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Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  no.55 Lisboa set. 2017

https://doi.org/10.23906/ri2017.55a02 

ANÁLISE DE POLÍTICA EXTERNA: TENDÊNCIAS E DINÂMICAS

 

Previsivelmente incoerente: Uma análise preliminar da política externa de Donald Trump

Predictably Incoherent: A Preliminary Analysis of Donald Trump’s Foreign Policy

 

Luís da Vinha

Doutorado em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e professor de Ciência Política na Valley City State University (North Dakota, Estados Unidos).

 

RESUMO

A eleição de Donald Trump tomou o mundo de surpresa. Trump venceu as eleições presidenciais americanas apresentando um programa de política externa com um forte sentimento de afiliação nacional. Muitos estados aliados e comentadores estão preocupados com o facto de que Trump possa encetar uma inversão temporária do internacionalismo tradicional americano ou mesmo hipotecar a ordem liberal global. Os primeiros meses da presidência Trump evidenciam uma política externa marcada pela incoerência. O artigo argumenta que a incoerência política resulta do estilo de liderança de Trump. Mais concretamente, o artigo apresenta um perfil do estilo de liderança de Trump assente numa análise da sua aspiração por poder, sentido de eficácia e competência, complexidade cognitiva, inteligência emocional e experiência e engenho político.

Palavras-chave: Donald Trump, estilo de liderança, incoerência política, política externa.

 

ABSTRACT

The election of Donald Trump took the world by surprise. Trump won the us presidential election by presenting a foreign policy program emphasizing a strong sense of national affiliation. Many allied countries and political commentators are worried that Trump might embark on a temporary reversal of traditional American internationalism or even endanger the liberal global order. The initial months of Trump’s presidency reveal a foreign policy marked by incoherence. The article argues that the policy incoherence results from Trump’s leadership style. More precisely, the article presents a profile of Trump’s leadership style based on an analysis of his aspiration for power, sense of efficacy and competence, cognitive complexity, emotional intelligence, and political experience and skill.

Keywords: Donald Trump, foreign policy, leadership style, policy incoherence.

 

INTRODUÇÃO

Desde os meados do século XX, os Estados Unidos tornaram-se na maior potência mundial. Capitalizando nos seus recursos naturais e humanos, os líderes americanos utilizaram o seu imenso poder político, económico, militar e cultural para tentar moldar o comportamento dos outros estados e criar uma ordem internacional que salvaguardasse os interesses americanos. A estratégia para atingir estes objetivos variou de acordo com cada administração1. Contudo, apesar das diferenças, todos os presidentes e suas administrações partilharam um compromisso comum em sustentar um projeto de ordem global liderado pelos Estados Unidos2. Cientes de que o mundo se encontrava cada vez mais interdependente em termos económicos e de segurança, os líderes americanos do pós-guerra acreditavam que a melhor maneira de assegurar o interesse nacional era por meios internacionalistas3. Mais concretamente, a segurança e prosperidade americana só podia beneficiar da criação e manutenção de uma ordem internacional sob a liderança e tutela americana.

A ordem internacional liberal começou a ser estabelecida após a Segunda Grande Guerra e consolidou-se ao longo dos últimos 75 anos. Com a cooperação europeia e de outros estados democráticos, os Estados Unidos conseguiram integrar um número cada vez maior de estados numa rede complexa de organizações e instituições que promovem um conjunto de princípios e regras, entre as quais o comércio livre, a cooperação multilateral, a democracia e o cosmopolitismo4.

A liderança da ordem liberal tem acarretado custos acrescidos para os Estados Unidos. Liderar implicou maiores custos militares a defender e a promover a ordem liberal e alguns constrangimentos políticos e económicos. Porém, os benefícios resultantes têm sido habitualmente exaltados. Os adeptos da ordem liberal apontam para os benefícios económicos e políticos que os Estados Unidos colheram ao longo destas décadas. O crescimento económico dos Estados Unidos deve-se, em grande parte, à contínua abertura de mercados resultante da crescente integração de países na ordem liberal. Igualmente, as alianças e acordos de segurança internacionais têm contribuído para suprimir conflitos maiores, pelo menos entre as grandes potências. O poder e a influência americanos têm-se multiplicado através da promoção de instituições internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (nato) e a Organização das Nações Unidas (ONU). Portanto, como Hal Brands esclarece,

internacionalismo americano nunca foi uma questão de caridade. Ele simplesmente representou uma forma de nacionalismo esclarecido de soma positiva, baseada na ideia de que os Estados Unidos podem melhor alcançar a sua própria segurança e prosperidade ajudando os outros a se tornarem seguros e prósperos.»5

Embora este consenso se tenha vindo a enfraquecer desde o final da Guerra Fria, a eleição de Donald Trump tem desassossegado muitos investigadores e comentadores de política externa. Muitos estão angustiados que Trump possa encetar uma inversão, embora temporária, do internacionalismo tradicional americano, relegando a liderança internacional para outros estados6. Outros estão mais apreensivos e temem que Trump possa hipotecar a própria ordem liberal global7. Segundo este raciocínio, a agenda política de Trump e a sua materialização inicial «corre o risco de afastar aliados e parceiros dos EUA, expondo os americanos à instabilidade global e à retaliação económica, acelerando o fim do mundo que os Estados Unidos construíram»8. Outros, todavia, depositam otimismo na política externa de Trump. O académico Matthew Kroenig reflete esta esperança quando afirma que os primeiros meses da Administração Trump revelam já uma retificação dos fracassos da Administração Obama e um reposicionamento para lidar eficazmente com os desafios internacionais9.

Porém, os primeiros meses da presidência Trump evidenciam uma política externa marcada pela incoerência. Nas seguintes secções analisamos os principais traços da política externa da Administração Trump, começando por identificar as propostas mais relevantes da campanha presidencial de 2016. Posteriormente, avaliamos a forma como a Administração tem tentado implementar a sua agenda política, identificando algumas das inconsistências mais significativas. Por fim, analisamos o estilo de liderança de Trump de forma a tentar explicar a natureza da incoerência da sua política.

 

PROMESSAS DE «AMERICA FIRST»

Donald Trump conquistou a presidência cavalgando uma agenda de rutura política enquanto candidato por um dos principais partidos de poder americano. Mais concretamente, Trump apresentou-se como o candidato antissistema, criticando e denunciando ferozmente a ineficácia, incompetência e corrupção em Washington10. Num estilo pouco ortodoxo, Trump atacou candidatos democratas e republicanos ao longo da sua campanha. Na sua longa lista de críticas, Trump salientava o declínio do poder global dos Estados Unidos e a sua exploração por parte de aliados e adversários. Embora de forma errática, Trump articulou um programa de política externa em consonância com a sua narrativa populista e que assentava num discurso antielitista, de desconfiança no conhecimento técnico e científico e num forte sentimento de afiliação nacional11.

Os temas políticos abordados por Trump não se alteraram muito ao longo das últimas décadas. Muitos dos comentários da sua campanha eleitoral reiteram críticas que Trump tem expressado desde que se tornou uma figura pública12. Porém, na campanha eleitoral Trump utilizou o convite da revista National Interest para apresentar as suas principais propostas de política externa13. Trump denunciou o fracasso da política externa americana desde o término da Guerra Fria. Segundo o candidato, os líderes políticos – de ambos os partidos – foram incapazes de desenvolver uma «nova visão» para lidar com os desafios da nova conjuntura internacional. Trump foi particularmente crítico das políticas de promoção de instituições e regimes democráticos cujos resultados finais unicamente contribuíram para um surto de guerras civis e do fanatismo religioso, bem como para a perda de vidas e recursos financeiros americanos14. Esta falta de visão e liderança criou, segundo o candidato, cinco grandes debilidades para a política externa americana atual. A primeira resulta da sobre-extensão dos recursos nacionais – o que Trump atribui ao enfraquecimento económico provocado pelas políticas de Obama.  O segundo problema resulta da prevaricação dos aliados que não cumprem com os seus compromissos financeiros, políticos e humanos. O terceiro contratempo reflete-se na desconfiança dos aliados tradicionais na liderança americana. Segundo Trump, a Administração de Obama abandonou e hostilizou vários países aliados. Por sua vez, a irresolução política da anterior administração também fez com que os adversários não respeitem o poder dos Estados Unidos. Por último, Trump denuncia a falta de objetivos claros por parte de Obama na condução da política externa.

De forma a colmatar estes desafios, Trump assegurou que iria restituir uma política que estivesse ao serviço, antes de mais, dos americanos: «"America First" (América Primeiro) será o primeiro e principal tema da minha administração»15. Por conseguinte, Trump propôs implementar «uma política externa coerente, baseada nos interesses americanos e nos interesses partilhados com os nossos aliados»16. O combate ao «islão radical» assumia-se como a primeira prioridade. A contenção da ameaça do radicalismo islâmico far-se-ia em conjunto com os aliados no exterior, bem como domesticamente através da alteração das políticas de imigração. No que concerne a questão da imigração, Trump foi perentório a delinear uma política muito mais agressiva na blindagem das fronteiras americanas, nomeadamente implicando a suspensão temporária da imigração oriunda das regiões «mais perigosas e voláteis do mundo que tenham uma história de exportação do terrorismo»17.

Num discurso realizado em agosto dedicado exclusivamente ao radicalismo islâmico, Trump reforçou a necessidade de unir os aliados americanos na Europa e no Médio Oriente – nomeadamente através da realização de uma conferência internacional convocada especificamente para lidar com este assunto –, bem como cooperar com a Rússia para poder derrotar o Estado Islâmico (IS) e outros grupos radicais18. Segundo o candidato Trump, a derrota do terrorismo radical islâmico obriga a nada menos do que à prossecução de uma «guerra ideológica» semelhante à que o Ocidente instituiu para vencer a ameaça comunista durante a Guerra Fria. Por conseguinte, Trump garantiu que o seu governo iria combater a ideologia do ódio e da violência, nomeadamente denunciando «a opressão de mulheres, homossexuais e pessoas de diferentes fés», bem como «a prática horrível dos assassinatos de honra, onde as mulheres são assassinadas por seus parentes por se vestir, casar ou agir de maneira que viola os ensinamentos fundamentalistas»19. Por seu turno, os Estados Unidos, em colaboração com os seus aliados, iriam reforçar os valores e instituições ocidentais, pois o «fortalecimento e a promoção da civilização ocidental e dos seus feitos farão mais para inspirar reformas positivas em todo o mundo do que as intervenções militares»20.

Em complemento, Trump também se comprometeu a fortalecer o setor militar americano, nomeadamente através de um investimento massivo na modernização das forças convencionais e nucleares. Para o candidato, «a nossa dominância militar tem de ser inquestionável»21. Em Filadélfia, num discurso dedicado à defesa nacional, Trump anunciou a sua proposta ambiciosa para as Forças Armadas americanas22:

  • aumentar o número de efetivos do Exército para 540 mil soldados em serviço ativo23;
  • reconstruir a Marinha com o objetivo final de dispor de 350 navios de guerra24;
  • dotar a Força Aérea com 1200 aviões de combate25;
  • aumentar o corpo de Fuzileiros para 36 batalhões26;
  • aumentar o investimento no sistema de defesa antimíssil da Marinha (modernização dos sistemas de defesa dos cruzadores e contratorpedeiros);
  • criação de capacidades de ciberguerra (ofensivas e defensivas) de última geração;
  • racionalização dos processos de aquisições e eliminação de programas desnecessários e redundantes.

A realização do desígnio militar implica, consequentemente, a necessidade de reforçar o crescimento económico através da alteração das políticas económicas, comerciais e de imigração. Há várias décadas que Trump é crítico dos acordos económicos internacionais celebrados pelos Estados Unidos. Durante a campanha eleitoral, ele foi inequívoco na sua condenação dos «dirigentes que veneram o globalismo mais do que o americanismo»27. Em particular, o candidato destacou os efeitos devastadores para a economia americana da institucionalização do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) e da participação da China na OMC, bem como dos perigos resultantes da criação do Acordo de Associação Transpacífico (TPP). Portanto, Trump garantiu que iria abandonar o TPP, bem como renegociar os acordos económicos com os parceiros comerciais – ou abandoná-los por completo se não conseguisse condições mais favoráveis para os Estados Unidos. Do mesmo modo, o candidato assegurou que iria reequilibrar a relação comercial com a China, começando por declarar o país como um «manipulador de moeda», e instaurar processos contra as práticas comerciais da China junto dos órgãos jurídicos nacionais e na OMC28. Todavia, o ímpeto nacionalista não se limita aos acordos comerciais. Trump tem continuamente rejeitado todos os constrangimentos à soberania americana, revelando desconfiança de quaisquer «associações internacionais que nos amarram e que prejudicam os EUA» e, consequentemente, nunca afiliar-se-á a «qualquer acordo que reduza a nossa capacidade para controlar os nossos próprios assuntos»29.

Embora polémico como candidato, as propostas de política externa de Trump receberam apoios em vários quadrantes dos Estados Unidos. O talento de Trump e a sensatez das suas propostas foram salientados em inúmeros meios de comunicação30. Por exemplo, o diretor do Democracy Institute e periodista, Patrick Basham, salientou as vantagens da flexibilidade política de Trump e comparou a sua abordagem aos ensinamentos articulados em A Arte da Guerra de Sun Tzu31. Mesmo políticos experientes deram o benefício da dúvida a Trump. De forma ilustrativa, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger afirmou que a eleição de Trump proporciona uma «oportunidade extraordinária» em termos internacionais e sugere que o estilo não convencional de Trump pode potencialmente gerar resultados «notáveis»32.

E, contrariamente à convicção popular de que Trump venceu devido ao apoio massivo das classes menos letradas, no que concerne à política externa, Trump obteve o apoio de vários académicos prestigiados. Durante a campanha eleitoral, Stephen Walt, embora de forma hesitante, admitiu que era necessário reconhecer que Trump tinha feito algumas propostas «perfeitamente sensatas e incontestáveis sobre a política externa»33. Mais concretamente, Walt destacava o enfoque de Trump numa política externa assente, antes de mais, no interesse nacional americano (em contraste com a visão internacionalista), no fim do aproveitamento abusivo por parte dos aliados e na efetiva repartição dos custos da segurança coletiva e, finalmente, na rejeição de intervenções ambiciosas de nation building. John Mearsheimer exprimiu uma expectativa semelhante. Segundo Mearsheimer, se Trump for capaz de derrubar os interesses instalados em Washington e adotar uma política externa realista, «pode alterar profundamente a política externa dos Estados Unidos para melhor»34. De facto, Edward Luttwak reiterava a fé realista no poder da estrutura internacional para moldar a ação dos estados e seus dirigentes para tranquilizar quaisquer eventuais anseios sobre a retórica pouco ortodoxa de Trump ao assegurar que, uma vez empossado, a «inevitável normalização» instalar-se-ia na sua política externa35.

Por sua vez, alguns mais relutantes reconfortavam-se com a esperança que Trump se iria rodear dos «melhores e mais capazes»36. De acordo com os mais esperançados, as escolhas para a sua administração seriam determinantes para condicionar o comportamento que Trump demonstrou ao longo da campanha e ajudar o novo presidente a governar eficazmente37.

 

UM INÍCIO ERRÁTICO E INCOERENTE

Não obstante as inúmeras expectativas, os primeiros meses da Administração Trump revelam tudo menos «normalidade». Domesticamente, a Administração encontra-se enredada na polémica à volta do envolvimento russo no processo eleitoral americano e vários membros do Governo não conseguem livrar-se das críticas à falta de transparência relativamente aos seus negócios. Igualmente, embora o Partido Republicano detenha o controlo da presidência e de ambas as câmaras do Congresso, a implementação da agenda legislativa dos republicanos tem encontrado forte resistência. Consequentemente, muitas das promessas mais emblemáticas de Trump tardam em materializar-se – e.g., reforma da política de saúde, reforma fiscal e programa de investimento em infraestruturas38.

No campo da política externa, Trump tem criado agitação e incerteza. Nas semanas após as eleições, Trump continuou a atordoar a comunidade internacional com um conjunto de declarações provocantes, nomeadamente anunciando um aumento significativo do arsenal nuclear americano39, censurando o comportamento económico abusivo da China40, e prometendo maior cooperação internacional com a Rússia41. Após a sua tomada de posse, Trump continuou a gerar polémica internacional. Embora uma descrição exaustiva das políticas da Administração Trump seja inexequível, é, contudo, possível e útil identificar algumas das iniciativas mais emblemáticas dos primeiros seis meses de mandato.

Trump iniciou o seu mandato emitindo uma ordem executiva polémica que procurava limitar o acesso aos Estados Unidos por parte de cidadãos de vários países predominantemente muçulmanos – i.e., Iémen, Iraque, Irão, Líbia, Síria, Somália e Sudão. A Administração Trump argumentava que era necessário suspender a entrada de indivíduos oriundos destes países por razões de segurança nacional. Trump associava a ameaça do terrorismo doméstico à presença de estrangeiros radicalizados nestes países. Por conseguinte, a Administração procurou suspender a entrada generalizada destas populações de forma a desenvolver e implementar um processo de triagem mais eficiente. O facto de os ataques terroristas nos Estados Unidos terem sido empreendidos na esmagadora maioria dos casos por cidadãos americanos e por indivíduos naturais de outros países – e.g., Arábia Saudita, Egito, Emiratos Árabes Unidos, Líbano e Paquistão – pouco pesou na consideração da Administração. Contudo, a iniciativa rapidamente encontrou resistência e a Administração foi confrontada com processos jurídicos que têm mitigado o eventual impacto da medida42.

Em termos diplomáticos, Trump tem mantido um conjunto de encontros e contactos regulares com inúmeros líderes mundiais. A característica mais saliente destas interações tem sido o embaraço regular das afirmações e atitudes do Presidente que obrigam a Administração a ter de emitir esclarecimentos posteriores sobre o verdadeiro significado das suas palavras ou comportamento43. Outra característica marcante da diplomacia pessoal de Trump é a sua disposição para evidenciar uma postura mais crítica para com os aliados tradicionais dos Estados Unidos, enquanto revela uma maior acomodação a líderes autocráticos44. Em particular, Trump tem demonstrado o tom significativamente conciliatório com a China. Apesar da retórica da campanha, numa conversa com Xi Jinping, o Presidente reiterou o apoio americano à política de «China única»45. De forma semelhante, algumas semanas mais tarde, Trump anunciou que não iria designar a China como um país «manipulador de moeda», contrariamente ao que prometera durante a campanha eleitoral46. Muitos comentadores fundamentam esta mudança de atitude com base na estratégia negocial de Trump para lidar com a Coreia do Norte. De facto, depois do seu encontro com Xi Jinping em abril, o Presidente demonstrou forte convicção de que a China podia resolver a crise ao pressionar o regime de Kim Jong-un a abandonar o seu programa nuclear47.

Contudo, Trump também tem ameaçado utilizar meios militares para tentar influenciar o comportamento da Coreia do Norte. Responsáveis americanos advertiram a Coreia do Norte em várias ocasiões que, caso não abandonasse o seu programa de armamento nuclear, «todas as opções estão na mesa»48. O próprio Presidente admitiu, numa entrevista com a agência Reuters, que podia haver «um conflito significativo» com a Coreia do Norte se a situação não fosse resolvida por meios diplomáticos49. Esta retórica está em sintonia com as propostas incluídas em North Korea Policy Review concluído em abril pelo Conselho de Segurança Nacional. O estudo recomenda a aplicação de um conjunto de pressões económicas e militares de forma a obrigar Pyongyang a por fim as suas ambições nucleares50.

A propensão para soluções militares tem sido evidenciada em várias ocasiões ao longo dos primeiros seis meses da presidência. A Administração tem hesitado em concretizar as suas ameaças à Coreia do Norte apesar dos contínuos testes de mísseis por parte do regime de Kim Jong-un. Todavia, a Administração Trump tem levado a cabo operações militares no Iémen51, no Afeganistão52, no Iraque e na Síria. Recentemente, a Administração anunciou o envio de mais quatro mil militares americanos para o Afeganistão53. Este aumento do número de efetivos, a par com o aumento vultuoso de baixas civis, refletem o crescente envolvimento militar americano na região54. A orientação para soluções militares é igualmente evidenciada nas propostas orçamentais da Administração. Determinado em cumprir as promessas de campanha, Trump propôs um aumento de 54 mil milhões de dólares para o orçamento de defesa (um aumento de dez por cento relativamente a 2017) e cortes draconianos nos orçamentos do Departamento de Estado e outras entidades envolvidas na assistência externa55.

Porém, enquanto a dimensão militar da Administração Trump ganha relevo, a falta de uma estratégia compreensiva é evidente. A Administração tem demonstrado dificuldade em articular uma visão estratégica para atingir os seus objetivos internacionais. Os próprios objetivos são muitas vezes imprecisos. Por exemplo, a falta de estratégia está patente na proposta de orçamento. Trump há muito que identificou o terrorismo islâmico como o principal desafio a combater. Todavia, o seu investimento na defesa procura reforçar meios militares convencionais. A dificuldade em conciliar estes meios para derrotar um adversário que utiliza estratégias assimétricas continua por esclarecer.

De forma semelhante, em março, num corte com a política da Administração Obama, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, anunciou que o objetivo dos Estados Unidos na Síria já não implicava a remoção de Bashar al-Assad da presidência56. Numa reunião em Ancara, o secretário de Estado, Rex Tillerson, reiterava a convicção de que «a situação de longo prazo do Presidente Assad será decidida pelo povo sírio»57. Estas declarações eram consistentes com as orientações de uma política de «America First», na qual os Estados Unidos só interviriam em situações de indubitável interesse nacional, e com as declarações do próprio Presidente de que a Síria não era um problema americano58. Contudo, após o regime de Assad ter utilizado armas químicas na região de Idlib, Trump ordenou um ataque a uma base aérea síria sob pretextos humanitários. Embora membros da Administração exaltassem o facto de terem demonstrado a renovada determinação americana, a falta de uma estratégia para lidar com a Síria rapidamente ficou patente quando as forças de Assad continuaram a atacar a população com armas convencionais e a Administração não agiu59.

A relação com a Rússia corrobora a falta de uma doutrina estratégica para lidar com os desafios globais. Durante a campanha, Trump assegurou repetidamente que iria melhorar as relações entre os dois países. Mais concretamente, Trump previa maior cooperação no combate contra o terrorismo, nomeadamente ao Estado Islâmico (IS), e na estabilização política no Médio Oriente. Uma vez eleito, Trump continuou a enaltecer a liderança de Putin e a expressar confiança numa maior cooperação com Moscovo. Contudo, os primeiros seis meses da sua Administração revelam uma incongruência notável entre as palavras e as ações da Administração. Enquanto o Presidente procura evitar criticar abertamente a Rússia, membros da sua Administração e do Congresso condenam o comportamento russo e recentemente impuseram um conjunto de novas sanções a inúmeras organizações e indivíduos russos60.

A Administração tentou utilizar a primeira visita de Trump ao estrangeiro para apresentar uma visão de política global. Na Arábia Saudita, Trump moderou a sua retórica, evitando a utilização da expressão «terrorismo radical islâmico», e apelou aos líderes dos países muçulmanos presentes a unir forças para combater o extremismo e a ideologia malévola. Numa inflexão assinalada por muitos comentadores, Trump declarava que «esta é uma batalha entre criminosos bárbaros que procuram destruir a vida humana e pessoas decentes, tudo em nome da religião, pessoas que querem proteger a vida e querem proteger a sua religião. Esta é uma batalha entre o bem e o mal»61. O enfoque no combate ao terrorismo teve prioridade sob o apelo aos direitos humanos, pois Trump quer «parceiros, não perfeição»62. O Irão também foi alvo das injúrias do Presidente americano, que não poupou o regime de Teerão por destabilizar a região e promover o terrorismo. Todavia, nenhuma referência foi feita a outras potências regionais, nomeadamente à Arábia Saudita, cuja relação financeira com grupos islâmicos radicais tem sido amplamente relatada63.

Enquanto Trump foi brando e afável com os seus anfitriões muçulmanos e israelitas, os seus tradicionais aliados europeus não escaparam à sua animosidade. Numa cerimónia nas novas instalações da NATO, Trump dedicou grande parte do seu discurso a repreender os estados-membros por não cumprirem com as suas obrigações financeiras para com a organização. Nenhuma referência foi feita relativamente ao compromisso americano com o princípio de defesa coletiva consagrado no artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte.  O enfoque censurador da Administração Trump omitiu qualquer alusão ao empenho europeu na defesa dos interesses americanos. O facto de a maioria dos estados europeus contribuir com uma maior proporção do seu PIB à Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) ficou por assinalar64. Da mesma forma, os sacrifícios humanos dos aliados da nato nos conflitos do Afeganistão e do Iraque também não foram reconhecidos65.

Isto depois de um conjunto de visitas e reuniões oficiais durante os meses iniciais da presidência em que vários membros da Administração Trump reafirmaram o compromisso dos Estados Unidos para com a nato. Mais concretamente, numa reunião da Aliança Atlântica em fevereiro de 2017, o secretário da Defesa, James Mattis, assegurou, perante os restantes ministros da Defesa, que os Estados Unidos se mantinham comprometidos com a Aliança66. De forma semelhante, numa reunião com os líderes europeus em Munique, nesse mesmo mês, o Vice-Presidente, Mike Pence, declarou que «os Estados Unidos da América apoiam vigorosamente a nato e seremos inabaláveis no nosso compromisso com esta aliança transatlântica»67. O próprio Presidente Trump modificou a sua mensagem eleitoral e, numa reunião com o secretário-geral da nato, em abril de 2017, reconheceu que já não considerava a Aliança «irrelevante»68.

Não obstante as mensagens de solidariedade com os aliados por parte dos diferentes membros da Administração, a política externa de Trump tem continuamente revelado um profundo desdém pela cooperação internacional. A somar à retirada dos Estados Unidos do Acordo de Associação Transpacífico em janeiro e à polémica reunião do G20 cuja declaração final omitiu qualquer condenação ao protecionismo económico69, Trump demonstrou a sua desconfiança de acordos internacionais ao anunciar a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris70. Num artigo de opinião nessa mesma semana, os principais conselheiros de Trump para a segurança nacional e para a economia, H. R. McMaster e Gary Cohn, tentaram sintetizar a política externa da Administração. No meio de várias referências à cooperação internacional e ao fortalecimento das relações com os aliados, o artigo resume bem os fundamentos da política de «America First». Numa referência à viagem recente do Presidente, os conselheiros esclarecem que:

Presidente embarcou na sua primeira viagem ao exterior com uma convicção clara de que o mundo não é uma “comunidade global”, mas sim uma arena onde as nações, atores e empresas não governamentais interagem e competem para ter vantagem. Nós trazemos para este fórum uma força militar, política, económica, cultural e moral ímpar. Em vez de negar esta dimensão elementar das relações internacionais, abraçamo-la.»71

 

UMA LIDERANÇA PREVISÍVEL

Embora o comportamento errático de Trump tenha perturbado vários comentadores e líderes políticos, membros da sua Administração insistem que a sua política externa  é intencionalmente imprevisível, pois «visa manter os outros países em desequilíbrio e dar aos Estados Unidos uma vantagem – na mesa de negociações ou no campo de batalha»72. Seja para ganhar vantagem negocial nas relações comerciais com a China, para compelir a Coreia do Norte a abandonar o seu programa nuclear ou para moderar o comportamento militar do regime sírio, a imprevisibilidade de Trump tem sido exaltada reiteradamente como um trunfo político73. Para ter sucesso, qualquer política externa eficaz necessita obrigatoriamente de ter um determinado nível de imprevisibilidade. Como Fettweis esclarece, a «imprevisibilidade na estratégia requer que o Presidente seja flexível de forma a manter o outro lado a adivinhar sobre as suas verdadeiras intenções»74. De facto, há décadas que Trump exalta a sua capacidade para adaptar as suas posições às necessidades de cada momento75. O próprio justificou recentemente a sua ação militar na Síria com o facto de ser flexível e capaz de mudar as suas posições de acordo com a realidade no terreno76.

Contudo, contrariamente à retórica comum, Trump é altamente previsível. Esta previsibilidade está patente no seu discurso e nas suas ações. Começamos pelo discurso. Donald Trump é uma figura pública há mais de quatro décadas e tem um longo legado de posições políticas bem conhecidas. Muitos indivíduos ficaram pasmados com muitas das suas declarações na campanha presidencial de 2016. Todavia, o tom e a narrativa de Trump têm revelado uma constância admirável ao longo dos anos. Numa insinuação a uma potencial candidatura à eleição presidencial de 1988, Trump já exibia muitos dos temas que vieram a dominar o seu discurso em 2016. Num comício organizado em New Hampshire em 1987, Trump denunciava os países que abusavam da generosidade dos Estados Unidos e cresciam à sua custa. Segundo Trump, faltava em Washington alguém forte e que fosse capaz de negociar com os outros países de forma a conseguir maiores benefícios para a economia americana77. Trump até sugeriu que os Estados Unidos deveriam atacar o Irão e apoderar-se de alguns dos seus campos de petróleo como retaliação pelo seu comportamento agressivo para com os Estados Unidos78.

Em setembro do mesmo ano, Trump desembolsou mais de 90 mil dólares para reproduzir uma carta aberta sobre política externa no The New York Times, The Washington Post e The Boston Globe79. Na carta, Trump criticava os políticos americanos por deixarem os Estados Unidos serem explorados por vários países, como por exemplo o Japão e a Arábia Saudita. Num tom hoje bem conhecido, Trump lançava um desafio:

«Façam o Japão, a Arábia Saudita e outros pagar pela proteção que lhes estendemos como aliados (…) “Tributem” essas nações ricas, e não a América. Acabem com os nossos défices enormes, reduzam os nossos impostos e deixem a economia dos Estados Unidos crescer desembaraçada dos custos de ter que defender aqueles que podem facilmente pagar-nos pela defesa da sua liberdade.»80

Nos anos subsequentes, Trump alimentou essas mesmas mensagens nos mais variados fóruns81. Ao ponderar uma candidatura presidencial pelo Partido Reformista em 2000, Trump articulou a sua visão de política externa no seu livro Trump: The America We Deserve82. Pressagiando tempos de incerteza repletos de ameaças, Trump condenava a classe política e peritos em política externa pela sua incapacidade de desenvolver uma estratégia para lidar eficazmente com os desafios impostos pelo fim da Guerra Fria83. Na sua perspetiva, a China apresentava-se como o maior desafio a longo prazo. Enquanto denunciava a constante violação dos direitos humanos, criticava a China pelo seu aproveitamento abusivo das relações comerciais com os Estados Unidos. Sem grandes pormenores, Trump propunha uma política económica mais nacionalista que assentava numa maior equidade nas trocas comerciais. A curto prazo, Trump alertava para o perigo na Coreia do Norte e prometia resolver a situação por meios militares se fosse necessário. Igualmente, Trump explicava que, devido à implosão da União Soviética, a Europa já não justificava um investimento significativo em termos de segurança e defesa.

Como podemos atestar ao longo da última campanha eleitoral, os temas e o tom de Trump têm revelado uma invariabilidade notável. Contudo, a constância de temas e de estilo não implica que haja coerência na sua política externa. De facto, o traço mais característico da política externa de Trump (no passado e no presente) é a sua incoerência. Por incoerência entendemos a ausência de consistência e de lógica nos argumentos e nos atos. Mais concretamente, na esfera política, a coerência resulta de um processo propositado de planeamento racional com o objetivo de maximizar os resultados políticos – em contraste com processos de improvisação ou de incrementalismo84. Por conseguinte, uma política coerente implica ter consistência nos sinais e nas mensagens emitidos relativamente aos assuntos, interesses, objetivos e atores. Uma política incoerente carece desta consistência e pode gerar confusão e interpretações incorretas junto dos diferentes atores85. Na secção anterior ilustrámos alguns dos aspetos mais incoerentes da política externa de Trump nestes primeiros seis meses de mandato. Por enquanto, as incoerências têm resultado em embaraços e desavenças políticas. Em última instância, a continuação da incoerência política poder gerar e agravar conflitos.

E a incoerência irá continuar a marcar a política externa da Administração Trump ao longo do seu mandato devido à previsibilidade do comportamento do Presidente. Tal como o discurso político de Trump tem revelado uma imutabilidade surpreendente, a sua forma de agir é igualmente possível de prognosticar. Ao longo da sua carreira profissional, Trump desenvolveu um estilo de liderança que é caracterizado por um comportamento errático e contraditório que naturalmente resulta em atitudes e atos incoerentes.

Contrariamente aos pressupostos teóricos do realismo, que atribuem uma influência excessiva à estrutura internacional, a análise de política externa realça o papel dos indivíduos – individualmente ou em grupo – na determinação da política externa86. Desde a sua fundação como subdisciplina das relações internacionais, a ape analisa as características dos diferentes atores e o seu envolvimento no processo político para explicar a política externa. Tendo em consideração que no sistema político americano o papel do Presidente, na elaboração e gestão da política externa, é determinante, tornou-se imprescindível analisar como as características de cada presidente individual contribuíram para influenciar as políticas das suas respetivas administrações87. Por conseguinte, ao longo das últimas décadas vários cientistas políticos identificaram um conjunto de variáveis interdependentes que ajudam a explicar a política externa – e.g., fatores psicológicos88, sistemas de crenças89, personalidade90, modelos de gestão91, e estilo de liderança92.

Os estudos sobre os estilos de liderança93 – i.e., o conjunto de padrões de comportamento adotados para atingir um determinado fim – de diferentes presidentes americanos têm demonstrado como as variações dos estilos individuais são fundamentais para compreender as suas ações e as suas políticas. A sua influência faz-se sentir na forma como o próprio presidente encara os desafios políticos, bem como no modo como organiza o seu processo político. Por exemplo, cada presidente adota o seu próprio modelo organizacional, criando e implementando um sistema de tomada de decisão que considera ser o mais útil para alcançar os seus objetivos e melhor refletir o seu estilo e necessidades de gestão. Os diversos estudos sobre os modelos de gestão presidencial atestam o facto de que «os presidentes empregam uma série de estratégias de gestão ou estilos de tomada de decisão para obter controlo sobre departamentos interessados e funcionários ambiciosos. Esses “estilos de gestão” são em parte uma função do estilo de liderança pessoal de um presidente»94.

De acordo com Hargrove, os líderes políticos têm personalidades distintivas que circunscrevem as suas variações de estilo95. Por conseguinte, é possível criar um perfil do estilo de liderança de cada líder através dos comportamentos recorrentes evidenciados ao longo do tempo96. Do vasto conjunto de variáveis que determinam o estilo de liderança dos presidentes, realçam-se os seguintes97: 1) aspiração por poder, 2) sentido de eficácia e competência, 3) complexidade cognitiva, 4) inteligência emocional e 5) experiência e engenho político. Como referimos anteriormente, Donald Trump tem mais de quatro décadas de carreira como gestor. Estes anos têm sido amplamente examinados, permitindo delinear um perfil do seu estilo de liderança.

Vários estudos têm associado a aspiração por poder com certos tipos de comportamento. Regra geral, líderes com maior necessidade psicológica de poder tendem a ser mais assertivos na sua liderança e estabelecer um maior grau de controlo sobre os seus subordinados e sobre o processo de decisão98. Em contraste, indivíduos com menor disposição para exercer poder tendem a delegar mais funções e aceitar propostas alternativas. Este fator está diretamente relacionado com o sentido de eficácia e competência de cada indivíduo. A apreciação e avaliação das suas próprias capacidades e atributos influencia a maneira como cada líder define o funcionamento da sua organização99.

Uma das características dominantes de Trump é a sua ambição. As múltiplas biografias escritas ao longo dos anos revelam que a vontade de triunfar manifesta-se desde a sua juventude100. O seu vasto império empresarial e a sua ascensão à presidência americana atestam a sua intenção de maximizar o seu poder. Contudo, a sua ambição por vezes é desmesurada, criando sérios problemas para si próprio e para aqueles que se associam a ele. Por exemplo, na década de 1980, Trump foi um dos principais responsáveis pela ruína da United States Football League devido à sua tentativa para suplantar a National Football League como a maior entidade desportiva dos Estados Unidos101. O facto de ter tido inúmeras companhias penhoradas e ter declarado falência empresarial quatro vezes ao longo da sua carreira demonstra a extensão da sua ambição e os potenciais problemas que isso acarreta102.

Contudo, apesar dos problemas financeiros do passado, Trump tem um elevado sentido da sua própria eficácia e competência. A construção de alguns projetos imobiliários na década de 1980, como por exemplo a Trump Tower, criou a imagem de um gestor competente e capaz. Ao longo dos anos, Trump tem cultivado esta reputação de sucesso. Trump fundamenta a sua eficácia e competência no seu talento natural. Segundo Trump, o talento é congénito e ele tem uma capacidade natural para concretizar projetos e gerar riqueza devido ao seu apurado instinto103. Mesmo na Presidência, Trump indica que continua a ser instintivo a agir, pois «o meu instinto acaba por estar certo»104. Um dos traços instintivos mais característicos de Trump é a agressividade. Ao longo da sua carreira profissional, Trump tem utilizado um conjunto de estratégias agressivas para atingir os seus objetivos e, muitas vezes, não olha a meios para triunfar. E, como avisa a sua antiga colaboradora Barbara Res, Trump é particularmente agressivo quando sente fraqueza no adversário105 . Trump tem exibido essa mesma agressividade na vida política e até na Presidência. Os seus constantes ataques a democratas, a aliados internacionais, à imprensa e a congressistas republicanos revelam um estilo bem arraigado que irá continuar a caracterizar a ação executiva.

Por sua vez, desde o início da sua carreira, Trump revela um baixo nível de complexidade cognitiva. A complexidade cognitiva refere-se à forma como os indivíduos recebem e processam informação. Quanto mais complexo o seu sistema cognitivo, mais capaz um indivíduo é para processar e gerir informação nova ou contraditória106 . De facto, indivíduos com sistemas complexos procuram ativamente informação alternativa. Em contraste, líderes com baixos níveis de complexidade estão menos recetivos a nova informação e tendem a repudiar informação que não reforce as suas crenças existentes107 .

Vários ex-colaboradores têm testemunhado que Trump não gosta de consumir grandes volumes de informação e não presta atenção aos detalhes108 . O próprio Trump admitiu em inúmeras ocasiões ao longo da sua vida que não necessita de informação demasiado detalhada e técnica para tomar decisões109 . Em vez de suportar as suas decisões através de um processo de análise deliberado e reflexivo, Trump recorre aos seus instintos para aferir a situação e agir. Desde as eleições, Trump tem revelado que continua a manter fé no seu instinto, dispensando informação que considera excessiva e supérflua. Por exemplo, a negligência das questões da minúcia política ficou patente na sua recente participação no processo de revogação do «Affordable Care Act» – i.e., «Obamacare». Durante as negociações, vários congressistas e colaboradores expressaram preocupação com a falta de compreensão que o Presidente revelou relativamente a aspetos-chave da proposta republicana110 . Mais alarmante ainda, Trump tem tendência para adquirir informação de forma aleatória e cuja credibilidade é muitas vezes questionável111 . Ao longo da campanha eleitoral de 2016, Trump fez uso de várias fontes infundadas para atacar os seus adversários e sustentar as suas posições. Esta prática tem sido continuada na Presidência como se pode atestar na sua acusação de que Obama tinha ordenado a sua vigilância. Apesar de várias entidades oficiais terem negado tal acontecimento, Trump recorreu a declarações de várias personalidades televisivas e da rádio para sustentar a sua recriminação. Embora se possa argumentar que o uso destas fontes possa fazer parte de uma tática de contrainformação, não deixa de ser verdade que Trump as utiliza publicamente para justificar as suas ações.

O estilo cognitivo de Trump está estreitamente associado à sua inteligência emocional. Na política, a inteligência emocional refere-se essencialmente à forma como um líder gere os seus colaboradores e subordinados, nomeadamente à sua disposição para lidar com conflitos. Como Alexander George há muito determinou, alguns líderes encaram a divergência política como um fenómeno necessário e útil para gerar novas ideias e alternativas políticas, enquanto outros procuram evitar qualquer confrontação de ideias ou personalidade112 .

Em termos sociais, Trump é um indivíduo solitário113 . Por conseguinte, desde o início da sua carreira profissional, Trump tem mantido uma estrutura organizacional pequena114  e um reduzido grupo de conselheiros próximos115 . Discordância e críticas não são bem acolhidas e podem gerar retaliação de Trump, cuja natureza vingativa é bem conhecida116 . A lealdade é, portanto, um atributo essencial para pertencer a este grupo restrito117 . Trump é exigente e coloca muita pressão sobre os seus colaboradores, obrigando-os a competir pela sua atenção118 . As consequências deste estilo de gestão para o processo de decisão na Casa Branca são significativas. Esta forma de aconselhamento assemelha-se ao modelo competitivo identificado por Johnson119 e por George120 e no qual o Presidente incentiva conscientemente a competição e o conflito entre os seus principais conselheiros. Neste modelo, a comunicação ou a colaboração entre os conselheiros é limitada e existe tensão e desconfiança no seio do grupo. Os relatos recentes sobre a Presidência confirmam esta dinâmica na Casa Branca, descrevendo a existência de rivalidades e tensões entre os principais conselheiros do Presidente121.

Apesar de vangloriar-se que conhece as pessoas mais inteligentes e mais capazes,  a confiança que Trump tem no seu instinto leva-o frequentemente a ignorar conselhos e propostas. Mais uma vez, uma breve análise à sua carreira empresarial demonstra que em inúmeras ocasiões rejeitou as sugestões de colaboradores e peritos, resultando em fiascos empresariais e negócios falhados – e.g., Trump Shuttle122, casinos em Atlantic City123, United States Football League124.

De facto, Trump opta muitas vezes por assumir o papel principal na gestão das atividades das suas organizações. Por exemplo, há anos que ele é o seu próprio relações públicas, interagindo pessoalmente com a imprensa e outras entidades. Igualmente, Trump envolve-se diretamente nos projetos imobiliários, nomeadamente nos processos de negociação e aquisições125. A tendência para assumir um papel de liderança ativa tem-se manifestado na fase inicial da sua presidência, nomeadamente no que concerne a estratégia de comunicação da Administração. Contudo, o nível de envolvimento de Trump está diretamente correlacionado com a importância que ele atribui ao assunto. A participação ativa no relacionamento público e na gestão da comunicação deve-se à importância extrema que atribui à sua imagem pública. Em questões em que não atribua o mesmo grau de importância, nomeadamente em áreas que exigem um elevado grau de conhecimento especializado, Trump é capaz de delegar até as funções mais críticas – o que está de acordo com o seu baixo nível de complexidade cognitiva. Esta tendência está claramente patente na crescente autonomia que os militares têm demonstrado em definir a política de segurança e defesa. O Presidente tem delegado significativa autoridade ao secretário de Defesa, James Mattis, para definir a estratégia para lidar com os conflitos no Médio Oriente e no Afeganistão, bem como aos comandantes militares no terreno para gerirem as operações de combate126.

Por fim, a experiência e sagacidade política são fatores elementares a determinar o estilo de liderança de cada indivíduo. Os estudos atestam que as experiências passadas permitem que os líderes tenham uma ideia sobre quais as medidas mais ou menos eficazes, bem como os assuntos mais ou menos relevantes. Por sua vez, líderes mais experientes tendem a envolver-se mais no processo político, revelando maior controlo e autoridade nas decisões finais127. Líderes com menos experiência ou competência numa determinada área tendem a depender mais dos seus conselheiros e utilizar estereótipos e analogias simplificadas para chegar a uma decisão128.

Trump não tem experiência política ativa. Embora as suas ligações ao mundo político remontem à década de 1970, a sua participação política era essencialmente enquanto contribuinte financeiro. Contudo, Trump não considera haver grandes diferenças entre o mundo político e empresarial e tem comparado a gestão de uma organização política à gestão do setor imobiliário129. Os primeiros seis meses da sua presidência têm demonstrado que a gestão pública e a gestão privada têm diferenças consideráveis. A tentativa de Trump gerir o ramo executivo do Governo americano como geria as suas empresas tem criado alguns dissabores à Administração.

Todavia, Trump tem conseguido superar desafios significativos ao longo da sua carreira. Depois de estar à beira do precipício financeiro no início da década de 1990, Trump teve a habilidade necessária para suplantar a situação e reconstituir a sua fortuna. Apesar do caos foi capaz de conservar a sua imagem positiva junto de uma grande parte dos americanos, que acabaram por o eleger como presidente. Por conseguinte, Trump é perspicaz e possui o engenho necessário para atingir os seus objetivos. O desafio atual é ter a capacidade para aplicar este engenho à frente do ramo executivo. Contudo, as competências que permitiram que Trump tivesse sucesso nos seus negócios – e.g., agressividade, manipulação, improviso, desrespeito pela verdade – não nos parecem ser as mais adequadas ao desenvolvimento de uma política externa coerente e que permita aos Estados Unidos manter a liderança da ordem liberal. Estudos demonstram que é possível alterar um estilo de liderança e ultrapassar as dificuldades políticas. Por exemplo, Bill Clinton foi capaz de modificar a forma como geria a sua Administração e garantir o sucesso da sua presidência e a continuação da predominância americana130. Contudo, o estilo de liderança de Trump está bem consolidado. Em particular, o seu sentido de eficácia e competência, a sua complexidade cognitiva e a sua inteligência emocional indicam que qualquer tentativa deliberada para autoavaliação e mudança de rumo é altamente improvável. 

 

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Data de receção: 30 de maio de 2017 | Data de aprovação: 4 de julho de 2017

 

NOTAS

1 GADDIS, John L. – Strategies of Containment: A Critical Appraisal of American National Security Policy during the Cold War. Nova York: Oxford University Press, 2005.

2 MEAD, Walter Russel – «The Jacksonian revolt». In Foreign Affairs. Vol. 96, N.º 2, 2017, p. 2; PATRICK, Stewart – «Trump and world order». In Foreign Affairs. Vol. 96, N.º 2, 2017, p. 52.

3 BRANDS, Hal – «US grand strategy in an age of nationalism: fortress America and its alternatives». In The Washington Quarterly. Vol. 40, N.º 1, 2017, pp. 73-94.

4 IKENBERRY, G. John – «The plot against American foreign policy». In Foreign Affairs. Vol. 96, N.º 3, 2017, p. 3.

5 BRANDS, Hal – «US grand strategy in an age of nationalism», p. 75.

6 MEAD, Walter Russel – «The Jacksonian revolt», p. 2.

7 Para exemplos das preocupações mais expressivas ver BRANDS, Hal – «US grand strategy in an age of nationalism», e IKENBERRY, G. John – «The plot against American foreign policy».

8 BRANDS, Hal – «US grand strategy in an age of nationalism», p. 85.

9 KROENIG, Matthew – «The case for Trump’s foreign policy». In Foreign Affairs. Vol. 96, N.º 3, 2017, p. 34.

10 LOWRY, Rich – «The anti-establishment front-runner». In Politico. 21 de outubro de 2015. Disponível em: http://www.politico.com/magazine/story/2015/10/the-anti-establishment-front-runner213280; PAGE, Susan, e HEATH, Brad – «How antiestablishment outsider Donald Trump was elected the 45th President of the United States». In USA Today. 9 de novembro de 2016. Disponível em: http://www.usatoday.com/story/news/politics/elections/2016/11/09/election-analysis-hillary-clinton-donald-trump/93198882/; SHAW, C. Mitchell – «Trump wins in historic antiestablishment uprising; will he deliver?». In The New American. 9 de novembro de 2016. Disponível em: http://www.thenewamerican.com/usnews/politics/item/24597-trump-wins-in-historic-anti-establishment-uprising-will-he-deliver.

11 Para uma análise mais detalhada da corrente populista subjacente à eleição presidencial de 2016 ver OLIVER, J. Eric, e RAHN, Wendy M.– «Rise of the Trumpenvolk: Populism in the 2016 election». In Annals of the American Academy of Political and Social Science. Vol. 667, N.º 1, 2016, pp.189-206.DOI:10.1177/0002716216662639.

12 Cf. D’ANTONIO, Michael – The Truth about Trump. Nova York: St. Martin’s Press, 2016; KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed: The Definitive Biography of the 45th President. Nova York: Scribner, 2017.

13 O discurso foi organizado pela revista National Interest a 27 de abril de 2016  cf. http://nationalinterest.org/feature/trump-foreign-policy15960.

14 TRUMP, Donald – «Donald J. Trump on Foreign Policy». Discurso proferido no Center for The National Interest, Manchester, NH. 27 de abril de 2016. Disponível em: https://www.donaldjtrump.com/press-releases/donald-j.-trump-foreign-policy-speech.

15 Ibidem.

16 Ibidem.

17 TRUMP, Donald – «Understanding the Threat: Radical Islam and The Age of Terror». Discurso proferido em Youngstown, OH. 15 de agosto de 2016. Disponível em: https://assets.donaldjtrump.com/Radical_Islam_Speech.pdf.

18 Ibidem.

19 Ibidem.

20 TRUMP, Donald – «Donald J. Trump on Foreign Policy».

21 Ibidem.

22 TRUMP, Donald – «Donald J. Trump on Military Readiness». Discurso proferido em Filadélfia, PA. 7 de setembro de 2016. Disponível em: https://www.donaldjtrump.com/press-releases/donald-j.-trump-military-readiness-remarks.

23 Em contraste com os 490 mil efetivos em 2016.

24 Em contraste com os 276 disponíveis em 2016.

25 Em contraste com os 1113 disponíveis em 2016.

26 Em contraste com 23 atuais.

27 TRUMP, Donald – «Donald J. Trump on Military Readiness».

28 TRUMP, Donald – «Declaring America’s Economic Independence». Discurso proferido em Monessen, PA. 28 de junho de 2016. Disponível em: http://www.politico.com/story/2016/06/full-transcript-trump-job-plan-speech224891.

29 TRUMP, Donald – «Donald J. Trump on Foreign Policy».

30 Para exemplos de artigos favoráveis a Trump ver Eland, Ivan – «Trump’s foreign policy is the realism America needs». In The New York Post. 29 de abril de 2016. Disponível em: http://nypost.com/2016/0/29/trumps-foreign-policy-is-the-realis-america-needs/; MORICI, Peter – «The genius of Trump’s foreign policy». In Fox News. 29 de agosto de 2016. Disponível em: http://www.foxnews.com/opinion/2016/08/29/genius-trumps-foreign-policy.html.

31 BASHAM, Patrick – «Channeling Sun Tzu: how Trump’s foreign policy makes sense». In The Daily Caller. 17 de abril de 2017. Disponível em: http://dailycaller.com/2017/04/17/channeling-sun-tzu-how-trumps-foreign-policy-makes-sense/.

32 CBS NEWS – «Face the Nation». Transcrição da entrevista com Henry Kissinger. 18 de dezembro de 2016. Disponível em: http://www.cbsnews.com/news/face-the-nation-transcript-conway-kissinger-donilon/.

33 WALT, Stephen – «Donald Trump: keep your hands off the foreign-policy ideas I believe in». In Foreign Policy. 8 de agosto de 2016. Disponível em: http://foreignpolicy.com/2016/08/08/donald-trump-keep-your-hands-off-the-foreign-policy-ideas-i-believe-in-nation-building-united-states/.

34 MEARSHEIMER, John – «Donald Trump should embrace a realist foreign policy». In The National Interest. 27 de novembro de 2016. Disponível em: http://nationalinterest.org/feature/donald-trump-should-embrace-realist-foreign-policy18502.

35 LUTTWAK, Edward – «Enough hysterics. Donald Trump’s foreign policy isn’t reckless or radical». In Foreign Policy. 17 de novembro de 2016. Disponível em: http://foreignpolicy.com/2016/11/17/enough-hysterics-donald-trumps-foreign-policy-isnt-reckless-or-radical/.

36 Cf. KROENIG, Matthew – «The case for Trump’s foreign policy».

37 LANDLER, Mark – «Trump’s hires will set course of his presidency». In The Washington Post. 12 de novembro de 2016. Disponível em: https://www.nytimes.com/2016/11/13/us/politics/donald-trump-administration-appointments.html?_r=0.

38 Estas medidas fazem parte de um conjunto de propostas que o candidato Trump prometeu, no seu «Donald Trump’s Contract with the American Voter», começar a implementar a partir do seu primeiro dia da sua presidência – cf. https://assets.donaldjtrump.com/_landings/contract/O-TRU102316-Contractv02.pdf.

39 SHEAR, Michael, e SANDER, David – «Trump says us would “outmatch” rivals in a new nuclear arms race». In The New York Times. 23 de dezembro de 2016. Disponível em: https://www.nytimes.com/2016/12/23/us/politics/trump-nuclear-arms-race-russia-united-states.html.

40 BUCKLEY, Chris – «Enough with the tweets, China’s state media tells Trump». In The New York Times. 4 de janeiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/01/04/world/asia/china-xinhua-donald-trump-twitter.html.

41 FANDOS, Nicholas – «Trump calls for closer relationship between us and Russia». In The New York Times. 7 de janeiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/01/07/us/politics/donald-trump-russia-united-states.html.

42 Friedman, Uri – «Where America’s terrorists actually come from». In The Atlantic. 30 de janeiro de 2017. Disponível em: https://www.theatlantic.com/international/archive/2017/01/trump-immigration-ban-terrorism/514361/; SHEAR, Michael, e COOPER, Helene – «Trump bars refugees and citizens of 7 muslim countries». In The New York Times. 27 de janeiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/01/27/us/politics/trump-syrian-refugees.html.

43 Para exemplos de ocasiões em que membros da Administração tentaram esclarecer as declarações de Trump, ver AGREN, David – «“Bad hombres”: Reports claim Trump spoke of sending troops to Mexico». In The Guardian. 1 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.theguardian.com/us-news/2017/feb/02/bad-hombres-reports-claim-trump-threatened-to-send-troops-to-mexico; DAVIS, Julie – «Trump, day after Merkel’s visit, says Germany pays nato and us too little». In The New York Times. 18 de março de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/03/18/us/politics/donald-trump-angela-merkel-germany.html; MILLER, Greg, e RUCKER, Philip – «No “G’day, Mate”: on call with Australian prime minister, Trump badgers and brags». In The Washington Post. 1 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/national-security/no-gday-mate-on-call-with-australian-pm-trump-badgers-and-brags/2017/02/01/88a3bfb0-e8bf-11e6-80c2-30e57e57e05d_story.html?utm_term=.cc2964a8f86c.

44 LANDLER, Mark – «Trump’s “very friendly” talk with Duterte Stuns aides and critics alike». In The New York Times. 30 de abril de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/04/30/us/politics/trump-duterte.html; MORELLO, Carol – «Trump calls Erdogan to congratulate him on contested referendum, Turkey says». In The Washington Post. 17 de abril de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/national-security/trump-calls-turkeys-erdogan-to-congratulate-him-on-contested-referendum/2017/04/17/f997d306-2397-11e7-a1b3-faff0034e2de_story.html?utm_term=.8d4f4cad61ff.

45 LANDLER, Marc, e FORSYTHE, Michael – «Trump tells Xi Jinping us will honor “One China” policy». In The New York Times. 9 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/ 02/09/world/asia/donald-trump-china-xi-jinping-letter.html.

46 SUTTON, Kelsey – «Trump reverses stances on China as currency manipulator, Ex-Im Bank». In Politico. 12 de abril de 2017. Disponível em: http://www.politico.com/story/2017/04/donald-trump-reverses-china-currency-manipulator-ex-im-bank237165.

47 SNYDER, Scott – «Can China meet President Trump’s expectations on North Korea?». In Forbes. 2 de maio de 2017. Disponível em: https://www.forbes.com/sites/scottasnyder/2017/05/02/can-china-meet-president-trumps-expectations-on-north-korea/#31ff686c7181.

48 NELSON, Louis – «Pence on North Korea: strategic patience has failed». In Politico. 16 de abril de 2017. Disponível em: http://www.politico.com/story/2017/04/pence-korea-north-south237275.

49 MULLANY, Gerry – «Trump warns that “major, major conflict” with North Korea is possible». In The New York Times. 27 de abril de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/04/27/world/asia/trump-north-korea-kim-jong-un.html?_r=0.

50 SPETALNICK, Matt – «Trump national security aides complete North Korea policy review: official». In Reuters. 2 de abril de 2017. Disponível em: http://www.reuters.com/article/us-northkorea-nuclear-review-idUSKBN1740UY.

51 SCHMITT, Eric, e SANGER, David – «Raid in Yemen: risky from the start and costly in the end». In The New York Times. 1 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/02/01/world/middleeast/donald-trump-yemen-commando-raid-questions.html.

52 KLIMAS, Jacqueline – «us drops “mother of all bombs” against isis in Afghanistan». In Politico. 13 de abril de 2017. Disponível em: http://www.politico.com/story/2017/04/moab-isis-in-afghanistan237201.

53 BALDOR, Lolita, e BURNS, Robert – «Pentagon to send 4,000 more troops to Afghanistan». In The Washington Post. 16 de junho de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/national-security/apnewsbreak-us-to-send-almost4000-troops-to-afghanistan/2017/06/15/bfa6cb72-522f-11e7-b74e-0d2785d3083d_story.html?utm_term=.8e127faa6edd.

54ALMUKHTAR, Sarah – «us airstrikes on isis have killed hundreds, maybe thousands of civilians». In The New York Times. 25 de maio de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/interactive/2017/05/25/world/middleeast/airstrikes-iraq-syria-civilian-casualties.html; GORDON, Michael, e ERDBRINK, Thomas – «us fighter jet shoots down Syrian warplane». In The Washington Post. 18 de junho de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/06/18/world/middleeast/iran-syria-missile-launch-islamic-state.html?_r=0; HUBBARD, Ben, e GORDON, Michael – «us war footprint grows in Middle East, with no endgame in sight». In The New York Times. 29 de março de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/03/29/world/middleeast/us-war-footprint-grows-in-middle-east.html.

55 COOPER, Helene, e BAKER, Peter – «Critics assail cuts in foreign spending as Trump moves to boost military». In The New York Times. 27 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/02/27/us/politics/trump-foreign-military-spending-cuts-criticism.html; LABOTT, Elise, e COHEN, Zachary – «White House demands deep cuts to State, un funds». In CNN Politics. 14 de março de 2017. Disponível em: http://www.cnn.com/2017/03/13/politics/state-un-budget-cuts/index.html.

56 NICHOLS, Michelle – «us priority on Syria no longer focused on “getting Assad out”: Haley». In Reuters. 30 de março de 2017. Disponível em: http://www.reuters.com/article/us-mideast-crisis-syria-usa-haley-idUSKBN1712QL.

57 Tillerson citado em LABOTT, Elise, GAOUETTE, Nicole, e ROTH, Richard – «us signals openness to Assad staying put». In CNN Politics. 30 de março de 2017. Disponível em: http://www.cnn.com/2017/03/30/politics/tillerson-haley-syria-assad-turkey/index.html.

58 QUI, Linda – «Fact check: Trump, faulting Obama on Syria, contradicts himself». In The New York Times. 4 de abril de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/04/04/us/politics/fact-check-trump-syria-obama.html.

59 NAKAMURA, David – «Continued bombing by Assad shows limits of single us attack». In The Washington Post. 8 de abril de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/continued-bombing-by-assad-shows-limits-of-single-us-attack/2017/04/08/1c70cb1a-1c83-11e7-bcc2-7d1a0973e7b2_story.html?utm_term=.222e3871dd5c.

60 RAPPEPORT, Alan, e MACFARQUHAR, Neil – «Trump imposes new sanctions on Russia over Ukraine incursion». In The New York Times. 20 de junho de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/06/20/world/europe/united-states-sanctions-russia-ukraine.html?_r=0.

61 Trump citado em BAKER, Peter e SHEAR, Michael – «Trump softens tone on Islam but calls for purge of "foot soldiers of evil"». In The New York Times. 21 de maio de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/05/21/world/middleeast/trump-saudi-arabia-islam-speech.html.

62 Trump citado em BAKER, Peter, e SHEAR, Michael – «Trump softens tone on Islam but calls for purge of “Foot Soldiers of Evil”».

63 Cf. EHRENFELD, Rachel – «Funding evil: how terrorism is financed and the nexus of terrorist and criminal organizations». In Terrornomics. Nova York: Routledge, 2016, pp. 27-48; HOUSE OF COMMONS – UK’s Relations with Saudi Arabia and Bahrain: Fifth Report of Session 2013-14. Vol. 1. Londres: House of Commons Foreign Affairs Committee, 2013, p. 50.

64 A ADP é definida como o apoio financeiro que as entidades governamentais destinam à promoção do desenvolvimento económico e do bem-estar dos países em desenvolvimento. Estes apoios podem ser prestados de forma bilateral – i.e., do doador ao destinatário – ou podem ser canalizados através de agências de desenvolvimento multilaterais como, por exemplo, as Nações Unidas ou o Banco Mundial. De acordo com os dados da OCDE, em 2016, somente 0,18 por cento do PIB dos Estados Unidos foi dedicado à ADP. Dos membros da nato pertencentes à OCDE, somente Portugal (0,17 por cento), Grécia (0,14 por cento), Lituânia (0,14 por cento), República Checa (0,14 por cento), Hungria (0,13 por cento), Polónia (0,13 por cento), República Eslovaca (0,11 por cento), Roménia (0,11 por cento) e Letónia (0,10 por cento) contribuíram valores inferiores. Por sua vez, a maioria dos estados-membros da Aliança Atlântica destinou uma proporção maior do seu PIB para a ADP: Noruega (1,11 por cento), Luxemburgo (1,00 por cento), Turquia (0,79 por cento), Dinamarca (0,75 por cento), Alemanha (0,70 por cento), Reino Unido (0,70 por cento), Holanda (0,65 por cento), Bélgica (0,49 por cento), França (0,38 por cento), Espanha (0,33 por cento), Irlanda (0,33 por cento), Canadá (0,26 por cento), Itália (0,26 por cento), Islândia (0,25 por cento), Estónia (0,19 por cento), Eslovénia (0,18 por cento) (https://data.oecd.org/oda/net-oda.htm).

65 Os estados-membros da nato têm contribuído com um elevado contingente militar nos dois conflitos militares iniciados pelos Estados Unidos após os ataques de 11 de setembro de 2001. À data deste artigo (28 de maio de 2017), no âmbito da operação «Enduring Freedom», no Afeganistão, as forças militares dos Estados Unidos sofreram 2396 baixas. Os restantes estados-membros da nato sofreram um total de 1036 baixas militares (http://icasualties.org/OEF/Nationality.aspx). Por sua vez, no Iraque, as forças militares dos Estados Unidos sofreram 4520 baixas no âmbito da operação «Iraqi Freedom», enquanto os restantes estados-membros da nato registaram um total de 270 baixas (http://icasualties.org/OEF/Nationality.aspx).

66 COOPER, Helene – «Mattis rejects closer military ties with Russia as he reassures nato». In The New York Times. 16 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/02/16/world/europe/jim-mattis-nato-russia.html.

67 Pence citado em ERLANGER, Steven, e SMALE, Alison – «In Munich, Pence says us commitment to NATO is “unwavering”». In The New York Times. 18 de fevereiro de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/02/18/world/europe/pence-munich-speech-nato-merkel.html.

68 Trump citado em MCCASKILL, Nolan, e LIMA, Cristiano – «Trump reverses on nato: “It’s no longer obsolete”». In Politico. 12 de abril de 2017. Disponível em: http://www.politico.com/story/2017/04/donald-trump-nato-not-obsolete237166.

69 EWING, Jack – «us breaks with allies over trade issues amid Trump’s “America First” vows». In The New York Times. 18 de março de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/03/18/business/group-of20-summit-us-trade.html.

70 BALZ, Dan – «Paris decision underscores the visceral expression of Trump’s worldview». In The Washington Post. 2 de junho de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/paris-decision-underscores-the-visceral-expression-of-trumps-worldview/ 2017/06/02/69adf632-47b7-11e7-a196-a1bb629f64cb_story.html?utm_term=.107 90310664c.

71 MCMASTER, H. R., e COHN, Gary – «America first doesn’t mean America alone». In The Wall Street Journal. 30 de maio de 2017. Disponível em: https://www.wsj.com/articles/america-first-doesnt-mean-america-alone1496187426.

72 NAKAMURA, David – «Leading from the side: at nato event, Trump waffles again on us commitments». In The Washington Post. 25 de maio de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/leading-from-the-side-at-nato-event-trump-waffles-again-on-us-commitments/2017/05/25/0e65f1b6-415f-11e7-9869-bac8b446820a_story.html?hpid=hp_hp-top-table-main_trumpdebrief-730pm%3Ahomepage %2Fstory&utm_term=.92d6c5c87547.

73 Cf. LOHAUS, Phillip – «Unpredictable upsides». In US News & World Report. 13 de abril de 2017. Disponível em: https://www.usnews.com/opinion/articles/2017-04-13/donald-trumps-foreign-policy-unpredictability-could-be-a-benefit; PHILLIPS, Tom – «Donald Trump’s plan for China relations is to be unpredictable, adviser says». In The Guardian. 27 de janeiro de 2017. Disponível em: https://www.theguardian.com/world/2017/jan/27/donald-trumps-plan-for-china-relations-is-to-be-unpredictable-adviser-says; TANTER, Raymond, e STAFFORD, Ed – «On North Korea, the “Trump doctrine” is flexibility at its finest». In The Hill. 17 de abril de 2017. Disponível em: http://origin-nyi.thehill.com/blogs/pundits-blog/foreign-policy/329086-on-north-korea-trump-knows-america-first-doesnt-mean?amp.

74 FETTWEIS, Christopher – Making Foreign Policy Decisions. New Brunswick, NJ: Transaction Publishers, 2015.

75 TRUMP, Donald, e SCHWARTZ, Tony – Trump: The Art of the Deal. Nova York: Ballantine Books, 1987, p. 50.

76 PHILLIP, Abby – «Trump on Syria: “I now have responsibility”». In The Washington Post. 5 de abril de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/news/post-politics/wp/2017/04/05/trump-on-syria-i-now-have-responsibility/?utm_term=.dbf0643faa8b.

77 BUTTERFIELD, Fox – «New Hampshire speech earns praise for Trump». In The New York Times. 23 de outubro de 1987. Disponível em: http://www.nytimes.com/1987/10/23/nyregion/new-hampshire-speech-earns-praise-for-trump.html.

78 Ibidem.

79 ORESKES, Michael – «Trump gives a vague hint of candidacy». In The New York Times. 2 de setembro de 1987. Disponível em: http://www.nytimes.com/1987/09/02/nyregion/trump-gives-a-vague-hint-of-candidacy.html.

80 Texto reproduzido em CHOKSHI, Niraj – «The 100-plus times Donald Trump assured us that America is a laughingstock». In The Washington Post. 27 de janeiro de 2016. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/news/the-fix/wp/2016/01/27/the-100-plus-times-donald-trump-has-assured-us-the-united-states-is-a-laughingstock/?utm_term=.3ecdc610a1b1.

81 Para relatos da vida pública e política de Trump ver D’ANTONIO, Michael – The Truth about Trump; HOCHMAN, David – «Playboy interview: Donald Trump». In Playboy. Outubro de 2004. Disponível em: http://www.playboy.com/articles/donald-trump-interview; JOHNSTON, David – The Making of Donald Trump. Nova York: Melville House Publishing, 2016; KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed; PLASKIN, Glenn – «Playboy interview: Donald Trump». In Playboy. Março de 1990. Disponível em: http://www.playboy.com/articles/playboy-interview-donald-trump1990; USEEM, Jerry – «What does Donald Trump really want?». In Fortune Magazine. 3 de abril de 2000. Disponível em: http://fortune.com/2000/04/03/what-does-donald-trump-really-want/.

82 TRUMP, Donald, e SHIFLETT, Dave – Trump: The America We Deserve. Los Angeles: Renaissance Books, 2000.

83 Trump identificou um conjunto alargado de ameaças entre as quais o fundamentalismo islâmico, a miniaturização das armas, o terrorismo e a ascensão da China.

84 GRANT, Jordan, e HALPIN, Darren – «The political costs of policy coherence: constructing a rural policy for Scotland». In Journal of Public Policy. Vol. 26, N.º 1, 2006, pp. 21-41.

85 MAY, Peter, et al. – «Policy coherence and component-driven policymaking: Arctic policy in Canada and the United States». In The Policy Studies Journal. Vol. 33, N.º 1, 2005, pp. 37-63; MAY, Peter, SAPOTICHNE, Joshua, e WORKMAN, Samuel – «Policy coherence and policy domains». In The Policy Studies Journal. Vol. 34, N.º 3, 2006, pp. 381-403.

86 HUDSON, Valerie – «Foreign policy analysis: ator-specific theory and the ground of international relations». In Foreign Policy Analysis. Vol. 1, N.º 1, 2005, pp. 1-30; RIPLEY, Brian – «Psychology, foreign policy, and international relations theory». In Political Psychology. Vol. 14, N.º 3, 1993, pp. 403-416.

87 GREENSTEIN, Fred – The Presidential Difference: Leadership Style from FDR to Barack Obama. Princeton: Princeton University Press, 2009, pp. 2-3; PETERSON, Paul – «The President’s dominance in foreign policy making». In Political Science Quarterly. Vol. 109, N.º 2, 1994, pp. 215-234.

88 HOLSTI, Ole – Making American Foreign Policy. Nova York: Routledge, 2006.

89 JERVIS, Robert – «Understanding beliefs». In Political Psychology. Vol. 27,  N.º 5, 2006, pp. 641-663; SCHAFER, Mark, e WALKER, Stephen – Beliefs and Leadership in World Politics: Methods and Applications of Operational Code Analysis. Nova York: Palgrave Macmillan, 2006.

90 HERMANN, Margaret, e PRESTON, Thomas – «Presidents, advisers, and foreign policy: the effect of leadership style on executive arrangements». In Political Psychology. Vol. 15, N.º 1, 1994, pp. 75-96; PRESTON, Thomas – «The President’s inner circle: personality and leadership style in foreign policy decision-making». In SHAPIRO, Robert, KUMAR, Martha, e JACOBS, Lawrence – Presidential Power: Forging the Presidency for the Twenty-First Century. Nova York: Columbia University Press, 2000, pp. 105-155.

91 GEORGE, Alexander – «Assessing presidential character». In GEORGE, Alexander, e GEORGE, Juliette – Presidential Personality and Performance. Boulder, CO: Westview Press, 1998, pp. 145-197; GEORGE, Alexander – Presidential Decisionmaking in Foreign Policy: The Effective Use of Information and Advice. Boulder, CO: Westview Press, 1980.

92 GREENSTEIN, Fred – The Presidential Difference; GREENSTEIN, Fred – «The two leadership styles of William Jefferson Clinton». In Political Psychology. Vol. 15, N.º 2, 1994, pp. 351-361.

93 BARBER, James – «Classifying and predicting presidential styles: two “weak” presidents». In Journal of Social Issues. Vol. 24, N.º 3, 1968, pp. 51-80; HARGROVE, Erwin – «Presidential personality and leadership style». In EDWARDS III, George, KESSEL, John, e ROCKMAN, Bert – Researching the Presidency: Vital Questions, New Approaches. Pittsburgh, PA: University of Pittsburgh Press, 1993, pp. 69-109.

94 NEWMANN, William – «Causes of change in national security processes: Carter, Reagan, and Bush decision making on arms control». In Presidential Studies Quarterly. Vol. 31, N.º 1, 2001, p. 72.

95 HARGROVE, Erwin – «Presidential personality and leadership style», p. 76.

96 GEORGE, Alexander, e GEORGE, Juliette – «The psychoanalyst and the biographer». In GEORGE, Alexander, e GEORGE, Juliette – Presidential Personality and Performance. Boulder, CO: Westview Press, 1998, p. 18; HARGROVE, Erwin – «Presidential personality and leadership style», p. 78. Para um exemplo de um estudo a aplicar a metodologia ver HARGROVE, Erwin – Jimmy Carter as President: Leadership and the Politics of the Public Good. Baton Rouge, LA: Louisiana State University Press, 1988.

97 A lista foi elaborada de acordo com os fatores identificados por: GEORGE, Alexander – Presidential Decisionmaking in Foreign Policy; GREENSTEIN, Fred – «The two leadership styles of William Jefferson Clinton»; GREENSTEIN, Fred – The Presidential Difference; HERMANN, Margaret, e PRESTON, Thomas – «Presidents, advisers, and foreign policy»; PRESTON, Thomas – «The President’s inner circle».

98 HERMANN, Margaret, e PRESTON, Thomas – «Presidents, advisers, and foreign policy», p. 81; PRESTON, Thomas – «The President’s inner circle», p. 108.

99 GEORGE, Alexander – Presidential Decisionmaking in Foreign Policy, p. 148.

100 Ver, por exemplo, D’ANTONIO, Michael – The Truth about Trump; KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed.

101 JOHNSTON, David – The Making of Donald Trump, pp. 51-67.

102 Para um resumo dos problemas empresariais resultantes da sua ambição ver KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed, pp. 188-209.

103 Para uma descrição de Trump sobre a natureza do talento ver PLASKIN, Glenn – «Playboy interview»; HOCHMAN, David – «Playboy interview: Donald Trump».

104 Entrevista a Trump realizada pela revista Time em março de 2017 e disponível em: http://time.com/4710456/donald-trump-time-interview-truth-falsehood/.

105 De acordo com a entrevista no programa Frontline. A transcrição da entrevista encontra-se disponível em: http://www.pbs.org/wgbh/frontline/article/the-frontline-interview-barbara-res/.

106 VERTZBERGER, Yaacov – The World in their Minds: Information Processing, Cognition and Perception in Foreign Policy Decisionmaking. Stanford, CA: Stanford University Press, 2002, p. 134.

107 PRESTON, Thomas – «The President’s inner circle», pp. 108-109.

108 De acordo com entrevistas no programa Frontline ao antigo vice-presidente de Trump, Plaza Casino, Jack O’Donnell, e ao coautor do livro The Art of the Deal, Tony Schwartz. As transcrições das entrevistas encontram-se disponíveis em: http://www.pbs.org/wgbh/frontline/article/the-frontline-interview-jack-odonnell/ e http://www.pbs.org/wgbh/frontline/article/the-frontline-interview-tony-schwartz/.

109 TRUMP, Donald, e SCHWARTZ, Tony – Trump: The Art of the Deal.

110 SAVRANSKI, Rebecca – «GOP senator under impression Trump doesn’t have clear understanding of healthcare bill: report». In The Hill. 28 de junho de 2017. Disponível em: http://thehill.com/policy/healthcare/339787-gop-sen-feels-trump-doesnt-have-clear-understanding-of-healthcare-bill; THRUSH, Glenn, e HABERMAN, Maggie – «Trump the dealmaker projects bravado, but behind the scenes, faces rare self-doubt». In The New York Times. 23 de março de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/03/23/us/politics/trump-health-care-bill-regrets.html?ref=politics.

111 Entrevista a Jack O’Donnell; CALABRESI, Massimo – «Inside Donald Trump’s war against the State». In Time. 20 de março de 2017, p. 30.

112 GEORGE, Alexander – Presidential Decisionmaking in Foreign Policy, p. 148. Ver também HERMANN, Margaret, e PRESTON, Thomas – «Presidents, advisers, and foreign policy», p. 82.

113 KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed, p. 3.

114 GEIST, William – «The expanding empire of Donald Trump». In The New York Times. 8 de abril de 1984. Disponível em: http://www.nytimes.com/1984/04/08/magazine/the-expanding-empire-of-donald-trump.html?pagewanted=all; KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed, p. 197.

115 KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed, p. 130.

116 Para exemplos da natureza vingativa de Trump ver JOHNSTON, David – The Making of Donald Trump, pp. 27-32; KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed, p. 146.

117 JOHNSTON, David – The Making of Donald Trump, p. 39.

118 PLASKIN, Glenn – «Playboy interview».

119 JOHNSTON, Richard – Managing the White House: An Intimate Study of the Presidency. Nova York: Harper & Row Publishers, 1974.

120 GEORGE, Alexander – Presidential Decisionmaking in Foreign Policy.

121 RUCKER, Philp, e COSTA, Robert – «Inside Trump’s White House, New York moderates spark infighting and suspicion». In The Washington Post. 18 de março de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/inside-trumps-white-house-new-york-moderates-spark-infighting-and-suspicion/2017/03/18/51e3c4d2-0b1c-11e7-a15f-a58d4a988474_story.html?utm_term=.e4e04a6eec75.

122 KRANISH, Michael, e FISCHER, Mark – Trump Revealed, p. 191.

123 Entrevista a Jack O’Donnell.

124 Ibidem, p. 179.

125 USEEM, Jerry – «What does Donald Trump really want?».

126 GORDON, Michael – «Trump gives Mattis authority to send more troops to Afghanistan». In The New York Times. 13 de junho de 2017. Disponível em: https://www.nytimes.com/2017/06/13/world/asia/mattisafghanistanmilitary.html?_r=0; RYAN, Missy, e JAFFE, Greg – «Military’s clout at White House could shift us foreign policy». In The Washington Post. 28 de maio de 2017. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/national-security/military-officers-seed-the-ranks-across-trumps-national-security-council/2017/05/28/5f10c8ca-421d-11e7-8c25-44d09ff5a4a8_story.html?utm_term=.3626cf3f5077.

127 PRESTON, Thomas – «The President’s inner circle», p. 111.

128 Ibidem.

129 NAGOURNEY, Adam – «President? Why not? Says a man at the top». In The New York Times. 25 de setembro de 1999. Disponível em: http://www.nytimes.com/1999/09/25/nyregion/president-why-not-says-a-man-at-the-top.html; TRUMP, Donald, e SHIFLETT, Dave – Trump: The America We Deserve.

130 GREENSTEIN, Fred – «The two leadership styles of William Jefferson Clinton».

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