, D. (2001). Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício (2ª ed.). Porto Alegre: Artmed.

 

Data de submissão: Maio 2007

Data de Aceite: Julho 2007

 

Correspondência:

José Vasconcelos-Raposo

Rua Dr. Manuel Cardona

5000–558 Vila Real. Portugal

E-mail: j.vasconcelos.raposo@gmail.com

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons