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Revista Lusófona de Educação

versão impressa ISSN 1645-7250

Rev. Lusófona de Educação  n.9 Lisboa  2007

 

Projecto de investigação

«Deixem-me viver como sou e com todos os meus amigos… À procura de Indicadores de Educação Inclusiva nas práticas dos Professores de Apoio Educativo»

 

 

Foi concluído em Dezembro de 2006, o relatório de investigação subordinada ao título «Deixem-me viver como sou e com todos os meus amigos…À procura de Indicadores de Educação Inclusiva nas práticas dos Professores de Apoio Educativo», da responsabilidade da investigadora da UI&D «Observatório das Políticas de Educação e dos Contextos Educativos», Isabel Sanches.

Segue, em linhas muito gerais, uma visão global e sintética do que foi o processo e o produto desta investigação que decorreu, em termos de recolha empírica, no ano lectivo 2002/2003.

A partir dos anos sessenta do século passado, inúmeras foram as mudanças introduzidas, no âmbito da educação das minorias, até aí mais ou menos ignoradas pelos sistemas educativos. No final dos anos sessenta, a partir dos países do norte da Europa, iniciou-se, em Portugal, o movimento da integração escolar que levou à escola pública as crianças e jovens em situação de deficiência sensorial, as quais encontraram resposta na modalidade Educação Especial. Os alunos em situação de deficiência faziam parte da classe regular e eram orientados pelo professor de educação especial, o qual para eles construía, sempre que possível, um programa específico e com eles o desenvolvia e/ou supervisionava.

Nos anos noventa surge o movimento da inclusão escolar/educação inclusiva que pretende dar resposta educativa, no grupo e através do grupo de pares, a todos os alunos que tenham dificuldades, no seu percurso escolar/de aprendizagem, tendo a heterogeneidade como uma mais-valia e a diferenciação pedagógica inclusiva e a cooperação como estratégias desencadeadoras do sucesso de todos, através do sucesso de cada um.

Sendo o paradigma da Educação Especial substancialmente diferente do paradigma da Educação Inclusiva, tendo sido Portugal um dos pioneiros da integração escolar e, tendo em conta que o discurso de políticos e experts da Educação vai no sentido da inclusão escolar, poderíamos pensar que os indicadores de Educação Inclusiva estivessem bem presentes nas práticas educativas dos Professores de Apoio Educativo.

A investigação que acaba de ser realizada, tendo como base o discurso dos professores de apoio educativo (1.º ciclo do Ensino Básico) da Região Educativa de Lisboa, sobre as suas práticas (reais e desejadas), conclui que, no dizer destes professores, a inclusão se faz pela acção dos contextos e com a intervenção dos próprios alunos, que as práticas educativas, como tendência maioritária, apostam no apoio directo e individual ao aluno considerado com necessidades educativas especiais e que os modelos de actuação, relativamente ao desejável, configuram o que são as práticas realizadas. Espera-se que o dizer expresso pelo grupo minoritário e que vai em sentido contrário, apoio ao aluno em conjunto com a classe (parceria pedagógica), seja capaz de se transformar em acção, de fazer a diferença e de mobilizar contextos e intervenientes, como é expresso no trabalho de colaboração, no sentido de promover uma escola mais inclusiva e sempre mais equitativa.

O relatório desta investigação pode ser encontrado no Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, entidade que financiou o projecto.

 

Isabel Sanches