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Psicologia, Saúde & Doenças

Print version ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.21 no.1 Lisboa Apr. 2020

https://doi.org/10.15309/20psd210109 

Disparidades na saúde mental entre homens gays e bissexuais mais velhos com e sem diagnóstico de VIH

Mental health disparities between older gay and bisexual men with and without HIV

Inês Catarina Batista1, & Henrique Pereira1

1Departamento de Psicologia e Educação, Universidade da Beira Interior, nees.batista@gmail.com, hpereira@ubi.pt


 

RESUMO

Este estudo pretende estimar as disparidades que existem ao nível da saúde mental entre homens mais velhos, gays e bissexuais, de acordo com o seu diagnóstico de VIH. À Escala de Autoestima de Rosenberg, assim como ao BSI-18, responderam 201 homens gays e bissexuais. Da amostra recolhida, 80,6% dos homens identificou-se como gay e 13,9% como bissexual, sendo que 16,9% são homens VIH+. Foram estimados os níveis de autoestima, somatização, depressão e ansiedade da amostra, comparando indivíduos VIH+ e VIH-. Verificou-se que a amostra recolhida revela níveis medianos de autoestima, demonstrando níveis de somatização, depressão e ansiedade inferiores à média da população. Os homens mais velhos bissexuais revelam maiores níveis de autoestima e, consequentemente, níveis inferiores de depressão, quando comparados com os homens mais velhos gays. Pelo contrário, quando comparados os grupos de homens mais velhos gays e bissexuais VIH+ e VIH-, não são encontradas diferenças estatisticamente significativas. Com este estudo esperamos preencher um vazio que existe em Portugal acerca desta área de prevenção e intervenção, pretendendo contribuir para o desenvolvimento de programas em relação à saúde mental nas comunidades gays e bissexuais.

Palavras-chave: saúde mental, autoestima, somatização, depressão, ansiedade, VIH


 

ABSTRACT

This study aims to assess the disparities between the levels of mental health of older gay and bisexual men, according to their HIV status. 201 gay and bisexual men answered the Rosenberg Self-Esteem Scale, as well as the BSI-18. Of the sample collected, 80.6% of men identified themselves as gay and 13.9% as bisexual, with 16.9% being HIV+ men. The self-esteem, somatization, depression and anxiety levels of the sample were estimated by comparing the HIV+ and HIVvalues. The sample collected reveals average levels of self-esteem, showing levels of somatization, depression and anxiety below the population average. Bisexual older men show higher levels of self-esteem and, consequently, lower levels of depression when compared to older gay men. In contrast, when comparing the groups of older gay and bisexual men HIV+ and HIV-, there are no statistically significant differences. With this study, we hope to fill a void that exists in Portugal about this area of ​​prevention and intervention, aiming to contribute to the development of programs regarding mental health in gay and bisexual communities.

Keywords: mental health, self-esteem, somatization, depression, anxiety, HIV


 

A população portuguesa ainda não se sente confortável por ter um vizinho do sexo masculino que se identifique como gay ou bissexual, o que dificulta o desenvolvimento da identidade destes indivíduos (Pereira, 2014). Numa tentativa de fazer face a esta problemática, em 2004 foi introduzida na Constituição Portuguesa uma cláusula de não-discriminação com base na orientação sexual; em 2010, introduziu-se a lei que permite a casais do mesmo sexo casarem-se; e, em 2016, foi implementada a lei que permite que casais do mesmo sexo possam adotar crianças (Pereira & Monteiro, 2016). Contudo, a sociedade do país não conseguiu acompanhar esta evolução e, consequentemente, devido à perceção de discriminação e estigma (Pascoe & Richman, 2009), é possível verificar que os problemas de saúde mental são mais prevalentes nestes indivíduos, quando comparados com a comunidade heterossexual (King et al., 2008).

Tal pode ser explicado de acordo com o Modelo de Stress de Minorias, que refere que o stress relacionado com o estigma social pode estar na origem de problemas ao nível da saúde mental entre minorias sexuais (Meyer, 2003). Portanto, a exposição dos indivíduos gays e bissexuais à discriminação pode ser considerado um fator de risco para problemas de saúde mental e física (Lyons & Hosking, 2014; Woodford, Han, Craig, Lim, & Matney, 2014), sendo que os indivíduos bissexuais são os que têm maiores probabilidades de experienciar dificuldades ao nível da saúde mental (Bostwick, Boyd, Hughes, West, & McCabe, 2014), devido à sua exposição a um efeito duplo de estigma (Pereira & Costa, 2016).

Já no que concerne os homens gays e bissexuais mais velhos, pode assumir-se que a maioria destes indivíduos cresceu num contexto histórico e social bastante adverso, no qual a homossexualidade era considerada uma doença mental, e onde a perseguição e discriminação eram comuns, dando origem a condições de medo e antecipação da rejeição (Haber, 2009). Nos dias de hoje, estes sujeitos têm de ultrapassar problemas idênticos a qualquer outra pessoa heterossexual mais velha - ambos se preocupam com a manutenção da independência, finanças, segurança, apoio social, saúde e o combate à solidão e isolamento (MetLife, 2010 citado por Gardner, de Vries, & Mockus, 2014). No entanto, aos homens gays e bissexuais mais velhos acresce, ainda, as preocupações e barreiras que advêm das experiências de estigmatização social e discriminação ao longo de toda a sua vida (Gardner et al., 2014), comprometendo a procura de cuidados de saúde na idade da velhice, por medo de discriminação e assédio (Jackson, Johnson, & Roberts, 2008), receando possíveis danos negligentes, verbais, físicos ou sexuais (National Senior Citizens Law Center, 2011 citado por Pereira et al., 2017), consequentemente, aumentando o risco de problemas de saúde mental (McCann, Sharek, Higgins, Sheerin, & Glacken, 2013). No que diz respeito, particularmente, aos homens bissexuais mais velhos, a literatura refere que estes se encontram, ainda, expostos a uma fonte tripla de stress, devido a situações de homofobia e bifobia, além do processo de envelhecimento (Pereira et al., 2017).

As situações acima referidas têm o potencial de aumentar os níveis de depressão e ansiedade nesta comunidade, demonstrando-se, geralmente, superiores quando comparados com a população heterossexual (Bostwick et al., 2014; Jackson et al., 2008), o que poderá criar condições de sofrimento mental em mais de metade dos indivíduos em idade avançada (Lyons, Pitts, & Grierson, 2014, citado por Pereira et al., 2017). Dentro do próprio grupo de homens gays e bissexuais em idade avançada, num estudo de Pereira et al. (2019), os homens gays em idade avançada relataram níveis mais elevados de sintomas depressivos do que homens bissexuais mais velhos.

Assim, é de extrema relevância estudar as experiências dos homens gays e bissexuais em idade avançada, no sentido em que estes se defrontam com desafios importantes à medida que envelhecem (Pereira et al., 2019). Torna-se, de igual forma, fundamental perceber quais os mecanismos que ajudam estes indivíduos a realizar um processo de envelhecimento bem-sucedido, sendo que num estudo de Pereira et al. (2017) muitos homens gays e bissexuais mais velhos enfatizaram que a aceitação total das suas características pessoais, especialmente a sua homossexualidade ou bissexualidade, foi o que levou a que se sentissem confortáveis na sua própria pessoa. Referindo, ainda, a necessidade de aceitar as transformações que se encontram inerentes ao processo de envelhecimento.

A investigação da área demonstra, assim, que existe uma associação positiva entre a discriminação interpessoal e os maus resultados em saúde física e mental entre minorias sexuais, o que pode incluir a infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) (Lyons, Pitts, & Grierson, 2012; Ayala et al. 2012; Beyrer et al. 2012; Wolitski & Fenton, 2011 citados por Pereira & Costa, 2016), sendo que nos últimos 10 anos a percentagem de homens que fazem sexo com homens infetados com VIH aumentou (Pereira, 2014).

O HIV Stigma Framework refere que o estigma e a discriminação poderão ser fatores de risco relevantes para problemas de saúde mental em indivíduos portadores de VIH (VIH+) (Logie & Gadalla, 2009), uma vez que enfrentam o fardo adicional de pertencerem a um segundo grupo minoritário estigmatizado (Lyons et al., 2012). Além disso, num estudo de Heywood e Lyons (2016), os homens gays VIH+ demonstraram níveis elevados de problemas de saúde mental, nomeadamente no que diz respeito à depressão e ansiedade, quando comparados com as normas da população em geral. Desta forma, existem razões para suspeitar que homens gays e bissexuais mais velhos VIH+ têm maiores probabilidades de serem vulneráveis a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade (Lyons et al., 2012; Lyons, Pitts, & Grierson, 2013), uma vez que enfrentam uma fonte tripla de estigmatização (Courtenay-Quirk, Wolitski, Parsons, & Gómez, 2006).

Tendo por base a pesquisa bibliográfica explanada anteriormente, este estudo pretende avaliar as disparidades que existem nos níveis de saúde mental entre homens mais velhos, gays e bissexuais, portadores e não-portadores de VIH.

Método

Participantes

Para este estudo, foi recolhida uma amostra de 201 homens mais velhos gays e bissexuais. As suas idades situam-se entre os 50 e os 79 anos, sendo que mais de metade (80,6%) se identifica como gay e 13,9% como bissexual, em que 16,9% são homens portadores de VIH. Na Quadro 1 encontra-se uma descrição mais detalhada da informação sociodemográfica recolhida dos participantes do estudo.

 

 

Material

Além de recolhidas as informações sociodemográficas acima descritas, os participantes responderam, ainda, à Escala de Autoestima de Rosenberg, constituída por 10 itens tipo Likert de 4 pontos, que avaliam a autoestima de adolescentes e adultos (Pechorro, Marôco, Poiares, & Vieira, 2011), assim como ao Brief Symptom Inventory 18, composto por 18 itens, que avaliam a psicossintomatologia experienciada pelo indivíduo na última semana, através de três subescalas - somatização, depressão e ansiedade (com seis itens cada) (Nazaré, Pereira, & Canavarro, 2017).

Procedimentos

O presente estudo faz parte do projeto “(h)ARPA - Adjustment, Risk and Protective Factors in LGBT+ Older Adults”, conduzido em Portugal e Espanha. Os critérios de inclusão da amostra consistiam em ser do sexo masculino, ser gay ou bissexual e ter uma idade superior a 50 anos.

O projeto respeitou todos os princípios éticos e deontológicos, garantindo o cumprimento de todas as normas existentes, como o consentimento informado, a confidencialidade e o anonimato. Não foi cobrado nem acordado qualquer tipo de custos em troca da participação, sendo que os dados recolhidos foram utilizados exclusivamente com finalidade estatística.

Os indivíduos foram convidados a participar, de forma facultativa, através de um link onde eram explicados os objetivos da investigação, assim como as questões éticas, garantindo as instruções do mesmo. Procedeu-se, de seguida, à recolha dos dados submetidos via online que, posteriormente, foram introduzidos no programa estatístico IBM® SPSS® STATISTICS (versão 26), de forma a construir a base de dados e elaborar uma análise estatística, recorrendo à execução de diversos procedimentos necessários para se descrever e comparar o comportamento das variáveis em estudo.

Resultados

Foi possível verificar que a amostra recolhida revela níveis medianos de autoestima e que demonstra níveis de somatização, depressão e ansiedade inferiores à média da população [ver Canavarro (2006)]. É possível, também, verificar que existem diferenças significativas no que diz respeito aos níveis relatados de autoestima [t(179) = -2,199 e p < ,05] e depressão [t(184) = 1,93 e p = ,05], quando estes são comparados de acordo com a orientação sexual, sendo que os homens mais velhos bissexuais revelam maiores níveis de autoestima e, consequentemente, níveis inferiores de depressão. Pelo contrário, quando comparados os grupos de homens mais velhos gays e bissexuais VIH+ e VIH-, não são encontradas diferenças estatisticamente significativas (p > ,05). Os resultados descritos são demonstrados com maior detalhe nos quadros a seguir apresentados:

 

 

 

Discussão

Apesar do que é esperado pela sociedade, que caracteriza os homens gays e bissexuais como indivíduos com maior probabilidade de sofrerem de depressão, os resultados deste estudo demonstraram que a amostra se encontra bem equilibrada no que diz respeito à sua saúde mental, revelando níveis médios de autoestima e níveis reduzidos de somatização, ansiedade e depressão. Tal vai ao encontro do que foi encontrado por Brown, Alley, Sarosy, Quarto, e Cook (2002) quando referem que os homens gays mais velhos demonstram uma resiliência e uma habilidade para lidar com os problemas superior à população em geral, uma vez que lidaram com stress durante toda a sua vida. O mesmo poderá ser aplicado aos homens bissexuais mais velhos, visto que estes foram e continuam a ser expostos a uma fonte tripla de stress. Ao terem de lidar com este stress crónico, os homens gays e bissexuais mais velhos encontram-se melhor preparados para lidar com eventuais crises que apareçam, tendo desenvolvido estratégias de coping para lidar com o mesmo (Brown et al., 2002). Desta forma, encontram-se mais bem preparados para aceitar a realidade do envelhecimento quando comparados com os seus pares heterossexuais (Friend, 1991), por terem ultrapassado com sucesso outras situações adversas ao longo dos anos (Fenkl, 2012).

Brown et al. (2002) identificaram, ainda, como uma das qualidades primárias de adaptação ao envelhecimento por parte de homens gays mais velhos a estabilidade financeira. Esta qualidade foi também observada na amostra recolhida, uma vez que na sua maioria os respondentes pertencem a um estatuto socioeconómico médio ou alto, podendo justificar, de igual forma, os resultados encontrados ao nível da saúde mental dos indivíduos.

Relativamente às diferenças encontradas quando comparados os indivíduos de acordo com a sua orientação sexual, estas poderão estar relacionadas com o suporte social no sentido em que, por norma, os homens bissexuais terão um suporte social superior, uma vez que poderão estar numa relação, com filhos, sendo superior o número de pessoas próximas que os apoiam, de forma a ultrapassar as barreiras da velhice. Sendo o suporte social um dos fatores fundamentais para um processo de envelhecimento bem-sucedido (Fenkl, 2012), os resultados poderão ser, assim, justificados.

Na literatura, é possível encontrar estudos que relacionam o diagnóstico de VIH com depressão (Vanable, Carey, Blair, & Littlewood, 2006; Wohl et al., 2013) e ansiedade (Courtenay-Quirk et al., 2006). Como tal, esperava-se, ao comparar os resultados entre homens gays e bissexuais VIH+ e VIH-, que os primeiros demonstrassem níveis mais pobres de saúde mental, contudo não foram encontradas diferenças significativas entre estes grupos. Por serem indivíduos sujeitos a constantes situações de estigma e discriminação, estes resultados podem ter como base o desenvolvimento, ao longo dos anos, de estratégias de coping adequadas para lidar com o seu diagnóstico e com a sua orientação sexual, de forma a moderar o efeito do estigma na sua saúde mental.

Este estudo pretende dar voz aos homens gays e bissexuais mais velhos em Portugal, expondo a realidade vivida por estes indivíduos no contexto da Península Ibérica, para uma melhor compreensão das barreiras e obstáculos que esta comunidade tem de ultrapassar. Contudo, futura investigação será necessária, nomeadamente ao nível de estudos que incluam uma amostra superior com um número maior de homens bissexuais e homens VIH+, para uma análise estatística mais confiável e, até, uma inclusão de sujeitos heterossexuais para comparação futura entre grupos.

Seria relevante transpor este projeto para outros contextos internacionais, de forma a contribuir para o aumento de estudos no campo da gerontologia nesta comunidade em específico, assim como para o desenvolvimento de estratégias que combatam a discriminação e estigma antecipado por estes indivíduos aquando da procura de cuidados de saúde.

 

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Recebido em 15 de Novembro de 2019

Aceite em 29 de Janeiro de 2020

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