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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.21 no.2 Lisboa ago. 2020

https://doi.org/10.15309/20psd210204 

Sobre a relação entre psicoterapeutas em supervisão, adaptação da escala SRSI

About the relationship between psicotherapists in supervision

João Almeida1, António Pires1, Miguel Oliveira1, & Miguel Pereira1

1ISPA - Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, Lisboa, Portugal, joao.almeida@aecascais.pt, apires@ispa.pt, miguel.oliveira.371@gmail.com, mbpereira@ispa.pt

Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence


 

RESUMO

A supervisão é considerada em conjunto com a terapia pessoal e o treino em psicoterapia, um dos três pilares da formação do psicoterapeuta. O estudo dos processos inerentes ao contexto de supervisão têm-se constituído enquanto principal ponte à melhoria da prática do psicoterapeuta. O processo que mais importância adquire é a relação. Adaptação da escala Supervisory Relating Style Inventory (SRSI) à população Portuguesa Foram obtidos dados provenientes de 233 psicoterapeutas. Para a adaptação e validação da SRSI foi utilizada a análise da sensibilidade dos itens, análise fatorial confirmatória, fiabilidade e sensibilidade das dimensões encontradas, validade discriminante, validade convergente e método split half. Como softwares foram utilizados o SPSS e o Amus. Através da AFC encontra-se uma estrutura válida com três dimensões, onde se procede à retirada do item doze, bons resultados de fiabilidade compósita e de validade descriminante. À semelhança da AFC, a AFE refere que o item 12 deve ser retirado.

Palavras-chave: Supervisão, Relação, Psicoterapeutas, SRSI


 

ABSTRACT

The supervision has becoming throw the time in one of the basilar foundations of the psychotherapist formation. The study of the mechanisms that involve the process of supervision, has being constituted in the principal issue that contribute to the best practice of the Psychotherapist. The principal process is the relationship between supervisor and supervisee. It has been made the validation of the scale SRSI to the Portuguese population (n=233). For the propose validation, it has been used the items sensitivity, the exploratory and confirmatory fator analysis, the discriminant and convergent validity, the reliability and the dimensions sensitivity. With the AFC we obtained a valid structure with three dimensions. The item 12 were removed, and the scale has good results of reliability and both the dimensions has discriminant validity. As the AFC presents, the AFE refers that the item 12 need to be removed.

Keywords: Supervision, Relation, Psychotherapist, SRSI


 

A investigação sobre processos de supervisão tem ganho relevância nos últimos anos. De acordo com as guidelines da prática profissional psicoterapêutica, nomeadamente sobre a formação do psicoterapeuta (Watkins, 2014), a supervisão caracteriza-se enquanto pilar da intervenção, desde o momento formativo inicial, à durabilidade da vida profissional do psicoterapeuta (Watkins, 2013). A sua importância coaduna-se principalmente com a resposta às necessidades do cliente e do supervisando, que sustentada pela relação entre supervisor e supervisando (Falender & Shafranske, 2014), tende a suscitar o estabelecimento de confiança, estrutura, coordenação e planeamento da respectiva intervenção (Falender et al., 2014).

Vários são os modelos que compreendem a relação entre supervisor e supervisando. Cliffe, Beinart e Cooper (2016) conceptualizam o instrumento S-SRQ (um instrumento de medida da relação de supervisão sob o ponto de vista do supervisando (SRQ)). Por outro lado, e baseado na literatura, Lizzio, Wilson & Que (2009). conceptualiza o instrumento Supervisor Relating Style Inventory (SRSI) onde obtém as dimensões, abertura, suporte e desafio.

O supervisando necessita de sentir um suporte na relação com o supervisor. O suporte pode ser equiparado à base segura. Funciona enquanto estimulador de conforto, reconhecimento, encorajamento, segurança, empatia, valorização (pessoal e profissional), e constância da confiança do supervisando Lizzio, Wilson & Que (2009). A nível profissional, o suporte poderá auxiliar o supervisando a lidar com a ansiedade (Bernard & Goodyear, 1986, cit. Por Lizzio, Wilson & Que (2009), servindo como um facilitador da auto-revelação, envolvimento, do processo de aprendizagem (Hess, 1987) do lugar confortável, honesto, aberto e de partilha do próprio supervisando (Kaiser, 1992., cit. Por Lizzio et al., 2009). Como tal, o suporte poderá ter uma expressão de desafio, enquanto valência positiva ou negativa (Lizzio, Wilson & Que (2009).), bem como, de fornecer abertura e expansão da relação (Wallace & Cooper, 2015).

O desafio constitui-se como uma dimensão importante do desenvolvimento profissional do psicoterapeuta (Stoltenberg, 1981, cit. por Lizzio, Wilson & Que (2009). Como tal, o supervisor deverá conseguir identificar potenciais desajustes entre o contexto prático/aprendido, e novas estratégias que servem o aumento da complexidade, ambiguidade, abstracção e/ou a intensidade da aprendizagem (Daloz, 1986 cit. por Lizzio, Wilson & Que (2009). Argyris e Schon, (1974 cit. por Lizzio, Wilson & Que (2009) referem, que o supervisor poderá desafiar o supervisando ao convidá-lo a interpretar e/ou reflectir sobre contextos teórico-práticos, ao identificar inconsistências, conflitos, processos paralelos, contextos desagradáveis que tenham surgido na supervisão ou providenciar feedback crítico. Contudo, será na presença de contextos desafiantes, que a relação tende a adoecer, e o supervisando comece a sentir-se desprotegido, com dúvida, incerteza, insegurança e medo (Wilson, Davies & Weatherhead (2015). Assim, a existência de um espaço seguro, de tolerância, contentor, aceitação, de abertura, de criação e de reflexividade (Israelstam, 2014) vem permitir a progressão na aprendizagem (Starr, Ciclitira, Marzano & Brunswick 2012) e à constituição de um ambiente saudável que propicie a resolução e ultrapassagem de desafios (Hill & Knox, 2013).

Uma outra dimensão apontada por Lizzio, Wilson & Que (2009) é a abertura. A abertura diz respeito à produção de auto-revelações, ou seja, informação sobre si próprio (De Vito, 1993., cit. por Lizzio, Wilson & Que (2009). No contexto da supervisão, a abertura é conceptualizada enquanto um mecanismo que permite o envio e a recepção de informação sobre a relação, como por exemplo, os erros, preocupações, opiniões e ansiedade. Uma outra função da abertura, será a receptividade ao desafio e ao debate de feedback critico ou formativo, onde se forma um ciclo, uma vez que a abertura do supervisor, irá promover a abertura do supervisando, onde se promove mutuamente a confiança, o que leva à boa aliança de aprendizagem (Lizzio, Wilson & Que (2009). Neste sentido, Clohessy (2009., cit. por Beinart, 2014) afirma que quanto mais aberto à aprendizagem o supervisando se encontrar, mais o supervisor tende a investir na relação, criando um círculo que suporta o desenvolvimento da relação. Spence, Fox, Golding & Daiches (2014) refere ainda que a abertura se relaciona com o desafio, no sentido em que é preciso ter abertura na relação para que o desafio possa emergir.

A escala SRSI foi recentemente adaptada ao contexto português (Almeida, Pires e Oliveira, 2018). Os resultados da fiabilidade compósita terem demonstrado estar contidos dentro dos parâmetros de Marôco (2014) (FC≥0,73), variando de níveis bons a muito bons e dos índices de ajustamento se revelarem de boa qualidade (X2=95,195, p=0,000; CFI=,971; GFI=,934; PCFI=,736; RMSESA=,063; MECVI=,678). Por outro lado, os autores afirmam que não existe validade discriminante entre as dimensões Abertura e Suporte (VEMA=0,55 < r 2 AS=0,56), e que as dimensões Desafio e Abertura (VEMD=0,41 e a VEMA=0,55 > r2AD=0,28) e Desafio e Suporte (VEMD=0,41 e a VEMS=0,79 > r 2 DS=0,28) possuem validade descriminante.

Neste estudo pretende-se estudar as características psicométricas da escala SRSI (Lizzio, Wilson & Que (2009). Foram utilizados os procedimentos de análise da sensibilidade dos itens, análise fatorial confirmatória, fiabilidade e sensibilidade das dimensões encontradas, validade discriminante, validade convergente e método split half. O presente trabalho apresenta-se como sendo essencial a título da exploração da investigação iniciada em Portugal (Almeida, Pires e Oliveira, 2018), e continuada a nível internacional (Watkins, 2014), sobre a formação e prática de supervisão. Como tal, a adaptação e validação do instrumento SRSI (Lizzio, Wilson & Que (2009).) para a população Portuguesa apresenta elevada pertinência, uma vez que não existem escalas de relação de supervisão adaptadas e validadas para a população Portuguesa de Psicoterapeutas.

Método

Participantes

A amostra caracteriza-se como sendo não aleatória, tendo sido escolhidos participantes que sejam psicoterapeutas (N=233) ou exerçam funções de psicoterapia. Os resultados obtidos sintetizam-se pelos Quadros 1 (Dados Sócio-Demográficos), 2 (Dados referentes aos conteúdos sobre psicoterapia) e 3 (Dados sobre supervisão).

 

 

 

 

Material

Relating Style Inventory (SRSI) de Lizzio, Wilson & Que (2009). Foi desenvolvido de forma a medir os níveis de desafio, suporte e abertura do supervisor pela percepção do supervisando. Foi concebida uma pool de 21 itens (sete por cada constructo) a partir das diversas construções teóricas existentes na literatura, pelo que após uma análise fatorial exploratória, vêm a resultar um total de doze itens, divididos em três dimensões, abertura, desafio e suporte, tendo por base de respostas um sistema de resposta likert [(1) Discordo totalmente até (7) concordo totalmente]. A fiabilidade obtém-se com valores bastante adequados (abertura, α=0,83; suporte α=0,89; desafio α=0,82) constituindo-se enquanto três fortes dimensões da relação. Em relação à inter-relação das dimensões, no contexto da supervisão, as referidas dimensões tendem a agrupar-se em dois grandes grupos a abertura-suporte e a abertura-desafio.

Procedimento

Em primeiro lugar a escala foi traduzida seguindo os passos tradicionais no respeitante à tradução, re-tradução e tradução. Em análise obteve-se a colaboração de um especialista na matéria referente à psicoterapia, bem como, no respeitante aos idiomas Inglês e Português. No processo de tradução tiveram-se em conta os processos culturais, e suas especificidades no que remonta aos processos linguísticos e especificidades relativas aos processos de tradução teórico-conceptual.

Em seguida, o questionário, quer socio-demográfico, sobre dados de Psicoterapia e Supervisão, quer em relação à escala SRSI de Lizzio, Wilson, e Que (2009) foi distribuído via internet por meio de e-mails enviados a associados de instituições Portuguesas de Psicoterapia, bem como, pelas redes sociais (ex. Facebook) sob método Snowball.

Por fim, adaptou-se a escala à população Portuguesa, sendo que para tal, utilizou-se a sensibilidade dos itens (com utilização dos valores de assimetria |3| e curtose |8|) e normalidade por via do teste Kolmogorov-Smirnov (N>50), validade de constructo pela análise fatorial confirmatória, fiabilidade (Alpha de Cronbach) dos constructos e sensibilidade relativa às dimensões (com utilização dos valores de assimetria |3| e curtose |8|, bem como do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov (N>50), validade convergente entre ambas as escalas, validade descriminante e método de split half. Todos os valores que foram utilizados, constam nos valores padrão de Marôco (2014).

Resultados

De forma a aplicar o procedimento da análise fatorial exploratória, veio-se a efectuar a análise de sensibilidade aos itens. Como tal, utilizou-se a curtose |8| e assimetria |3|, bem como o teste Kolmogorov-Smirnov (N>50) à análise da normalidade.

 

 

Uma vez que os itens possuem valores aceitáveis de assimetria [3] e da curtose [8], e de todos os valores serem significativos da distribuição normal (para alfa=0.05), tem-se a possibilidade de aplicação da análise fatorial exploratória.

 

 

Pelos pressupostos da AFE, a análise da medida Kaiser-Meyer-Olkin KMO= ,892 - muito boa qualidade, pressupõe boa correlação entre variáveis (itens) e o ajustamento da amostra ao número de itens. Pelo teste de esfericidade de Bartlett (sig. = ,000) tem-se a aceitação de Ho (a matriz de correlações é uma matriz identidade), onde se aponta a existência de caracter correlacional entre variáveis. Pela análise das comunalidades, tem-se que todos os itens propostos (correlações acima de 0,5) garantem/contribuem para a explicação das componentes.

 

 

Pela análise fatorial exploratória, tendo em regra os eigenvalue superior a 1, ou critério de Kaiser e com o scree plot , obtém-se a estrutura relacional das classificações das dimensões relacionais por três fatores latentes.

Como tal, o primeiro fator apresenta pesos fatoriais elevados, explicando sensivelmente 49,188% da variância total, o segundo fator apresenta pesos fatoriais mais baixos de 12,982% e o terceiro fator pesos fatoriais de 7,474%, pelo que no seu todo, prefiguram uma percentagem cumulativa de pesos fatoriais de 69,643%. A Matriz de componente rotativa foi realizada sob pressuposto de rotação varimax, e utilizando o método de extração de componentes principais.

Neste sentido, pela matriz de componente rotativa por rotação varimax, tem-se a constituição das dimensões Abertura (itens 2, 3, 4), Desafio (itens 5, 6, 7, 8) e suporte (itens 1, 9, 10, 11, 12).

Pela análise da fiabilidade, tem-se que a escala completa apresenta um Alpha de Cronbach de valor ,897. Neste sentido, e tendo em conta os valores das comunalidades e estatísticas-total (Quadro 6), percebe-se que não deverá ser retirado nenhum item, uma vez que a fiabilidade da escala não se altera, revelando a fiabilidade, consistência e perícia da mesma no que se propõe avaliar. Em relação à dimensão Suporte, esta possui um Alpha de 0,916, sendo que pelas análises da estatística item-total (Quadro 6), não se vem a retirar nenhum item desta mesma dimensão. Por outro lado, a dimensão abertura, possui um Alpha de 0,748, sendo que em análise da estatística item-total (Quadro 6) não se vem a retirar nenhum item. Por último, em relação à dimensão Desafio, esta possui um Alpha de ,749, valor este considerado enquanto admissível, bem como, em análise da estatística item-total (Quadro 6) não se vem a retirar nenhum item. Este processo foi conduzido sob condição do valor item-total, pelo que retira-se determinado item caso o mesmo venha a baixar o valor do Alpha de Cronbach de determinada dimensão.

 

 

Foi realizado o método Split-half de modo a calcular, com um outro procedimento estatístico a fiabilidade do instrumento. Neste sentido, e tendo em conta o valor da correlação de Pearson (r=,870; Sig=,000), obtém-se uma boa consistência interna.

 

 

Em último lugar, testou-se a sensibilidade das dimensões encontradas, bem como, o teste relativo à normalidade das referidas dimensões.

 

 

Em relação à validade discriminante e convergente, utilizaram-se as três dimensões da escala SRSI (Lizzio, Wilson & Que (2009) e as três dimensões da escala S-SRQ (Lizzio, Wilson & Que (2009). Como tal, obtém-se que todas as dimensões possuem correlação entre si, o que aponta a uma boa explicação conjunta do conceito relação, tal como referenciado na Literatura. Por outro lado, as correlações elevadas entre Base Segura e Abertura (r=,725; Sig=,000) e Base Segura e Suporte (r=,866; Sig=,000), sugerem uma aproximação estatística significativa e aproximação/semelhança a nível conceptual. Como tal, obtém-se que existe pouca descriminação entre as dimensões mencionadas e, deste modo, convergência (semelhança) entre as mesmas.

 

 

Pela utilização da Análise fatorial confirmatória, realizaram-se dois modelos e respetivas análises com o intuito de obter um ajustamento adequado utilizando as estatísticas de Marôco (2014). Neste sentido, o primeiro modelo, apesar de apresentar valores aceitáveis, alguns itens revelaram-se problemáticos, segundo a análise dos indicies de modificação, pelo que se retirou o item 12 devido ao erro do mesmo covariar com o fator (Desafio) que, além disso, não era o fator no qual o referido item deveria saturar bem covariar com o erro do item 5. Após a remoção do item 12 não se observaram mais indicies de modificação bem como se verificou que os restantes itens são, não só significativos como apresentam um peso fatorial ≥ 0.4.

Por forma a verificar se a diferença entre o modelo original e o agora simplificado era significativa, realizámos um teste de diferenças X2. Deste modo, utilizando os valores das estatísticas do X2 de ambos os modelos e os respetivos graus de liberdade (gl), verificou-se que X2dif= 133,369-81,625= 51,744 e (gl) 51-41= 10. Consultando o Quadro da Distribuição do Chi-Quadrado, para α=0,05 observa-se que X20.95;(10) = 18,307. Logo sendo X2dif=51,744 > X20.95;(45) =18,307, conclui-se que o modelo simplificado se ajusta melhor à estrutura fatorial observada do que o modelo original, bem como, mostra que os fatores não estão perfeitamente correlacionados entre si e que medem construtos diferentes, assim demonstrando que o instrumento tem validade discriminante.

Salienta-se, ainda, que o modelo simplificado apresenta uma redução no MECVI (cf. Quadro X), revelando que o modelo simplificado tem melhor validade para a amostra sob estudo.

 

 

Demonstrada a validade fatorial e discriminante da estrutura em análise, seguimos para a análise da validade convergente, com recurso à análise da fiabilidade compósita (FC) e da variância extraída média (VEM) para cada fator e para o total da medida. Segundo os resultados obtidos (cf. Quadro X) a fiabilidade compósita dos fatores revelou-se adequada, com bons valores de fiabilidade compósita (FC>0.7) e, por sua vez, também para a variância extraída média se verificaram valores aceitáveis (VEM>0.4) indicando uma validade convergente considerada adequada (Hair, Anderson, Tatham, & Black, 1995).

 

 

Procedeu-se, ainda, à análise da sensibilidade da medida, avaliada pelos coeficientes de assimetria e curtose. Segundo os resultados obtidos, não se verificaram violações desta medida, (-1,757>SK>-0,748; -0,371>K>4,139), demonstrando estar a Distribuição Normal conservada e sem desvios grosseiros, indicando, por isso, a sensibilidade do construto de acordo com os valores relativos ao coeficiente de assimetria que devem estar compreendidos entre |3| e os valores relativos ao coeficiente de achatamento ou curtose devem estar compreendidos entre |7| (Kline, 2004; Brown, 2006; Maroco, 2010).

As análises levadas a cabo permitiram chegar a uma estrutura fatorial que demonstra ser adequada, sendo a figura seguinte a que representa o modelo final encontrado.

 

 

Discussão

O presente estudo teve como principal objetivo analisar as propriedades psicométricas da SRSI (Lizzio, Wilson & Que, 2009) numa amostra de Psicoterapeutas Portugueses.

A utilização da análise fatorial exploratória permitiu identificar um modelo inicial, de forma a puder ser comparado com a estrutura inicial proposta pelos autores Lizzio, Wilson & Que (2009), a qual, vem a apresentar um modelo parcialmente válido, quando comparado com o estudo dos autores Lizzio, Wilson, e Que (2009) e Almeida e Pires (2018). Tendo em conta o estudo realizado por Almeida, Pires e Oliveira (2018) e as indicações estatísticas apontadas por Marôco (2014), verifica-se que existe uma modificação, onde o item doze vem a ser retirado, de forma a obter um ajustamento de modelo de maior qualidade com três dimensões inter-relacionadas com itens com pesos fatoriais significativos acima de ≥ 0.4.

Pela análise confirmatória obtém-se um modelo de três dimensões, onde, quando comparado com o modelo originalmente concebido por Lizzio, Wilson, e Que (2009) se vem a retirar o item 12.

A análise de consistência interna revela que pelo Alpha de Cronbach, se apresentam valores acima de 0,7 e a fiabilidade compósita com valores acima de 0,7, bem como o método Split-Half vem evidenciar uma correlação de Pearson de r = ,870. Como tal, o modelo revela-se fiável e preciso no que pretende medir.

A análise da validade discriminante revela que existe discriminação entre todas as dimensões entre si da escala SRSI. Por outro lado, entre a dimensão base segura, da escala S-SRQ, e a dimensão abertura (correlação de Pearson (r) = 0,725) desafio (correlação de Pearson (r) = ,972) e suporte (correlação de Pearson (r) = ,866) da escala SRSI apresentam valores muito altos, o que revela a proximidade teórica entre constructos.

 

REFERÊNCIAS

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Rua Virgílio Correia, nº33, 5ºesq, Laranjeiras, Portugal, joao.almeida@aecascais.pt

 

Recebido em 24 de Dezembro de 2019 / Aceite em 31 de Maio de 2019

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