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Psicologia, Saúde & Doenças

Print version ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.19 no.3 Lisboa Dec. 2018

https://doi.org/10.15309/18psd190320 

Risco e proteção no uso de drogas: revisão da literatura

Risk and protection in drug’s use: a literature review

Raquel Targino1, Nazaré Hayasida1

1Laboratório de Intervenção em Ciências Cognitivas (LABICC) da Faculdade de Psicologia (FAPSI) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Manaus - Amazonas - Brasil.


 

RESUMO

Conhecer quais os fatores de risco e proteção presentes no fenômeno do uso de drogas é fundamental para que se possa investir em intervenções mais eficazes. Este estudo é uma revisão da literatura científica sobre os fatores de risco e de proteção relacionados ao uso de drogas em sujeitos a partir de 10 anos de idade, que sejam pacientes ou não de algum serviço de saúde para tratamento de dependência química. Encontrou-se 63 artigos nas bases de dados Redalyc, Scielo, Lilacs, Pepsic e Periódicos CAPES que obedeciam aos critérios de inclusão. Os resultados indicaram que fatores como família, amigos, religião, escola, comunidade, informações sobre as drogas e questões socioeconômicas podem ser tanto de risco como de proteção, dependendo das relações que se estabeleçam entre o sujeito e tais fatores. Já fatores relacionados ao trabalho, renda e mídia, parecem estar mais fortemente relacionados aos riscos no uso de drogas. Entretanto, que é necessária realização de outras pesquisas para compreender melhor a dinâmica dos fatores de risco e proteção.

Palavras-chave: drogas, fatores de risco, fatores de proteção, fatores associados


 

ABSTRACT

Knowing which risk and protective factors present in the drug use phenomenon is critical to invest in interventions that are more effective. This study is a review of scientific literature about the risk and protection factors in drug use with subjects from 10 years of age, who are patients or not of any health service for treatment of chemical dependency. It was found 63 articles in Redalyc, Scielo, Lilacs, Pepsic and CAPES journals databases, who met the inclusion criteria. The results indicated that factors such as family, friends, religion, school, community, information on drugs and socio-economic issues could be both risk and protection, depending on the relations to be established between the subject and such factors. Already factors like work, income and media appear to be strongly related to the risks of drug use. However, it is necessary to accomplish further research to understand better the dynamics of risk and protective.

Keywords: drugs, risk factors, protective factors, associated factors


 

Drogas são substância que não provém do organismo humano e podem provocar alterações em um ou mais sistemas do corpo. Inúmeras drogas existem no mundo, muitas utilizadas sob orientação médica, produzem efeitos importantes para a saúde. Outras causam alterações no Sistema Nervoso Central (SNC) e podem levar à dependência (Zeferino, Hamilton, Brands, Wright, Cumsulle & Khenti, 2015).

As drogas estão presentes na sociedade desde os primórdios e ao longo do tempo, conquistaram lugar de importância, seja nos rituais religiosos, místicos, lúdicos, situações recreativas, sociais e até mesmo em procedimentos medicinais (Junior & Bittar, 2013).

Classificam-se as drogas em três grupos: depressoras, diminuem a atividade do SNC; estimulantes, aumentam as atividades do SNC e as perturbadoras, provocam distorções como: alucinações e delírios (Silveira & Doering-Silveira, 2014).

Estima-se que, em torno de 10% da população mundial consome drogas abusivamente e pesquisas demonstram que o inicio do consumo de drogas tem sido cada vez mais precoce, identificando-o entre a faixa de 10-19 anos, o que aumenta a probabilidade de dependência na idade adulta (Alvarez, Gomes & Xavier, 2014; Carlini, Noto, Sanchez, Carlini, Locatelli, Abeid, Amato, Opaleye, Tondowski & Moura, 2010). O crescente uso de drogas tem levado ao aumento de doenças em geral e também da mortalidade, causando prejuízos pessoais, familiares e sociais (Alvarez, et al., 2014).

No Brasil estima-se que as substâncias mais utilizadas na vida são o álcool e tabaco, tanto por adultos, como por jovens. Com às ilícitas, a maconha aparece com maior referência entre na população (Carlini, Silva, Noto, Fonseca, Carlini, Oliveira, Nappo, Moura & Sanchez, 2006; Carlini, et al., 2010). Em seguida, a cocaína é apontada com prevalência do uso uma vez na vida de 3,8%, (5 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais), tornando o país um dos maiores consumidores, segundo pesquisa realizada por Laranjeira, Madruga, Pinsky, Caetano e Mitsuhiro (2014).

Preocupados com isso, estudos buscam compreender este fenômeno e as inúmeras variáveis que o integram, pois, o mesmo é complexo e multifatorial. As pesquisas têm lançado luz sobre fatores que podem aumentar os riscos de uma pessoa usar drogas ou ainda de diminuí-los, os chamados fatores de risco e proteção (Ferro & Meneses-Gaya, 2015; Macedo, Aygnes, Barbosa & Luis, 2014; Zeferino, et al., 2015).

Segundo Macedo et al. (2014), os fatores de risco presentes no uso de drogas são: os individuais (sintomas de depressão, ansiedade e insegurança), os familiares (pais ou irmãos usuários de drogas e violência ou conflitos familiares), escolares (baixo desempenho e exclusão), sociais (violência e falta de trabalho e lazer) e por fim, fatores relacionados às drogas que seriam a disponibilidade da droga e a mídia.

Dentre os fatores de proteção, destacam-se os individuais (vínculos positivos), familiares (envolvimento afetivo com os filhos, suporte familiar), escolar (bom desempenho e relacionamento com os pares), sociais (lazer, cultura e oportunidades), religiosidade e os relacionados às drogas, que seriam ter informações corretas sobre o uso e seus efeitos (Ferro & Meneses-Gaya, 2015; Macedo, et al., 2014).

Apesar de existirem uma gama de fatores de risco e proteção e que, para cada sujeito ou grupos, eles se farão ou não presentes, compreender quais fatores estão ou podem estar implicados no uso de drogas pode estimular o incremento de estratégias de intervenção que sejam mais eficazes na promoção de saúde (Ferro & Meneses-Gaya, 2015; Macedo, et al., 2014; Zeferino, et al., 2015).

Assim, o presente artigo apresenta uma revisão da literatura científica sobre os principais fatores de risco e proteção relacionados ao uso de drogas em sujeitos a partir de 10 anos de idade, que sejam pacientes ou não de algum serviço de saúde para tratamento de dependência química.

Método
Realizou-se uma revisão bibliográfica sobre fatores de risco e proteção no uso de drogas, nas bases de dados Redalyc, Scielo, Lilacs, Pepsic e Periódicos CAPES. Utilizou-se como descritores “drogas lícitas” e “drogas ilícitas” usando como termo booleano “AND” e o descritor “fatores de risco”, “fatores de proteção” e “fatores associados” com o termo booleano “OR”, no campo de busca “Resumo”, incluindo todos os artigos que contivessem as duas ou as três palavras simultaneamente.

Realizadas as buscas e após leitura e triagem dos resumos, permaneceram apenas os que abordavam os fatores de risco e proteção. Critérios de inclusão foram: 1) intervalo de publicação, de 2008 a 2016; 2) artigos completos disponíveis para consulta; 3) artigos em português, inglês e espanhol; 4) pesquisas realizadas com sujeitos a partir de 10 anos de idade, que sejam usuários de drogas ou que já usaram em algum momento da vida e que estejam ou não fazendo tratamento para dependência química. Critérios de exclusão foram: 1) artigos anteriores a 2008; 2) artigos que não referiam os fatores de risco e proteção.

De acordo com o critério adotado, a seleção e a eliminação dos estudos obedeceram a quatro etapas (figura 1). Inicialmente, definição das bases de dados, seguidas por: definição dos descritores, análise dos resumos, e, por fim, análise dos textos completos.

 

 

Resultados
A busca resultou em 140 artigos. Após a leitura dos resumos, excluíram-se artigos duplicados e que não preencheram os critérios de inclusão, restando 63 para análise. Na base de dados Redalyc, 21 artigos foram encontrados, sendo 9 incluídos. No Scielo, 87 foram encontrados e 43 inseridos no estudo. Na base de dados Lilacs, 9 foram encontrados e 2 selecionados. No Pepsic, 11 encontrados e 6 incluídos e por fim 12 foram encontrados no Periódicos CAPES e 3 selecionados. A Tabela 1 abaixo, demonstra as produções realizadas entre o período de 2008 a 2016 a partir das bases de dados utilizadas.

 


(clique para ampliar ! click to enlarge)

 

Discussão
As relações estabelecidas com as drogas vêm se tornando cada vez mais complexas e passaram a associar-se a diversos problemas de ordem pessoal e social, onde variáveis ambientais, biológicas, psicológicas e sociais atuam simultaneamente influenciando a tendência ao consumo de drogas. É possível identificar tanto fatores internos, de ordem pessoal, quanto fatores externos, relativos ao ambiente e às relações estabelecidas.

Pesquisas têm demonstrado uma tendência crescente do consumo de drogas ser cada vez mais precoce. Assim, estudos com escolares, adolescentes e jovens, têm sido feitos para apontar os fatores associados ao uso de drogas, já que é neste período da vida que normalmente o uso se inicia (Backes, Zanata, Costenaro, Rangel, Vidal, Kruel & Matos, 2014; Bittencourt, França & Goldim, 2015; Cardoso & Malbergier, 2014; Costa, Matos, Carvalho, Amaral, Cruz & Lopes, 2013; Macedo, et al., 2014; Matos, Cavalho, Costa, Gomes & Santos, 2010; Vieira, Castro Aerts, Freddo, Bittencourt & Monteiro, 2008).

Backes et al. (2014) identificaram que meninas geralmente usavam drogas para compensar os problemas afetivos, emocionais e alivio do sofrimento. Em contrapartida, meninos as utilizavam para melhorar a socialização, prazer, assim como para outras formas de lazer.

Adolescência, marcada normalmente por profundas transformações, associada às influências do contexto social, pode estimular o uso de drogas. Paralelo a isso, a literatura indica ainda que existe a probabilidade de que o consumo de álcool e tabaco anteceda o uso de outras substâncias psicoativas, sendo porta de entrada para outras dependências químicas (Alvarez, Gomes & Xavier, 2014; Backes, et al., 2014; Knauth, Leal, Pileco, Seffner & Teixeira, 2012; Malta, Mascarenhas, Porto, Barreto & Neto, 2014; Morales, Plazas, Sanchez & Ventura, 2011; Noal, Menezes, Araújo & Hallal, 2010; Pedrosa, et al., 2011; Rosa, Caciatori, Panatto, Silva, Pandini, Freitas, Reis, Souza & Simões, 2014; Silva, Cunha, Vasconcelos, Alves, Vasques, Araújo & Freitas, 2015; Souza, Martins, Andrade, Souza Filho, Assis, Santos, Carvalho, Veras & Oliveira, 2012).

Ressalta-se a menção, na literatura, ao gênero masculino como sendo maior consumidor de drogas, se comparado às mulheres. Entretanto, atualmente essa relação está a cada dia mais tendendo à equiparação (Acosta, Fernández & Pillon, 2011; Albedaño, Fernández, Ventura & Estario, 2013; Bittencourt, França & Goldim, 2015; Facundo & Pedrão, 2008; Pedrosa, Camacho, Passos & Oliveira, 2011; Pratta & Santos, 2013).

Ainda que entre as mulheres pareça haver uma maior percepção de risco no uso de drogas, o que resultaria em um menor uso por parte delas, o aumento na tendência do uso de substâncias por elas pode estar relacionado às mudanças no comportamento social das mesmas. Fatores como: mudanças no desempenho dos papéis de gênero, estruturação das famílias, luta por espaço no mercado de trabalho, estresse, ansiedade e dificuldades para lidar com problemas, podem contribuir para o aumento da prevalência do uso de drogas (Bittencourt, França & Goldim, 2015; Brito, Precioso, Correia, Albuquerque, Samorinha, Cunha-Filho & Becoña, 2015; Malbergier, Cardoso, Amaral & Santos, 2012).

Há também evidências sobre a presença de aspectos psicológicos comuns aos usuários, tais como: curiosidade, sentir-se tentado a experimentar, expectativas positivas relativas aos efeitos das drogas, possibilidade de melhora na socialização com o sexo oposto e prazer (Alvarez, Gomes & Xavier, 2014; Brito, et al., 2015; Cavariani, Oliveira, Kerr-Corrêa & Lima, 2012; Freitas, Nascimento, Freitas, Saldanha, Rocha & Santos, 2012; Matos, et al., 2010; Rodriguéz & Scherer, 2008; Silva & Padilha, 2013; Silva, Santos, Barnabé & Valenti, 2013).

Outros fatores são relatados pelos estudos como sendo de risco a nível individual, como: redução de sintomas de depressão e ansiedade, comportamentos antissociais, dificuldades no autocontrole e enfrentamento de problemas e perdas. Demonstrando assim, a importante relação entre o uso de drogas e a presença de comorbidades psiquiátricas (Facundo & Pedrão, 2008; Formiga, Omar & Aguiar, 2010; Matos, et al., 2010; Morales, et al., 2011; Nardi, Cunha, Bizarro & Dell-Aglio, 2012; Peuker, Rosemberg, Cunha & Araújo, 2010; Vargas, Soares, Leon, Pereira & Ponce, 2015).

Ressalta-se que, fatores relativos às habilidades sociais e à vontade própria podem ser tanto de risco quanto de proteção, dependendo da presença ou não destes ou ainda de como o sujeito se comporta com relação a eles. Já autoestima e resiliência se caracterizam por serem de proteção (Diaz, Vasters & Costa Jr., 2008; Ferro & Meneses-Gaya, 2015; Morales, et al., 2011; Rosa, et al., 2014).

Júnior e Bittar (2013) realizaram estudo com 183 universitários e identificaram como fatores de proteção: vontade própria (34,3% mulheres e 29,5% homens), vínculo familiar (20,9% mulheres e 20,4% homens) e religião (8,5% mulheres e 5,1% homens). O principal motivo para o uso foi a curiosidade (34,61% mulheres e 25% homens). Os respondentes relataram que, mesmo sabendo dos riscos, preferiam fazer o uso, para sanar a curiosidade sobre os efeitos das drogas.

Matos et al. (2010) ao pesquisar os fatores associados ao uso de álcool em 776 adolescentes, encontraram que os principais motivadores foram: curiosidade (34,7%), prazer (19,8%), diminuir a timidez (14,9%), ficar animado (34,7%), diminuir a ansiedade (10,7%) e aceitação dos amigos (3,3%).

Moura, Braga, Leite, Silva e Leite (2013) identificaram que a fuga do estresse cotidiano (produzido nas relações de trabalho), dos problemas afetivos (frustrações nas relações e perdas) e relacionar o consumo de álcool com prazer (apreciar o gosto da bebida, lazer, interação) foram apontados como os principais motivos para o consumo de álcool.

Pesquisa sobre a motivação para uso de drogas legais apontou os seguintes fatores: familiares (uso de drogas em casa ou problemas na família), amigos (aceitação no grupo de pares e necessidade de pertencer), propagandas que tornam a substância desejável e características pessoais (fobias, solidão, problemas pessoais e necessidade de esquecer os problemas) (Rodriguéz & Scherer, 2008).

A família destaca-se na literatura como importante fator no uso abusivo de drogas. Pesquisa realizada por Costa et al. (2013) identificou associação significativa entre o consumo abusivo de bebidas por jovens e a presença de familiar com problemas relacionados a esse hábito. Seus dados mostraram que, a família age como importante elemento formador do comportamento, no que tange à utilização frequente do álcool.

Relações familiares conflituosas, violência, permissividade no uso de drogas e ausência de limites também estão associadas ao início do consumo de substâncias. No entanto, estrutura familiar estável, comunicação, sentimento de pertença, genuíno envolvimento e interesse da família pelo sujeito, limites e vigilância, o não uso ou venda de drogas por parte de familiares seriam fatores de proteção (Bittencourt, França & Goldim, 2015; Cid-Monckton & Pedrão, 2011; Costa, et al., 2013; Diaz, Vasters & Costa Jr, 2008; Elicker, Palazzo, Aerts, Alves & Câmara, 2015; Jinez, Souza & Pillon, 2009; Macedo, et al., 2014; Malbergier, Cardoso & Amaral, 2012; Malta, et al, 2014; Matos, et al, 2010; Noal, Menezes, Araújo & Hallal, 2010; Zeitoune, et al., 2012).

As amizades também parecem exercer importante influência no início e na progressão do uso de substâncias. Martino, Ellickson e McCaffrey (2009) observaram que, jovens (usuários de substâncias) tendem a se associar, de forma consistente, aos grupos de pares que também fazem uso de drogas.

Estudo realizado com 266 universitários encontrou que: 31,5% relataram o uso de álcool pela primeira vez em bares/danceterias/boates e 18,2%, na casa de amigos/conhecidos. Amigos e familiares foram destacados como os responsáveis pela introdução ao uso do álcool, numa proporção de 49,2% e 20%, respectivamente, sendo os mesmos citados como companhia frequente para o uso da substância, 68% e 13%, respectivamente (Picolotto, Libaroni, Migott & Geib, 2010).

Assim, as amizades podem ser fator de risco quando há associação com amigos que usam drogas, ou existe pressão social para o uso, bem como amigos que vendem ou que têm problemas com a lei. Associar-se a amigos que não utilizam drogas, a grupos onde não há permissividade para o uso e buscar outras formas de divertimento, podem ser compreendidos como de proteção (Cardoso & Malbergier, 2014; Diaz, Vasters & Costa Jr, 2008; Brito, et al., 2015; Dietz, Santos, Hildebrandt & Leite, 2011; Elicker, et al., 2015; Freitas, Nascimento & Santos, 2012; Freitas, et al., 2012; Haase & Pratschke, 2011; Liebregts, Van Der Pol, Van Laar, Graaf, Brinks & Korf, 2013; Silva & Padilha, 2013; Silva, et al., 2013).

A religião aparece também como proteção ao uso de drogas (Ferreira, Júnior, Sales, Casotti & junior, 2013). Bastos, Bertoni e Hacker (2008) investigaram padrões de consumo de drogas em 5.040 pessoas e constataram que os que procuravam bares, festas e boates para lazer, tinham 73,3% mais chances de consumir drogas do que aquelas que frequentavam atividades esportivas, culturais e religiosas.

Assim, ter uma religião ou o compromisso com o desenvolvimento da espiritualidade, parece exercer forte influência nos indivíduos, que podem não se envolver com drogas, ou ainda ter um menor envolvimento, se comparado a outros que não tem esse apoio (Abarca & Pillon, 2008; Bastos, Bertoni & Hacker, 2008; Cid-Monckton & Pedrão, 2011; Ferro & Meneses-Gaya, 2015; Galduróz, Sanchez, Opaleye, Noto, Fonseca, Sirimarco, & Carlini, 2010; Júnior & Bittar, 2013; Lucchetti, Koening, Pinsky, Laranjeira & Vallada, 2014; Morales, et al., 2011; Pillon, Santos, Gonçalves, Araújo & Funai, 2010; Rocha & David, 2015; Zeitoune, et al., 2012).

Fatores socioeconômicos, ambientais e nível de informação sobre drogas também são relevantes. O viver em comunidades vulneráveis, onde necessidades básicas não são satisfeitas, onde existe a presença do tráfico facilitando o acesso às drogas, pode ser um risco. Entretanto, fatores de proteção podem surgir, dependendo das relações e dos vínculos que se estabelecem nessas comunidades, entre grupos sociais, escola e família, bem como do nível e qualidade das informações fornecidas por esses grupos (Acosta, Fernández & Pillon, 2011; Costa, Camurça, Braga & Tatmatsu, 2012; Júnior & Bittar, 2013; Poletto, Horta, Teixeira, Grapiglia & Balbinot, 2015).

Achados de Macedo et al. (2014) e Marangoni e Oliveira (2013) sugeriram que viver numa comunidade onde a venda de substâncias é estimulada por vizinhos ou parentes, pode facilitar o ingresso no tráfico e no uso de drogas. Contudo, uma condição social e econômica mais favorável também pode possibilitar um consumo abusivo, estimulado principalmente pela facilidade financeira em adquirir a droga. Assim também, o uso parece ser maior entre adolescentes que já estão, desde muito novos, inseridos no mercado de trabalho (Abarca & Pillon, 2008; Galduróz, et al., 2010; Locatelli, Sanchez, Opaleye, Carlini & Noto, 2012; Pratta & Santos, 2013; Noal, et al., 2010).

Segundo Zeitoune et al. (2012) a mídia estimula o consumo do álcool através de propagandas relacionadas à riqueza, prazer sexual e beleza, difundindo sua utilização em festas e eventos. Assim, as pessoas são incentivadas a usar tais substâncias tendo a percepção de que são poucos os males relacionados ao uso. Isso se torna mais claro quando os jovens classificam as drogas licitas como “melhores”, por não causarem tantos agravos à saúde.

Matos et al. (2010) verificaram em 776 escolares que os mesmos se consideravam bem informados sobre as drogas, destacando os meios de comunicação que trazem essas informações (televisão, rádio, revistas e jornais). Relataram ainda sofrer influencias nos padrões de comportamento, o que sugere a necessidade de medidas de controle, tais como o uso racional e educacional da mídia e o maior controle na propaganda de bebidas alcoólicas.

Pedrosa et al. (2011) pesquisaram 608 universitários e encontraram que, 94,9% revelaram ter visto alguma propaganda/publicidade sobre bebidas alcoólicas e 27,2% afirmaram que o consumo da bebida alcoólica se deu devido à influência dos meios de comunicação. Verificaram ainda que os anúncios foram veiculados principalmente através da televisão (94,6%) e jornais e/ou revistas (82,7%).

Para que a informação fornecida seja um fator protetivo é necessário que seja transmitida de forma clara e completa, destacando os efeitos negativos, sem deixar de mencionar os prazeres momentâneos alcançados com o consumo das drogas, visando desenvolver uma maior consciência diante das pressões externas e internas. Ter informações completas é um fator de proteção e a família é, normalmente, citada como principal fonte divulgadora, seguida pela mídia e amizades (Sanchez, Oliveira, Ribeiro & Nappo, 2010; Zeitoune, et al., 2012).

Macedo et al. (2014) ressaltaram que a convivência com consequências negativas do consumo e do tráfico de drogas pode ser também protetor no sentido de que jovens podem experienciar situações de sofrimento entre os próprios familiares e amigos, gerando assim a consciência dos problemas que envolvem o uso e tráfico de drogas.

Contudo, jovens inseridos em ambientes nos quais a transgressão de regras é valorizada, tais como comportamentos de delinquência e uso de drogas, apresentam maior risco de consumir substâncias. Viver onde o consumo é aceitável se configura como sendo uma porta que se abre para que este jovem também seja aceito no meio (Cardoso & Malbergier, 2014; Carvalho, Brusamarello, Guimarães, Paes & Maftum, 2011; Macedo, et al., 2014;).

No trabalho o uso de drogas geralmente causa dificuldades em cumprir metas, diminuição da produtividade, aumento do absenteísmo, crescente probabilidade de acidentes, perda do emprego e problemas interpessoais. Muitos justificam o uso devido ao estresse do dia-a-dia, sobrecarga e exigências sofridas. Nota-se que entre trabalhadores da saúde, existe um agravante que é a facilidade para acesso às drogas, possibilitando maior consumo (Moura, Braga, Leite, Silva & Leite, 2013; Rocha & David, 2015).

Segundo a Organização Internacional do trabalho - OIT (2003), existem fatores relacionados às atividades desempenhadas que podem incentivar ou aumentar o consumo de drogas, são eles: trabalho noturno, riscos à segurança, conflitos de papéis a desempenhar e/ou indefinições de papéis, cargas de trabalho não condizentes com a realidade, desigualdade na remuneração, estresse, insegurança, monotonia e ausência de criatividade e dificuldades de comunicação.

Neste contexto, o uso de drogas pode ter dois momentos distintos: após as tarefas, visando relaxar depois de um dia de atividades, ou durante o trabalho, onde os efeitos eufóricos e estimulantes são buscados para ajudar a suportar a carga do trabalho ou para aumentar a produtividade, como no caso de motoristas que utilizam anfetaminas para evitar o sono e cumprir as metas (Knauth, Leal, Pilecco, Seffner & Teixeira, 2012; Takitane, Oliveira, Endo, Oliveira, Muñoz, Yonamine & Leyton, 2013).

A dependência química possui também forte componente genético, entretanto para que ocorra o consumo, a decisão e a vontade são fatores iniciais (Bevilacqua, 2011). Foram avaliados gêmeos adultos e, inicialmente, o uso de substâncias como o álcool, a maconha e a nicotina foi fortemente determinado por influências sociais e familiares, com o passar do tempo a importância desses fatores foram gradativamente declinando e neste momento ocorreu o predomínio máximo das influências genéticas, mantendo assim a dependência (Kendler, Schmitt, Aggen & Prescott, 2008).

Ducci e Goldman (2008) verificaram que pessoas que possuem o grupo de enzimas (álcool desidrogenase e ALDH 2) responsáveis pelo metabolismo do álcool, geneticamente inativas, tendem a ter uma proteção para o desenvolvimento de dependência. O álcool no fígado se transforma em acetaldeído e posteriormente em acetato, entretanto nessas pessoas, o acetaldeído provoca reações orgânicas desagradáveis, podendo ser proteção para o consumo da substância.

A despeito da inegável influência genética, não se pode dizer que a dependência química se explica somente através do olhar biológico, pois influências socioculturais e econômicas, características pessoais, forma de criação, religião, contato próximo com o tráfico e outros, podem e devem contribuir para o melhor entendimento desta complexa situação. Assim, como outras doenças complexas como câncer, DST/Aids e doenças cardíacas, a dependência é influenciada pela genética, contudo profundamente influenciada também pelo estilo de vida e escolhas pessoais (Bevilacqua, 2011).

Evidencia-se, portanto, na análise dos dados desta pesquisa, que a questão dos norteadores sobre os fatores de risco e proteção, não é um fenômeno simples a ser analisado, envolve uma multifatoriedade que o compõe e se inter-relacionam, gerando ou não o comportamento do consumo de substâncias. Assim, é importante compreender que os fatores de risco e proteção não são estáticos, variam de acordo com a cultura e o momento social vivido, bem como de pessoa para pessoa, desta forma, aquilo que é risco para um, pode não o ser para outro.

A complexa cadeia de fatores é indicativo da necessidade de realizar outras investigações, uma vez que ao identificá-los, pode-se buscar estratégias que venham a modificá-los, reduzindo as vulnerabilidades aos fatores de risco e aumentando as potencialidades dos fatores de proteção.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em 01 de Setembro de 2016/ Aceite em 04 de Junho de 2018

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