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Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  no.49 Lisboa mar. 2016

 

40 ANOS DA CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA: DINÂMICAS INTERNAS E EXTERNAS

 

A tentativa gorada de reaver o Timor Português pelo Partido Católico da Indonésia, em 1962. Franciscus Xaverius Seda e a comissão eclesiástica da Indonésia que recusou o pedido de integração pacífica do Timor Português na Indonésia

The failed attempt to recover the Portuguese Timor by the Indonesian Catholic Party in 1962

 

Moisés Silva Fernandes

Investigador da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

 

RESUMO

O líder do Partido Católico da Indonésia, Franciscus Xaverius Seda, propôs em 1962 ao Presidente Ahmed Sukarno um plano que visava a integração do Timor Português na «grande Indonésia», sem muita violência. Assim, realizou-se uma conferência episcopal da Indonésia em que o assunto foi debatido e decidiram encarregar o arcebispo de Ende, na ilha das Flores, D. Gabriel Johanes Wilhemus Manek, e o bispo de Atambua do Timor Ocidental, D. Theodorus van den Tillaart, para encetarem junto do prelado de Díli, D. Jaime Garcia Goulart, as necessárias negociações que levassem a este fim. Ambos os bispos indonésios disseram que não o fariam, visto que se tratava de um assunto estritamente político e não espiritual. Porém, o facto de que a nível religioso se colocou esta questão contribuiu para que Franciscus Xaverius Seda permanecesse durante nove anos e meio no Conselho de Ministros da Indonésia, mantendo-se entre as administrações de Ahmed Sukarno e a de Hadji Mohamed Suharto, apesar de meio milhão de mortos quando houve o golpe militar e embora ele representasse apenas dois por cento da população da Indonésia.

Palavras-chave: descolonização, animistas, partido minoritário, regimes opostos.

 

ABSTRACT

The leader of the Catholic Party of Indonesia, Franciscus Xaverius Seda, proposed in 1962 to President Ahmed Sukarno a plan aimed at the peaceful integration of Portuguese Timor in “greater Indonesia” without great violence. Thus, there was an Indonesian Bishops' Conference where the matter was discussed and decided to instruct the archbishop of Ende, on Flores, D. Gabriel Johanes Wilhemus Manek, and the Bishop of Atambua, West Timor, D. Theodorus van den Tillaart, to make use of the bishop of Dili, D. Jaime Garcia Goulart, to bring about all the necessary negotiations. However, both Indonesian bishops said that they could not agree to that, since it was a strictly political and not spiritual matter. Nonetheless, the fact that the religious level has raised this issue, contributed to Franciscus Xaverius Seda remained for nine-and-a-half years on the Indonesia’s Cabinet to remain between the administrations of Ahmed Sukarno and Hadji Mohamed Suharto, although it killed half-million when there was a military coup, and though it represented only 2% of the Indonesian population.

Keywords: decolonization, animists, minority party, opposite regimes.

 

INTRODUÇÃO

Em 1962, o Partido Católico da Indonésia (Parti Katolik di Indonesia)1, liderado por Franciscus Xaverius Seda2desde o ano transato, teve como desígnio propor ao Presidente da Indonésia, Ahmed Sukarno, juntar, com ordem, o Timor Português à Indonésia. Com o objetivo de atingir tal fim, o presidente do Partido Católico da Indonésia alvitrava realizar uma alta conferência episcopal da Igreja Católica da Indonésia, em Jacarta, e, posteriormente, enviar uma comissão episcopal, constituída por um arcebispo e um bispo indonésios, que estivessem perto do bispo de Díli, D. Jaime Garcia Goulart3, para travar conversações com ele, com vista a recuperar o Timor Português de forma tranquila, isto é, sem grandes tumultos, conflitos e inquietações da população local, nomeadamente, a de Díli e Baucau, que eram os dois principais meios urbanos existentes no Timor Português.

Embora este plano tivesse imensos, complexos e sinuosos dilemas e dúvidas, quer no lado indonésio, quer no Português, recebeu o beneplácito do Presidente Ahmed Sukarno e das elevadas instâncias eclesiais de Jacarta, em 1962. A grande hesitação foi a de convencerem uma comissão eclesiástica, constituída por um arcebispo e um bispo, que ficasse perto do Timor Português, ou seja, nas Pequenas Ilhas das Sondas Menores ou Orientais, em português, ou da Nusa Tenggara Timur, no bahasa indonésio. Como não podia deixar de ser, a escolha recaiu sobre o arcebispo de Ende, ilha das Flores, D. Gabriel Johanes Wilhemus Manek, da Congregação do Verbo Divino (Societas Verbi Divini, SVD)4, que ficava a 427 quilómetros de Díli, e o bispo de Atambua, D. Theodorus van den Tillaart, da mesma ordem religiosa, que estava a 96 quilómetros da capital do Timor Português. Quando ambos os altos dignitários da Igreja Católica romana na Indonésia foram abordados sobre este assunto, a sua resposta foi um não taxativo.

 

AS RELAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS E INTERNACIONAIS

Em termos de relações internacionais estamos perante uma área não governamental e um caso altamente internacional. Trata-se de um território que está sob disputa internacional, pelo menos entre dois estados soberanos, embora ambos não o digam formalmente. Portugal é, neste acontecimento, a potência colonial, e a Indonésia pretendia, de uma forma oculta e secreta, adquirir a colónia ao Estado português de uma feição que fosse bastante imediata e rápida.

Relativamente ao Timor Português, havia os «Os Amigos de Timor-Díli», nos finais da década de 1950, grupo que reunia «muçulmanos radicais indonésios, naturais da ilha de Samatra»5e que tinha sede em Jacarta. Entretanto, o Presidente da Indonésia, Ahmed Sukarno, fez uma visita a Lisboa, entre 5 e 9 de maio de 19606, em que, para além de reconhecer o statu quo no Timor Português, modificou o relacionamento desta agremiação com o regime vigente em Jacarta. A principal censura teve a ver, em 4 de julho de 1960, com:

o Timor português não existe, mas, sim, Timor Díli, pertencente ao povo de Timor Díli, aos combatentes de Timor Díli, aos amantes de Timor Díli, aos defensores de Timor Díli, e não aos impe rialistas portugueses, porque o mundo sabe bem que Portugal é o imperialista que roubou a pátria de Timor Díli, assim como os holandeses roubaram o Irian Barat (Papua Nova Guiné Ocidental) e os portugueses roubaram Macau, na China, e Goa, na Índia.»7

Passados dois meses e uma semana, precisamente a 12 de setembro, «Os Amigos de Timor Díli» difundem uma nova participação em que exortavam o Presidente Ahmed Sukarno para que expusesse a questão de Timor-Díli na próxima sessão plenária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)8.

No dia 7 de outubro, voltam «Os Amigos de Timor-Díli» com um comunicado a questionar o uso na documentação oficial e nos órgãos de comunicação social da Indonésia, da expressão «Timor Português» (Timur portugis) por parte dos decisores políticos indonésios. Por esta razão, as autoridades centrais indonésias determinaram dissolver a agremiação em consideração9.

Foi então criada a Comissão de Libertação da União da República de Timor (URT), no dia 2 de novembro de 1960, que iria persistir até ao segundo trimestre de 197510. Não sabemos qual foi o papel que Franciscus Xaverius Seda teve na URT, atendendo a que era um debilitado movimento nacionalista islâmico-malaio timorense e não tinha nada a ver com os católicos na Indonésia e no Timor Português.

Entretanto, Franciscus Xaverius Seda e mais onze indonésios instituíram a Universidade Católica da Indonésia de Atma Jaya (Universitas Katolik Indonesia Atma Jaya), em Jacarta, no dia 1 de junho de 1960, tornando-se Seda o primeiro reitor e diretor da Faculdade de Economia. De acordo com os Pilgrims for Life11, «juntamente com os seus companheiros, uns poucos laicos que eram estudioso da juventude católica, fundou a Universidade Católica da Indonésia Atma Jaya, a primeira universidade católica do mundo, que foi fundada por leigos católicos».

 

QUAIS FORAM AS RAZÕES SUBJACENTES A ESTA IDEIA?

Desde o século XVI até ao XIX, as Pequenas Ilhas das Sondas Menores ou Orientais, isto é, as «ilhas exteriores» (Flores, Adonara, Solor, Lomblen, Pantar e Alor), foram tidas como sendo «reinos portugueses», com uma forte influência religiosa e cultural portuguesa em certos locais. Porém, em agosto de 1849, o comissário e governador de Timor e Solor, capitão-de-mar-e-guerra José Joaquim Lopes de Lima, considerou que o território colonial português das Pequenas Ilhas das Sondas Menores podia ser diminuído e assim acabou por vender:

a) em Flores, cerca de um terço da ilha, ou seja, de Paga, Sica e sobretudo Larantuca, mais as suas dependências; b) em Adonara, o reino de Wouré; c) em Solor, o reino de Pamang Kaju; d) em Lomblen, metade da ilha, sem citar reinos específicos; e) em Pantar e em Alor (ou Ombai), todas as pretensões portuguesas, ou melhor, as do seu vassalo, o régulo de Oé-Cusse»12.

A venda fez-se aos holandeses por cerca de 200 mil florins, sem a anuência do Governo metropolitano de Lisboa. Mas quais foram as três razões principais que o levaram a negociar as ilhas exteriores? Segundo o mesmo estudioso: «a colónia conserva se no seu estado deplorável habitual, de cofres vazios, com funcionários que não são pagos há dois anos e uma grande parte dos reinos em dissidência»13.

Tendo recebido 80 mil florins do governo colonial holandês, o comissário e governador de Timor e Solor foi detido em Díli, pelo novo governador, capitão Manuel de Saldanha da Gama, no dia 8 de setembro de 1852, e foi enviado para Lisboa. Todavia, durante a viagem de regresso à metrópole, tiveram de parar em Batávia, hoje Jacarta, onde ele faleceu «no dia 8 de novembro»14.

Apesar de várias contradições portuguesas e dos Países Baixos, cerca de oito anos mais tarde é assinado o Tratado de Demarcação e Troca de algumas Possessões Portuguesas e Neerlandesas no Arquipélago de Solor e Timor, conhecido como o Tratado de Lisboa, no dia 20 de abril de 1859, estabelecendo as fronteiras entre o Timor Neerlandês e o Timor Português, com a perda daquelas ilhas. Pelo referido tratado, Portugal afirma as trocas das zonas acordadas em novembro-dezembro de 1851, isto é, pelo comissário e governador do Timor Português, capitão-de-mar-e-guerra José Joaquim Lopes de Lima, e acerta – sem as restringir – as áreas relativas ao Timor Português. Em contrapartida, os Países Baixos cederam o régulo de Maubara e renunciaram a Ambeno, também na ilha de Timor, assim como abdicaram da ilha de Ataúro. O tratado foi ratificado pelos dois países, em 18 de agosto de 1860. Como diz o bispo emérito de Díli, D. Carlos Filipe Ximenes Belo: «[c)om a perda dos territórios das Flores, Solor e ilhas adjacentes, as missões de Timor ficaram reduzidas aos reinos de Oé-Cusse Ambeno e aos da província dos Belos»15.

Portanto, o Partido Católico da Indonésia tinha uma perspetiva errada daquilo que representava o Timor Português, para a cultura mística do império no início da década de 1960. Com o fim de Goa, no dia 18 de dezembro de 1961, o presidente do Conselho de Ministros de Portugal, António de Oliveira Salazar, considera mais importante ainda assegurar a posse colonial das províncias da Ásia, o Timor Português e Macau.

 

O ANO DE 1962: COMO IMPEDIR O «DERRAMAMENTO DE SANGUE (A)QUANDO DA SUA FUTURA E SEGURA OCUPAÇÃO»

No dia 12 de dezembro de 1967, o bispo de Díli, D. José Joaquim Ribeiro16, teve um encontro com o prelado de Atambua, D. Theodorus van den Tillaart, ou em bahasa indonésio, Theodorus Franciscus Lamberths Sulama, na cidade de Atambua, indo pelo enclave português de Oé-Cusse Ambeno17. Ambos já se conheciam muito bem devido ao II Concílio Ecuménico do Vaticano18, quando o prelado ocupava o cargo de bispo auxiliar de Évora19.

O prelado de Atambua disse-lhe: «a título particular […] uma conversa havida entre ele e o seu colega indonésio que, de certo modo, ainda tem alguma importância, embora se relacione com factos passados há já 5 anos.»20

Então, segredou que quando o ex-Chefe de Estado Ahmed Sukarno, influenciado pelo Partido Comunista da Indonésia (Partai Kommunis Indonesia), tentou afastar os ministros católicos do novo governo21, o Partido Católico da Indonésia22, «em 1962»:

resolveu, com o apoio do clero de Jacarta, efetuar uma reunião de alto nível em que estivesse representado todo o clero, na qual se procuraria encontrar uma decisão que pudesse cativar, de novo, as graças do Presidente, e que por ele fosse considerada de interesse nacional, assim como pelo próprio Partido Comunista, a fim de manterem no novo governo elementos católicos.»23

Na referida assembleia plenária, que era na altura constituída por 10 arquidioceses, 15 dioceses e um vigário militar na Angkatan Bersenjata Republik Indonesia (Forças Armadas da Indonésia), para um total de 26 jurisdições católicas24, foi decidido nomear uma comissão de dois prelados, o de Ende e o de Atambua, visto que os dois não teriam participado da reunião de Jacarta. Assim: «para que, por sua proposta, o Governo do Timor português fizesse a entrega pacífica desta Província à República da Indonésia, o que evitaria (o) derramamento de sangue (a)quando da sua futura e segura ocupação.»25O bispo de Atambua, D. Theodorus van den Tillaart, foi prelado, entre 3 de janeiro de 1961 e 3 de fevereiro de 1984, enquanto o arcebispo indonésio de Ende da ilha das Flores, D. Gabriel Johanes Wilhemus Manek, era um dos poucos nativos e que seguia uma diretiva indonesianisani. Tinha nascido na aldeia de Ailomea, Lahurus, no Timor Ocidental, e entre 3 de janeiro de 1961 e 19 de dezembro de 1968 exerceu o cargo de arcebispo. Embora alegasse motivos de saúde, foi a sua política de indonesianisani que levou ao seu afastamento em 19 de dezembro de 196826. No entanto, acabaram os dois proeminentes altos pastores da Igreja Católica da Indonésia por rejeitar fazer tal pedido junto do bispo de Díli, D. Jaime Garcia Goulart. Será escusado dizer que ambos: «[o)s bispos das Flores e de Atambua recusaram a tarefa de que pretenderam encarregá los sob a alegação de que, como católicos, não deveriam interferir nos assuntos políticos que só ao Estado Indonésio competia resolver.»27

Mas para além do Estado indonésio pretender interferir no domínio religioso-espiritual, que neste caso era um valor minoritário na Indonésia, havia mais razões para agir desta maneira.

O facto de estes dois eminentes dignitários da Igreja Apostólica Romana terem declinado esta intervenção, teve sérias repercussões para os mesmos. O prelado de Atambua, que era de etnia caucasiana, foi, claramente, intimidado e amedrontado. Segundo o mesmo relatório: «Esta recusa teria chegado ao conhecimento do Partido Comunista Indonésio e a vida do Bispo de Atambua ficou ameaçada.»28

Porém, o cônsul da Indonésia em Díli, desde o dia 9 de agosto de 1961, Raden Mas Jonopranoto, declarou no dia 4 de junho de 1963, a um timorense, o seguinte:

Que fariam os portugueses, brancos, se a Indonésia quisesse anexar Timor? Na verdade, a sorte de eles é o meu Governo não ter essa intenção, como muitas vezes se tem afirmado. Mas, se vocês os timorenses manifestassem o desejo de se unirem à Indonésia ou pedissem a sua ajuda, tomaríamos esta terra num abrir e fechar de olhos. O meu Governo nada pode fazer sem que vocês lhe peçam auxílio ou protestem contra os maus tratos dos brancos.»29

Entretanto, no dia 25 de novembro de 1967, chegou o avião presidencial que transportava o Presidente Interino da Indonésia, Hadji Mohamed Suharto, para uma visita oficial a Cupão, capital do Timor Indonésio. Para além de muitos assessores de várias pastas, fez-se acompanhar por Franciscus Xaverius Seda, que se havia tornado ministro das Finanças. Durante o discurso, o Presidente Interino Suharto afirmou:

Agora apresento-vos um Senhor Ministro que é conhecido de todos vós, pois que o mesmo é natural desta Província. Esse Senhor Ministro, como vós sabeis, é que possui a pasta das Finanças e chama-se Frans Seda. Como podem verificar a Província de Nusa Teenggara Timur está bem representada no Governo.»30

Aquando da sua visita pastoral ao enclave de Oé-Cusse Ambeno, na primeira semana de dezembro de 1967, o bispo de Díli, D. José Joaquim Ribeiro, que tinha sido prelado coadjutor entre 22 de junho de 1965 e 31 de janeiro de 1967 e depois, desde esta última data até 22 de outubro de 1977, bispo titular, efetuou uma visita ao seu homólogo de Atambua, no Nusa Tenggara Timur, o bispo D. Theodorus van den Tillaart31, nos dias 12 e 13 de dezembro de 1967. O prelado foi recebido de uma forma apoteótica: «Aguardado nos limites da cidade de Atambua por todas as autoridades civis e militares, foi pelas mesmas acompanhado até ao Paço Episcopal, onde por elas foi saudado e cumprimentado com grande respeito, assim como por mais de 500 pessoas, algumas delas de religiões diferentes.»32

Em resumo, o prelado português foi recebido num ambiente triunfal e terá revelado, de forma secreta, que Franciscus Xaverius Seda tinha sido a principal fonte do que se tinha passado há cinco anos.

 

UM CRESCENTE NÚMERO DE CATÓLICOS NO TIMOR PORTUGUÊS A PARTIR DA DÉCADA DE 30 DO SÉCULO XX

Como se pode ver (tabela 1)33 34

 

 

, o número crescente de católicos timorenses, no século passado, teve uma base populacional que era essencialmente animista, isto é, sem religião. Durante os quatro séculos que Timor esteve sob o controle português, as repercussões ao nível dos católicos foram bastante diminutas, a não ser numa elite timorense, muito pequena, que se foi edificando junto do poder português. Porém, na terceira década do século XX, começaram-se a assinalar prenúncios de que a população católica já se fazia notar. Como se pode ver, assiste-se a um aumento do número de católicos, que, de quatro por cento da população na década de 1930, subiu para 6,5 por cento em 1945, ascendeu a 16,5 por cento em 1955, voltou a aumentar para 21,9 por cento em 1964, galgou para 27,1 por cento em 1970 e, por fim, escalou para 28 por cento em 1973 (cf. tabela 1).

Entre 1930 e 1973, isto é, em quarenta e três anos, a Igreja Católica Romana conseguiu afirmar se, em princípio, com uma base bem sustentada, perante a ameaça indonésia do islamismo, que estava fortemente enraizado no país, com exceção das Pequenas Ilhas das Sondas Menores ou Orientais, onde predominava o catolicismo, o que se deve ao antigo catolicismo português, e o protestantismo, cuja origem era holandesa.

Tudo isto se passou com o estabelecimento em Díli, em 4 de setembro de 1940, da diocese de Díli, da qual foi o primeiro administrador apostólico, em 18 de janeiro de 1941, D. Jaime Garcia Goulart35. Subsequentemente, veio a Segunda Guerra Mundial, conhecida na região como a Guerra do Pacífico, e Portugal sofreu, na sua meia ilha do Timor Português, uma invasão conjunta entre holandeses australianos, em 17 de dezembro de 1941, seguida de uma agressiva guerra nipónica, em 19 de fevereiro de 1942. Por sua vez, Macau sofre com uma forte presença do Japão, visto que Hong Kong foi anexado pelos nipónicos, em 25 de dezembro de 1941, após dezoito dias de resistência36.

Todavia, o administrador apostólico D. Jaime Garcia Goulart viu-se «envolvido num incidente com os japoneses, por ter prestado assistência espiritual a alguns soldados católicos australianos e haver emprestado o seu automóvel para o salvamento de um aviador ferido da R.A.F.»37 em 1942.

Após isto, o administrador apostólico reuniu-se com o comandante australiano, coronel Bernard Callinan, e decidiu partir para a Austrália com outros religiosos e portugueses, no dia 15 de dezembro de 194238.

Mas quando a Guerra do Pacífico chegou ao fim, em 12 de outubro de 1945, D. Jaime Garcia Goulart foi nomeado bispo de Díli39.

 

A SEGUNDA VISITA DO BISPO DE ATAMBUA AO PRELADO D. JOSÉ JOAQUIM RIBEIRO

Cerca de cinco meses e uma semana depois de ter revelado ao seu homólogo português o teor da proposta do Partido Católico da Indonésia, o prelado de Atambua, D. Theodorus van den Tillaart, realizou uma segunda visita pastoral ao Timor Português, a convite do bispo de Díli, D. José Joaquim Ribeiro, entre os dias 20 de maio e 3 de junho de 1968. Fez-se acompanhar por um padre alemão, procurador da mesma diocese, seu diretor financeiro e seu secretário particular, padre Helmut Thometski40, que pertence à mesma ordem religiosa, isto é, a SVD.

Tiveram, entretanto, um repasto pessoal com o governador do Timor Português, o brigadeiro José Nogueira Valente Pires, no qual se fez acompanhar pelo prelado D. José Joaquim Ribeiro, no dia 24 de maio de 196841. Depois disto, percorreram a cidade de Díli, os seus principais subúrbios e a ponta leste do Timor Português com o objetivo de «conhecer a obra da Igreja na sede da nossa Diocese e nalgumas Missões do interior da Província. Visitou também diversas instituições civis, particularmente de ensino»42. Na segunda semana da sua estadia no Timor Português, teve a grata oportunidade de visitar a missão de Fuiloro. Aqui, D. José Joaquim Ribeiro, teve de inaugurar e abençoar43a Igreja de São Paulo44, em Lospalos, em 29 de maio de 1968, embora tivessem começado a construção em 196645. Durante a sua deslocação de pouco mais de quinze dias, o prelado de Atambua disse que, com a independência da Indonésia, teve, em 195146, que adotar o seu nome de família «Su+la+ma, isto é, sob o patrocínio da Mãe do Céu»47. Por outro lado, falava o holandês, como língua materna, o bahasa indonésio, o baikeno e, por fim, o tétum, o que lhe dava um certo prestígio a nível local, porque era de facto a língua comum dos timorenses, em especial, na zona fronteiriça entre o Timor Ocidental e o Timor Português, a região de Díli e as áreas ocidentais de Viqueque, a parte sul de Manatuto e a porção oriental de Manufahi48.

Com o regresso a Atambua previsto para 2 de junho, celebrou nesse dia, pelas 8h30 da manhã, na pró catedral da paróquia de Santo António de Motael, a missa dominical e a homilia em tétum pelo bispo de Atambua49. Constituía um êxito total, pois reforçava o prelado de Atambua por saber falar o tétum. Mas, para além disto, o prelado de Atambua ficou deveras satisfeito com as «belezas da nossa paisagem»50.

Após ter deixado o Timor Português, o serviço da pide/dgs teceu o seguinte comentário acerca dele:

Aquele prelado não escondeu a sua admiração pelo que viu, ficando deveras impressionado com o ambiente de calma e confiança que reina em toda a Província, admirando-se, sobretudo, da maneira como os nativos se aproximam dos brancos e com eles conversam abertamente e sem quaisquer espécies de reserva, ou complexo, o que não acontece no território vizinho.»51

No dia 3 de junho, tomaram a sua pequena avioneta de Díli até Maliana, de onde seguiram, via terrestre, para a diocese de Atambua52.

A visita deste prelado e do seu secretário particular foi um êxito retumbante para a parte portuguesa, a nível religioso, social e político. Segundo o padre Helmut Thometzki, havia duas coisas que se destacavam imenso acerca da diocese de Díli. O primeiro facto foi que a relação dos crentes com os representantes da Igreja, até ao bispo, era «relativamente distanciada e fria»53. «Nós tínhamos outra experiência com a parte indonésia, onde os leigos e o clero tinham uma relação estreita.» Chamou-lhes a atenção que a diocese de Díli construía grandes centros e convidava as pessoas a lá irem. «Nós em Timor ocidental íamos ao encontro das pessoas, pernoitávamos nas aldeias e vilas e dávamos grande apoio espiritual.»54

O segundo aspecto que me ficou na memória foi o problema da língua. Oficialmente era a língua portuguesa o idioma corrente na igreja, mas a maioria dos timorenses falava tétum, como língua franca. O mesmo se aplicava aos textos da igreja e livros, quase todos em português. Como nós falávamos em Timor ocidental tétum, estávamos assim muito mais próximos dos crentes. Uma das consequências da nossa visita foi termos enviado diversos textos litúrgicos e livros em tétum para Díli.»55

Todavia, ficou bem marcado, por agora, manter o território português sob influência dos portugueses, mas isto, o que não tinha vigorado em 1962, quando a Indonésia pretendia reaver pelo menos o território português.

Entretanto, em 7 de junho de 1968, o Presidente Hadji Mohamed Suharto vai formar um novo Conselho de Ministros, em que o «Vice-Reitor da Faculdade de Economia da Universidade da Indonésia, Dr. Ali Basana, já foi nomeado Ministro das Finanças e o antigo Ministro das Finanças, Dr. Frans Seda, foi nomeado Ministro dos Transportes»56.

Assim, foi nomeado para um posto menos importante porque deixou de ser o presidente do Partido Católico da Indonésia em 1968. Continuaria, todavia, a ser membro do Conselho de Ministros da Indonésia até no dia 28 de março de 1973.

 

AS DUAS VISITAS INESPERADAS A LISBOA E FÁTIMA

Entretanto, mais precisamente em junho de 1967, a esposa do ministro indonésio das Finanças, Franciscus Xaverius Seda, realizou uma visita particular, de uma semana, a Lisboa e Fátima. Atendendo a que o seu marido exercia, continuamente, importantes cargos políticos, nomeadamente de ministro de vários governos tanto do Sukarno, como de Suharto, desde 13 de novembro de 196357, o Palácio das Necessidades colocou um automóvel às «suas ordens» e o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Franco Nogueira, mandou-lhe apresentar cumprimentos. Perante tal receção, o casal Seda ofereceu um jantar ao cônsul António d’Oliveira Pinto da França, que foi encarregado de negócios do Consulado de Portugal em Jacarta, entre 22 de janeiro de 1965 e 1 de outubro de 196958, durante o qual teceram enormes elogios a Portugal, realçaram a «origem portuguesa» do seu nome e abordaram a influência portuguesa na ilha das Flores, de onde eram naturais59.

Não obstante ter usado o tema da integração pacífica do Timor Português na Indonésia para ascender a ministro da Silvicultura e mais tarde ministro da Agricultura do regime de Ahmed Sukarno e da administração de Suharto, primeiro como ministro das Finanças e depois dos Transportes, Franciscus Xaverius Seda autoconvidou-se para visitar Portugal, nomeadamente, Lisboa e Fátima, entre os dias 9 e 11 de setembro de 1968. Todavia, o novo ministro indonésio dos Transportes reiterou junto do cônsul português em Jacarta, António d’Oliveira Pinto da França, que «não fosse dada muita publicidade [à] sua visita a Portugal[,] nem lhe fosse atribuído carácter oficial»60. Com o objetivo de reforçar a imagem de Portugal junto deste dirigente político católico indonésio, o cônsul António d’Oliveira Pinto da França recomendou «haver interesse (em) proporcionar (ao) Ministro Seda (o) melhor acolhimento (e) se possível pondo (um) carro [à] disposição e pagando (o) hotel»61.

Aproveitou a ocasião para solicitar rapidez na atribuição de uma bolsa de estudo a um natural da ilha das Flores para a realização de um estudo sobre a administração e evangelização da ilha em apreço, pedida pelo bispo de Larantuca, D. Antoine Hubert Thijssen, que exerceu entre 3 de janeiro de 1961 e resignou a 23 de fevereiro 1973, por parte do Palácio das Necessidades e da Junta de Investigações do Ultramar, de forma a que pudesse ser formalmente comunicada ao novo ministro dos Transportes, Franciscus Xaverius Seda, durante a sua visita62. Por razões que desconhecemos, o ministro Seda permaneceu em Lisboa, entre os dias 9 e 10 de setembro de 1968, e não chegou a efetuar a deslocação a Fátima.

 

CONCLUSÃO

Sem margem para dúvidas, o Partido Católico da Indonésia teve um papel fundamental nesta questão. Logo após a sua eleição para presidente do Partido Católico da Indonésia, Franciscus Xaverius Seda orquestrou o seu partido a estar representado no Conselho de Ministros da Indonésia. Para tal convenceu o Presidente Ahmed Sukarno da necessidade de haver um representante dos católicos e, neste caso, do presidente do Partido Católico da Indonésia.

A iniciativa foi tomada nos meios eclesiais em Jacarta, tendo sido convocados os nove arcebispos, os 14 bispos e o vigário militar das Forças Armadas da Indonésia. Tudo leva a crer que o arcebispo de Ende e o bispo de Atambua não foram solicitados a comparecer na reunião em Jacarta. Razão pela qual, quando foram interpelados pelos meios eclesiais de Jacarta, se recusaram a ir a Díli falar com D. Jaime Garcia Goulart. Ambos disseram que estavam proibidos de falar sobre o tema, porque era, essencialmente, um tema político. Apesar de ter falhado, o presidente do Partido Católico da Indonésia, Franciscus Xaverius Seda, tornou-se ministro da Silvicultura, depois da Agricultura do Presidente Ahmed Sukarno, e, posteriormente, ministro das Finanças e, dos Transportes, sob o regime do Presidente Suharto. Isto demonstra como um partido que só tinha dois por cento dos eleitores da Indonésia, em 1955, conseguiu ter pastas ministeriais importantes, durante os regimes de Sukarno e Suharto, nos anos de 1960 e parte do início dos anos 1970, apesar do golpe de Estado de 30 de novembro de 1965, que levou ao morticínio de meio milhão de indonésios.

Por outro lado, isto mostra que apesar dos seus rasgados enaltecimentos de Portugal, e do seu «portuguesismo», isto é, de ser natural da ilha das Flores, Franciscus Xaverius Seda estava a fazer tudo pela Indonésia, pelo que isto representava de importante para a Nusa Teenggara Timur ou as Pequenas Ilhas das Sondas Menores ou Orientais e para a própria Indonésia.

Ficou-se, entretanto, a saber que o catolicismo no Timor Português é uma construção do século XX e não de épocas passadas. Durante os quatro séculos da presença portuguesa era uma realidade para a elite timorense, por razões óbvias. Porém, no início do século XX, nomeadamente a partir da década de 1930, verifica-se que deixou de ser simplesmente uma realidade para as elites e passou a atrair um número crescente de timorenses. Assim, entre 1930 e 1973, a Igreja Católica romana cresceu de 4,2 por cento da população para 28 por cento.

No entanto, esta iniciativa de Franciscus Xaverius Seda de propor a mediação dos bispos para a integração do Timor Português na Indonésia, deixou bem claro que, mais tarde, os indonésios iriam, sem margem para dúvidas, ficar com o Timor Português. Em 1975, com a conivência política, se não mesmo com a autorização dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Austrália e da Nova Zelândia, Timor-Leste foi oferecido aos indonésios, como contrapartida com a Papua Nova-Guiné, que se tornou independente no dia 16 de setembro de 1975. Timor-Leste, cuja independência fora unilateralmente proclamada pela Fretilin, em 28 de novembro de 1975, ou seja, dez semanas e três dias após ter sido proclamada a independência da Papua Nova-Guiné, foi invadido e anexado pela Indonésia, em 7 de dezembro, com o beneplácito de várias potências ocidentais, entre as quais se destacaram a Austrália, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Nova Zelândia63. O que os portugueses e os timorenses haviam gizado nos seus pensamentos e ações acerca do futuro de Timor-Leste ficou para mais tarde, após numerosas violações dos direitos humanos e do genocídio, entre 1975 e 1999.

 

BIBLIOGRAFIA

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Data de receção: 4 de maio de 2015 | Data de aprovação: 10 de janeiro de 2016

 

NOTAS

1O Partido Católico da Indonésia surgiu em novembro de 1918 e durou até à sua dissolução em 1971, no novo Partido Democrático da Indonésia (Parti Democrakt di Indonesia). Foi um partido regionalista, isto é, das Pequenas Ilhas das Sondas Menores ou Orientais, em português, ou Nusa Tenggara Timur, em bahasa indonésio. Entre 1961 e 1968, foi presidente do Partido Católico da Indonésia, Franciscus Xaverius Seda. Foi nomeado ministro da Silvicultura, entre 13 de novembro de 1963 e 27 de março de 1966, e depois foi designado ministro da Agricultura e da Silvicultura, entre 27 de março e 28 de julho de 1966, ou seja, nos últimos quatro conselhos de ministros, sob o patrocínio do Presidente Ahmed Sukarno, de 1945 até 25 de julho de 1966. Na sequência do golpe de Estado de 30 de novembro de 1965, que levou mais de meio milhão de indonésios a serem chacinados (CRIBB, Robert B., e KAHIN, Audrey – Historical Dictionary of Indonesia. 2.ª edição. Lanham, MD: The Scarecrow Press, 2004, pp. 264-265; CRIBB, Robert B. (ed.) – The Indonesian Killings of 1965-1966: Studies from Java and Bali. Clayton, Victoria, Austrália: Monash University, Centre of Southeast Asian Studies, 1990, pp. 1-43; FERNANDES, Moisés Silva «A rutura de 1965 entre Jacarta e Lisboa». In História. Lisboa. 3.ª Série, Ano 23, N.º 33, fevereiro de 2001, pp. 35-36), os generais deixaram o Presidente continuar até 25 de julho de 1966, mas sem poder nenhum. Mas quando o Presidente Hadji Mohamed Suharto, assumiu a presidência, interino, voltou a nomear Franciscus Xaverius Seda como o novo ministro das Finanças, o que é, dentro do Conselho de Ministros, um lugar importantíssimo, porque tinha a ver com as enormes transferências que os governos dos Estados Unidos, da Austrália e de outras potências ocidentais vieram a fazer para o orçamento da Indonésia e das Forças Armadas, entre 25 de julho de 1966 e 6 de junho de 1968. Finalmente, Franciscus Xaverius Seda foi designado ministro dos Transportes, um lugar menos exigente que o de ministro das Finanças, entre 6 de junho de 1968 e 28 de março de 1973.

2Nasceu em Maumere, cidade capital da regência de Sica na ilha das Flores, no dia 4 de outubro de 1926 e faleceu, em Jacarta, no dia 31 de dezembro de 2009.

3Foi bispo de Díli, entre 9 de dezembro de 1945 e 31 de janeiro de 1967, isto é, durante aproximadamente vinte e um anos. Nasceu em 10 de janeiro de 1908, na Candelária, ilha do Pico. Entrou no Seminário de São José, em Macau, no dia 21 de setembro de 1921. No dia 10 de maio de 1931 é ordenado padre. Entre 1933 e 1937 é ordenado coadjutor e depois superior de Soibada, no Timor Português. Em 22 de janeiro é confirmado como vigário--geral do Timor Português. Porém, no ano seguinte foi confirmado como administrador apostólico da nova diocese de Díli, criada pelo Papa Pio XII, em 1940. Em 12 de outubro de 1945 foi eleito bispo de Díli. Entre 9 de dezembro de 1945 e 31 de janeiro de 1967 foi o bispo de Díli. Depois desta data exerceu o cargo de bispo emérito de Díli. Faleceu a 15 de abril de 1997 (CARDOSO, Pe. Tomás Bettencourt – Textos de D. Jaime Garcia Goulart: Bispo de Díli--Timor, 1945-1967. Macau: Fundação Macau, 1999, pp. 7-8).

4A Societas Verbi Divini (SVD) é a Congregação do Verbo Divino que foi estabelecida em Steyl, nos Países Baixos, em 1875, por Arnold Janssen, um padre diocesano alemão. Na sua origem estiveram os padres e exilados religiosos alemães, durante o conflito entre o Estado alemão, dirigido pelo chanceler do Império Germânico, Otto von Bismarck, e a Igreja Católica, autodenominado «luta cultural» (Kulturkampf ), que resultou na expulsão da Alemanha de vários padres e seminários católicos apostólicos romanos entre 1871 e 1878. PIERRARD, Pierre – História da Igreja. São Paulo: Edições Paulinas, 1982, p. 230. (Consultado em: 10 de dezembro de 2014]. Disponível em: http:// en.wikipedia.org/wiki/Divine_Word_Missionaries. Esta congregação teve também como fim enviar missões para as colónias. A terceira missão foi despachada à Alemanha-Nova Guiné (a metade norte da Papua Nova-Guiné, Deutsch-Neuguinea) em agosto de 1896. Nos fins de 1906, existiam um perfeito apostólico, 16 padres europeus, 13 irmãos coadjutores, 18 freiras, mil católicos indígenas e perto de 400 crianças em escolas (Consultado em: 10 de dezembro de 2014]. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/German_New_Guinea.

5FERNANDES, Moisés Silva «A União da República de Timor: o atrófico movimento nacionalista islâmico-malaio timorense, 1960-1975». In GUEDES, Armando Marques e, Mendes, Nuno Canas (eds.) – Estudos sobre Nacionalismo em Timor--Leste. Lisboa: Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2005, p. 361.

6SILVA-CARNEIRO DE SOUSA, Lurdes «The Indonesian-Portuguese relationship: politics and diplomacy, 1945-1965». In CARNEIRO DE SOUSA, Ivo, e LEIRISSA, Richard Z. (eds.) – Indonesian-Portugal: Five Hundred Years of Historical Relationship. Lisboa: Portuguese Centre for the Study of Southeast Asia, 2001, p. 218; LIMA, Fernando – Timor – da Guerra do Pacífico à Desanexação. Macau: Instituto Internacional de Macau, 2002, pp. 82-86.

7FERNANDES, Moisés Silva «A União da República de Timor», pp. 361-362.

8Ibidem, pp. 362-363.

9Ibidem, pp. 363-364.

10Ibidem, pp. 356-429.

11Pilgrims for Life. (Consultado em: 1 de dezembro de 2014]. Disponíve em: “pilgri-msforlife.org/about-indonesia-franciscus-xaverius-seda-4-october-1926-31-de-cember-2009/”.

12PÉLISSIER, René – Timor em Guerra: A Conquista Portuguesa, 1847-1913. Lisboa: Editorial Estampa, 2007, p. 55.

13Ibidem, p. 51.

14COSTA, Adelino Rodrigues da – Os Navios e os Marinheiros Portugueses em Terra e nos Mares de Timor. Lisboa: Edições Culturais da Marinha, 2005, p. 98.

15BELO, Dom Carlos Filipe Ximenes – História da Igreja em Timor-Leste: 450 Anos de Evangelização, 1562-1940. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 2013, vol. i., p. 299.

16Nascido em Degolados, Campo Maior, em 4 de fevereiro de 1918. Em 25 de agosto de 1940 foi ordenado padre. Em 7 de dezembro de 1957 foi nomeado bispo de Egeia e auxiliar do arcebispo de Évora, D. Manuel Trindade Salgueiro. (Consultado em: 1 de novembro de 2014]. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/José_ Joaquim_Ribeiro_(bispo). «Para a sua nomeação fez-se decerto sentir a influência do clero alentejano, se não foi o Núncio Apostólico, monsenhor (Maximilien de) Fürstenberg, que impôs a sua marca protetora» (SERRÃO, Joaquim Veríssimo – História de Portugal – A Governação de Salazar: Grandeza e Declínio, 1960-1968. Lisboa: Babel, 2010, vol. xviii, pp. 439-440). A 20 de julho de 1965 foi nomeado bispo coadjutor do bispo de Díli, com direito de sucessão, tendo chegado a Díli, em 16 de fevereiro de 1966. No dia 31 de janeiro de 1967, foi nomeado bispo de Díli. Depois foi uma vida infatigável em prol dos timorenses. Primeiro, impôs-se contra a Sociedade de Turismo e Diversão de Timor (STDT) e o jogo vindo de Macau, através de Stanley Ho, que começou em 1968 e que se prolongou ao período de 1974 até 1975. Após isto, impôs-se contra a invasão indonésia, tendo sofrido imenso nas mãos dos oficiais e soldados da Indonésia. Toda esta situação levou a que resignasse em 22 de outubro de 1977. Faleceu em Évora, na Casa Sacerdotal, como «vítima de doença cardíaca», às 15h00 do dia 27 de julho de 2002. (Consultado em: 1 de novembro de 2014]. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/José_Joaquim_Ribeiro_(bispo).

17Nascido a 15 de agosto de 1909 em Veghel, Países Baixos. Estudou em Uedem, Helvoirt e no Seminário de Teteringen. Em 1935 tornou-se padre e foi para a Indonésia, e de seguida para Timor, onde iniciou o seu trabalho de diretor escolar. As escolas eram praticamente geridas pela missão. De 1942 a 1945, Theodorus van den Tillaart foi detido pelos japoneses. Em virtude dos duros trabalhos forçados a que foi sujeito como prisioneiro dos japoneses, sofreu problemas de saúde na coluna. Foi um dos primeiros a regressar a Timor Ocidental depois da Guerra do Pacífico, tendo sido eleito deputado ao parlamento regional. Tornou-se reitor e decano de Timor Central, e a partir de 1954 da Missão Regional de Timor Ocidental. Quando o bispo Jacques Pessers, svd, resignou ao cargo de bispo por motivos de saúde, Theodorus van den Tillaart tornou-se seu sucessor. A cerimónia de nomeação realizou-se a 28 de junho de 1958 pelo bispo Pessers. Aquando da guerra civil entre Timor-Leste e Ocidental, perante as atrocidades cometidas, Theodorus van den Tillaart interveio em Jacarta e a sua coragem foi mais tarde premiada com uma condecoração. Participou, na qualidade de bispo, no II Concílio do Vaticano, cujos resultados realizou em Timor. Em 1984, com 75 anos, Theodorus van den Tillaart pediu ao Papa João Paulo II a demissão, recolhendo-se na paróquia de Atapupu. No outono de 1990 a sua saúde sofreu um forte abalo, pois fora-lhe diagnosticado um cancro do esófago. Faleceu a 7 de maio no Hospital das Irmãs Steyler Schwestern em Surabaya (correspondência trocada com o padre Helmut Thometzki, em 25 de fevereiro de 2015).

18O primeiro concílio teve lugar entre o dia 11 de outubro até 8 de dezembro de 1962, sob a supervisão do Papa João XXIII. Com a morte deste, houve mais três, sob a orientação do Papa Paulo VI. O primeiro decorreu de 29 de setembro a 4 de dezembro de 1963; o segundo de 14 de setembro a 21 de novembro de 1964. Finalmente, o último, teve lugar entre os dias 14 de setembro a 8 de dezembro de 1965.

19«Relatório n.º 17/67-G.U., confidencial, do chefe da subdelegação em Timor da PIDE, inspector João Lourenço, de 2 de janeiro de 1968». antt. pide/dgs, gu-Timor, sc/ci(2)-dsi 2.ª, Pt. 5, n.t. 8975, fl. 300.

20Ibidem.

21No dia 6 de março de 1962 tomou posse o «Third Working Cabinet», que durou até 13 de novembro de 1963, tendo a direção do Partido Católico da Indonésia receado a perca de influência ministerial, pois nas eleições para a Assembleia de 1955, o último ato eleitoral efetuado durante o regime de Sukarno, obteve dois por cento dos votos expressos nas urnas, o que correspondeu a 10 deputados parlamentares, ou seja, a 1,9 por cento do número de deputados (RÜLAND, Jürgen «Indonesia». In NOHLEN, Dieter, GROTZ, Florian, e HARTMAN, Christof (eds.) – Elections in Asia and the Pacific – A Data Handbook. Vol. II. South East Asia and the South Pacific. Oxford: Oxford University Press, 2001, 98).

22O Partido Católico da Indonésia tinha como presidente Franciscus Xaverius Seda. (Consultado em: 25 de novembro de 2014]. Disponível em: http://www.tokohindonesia.com/ensiklopedi/f/fransseda/index.shtml.

23«Relatório n.º 17/67-G.U., confidencial, do chefe da subdelegação em Timor da PIDE, inspector João Lourenço, de 2 de janeiro de 1968». ANTT. PIDE/DGS, GU-Timor, SC/CI(2)-DSI 2.ª, Pt. 5, N.T. 8975, fl. 343.

24«Church in Indonesia». (Consultado em: 15 de agosto de 2014]. Disponível em: http://directory.ucanews.com/country/indonesia/13.

25«Relatório n.º 17/67-G.U., confidencial, do chefe da subdelegação em Timor da PIDE, inspector João Lourenço, de 2 de janeiro de 1968». ANTT. PIDE/DGS, GU-Timor, SC/CI(2)-DSI 2.ª, Pt. 5, N.T. 8975, fl. 343.

26ARITONANG, Jan Sihar, e STEELBRINK, Karel – A History of Christianity in Indonesia. Leida, Países Baixos: Brill, 2008, pp. 270-272.

27Ibidem.

28Ibidem.

29«Informação n.º 130-SC-CI(2), secreta, enviada à Presidência do Conselho, Ministérios da Defesa Nacional, Ultramar e Negócios Estrangeiros». ANTT. PIDE/DGS, Processo n.º 4874-SC-CI(2), N.T. 7376, fl. 72, Mas vêm no Relatório de 10/63 GU, de 21 de março de 1963, da PIDE-Timor.

30«Discurso proferido pelo Presidente, interino, Suharto, aquando da sua visita à Província de N.T.T.». In «Cópia, confidencial, do Perintrep n.º 11/67: Referido ao período de 1 a 30 de novembro de 1967». antt. pide/dgs, gu-Timor, sc/ci(2)-DSI 2.ª, Pt. 5, n.t. 8975, fl. 321.

31De 3 de janeiro de 1961 a 3 de fevereiro de 1984, foi bispo de Atambua. Faleceu vítima de cancro, em Atambua, em 7 de maio de 1991.

32«Relatório n.º 17/67-G.U., confidencial, do chefe da subdelegação em Timor da PIDE, inspector João Lourenço, de 2 de janeiro de 1968». ANTT. PIDE/DGS, GU-Timor, SC/CI(2)-DSI 2.ª, Pt. 5, N.T. 8975, fl. 343-344.

33CARDOSO, Pe. Tomás Bettencourt – Textos de D. Jaime Garcia Goulart: Bispo de Díli-Timor, 1945-1967, p. 315.

34Isto deve ser um erro da parte de D. Jaime Garcia Goulart, pois só se alcança dois anos mais tarde, como podem ver na tabela 1, isto é, a percentagem de católicos em termos da população.

35CARDOSO, Pe. Tomás Bettencourt – Textos de D. Jaime Garcia Goulart: Bispo de Díli-Timor, 1945-1967, p. 312.

36Foi conhecida como a Batalha de Hong Kong. (Consultado em: 1 de dezembro de 2014]. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Hong_Kong.

37CARDOSO, Pe. Tomás Bettencourt – Textos de D. Jaime Garcia Goulart: Bispo de Díli-Timor, 1945-1967, p. 196.

38Ibidem, pp. 196-197.

39Foi o primeiro administrador apostólico de Díli, a 18 de janeiro de 1941. Perto da meia-noite do dia 15 de dezembro de 1942, saiu de uma apertada praia, localizada na costa sul do Timor Português, acompanhado por «onze sacerdotes e dez religiosas, com um grupo de portugueses» que fugiam dos nipónicos (CARDOSO, Pe. Tomás Bettencourt – Textos de D. Jaime Garcia Goulart: Bispo de Díli-Timor, 19451967, pp. 196-197). No dia 12 de outubro de 1945, a Santa Sé nomeou-o bispo do Timor Português. No dia 28 de outubro foi sagrado na Igreja de São Patrício, em Sidney, sendo o seu principal ordenado, D. Giovanni Panico, que era delegado apostólico da Santa Sé na Austrália, e como seus coordenantes Norman Thomas Gilroy, arcebispo de Sydney e futuro cardeal, e John Aloysius Coleman, bispo de Armidale. Assistiu o cônsul de Portugal em Sydney, Álvaro Brilhante Laborinho, e quase toda a comunidade portuguesa da cidade (Ibidem, p. 197).

40Nasceu a 25 de julho de 1932 em Gleiwitz. Em 1938 foi para o Tirol, onde frequentou a escola básica e secundária. Em 1954 ingressou na Missão de Steyler em St. Gabriel, Mödling, em Viena, onde estudou na Escola Superior de Filosofia e Teologia. Consagrou-se padre a 18 de março de 1961, com a missão em Timor ocidental e na Indonésia. Seguidamente estudou gestão de empresas, e, em mea-dos de 1964, foi para Timor Ocidental, com vinte e dois meses de experiência prática em Besikama, Timor Central. A partir de 1966 foi secretário particular do bispo Theodorus van den Tillaart e diretor financeiro da diocese de Atambua. Em 1972 foi nomeado para a Procuradoria Central de Soverdi em Jacarta, tendo em 1982 entregue o cargo a um sucessor indonésio. A partir de junho de 1982 foi gestor-delegado da Missão de Steyler / Procuradoria da Missão de Santo Agostinho. Em junho de 2013 ficou aposentado, sendo desde então colaborador honorário da procuradoria da Missão de Steyler, na Alemanha (correspondência trocada com o padre Helmut Thometzki, em 25 de fevereiro de 2015).

41«Visita pastoral». In Seara: Suplemento Quinzenal do «Boletim Eclesiástico da Diocese de Díli». Ano 3, 3.ª Série, N.º 122, 1 de junho de 1968, p. 1.

42«Bispo de Atambua». In Ibidem, p. 8.

43Ibidem.

44«Visita Pastoral a Fuiloro». In Seara: Suplemento Quinzenal do «Boletim Eclesiástico da Diocese de Díli». Ano 3, 3.ª Série, N.º 123, 15 de junho de 1968, p. 4.

45Segundo várias entidades, a Igreja de São Paulo foi começada a construir em 1966 («A Igreja de S. Paulo de Lospalos». In Seara: Suplemento Quinzenal do «Boletim Eclesiástico da Diocese de Díli». Ano 3, 3.ª Série, N.º 123, 15 de junho de 1968, p. 4).

46«Dutch Born ‘Missioner’ Bishop in Western Timor Dies of Cancer». (Consultado em: 1 de outubro de 2014]. Disponível em: www.ucanews.com/story-archive/?.../dutch-bornmis.

47Pe. A. Monteiro «Ouvindo o bispo de Atambua». In Seara: Suplemento Quinzenal do «Boletim Eclesiástico da Diocese de Díli». Ano 3, 3.ª Série, N.º 124, 29 de junho de 1968, p. 3.

48THOMAZ, Luís Filipe F. R. – Babel Loro Sa’e: O Problema Linguístico de Timor-Leste. Lisboa: Instituto Camões, 2002, p. 75.

49«Bispo de Atambua», p. 8.

50Ibidem.

51«Relatório n.º 8/68-GU do chefe da subdelegação de Timor da PIDE, inspector João Lourenço, de 1 de julho de 1968». ANTT. PIDE/DGS, «GU-Timor», SC/CI (2)-DSI2.ª, PT. 6, N.T. 8976, fl. 817.

52«Bispo de Atambua», p. 8.

53Correspondência trocada com o padre Helmut Thometzki, em 25 de fevereiro de 2015.

54Ibidem.

55Ibidem.

56«Perintrep n.º 6/68: Referente ao período de 1 a 30 de junho de 1968». In «Relatório n.º 10/68-G.U., do chefe da subdelegação de Timor da PIDE, inspector João Lourenço, de 1 de agosto de 1968». ANT T. PIDE/DGS, «GU-Timor», SC/CI (2)-DSI2.ª, Pt. 6, n.t. 8976, fl. 749.

57[Consultado em: 1 de junho de 2014]. Disponível em: http://www.indonesiaembassy.org.uk/indonesia_cabinet_1945-2001.html. Desde 1961 (Consultado em: 1 de junho de 2014]. Disponível em: http://www.tokohindonesia.com/ensiklopedi/f/frans-seda/index.shtml.

58MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS – Anuário Diplomático e Consular Português. Lisboa: Tipografia Henry Gris, Ld.ª, 1988, p. 391.

59«Ofício n.º 67DC/2 do cônsul de Portugal em Jacarta, de 14 de julho de 1967». In «Relações políticas de Portugal com a Indonésia: visitas, 1967/72». AHDMNE. PAA M. 1164.

60«Telegrama n.º 29 do cônsul de Portugal em Jacarta, de 27 de agosto de 1968». In «Relações políticas de Portugal com a Indonésia: geral, 1967/68». AHDMNE. PAA M. 1161.

61Ibidem.

62Ibidem.

63FERNANDES, Moisés Silva «Timor nas relações luso-australianas: as diligências de Menzies junto de Salazar para conceder autogoverno a Timor, 1961-1964 / Timor in Luso-Australian relations: Menzies efforts to Persuade Salazar to Grant Timor self--rule, 1961-1964». In Oriente, 2003, p. 23.

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