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Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  n.19 Lisboa set. 2008

 

Os Estados Unidos e a transformação da Ásia

Carlos Gaspar

 

Segundo Nicholas Spykman, os Estados Unidos, não obstante a semelhança da sua posição geográfica em relação à Europa e à Asia, seguiam estratégicas diferentes na sua política europeia e asiática. Esse padrão foi confirmado durante a II Guerra Mundial e na Guerra Fria e parece subsistir no pós-Guerra Fria. Os Estados Unidos consolidaram a sua relação com a Europa através da institucionalização da comunidade transatlântica, mas não existe um quadro multilateral para ordenar as suas relações com o Japão, a China e a Índia, num momento em que a dimensão asiática se torna crucial na estratégia norte-americana.

Palavras-chave: Estratégia Americana; Sistemas de Alianças; Relações Transpacíficas; Relações Sino-Americanas

 

 

The United States and the transformation of Asia

Nicholas Spykman once wrote that “the remarkable similarity of the geographic position of the United States in regard to Europe and Asia (was) not paralleled by a similarity in political relations.” This pattern was confirmed in World War II and the Cold War and seems to persist in the post-Cold War. The United States consolidated its alliance with Western Europe in the Atlantic Alliance but there is no comparable multilateral framework in Asia although relations with Japan, India and China, increasingly at the centre of American interests, need it in order to become more stable and predictable.

Keywords: American Strategy; Alliance Systems; Transpacific Relations; Sino-American Relations

 

 

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NOTAS

1 SPYKMAN, Nicholas – America's Strategy in World Politics. Nova York: Harcourt, Brace and Company, 1942, p. 137.        [ Links ]

2 Ibidem, p. 159.

3 A designação hub and spokes parece ter‑se tornado a mais corrente para descrever o modelo de segurança americano na Ásia Oriental. Variações mais antigas incluem outras denominações – balanced wheel ou spoked wheel, bem como uma versão mais oriental, o modelo do leque aberto, apresentada pelo secretário de Estado James Baker III . Para as referências contemporâneas, cf. inter alia TWINING , Daniel – «America's grand design in Asia». In The Washington Quarterly. 30 (3), 2007, p. 79. Para as mais antigas, cf. BA KER III , James – «America in Asia. Emerging architecture for a pacific community». In Foreign Affairs. 70 (5), 1991, pp. 1-18. KLIN WORTH , Gary – «Asia Pacific: more security, less uncertainty, new opportunities». In The Pacific Review. 5 (3), 1992, pp. 226-227. PAR K, Hee Kwon – «Multilateral security cooperation». In The Pacific Review. 6 (3), 1993, p. 254.

4 Em 1942, Nicholas Spykman propunha que esse modelo – «a regional League of Nations with the United States as an extraregional member» (uma Liga Regional com os Estados Unidos como membro extra‑regional) – fosse aplicado tanto na Europa, como na Ásia. Spykman considerava inadequada uma aliança bilateral com o Japão e apresentava a sua fórmula de segurança colectiva regional como uma alternativa à integração europeia, uma vez que uma federação europeia iria contra os interesses norte-americanos. SP YKMAN , Nicholas – America's Strategy in World Politics, pp. 466-468.

5 IKENBERY, G. John (2007) – America and the Reform of Global Institutions. Pela sua parte, Peter Katzenstein valoriza as dimensões identitárias e culturais. Cf. KAT - ZENSTEIN, Peter – «Why there is no NATO in Asia? Identity, regionalism and the origins of multilateralism». In International Organization. 56 (3), 2002, pp. 575-605.

6 SPYKMAN, Nicholas – America's Strategy in World Politics, p. 469.

7 XUETONG, Yan – «The rise of China and its power status». In Chinese Journal of International Politics. 1, 2006, pp. 5-33.

8 A China adoptou, a 25 de Fevereiro de 1992, a Lei do Mar Territorial e da Zona Contígua que define Taiwan e as ilhas Diaoyu, Penghu, Dogsha, Xisha, Nansha e outras como parte integrante do território da República Popular da China.

9 A viragem multilateralista de 1997 foi analisada por JOHNSTON, Alastair Iain, e EVANS Paul – «China’s engagement with multilateral security institutions». In JOHNSTON, Alastair Iain, e ROS, Robert (eds.) – Engaging China. Nova York: Routledge, 1999. Sobre a evolução da política externa chinesa, cf. BIL, Gates – Rising Star. China’s New Security Diplomacy. Washington: Brookings Institution, 2007.

10 BIJIAN, Zheng – China’s Peaceful Rise. Washington: Brookings Institution, 2005.

11 GLASER, Bonnie, e MEDEIROS, Evan – «The changing ecology of foreign-policy making in China: the ascension and demise of the theory of "Peaceful rise"». In The China Quarterly. 190, 2007, pp. 291-310.

12 XUETONG, Yan – «The rise of China and its power status», p. 13.

13 Sobre a crescente confiança chinesa, cf. LAMPTON, David – «Paradigm lost. The demise of weak China». In The National Interest. 3, 2005, pp. 73-80.

14 A analogia, feita por um diplomata chinês, é citada por DELPECH, Thérèse – (2005). L’ensauvagement. Le retour de la barbarie au XXIe siècle. Paris: Grasset, 2005, p. 278.

15 HUGHES, Christopher (2005) – Japan’s Emergence as a 'Normal’ Military Power. Londres: IIS Adelphi Paper, 2005, pp. 368-369.

16 MASTANDUNO, Michael – «Incomplete hegemony and security order in the Asia Pacific». In IKENBERY, G. John (ed.) – America Unrivaled. The Future of the Balance of Power. Ithaca: Cornell University Press, 2002, p. 201.

17 A analogia é evocada no Relatório Nye-Armitage sobre as relações entre os Estados Unidos e o Japão, assinado, entre outros, por Robert Armitage e Jospeh Nye. INSTITUTE FOR NATIONAL STRATEGIC STUDIES – The United States and Japan: Advancing toward a Mature Relationship. INS Special Report, Outubro de 2000.

18 Robert Ross tem um argumento paralelo para demonstrar que a estrutura bipolar na Ásia Oriental é dominada pelos Estados Unidos e pela China, enquanto o Japão ocupa uma posição de subalternidade estratégica regional. O argumento tem uma parte de razão quando sublinha os limites do Japão, mas a China ainda não demonstrou as suas qualidades como potência ordenadora na Ásia Oriental e, tal como o Japão, também não garante a segurança de nenhum aliado regional. ROS , Robert – «Bipolarity and balancing in East Asia». In PA UL, T. V., WIRT Z, James, e FORTMAN, Michael (eds.) – Balance of Power. Theory and Practice in the Twenty-First Century. Stanford: Stanford University Press, 2004, pp. 267-304.

19 O antigo primeiro-ministro Shinzo Abe escolheu esse tema para a sua última visita oficial à Índia, onde disse que «Uma Ásia maior, rompendo os limites geográficos, está a tomar forma» (MOFA – «Confluence of two seas». Discurso de S. E. Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão, no Parlamento da República da Índia, 22 de Agosto de 2007). No seu livro Towards a Beautiful Country, publicado em Julho de 2006, Abe escreveu que «não seria uma surpresa se, daqui a dez anos, as relações entre o Japão e a Índia se tornassem mais importantes do que as relações do Japão com os Estados Unidos, ou do Japão com a China.»

20 Os Estados Unidos, o Japão, a Índia e a Austrália reuniram-se, em Maio de 2007, à margem do ASEAN Regional Forum (ARF ), no quadro de uma Iniciativa Quadrilateral. CHELLANEY, Brama – «The new "great game"». In Asian Age. 2 de Junho de 2007. MOHAN , C. Raja – «Asia’s new "democratic quad"». In ISN Security Watch. 19 de Março de 2007.

21 MOFA – On the ‘Arc of Freedom and prosperity’. Intervenção de S. E. Taro Aso, ministro dos Negócios Estrangeiros, Japan Forum on International Relations, 12 de Março de 2007.

22 MOHAN, C. Raja – Crossing the Rubicon. The Shaping of India’s Foreign Policy. Nova Deli: Penguin Books, 2003. Ver também CHELLANE Y, Brama – The Asian Juggernaut. The Rise of China, India and Japan. Nova Deli: Harper Collins, 2006.

23 A frase é atribuída a Hu Jintao, o principal dirigente na hierarquia formal do regime comunista da República Popular da China. NATHAN, Andrew, e GILE Y, Bruce (eds.) – China’s New Rulers. The Secret Files. Londres: Granta, 2002, p. 207.

24 IKENBERY, G. John, SLAUGHTER, Anne-Marie (co-directores) – Forging a World of Liberty under Law. U.S. National Security in the 21rst Century. Final Report of the Princeton Project on National Security. Princeton: The Princeton Project Papers, The Woodrow Wilson School of Public and International Affairs, 2006, p. 51. Cf. também FUKUYAMA, Francis, e IKENBER Y, G. John – Report of the Working Group on Grand Strategy Choices. Princeton: The Princeton Project on National Security, Setembro de 2005, pp. 14-25.

25 Cf., respectivamente, LA YNE , Christopher – The Peace of Illusions. Ithaca: Cornell University Press, 2006; ART , Robert – A Grand Strategy for America. Ithaca: Cornell University Press, 2003.

26 Cf., respectivamente, MEARSHEIMER, John – The Tragedy of Great Power Politics. Nova York: W. W. Norton, 2001, pp. 401-404. WALTZ, Kenneth – «Structural realism after the Cold War». In IKENBERY, G. John (ed.) – America Unrivaled. The Future of the Balance of Power, 2002, pp. 54-65.

27 GARVER, John – «The China-India-U.S. triangle. Strategic relations in the post-Cold War era». In NBR Analysis. 15 (5), 2002.

28 LAYNE, Christopher – «China’s role in American grand strategy: partner, regional power or great power rival?». In ROLFE, Jim (ed.) – The Asia-Pacific: A Region in Transition. Honolulu: Asia-Pacific Center for Security Studies, 2004, pp. 54-80.

29 WALTZ, Kenneth – «Structural realism after the Cold War». In IKENBERY, G. John (ed.) – America Unrivaled. The Future of the Balance of Power, pp. 62-64.

30 ART, Robert – «Agreeing to agree (and disagree)». In The National Interest. 89, 2007, p. 36.

31 A analogia alemã foi desenvolvida por GOLDSTEIN, Avery – «An emerging China’s emerging grand strategy. A Neo-Bismarckian turn». In IKENBERY, G. John, e MASTANDUNO, Michael (eds.) – International Relations Theory and the Asia Pacific. Nova York: Columbia University Press, 2003, pp. 57-106.

32 A oposição entre uma potência emergente com objectivos limitados, que não é nem uma potência de status quo, nem uma potência revisionista, e uma potência revisionista com objectivos ilimitados, está formulada de modo impreciso. A distinção clássica de Hans Morgenthau e de Raymond Aron separa as potências revisionistas – a Alemanha de 1914 – das potências revolucionárias – a Alemanha de 1939 – e só as últimas têm objectivos ilimitados. Como o regresso da República Popular da China ao estatuto de potência revolucionária não tem grande credibilidade, trata-se de saber se é uma potência de status quo – a sua estratégia tem como objectivo a integração – ou se é uma potência revisionista – a sua estratégia tem como finalidade alterar a estrutura de distribuição do poder internacional. Cf. sobre esta questão JOHNSTON, Alaistair Iain – «Is China a status quo power?». In International Security. 27 (4), 2003, pp. 5-56; ROY, Denny – «China’s reacion to American predominance». In Survival. 45 (3), 2004, pp.57-78.

33 MEARSHEIMER, John – Why China’s Rise Will not be Peaceful. 17 de Setembro de 2004. http://mearsheimer.uchicago.edu/pdfs/A0034.pdf

34 ART, Robert – «Agreeing to agree (and disagree)», p. 35.

35 Mas Robert Kagan antecipa uma solidariedade entre os regimes despóticos, incluindo a convergência sino-russa, como um traço constitutivo da política internacional do pós-Guerra Fria. KAGAN, Robert – The Return of History and the End of Dreams. Londres: Atlantic Books, 2008.

36 Sobre a estratégia de engagement, cf. JOHNSTON, Alastair Iain, e ROSS, Robert (eds.) – Engaging China. The Management of an Emerging Power.

37 O termo de comparação é legítimo, mas não é muito exigente, uma vez que a República Popular da China, até aos anos de 1970, foi uma potência revolucionária, à margem das instituições internacionais. Cf. Alastair Iain Johnston (2003).

38 A máxima estratégica de Deng Xiaoping para a presente fase é «não ter pressa e ocultar as capacidades próprias». PILS - BURY, Michael – China Debates the Future Security Environment: xxiv. Washington: National Defense University Press, 2000. Cf. também SWAYNE, Michael, e TELIS, Ashley – Interpreting China’s Grand Strategy: Past Present and Future. Santa Monica: Rand, 2000.

39 CHRISTENSEN, Thomas – «China, the U.S.-Japan alliance and the security dilemma in East Asia». In IKENBERY, G. John, e MASTANDUNO, Michael (eds.) – International Relations Theory and the Asia Pacific, pp. 25-56.

40 ART, Robert – «Agreeing to agree (and disagree)».

41 Robert Sutter sublinha que a questão de Taiwan é a única que pode provocar uma guerra entre grandes potências, envolvendo os Estados Unidos. SUTTER, Robert – «Why China matters». In The Washington Quarterly. 27 (1), 2003, p. 85. Cf. também BUSH, Richard, e O’HANLON, Michael – A War Like no Other. The Truth about China’s Challenge to America. New Jersey: J. Wiley&Sons, 2007.

42 Numa frase atribuída a Wen Jiabao, as duas linhas são apresentadas como uma única estratégia: «The core of American policy towards China is still ‘to engage and contain’» («A essência da estratégia americana continua a ser ‘envolver e conter’»). NATHAN, Andrew, e GILEY, Bruce (eds.) – China’s New Rulers. The Secret Files, p. 208.

43 Na altura, Robert Zoellick exercia funções como Deputy Secretary of State. Cf. ZOELLICK, Robert – «Whither China: From membership to responsibility? Remarks to the National Committee on U.S.-China relations». In NBR Analysis 16 (4), 21 de Setembro de 2005, pp. 8, 13.

44 O conceito de hedging começou por ser aplicado por Robert Art para descrever as estratégias dos aliados europeus em relação aos Estados Unidos no pós-Guerra Fria. Nesse contexto, as potências europeias não seguem uma estratégia de balancing, nem mesmo de soft balancing, em relação ao seu principal aliado, mas desenvolvem certas políticas preventivas, para os casos de retraimento estratégico dos Estados Unidos. O exemplo é a política de defesa europeia, que resulta da constatação da indisponibilidade norte-americana para intervir nas guerras de secessão balcânicas, quando os europeus não tinham condições para agir e dependiam da decisão norte-americana na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para mobilizar os meios militares necessários para responder à crise regional. Para prevenir a repetição dessa situação, a Grã-Bretanha e a França iniciaram, em 1998, o processo da Política Europeia de Segurança e Defesa (PESD) no quadro da União Europeia. O conceito de hedging é aplicado à estratégia chinesa dos Estados Unidos não só por Robert Zoellick, mas também por Evan Medeiros e Daniel Twinning. David Lampton tentou desenvolver uma fórmula intermédia – hedged integration. Cf. ART, Robert – «Europe hedges its security bets». In PAUL, T. V., WIRTZ, James, e FORTMANN, Michael (eds.) – Balance of Power. Theory and Practice in the Twenty-First Century, pp. 179-213; MEDEIROS, Evan – «Strategic hedging and the future of Asia-Pacific stability». In The Washington Quarterly. 29 (1), 2005, pp. 145-167; TWINING, Daniel – «America’s grand design in Asia». In The Washington Quarterly. 20 (3), 2007, pp. 79-94. LAMPTON, David «Paradigm lost. The demise of weak China», pp. 75-77.

45 O quarto princípio das relações com outros «centros independentes de poder» indica que «while we do not seek to dictate to other states the choices they make, we do seek to influence the calculations on which those choices are based. We also must hedge appropriately in case states choose unwisely». («Sem querer impor a outros estados as suas escolhas, queremos influenciar os cálculos que fundamentam essas escolhas. Também devemos tomar as medidas para prevebir os casos em que os estados escolhem mal»). THE WHITE HO USE – The National Security Strategy of the United States of America, Março de 2006, VIII , C: 36.

46 FOOT, Rosemary – «Chinese strategies in a US-hegemonic global order: accomodating and hedging». In International Affairs. 82 (1), 2006, pp. 77-94.

47 SHAMBAUGH, David (2006) – «Asia in transition: The evolving regional order». In Current History. 4, p. 153.

48 Daniel Twinning considera a decisão norte-americana de Março de 2005 – «helping India become a great power» («ajudar a Índia a tornar-se uma grande potência») – como uma estratégia sem precedentes na sua política externa. Mas os Estados Unidos não só restauraram a Alemanha e o Japão como grandes potências, depois de 1945, como apoiaram a criação de uma Europa unida, a única grande potência que podia ser um rival estratégico efectivo dos Estados Unidos além da União Soviética. TWINNING, Daniel – «America's grand design in Asia», p. 82.

49 Ibidem, pp. 83-86.

50 SUTTER, Robert – «China’s regional strategy and why it might not be good for the United States». In SHAMBAUGH, David (ed.) – Power Shift. China and Asia’s New Dynamics. Berkeley: University of Califormia Press, 2005, pp. 289-305.

51 TWINNING, Daniel – «America's grand design in Asia», p. 88.

52 Tal como Evan Medeiros, Robert Art defende a importância do multilateralismo na Ásia Oriental e admite a possibilidade de formação de uma instituição de segurança sub-regional na Ásia do Nordeste, incluindo as principais potências regionais – Estados Unidos, China, Rússia, Japão – na sequência da Conferência dos Seis. Cf. MEDEIROS, Evan – «Strategic hedging and the future of Asia-Pacific stability», p. 206; ART, Robert – «Agreeing to agree (and disagree)», pp. 38-39.

53 FUKUYAMA, Francis, e IKENBERY, G. John – «Executive summary. Working Group on Grand Strategic Choices». In IKENBERY, G. John, e SLAUGHTER, Anne-Marie (codirectores) – (2006), p. 63.

54 ART, Robert – «Agreeing to agree (and disagree)», p. 39.