SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.21 número1Impacto do estigma sexual e coming out na saúde de minorias sexuaisO efeito da imagem corporal e da satisfação conjugal no ajustamento ao envelhecimento dos idosos índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.21 no.1 Lisboa abr. 2020

https://doi.org/10.15309/20psd210116 

Não monogamia consensual: atitudes e experiências de pessoas heterossexuais, homossexuais e plurissexuais

Consensual non-monogamy: attitudes and experiences of heterosexual, homosexual, and plurisexual individuals

Pedro Alexandre Costa1, & José Alberto Ribeiro-Gonçalves1

1William James Center for Reserarch, ISPA - Instituto Universitário, pcosta@ispa.pt, jgoncalves@ispa.pt


 

RESUMO

A maioria das culturas ocidentais assume o padrão relacional monogâmico como o ideal nas relações de compromisso, ainda que este padrão seja hoje menos frequente e particularmente entre minorias sexuais. O objetivo deste estudo foi examinar as crenças e a adesão à não monogamia consensual. Método: Foi recolhida uma amostra de 1,725 adultos (idade média = 35), entre os quais 1,159 exclusivamente heterossexuais, 164 exclusivamente homossexuais, e 402 plurissexuais, que participaram em um estudo conduzido online. Resultados: Os participantes heterossexuais revelaram atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais mais restritivas e atitudes menos abertas a relações não monogâmicas do que os participantes homossexuais e plurissexuais. Contudo, os participantes plurissexuais revelaram maior abertura a relações não monogâmicas do que os participantes homossexuais. Quanto ao género, as mulheres de forma geral revelaram atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais mais restritivas e atitudes menos abertas a relações não monogâmicas do que os homens. Discussão: Neste estudo, as pessoas com identidades sexuais menos normativas (bissexuais, pansexuais, queer) revelaram maior desejo e experiência de relações de compromisso não monogâmico e atitudes sexuais menos restritivas, sugerindo uma dupla disrupção dos padrões heteronormativos e mononormativos que poderá ter impacto na saúde, e particularmente na saúde sexual deste grupo de pessoas.

Palavras-chave: Monogamia, Poliogamia, Poliamor, Relações diádicas, Sexo casual, Saúde sexual


 

ABSTRACT

In most Western cultures, the monogamous relational pattern is assumed as ideal in committed relationships, although this pattern is becoming less frequent today and particularly among sexual minorities. The aim of this study was to examine the beliefs and adherence to consensual non-monogamy. Method: A sample of 1,725 ​​adults (mean age = 35) was collected, including 1,159 exclusively heterosexual, 164 exclusively homosexual, and 402 plurisexual individuals who participated in an online study. Results: Heterosexual participants revealed attitudes and desire to engage in more restrictive sexual relations and less open attitudes to non-monogamous relations than homosexual and plurisexual participants. However, plurisexual participants revealed greater openness to non-monogamous relationships than homosexual participants. Regarding gender, women generally revealed attitudes and desire to engage in more restrictive sexual relations and less open attitudes to non-monogamous relationships than did men. Discussion: In this study, people with less normative sexual identities (bisexual, pansexual, queer) revealed greater desire and experience of non-monogamous committed relationships and less restrictive sexual attitudes, suggesting a double disruption of heteronormative and mononormative patterns that may impact health, and particularly sexual health of this group of people.

Keywords: Monogamy, Poligamy, Poliamory, Dyadic relations, Casual sex, Sexual health


 

A maioria das culturas ocidentais assume o padrão relacional monogâmico como o paradigma ideal nos relacionamentos de compromisso, particularmente nos relacionamentos heterossexuais (Green, Valleriani, & Adam, 2015; van Eeden-Moorefield, Malloy, & Benson, 2015). Contudo, estima-se que cerca de 20% das pessoas solteiras possam envolver-se em Relacionamentos Não Monogâmicos Consensuais (RNMC) em algum momento da sua vida e que aproximadamente 5% das pessoas comprometidas reportam estar em RNMC (Conley, Matsick, Moors, & Ziegler, 2017; Conley, Piemonte, Gusakova, & Rubin, 2018). O sociólogo Anthony Giddens (1992) refere-se a estas mudanças como um fenómeno de democratização das relações íntimas, o qual tem sido impulsionado largamente por homens gays e mulheres lésbicas, uma vez que estes, e em particular os homens gays, são mais propensos a relatar envolvimento em RNMC (van Eeden-Moorefield et al., 2015).

A prevalente mononormatividade na nossa sociedade desvaloriza e estigmatiza os relacionamentos não monogâmicos mesmo que consensuais, e promove a perceção partilhada destes como menos morais, de menor qualidade, menos satisfatórios e com mais riscos a nível do bem-estar e da saúde sexual (Green et al., 2015). As pessoas envolvidas em RNMC são vistas como maus parceiros relacionais, cônjuges “hipersexuais” e pais “fracos”, em comparação com os monogâmicos, que são percecionados como mais apaixonados, sexualmente satisfeitos, comprometidos e confiantes (Conley et al., 2017).

Contudo, apesar do estigma associado às relações não monogâmicas, particularmente a crença de um risco elevado de exposição a infeções sexualmente transmissíveis, estudos recentes têm salientado que a não monogamia pode estar associada a diversos benefícios na saúde, tal como na saúde mental e no bem-estar (Conley et al., 2018). Diversos estudos observaram elevados níveis de satisfação relacional em pessoas envolvidas em RNMC, e não encontraram diferenças na satisfação relacional entre casais monogâmicos e não monogâmicos (Conley et al., 2017). Um dos fatores que parece influenciar significativamente a satisfação relacional nas RNMC é a sociosexualidade, definida como predisposição e/ou desejo de envolvimento em sexo casual (Simpson & Gangestad, 1991). As pessoas com uma sociosexualidade menos restritivas (ou seja, com maior predisposição para sexo casual) têm um maior número de parceiros sexuais ao longo da vida e têm uma maior propensão para se envolverem em sexo casual extradiádico (Rodrigues, Lopes, & Pereira, 2016). Neste sentido, pessoas com uma sociosexualidade menos restritiva e envolvidas num relacionamento monogâmico poderão demonstrar menor satisfação relacional e relações sexuais extradiádicas não consensuais, o que poderá ter implicações importantes para a saúde sexual da díade.

Embora vasta literatura demonstre que os homens heterossexuais, em comparação com as mulheres heterossexuais, têm um maior desejo de RNMC e de sexo casual (Moors, Conley, Edelstein, & Chopik, 2015; Simpson & Gangestad, 1991), pouco se sabe se este efeito de género se verifica em homens gays e mulheres lésbicas. Mais, ainda que o padrão mononormativo seja menos prevalente em casais do mesmo sexo ou género (van Eeden-Moorefield et al., 2015), a maioria dos estudos tem excluído pessoas com orientações sexuais plurissexuais, ou seja, pessoas com uma orientação afetivo-sexual por pessoas de ambos os sexos ou géneros, ou por pessoas com género não binário ou não definido (pessoas bissexuais, pansexuais, queer, ou não binárias; Galupo, Ramirez, & Pulice-Farrow, 2017). Assim, este estudo propõe-se a comparar os níveis de satisfação relacional, atitudes e práticas de RNMC, e atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais casuais numa amostra de adultos Portugueses envolvidos num relacionamento de compromisso.

Método

Participantes

Os critérios de inclusão para este estudo foram: (1) ter 18 ou mais anos de idade, e (2) estar em uma relação de compromisso. Foi constituída uma amostra final de 1,725 participantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 73 anos (M = 34,92; SD = 10,69). Destes, 1,351 (78%) reportaram ter estudos universitários, 1,012 (59%) habitavam em zona urbana, e 1,081 (63%) reportaram um bom nível geral de saúde. No que diz respeito ao género, 1,030 (60%) identificaram-se como sendo mulheres, 679 (39%) como sendo homens, e 16 (1%) como sendo pessoa transgénero ou não binária. No que diz respeito à orientação sexual, foi utilizada a escala de Kinsey, Pomeroy e Martin (1948) que varia entre 0 (exclusivamente heterossexual) e 6 (exclusivamente homossexual), na qual 1,159 (67%) se identificaram como exclusivamente heterossexual, 164 (10%) como exclusivamente homossexual, e 402 (23%) entre o ponto 1 e o ponto 5 da escala. Para permitir comparações entre pessoas com diferentes orientações sexuais, foram constituídos os seguintes três grupos (1) Heterosexuais monosexuais (exclusivamente heterossexuais); (2) Homosexuais monosexuais (exclusivamente homossexuais); e (3) Plurisexuais (relacionam-se com diferentes sexos ou géneros).

Material

Escala de Ajustamento Diádico Revista(Busby, Christensen, Crane, & Larson, 1995), composta por 14 itens distribuídos por três dimensões: Consenso, Satisfação e Coesão. Neste estudo foi apenas usada a dimensão Satisfação (α = 0,85), medida através de uma escala de Likert de 6 pontos. Valores mais elevados revelam maior satisfação relacional.

Escala de Não Monogamia Consensual (Moors et al., 2015), composta por 12 itens distribuídos por duas dimensões: Atitudes em relação a não monogamia consensual e Vontade em se envolver em não monogamia consensual, cada uma composta por seis itens medidos através de uma escala de Likert de 7 pontos. Para o presente estudo foi apenas usada a dimensão Atitudes (α = 0,80). Valores mais elevados revelam atitudes mais favoráveis à não monogamia consensual.

Inventário de Orientação Sexual Sociossexual Revisto (Penke & Asendorpf, 2008; Rodrigues & Lopes, 2017), composto por nove itens distribuídos por três dimensões: Comportamento, Desejo e Atitudes, cada uma composta por três itens medidos através de escala de Likert de 7 pontos. Para o presente estudo foram apenas usadas as dimensões Desejo (α = 0,87) e Atitudes (α = 0,81). Valores mais elevados revelam atitudes menos restritivas e maior desejo de envolvimento em relações sexuais casuais.

Procedimento

Os participantes foram recrutados online, nomeadamente em redes sociais, através de processos de amostragem não probabilísticos por conveniência e bola de neve. Por forma a recrutar pessoas que se identificassem como não heterossexuais e pessoas envolvidas em relações afetivo-sexuais não monogâmicas, o estudo foi divulgado em blogs e grupos em redes sociais específicas para pessoas com este perfil (e.g., associações LGBT; blog “PolyPortugal”).. Na primeira página do questionário online foi apresentado o consentimento informado, uma breve descrição do estudo, e assegurado o anonimato e confidencialidade aos participantes. Foram respeitados os princípios deontológicos definidos pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), assim como as diretrizes definidas pela Associação de Psicologia Americana (APA) para a condução de estudos com seres humanos.

Resultados

No que diz respeito à caracterização da amostra, os participantes identificaram estar numa relação de compromisso entre um e 52 anos (M = 8,30; SD = 9,03), entre as quais 335 (19%) referiram manter um acordo relacional não monogâmico, e 142 (8%) referiram manter um relacionamento afetivo-sexual com mais de uma pessoa. Comparando os três grupos com base na orientação sexual, os participantes plurissexuais revelaram maior probabilidade de manterem um relacionamento não monogâmico do que participantes heterossexuais ou homossexuais monossexuais, χ2(2) = 126,62, p < 0,001, assim como uma maior proporção de relacionamentos com mais de uma pessoa, χ2(2) = 52,75, p < 0,001.

Para comparar os participantes com diferentes orientações sexuais no que diz respeito à sua satisfação relacional, atitudes em relação a não monogamia consensual, atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais casuais foi conduzida uma MANOVA. Os resultados revelaram um efeito multivariado significativo, Pillai’s Trace = 0,12, F(4,1719) = 28,25, p < 0,001, η2p = 0,06, Power = 1,00. Testes aos efeitos simples revelaram efeitos significativos para todas as variáveis (Quadro 1). Os participantes homossexuais monossexuais revelaram maior satisfação relacional do que participantes heterossexuais monossexuais e plurissexuais (p’s = 0,001). No que diz respeito a atitudes em relação à não monogamia consensual, atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais menos restritivas, os participantes heterossexuais monossexuais revelaram atitudes e desejo mais restritivos e atitudes menos abertas a relacionamentos não monogâmicos (p’s < 0,001). Quando comparados com os participantes plurissexuais, os participantes homossexuais monossexuais revelaram menor abertura a relações não monogâmicas (p < 0,001).

 

 

Em seguida, foi conduzida uma MANCOVA para examinar se o efeito da orientação sexual no que diz respeito à satisfação relacional, atitudes em relação a não monogamia consensual, atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais casuais se mantinha após controlar o efeito de género. Os resultados evidenciaram um efeito multivariado significativo da variável orientação sexual, Pillai’s Trace = 0,12, F(4,1701) = 28,17, p < 0,001, η2p = 0,06, Power = 1,00, após controlar o efeito significativo da variável género, Pillai’s Trace = 0,16, F(4,1701) = 80,18, p < 0,001, η2p = 0,16, Power = 1,00. No que diz respeito ao efeitos de género (Quadro 2), as mulheres revelaram atitudes e desejo de envolvimento em relações sexuais significativamente mais restritivos e atitudes significativamente menos abertas a relacionamentos não monogâmicos do que os homens.

 

 

Discussão

O presente estudo teve como objetivos examinar os níveis de satisfação relacional, atitudes e práticas de RNMC e atitudes e desejo de relações sexuais casuais comparativamente entre pessoas com diferentes orientações afetivo-sexuais, e avaliar se as diferenças os três grupos se verificavam após controlar diferenças de género. Verificou-se que a satisfação relacional foi maior entre pessoas homossexuais monossexuais (homens gays e mulheres lésbicas), em comparação com os dois outros grupos, o que é relevante considerando o estigma comummente associado às relações entre pessoas do mesmo sexo ou género (Frost, 2011). Alguma investigação tem apontado para um fenómeno crescente de homonormatividade, que se refere à importação (e expansão) de modelos heteronormativos para relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo ou género. Nestes, há a atribuição de uma especial relevância às relações monogâmicas, reconhecidas social e legalmente, e com filhos (Rabun & Oswald, 2009), suportada no reconhecimento legal das uniões e da parentalidade por casais do mesmo sexo ou género. Esta evidência contraria uma das crenças associadas às relações entre pessoas do mesmo sexo ou género, particularmente entre homens gays, que afirmam que estas são marcadas por maior “promiscuidade”, infidelidade, e frequência de sexo extra-diádico. Pelo contrário, ainda que alguns casais de dois homens possam manter RNMC, para muitos destes casais a não monogamia sexual não é necessária para a satisfação diádica (LaSala, 2004).

Corroborando esta interpretação, verificámos neste estudo que as pessoas homossexuais monossexuais tinham menos prática e menor desejo de relacionamentos não monogâmicos do que as pessoas plurissexuais, ainda que de forma global tenham ficado num ponto intermédio entre as pessoas heterossexuais monossexuais e plurissexuais. Entre as pessoas plurissexuais foi encontrada uma maior proporção de RNMC e de relacionamentos com mais de uma pessoa, possivelmente relações poliamorosas. Esta maior proporção é justificável tendo em conta que as pessoas plurissexuais revelaram também uma sociosexualidade menos restritiva do que os grupos monossexuais. Assim, demonstrando um maior desejo de práticas não monogâmicas e de relações sexuais causais, o envolvimento em RNMC não é surpreendente. Também por este motivo se compreende um elevado nível de satisfação relacional semelhante ao de pessoas heterossexuais tendencialmente monogâmicas. Estes resultados vão de encontro a estudos que sustentam que uma sociosexualidade menos restritiva não tem um impacto negativo na satisfação relacional em casais não monogâmicos de forma consensual (Rodrigues et al., 2016).

No que diz respeito à comparação entre géneros, as mulheres revelaram uma sociosexualidade mais restritiva e menor abertura ao envolvimento em relações não monogâmicas do que os homens, o que vai de encontro a conclusões de estudos anteriores (Moors et al., 2015; Simpson & Gangestad, 1991). Contudo, estas diferenças não anulam as diferenças entre orientações afetivo-sexuais, tendo-se encontrado o mesmo padrão de resultados entre monossexuais e plurissexuais, após controlar o efeito de género. Assim, sugerimos que as pessoas plurissexuais poderão ser mais transgressoras da normatividade a diversos níveis. A sua identidade parece subverter o binarismo heterossexualidade-homossexualidade, a que se associa um maior não conformismo com os padrões relacionais monogâmicos.

Este estudo apresentou algumas limitações que devem ser reconhecidas. Obteve-se algum desequilíbrio amostral sob a forma de sobre-representação de homens e de pessoas heterossexuais. O processo de amostragem não probabilístico e online poderá ter resultado numa amostra com maior literacia, mais jovem e urbana, o que condiciona a generalização destes resultados. Apesar de algumas limitações, o presente estudo recrutou uma dais maiores e mais diversas amostras na área em estudo, o que se constitui como uma importante força. Em conclusão destacamos uma evidência deste estudo com importantes implicações para a saúde e saúde sexual. As pessoas com uma sociosexualidade menos restritiva podem demonstrar uma menor satisfação relacional e menos compromisso na relação, e por isso maior probabilidade de infidelidade (Rodrigues & Lopes, 2017), mas apenas em casais monogâmicos. Isto sugere que para estas pessoas, o envolvimento em RNMC é protetor do compromisso e da satisfação na relação diádica. Consequentemente, a negociação de uma relação não monogâmica envolve uma comunicação aberta entre parceiros, os quais demonstram por esse motivo uma maior preocupação com o risco sexual e adoção de comportamentos de proteção durante as relações sexuais extra-diádicas (Lehmiller, 2015).

 

REFERÊNCIAS

Busby, D. M., Christensen, C., Crane, D. R., & Larson, J. H. (1995). A revision of the dyadic adjustment scale for used with distressed and nondistressed couples: Construct hierarchy and multidimensional scales. Journal of Marital and Family Therapy, 21, 289-308. DOI: 10.1111/j.1752-0606.1995.tb00163.x.         [ Links ]

Conley, T. D., Matsick, J. L., Moors, A. C., & Ziegler, A. (2017). Investigation of consensually nonmonogamous relationships. Perspectives on Psychological Science, 12, 205-232. DOI: 10.1177/1745691616667925.         [ Links ]

Conley, T. D., Piemonte, J. L., Gusakova, S., & Rubin, J. D. (2018). Sexual satisfaction among individuals in monogamous and consensually non-monogamous relationships. Journal of Social and Personal Relationships, 35, 509-531. DOI: 10.1177/0265407517743078.         [ Links ]

Frost, D. M. (2011). Stigma and intimacy in same-sex relationships: A narrative approach. Journal of Family Psychology, 25, 1-10. DOI: 10.1037/a0022374.         [ Links ]

Galupo, M. P., Ramirez, J. L., & Pulice-Farrow, L. (2017). “Regardless of their gender”: Descriptions of sexual identity among bisexual, pansexual, and queer identified individuals. Journal of Bisexuality, 17, 108-124. DOI: 10.1080/15299716.2016.1228491.         [ Links ]

Giddens, A. (1992). The transformation of intimacy: Sexuality, love and eroticism in modern societies. Cambridge: Policy Press.         [ Links ]

Green, A. I., Valleriani, J., & Adam, B. (2015). Marital monogamy as ideal and practice: The detraditionalization thesis in contemporary marriages. Journal of Marriage and Family, 78, 416-430. DOI: 10.1111/jomf.12277.         [ Links ]

Kinsey, A., Pomeroy, W., & Martin, C. (1948). Sexual behavior in the human male. Philadelphia: Saunders.         [ Links ]

LaSala, M. C. (2004). Extradyadic sex and gay male couples: Comparing monogamous and nonmonogamous relationships. Families in Society, 85, 405-412. DOI: 10.1177/104438940408500319.         [ Links ]

Lehmiller, J. J. (2015). A comparison of sexual health history and practices among monogamous and consensually nonmonogamous sexual partners. Journal of Sexual Medicine, 12, 2022-2028. DOI: 10.1111/jsm.12987.         [ Links ]

Moors, A. C., Conley, T. D., Edelstein, R. S., & Chopik, W. J. (2015). Attached to monogamy? Avoidance predicts willingness to engage (but not actual engagement) in consensual non-monogamy. Journal of Social and Personal Relationships, 32, 222-240. DOI: 10.1177/0265407514529065.         [ Links ]

Penke, L., Asendorpf, J. B. (2008). Beyond global sociosexual orientations: A more differentiated look at sociosexuality and its effects on courtship and romantic relationships. Journal of Personality and Social Psychology, 95, 1113-1135. DOI: 10.1037/0022-3514.95.5.1113.         [ Links ]

Rabun, C., & Oswald, R. F. (2009). Upholding and expanding the normal family: Future fatherhood through the eyes of gay male emerging adults. Fathering, 7, 269-285. DOI: 10.3149/fth.0703.269.         [ Links ]

Rodrigues, D., & Lopes, D. (2017). Sociosexuality, commitment, and sexual desire for an attractive person. Archives of Sexual Behavior, 43, 775-788. DOI: 10.1007/s10508-016-0814-3.         [ Links ]

Rodrigues, D., Lopes, D., & Pereira, M. (2016). Sociosexuality, commitment, sexual infidelity, and perceptions of infidelity: Data from the second love web site. The Journal of Sex Research, 54, 241-253. DOI: 10.1080/00224499.2016.1145182.         [ Links ]

Simpson, J. A., & Gangestad, S. W. (1991). Individual differences in sociosexuality: Evidence for convergent and discriminant validity. Journal of Personality and Social Psychology, 60, 870-883. DOI: 10.1037/0022-3514.60.6.870.         [ Links ]

van Eeden-Moorefield, B., Malloy, K., & Benson, K. (2015). Gay men’s (non)monogamy ideals and lived experience. Sex Roles, 75, 43-55. DOI: 10.1007/s11199-015-0566-x.         [ Links ]

 

Recebido em 15 de Novembro de 2019

Aceite em 29 de Janeiro de 2020

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons