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Psicologia, Saúde & Doenças

versión impresa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.19 no.1 Lisboa abr. 2018

https://doi.org/10.15309/18psd190114 

Transição para a parentalidade, trabalho familiar e saúde das mulheres

Transition to parenthood, family work, and women's health

Diego Lasio1,2, Daniela Putzu1, & Francesco Serri 1

 

1 Università degli Studi di Cagliari, Dipartimento di Pedagogia, Psicologia, Filosofia; diegolasio@unica.it; danielaputzu@gmail.com; fserri@unica.it

2 Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Centro de Investigação e Intervenção Social,

 

Endereço para Correspondência

 

RESUMO

Na transição para a parentalidade, os casais heterossexuais adotam papéis de género tradicionais. As mulheres assumem mais responsabilidades no trabalho familiar (Katz-Wise, Priess, & Hyde, 2010). As dificuldades para conciliar trabalho remunerado e família podem influenciar a saúde das mulheres (Rantanen, 2008). Este trabalho tem por objetivo revelar os discursos (Billig, 1987) que mantêm as disparidades de género no trabalho familiar durante a transição para a parentalidade. Vinte casais durante o terceiro trimestre de gravidez responderam a uma entrevista em profundidade sobre as expetativas quanto à divisão do trabalho familiar e à conciliação com o trabalho remunerado. Os dados foram analisados de acordo com os princípios da Análise do Discurso (Potter & Wetherell, 1987), com o objetivo de identificar os repertórios interpretativos que sustentam a maior responsabilidade das mulheres na família. A análise revela uma interpretação essencialista dos géneros (Connell, 2009), que considera a mãe preparada por natureza para cuidar das crianças. A atribuição exclusiva dos cuidados à mãe está associada com as preocupações das mulheres para a conciliação com o trabalho retribuído. Os resultados evidenciam a necessidade de intervenções para desconstruir os discursos que mantêm a distribuição desigual das responsabilidades, com o objetivo de prevenir os riscos para a saúde das mães trabalhadoras.

Palavras-chave: transição para a parentalidade, trabalho familiar, disparidade de género, saúde das mães trabalhadoras

 

ABSTRACT

During the transition to parenthood, heterosexual couples adopt traditional gender roles. Women undertake more responsibilities in family work (Katz-Wise, Priess, & Hyde, 2010). Difficulties in balancing paid work and family can influence women's health (Rantanen, 2008). This paper aims to disclose discourses (Billig, 1987) that maintain the gender gap in family work during the transition to parenthood. Twenty couples during the third trimester of pregnancy responded to an in-depth interview on expectations about the division of family work and work-family balance. Data were analysed according to the principles of Discourse Analysis (Potter & Wetherell, 1987), with the aim of identifying the interpretive repertoires that support the greater responsibility of women in family work. Results revealed that couples referred to an essentialist view of gender (Connell, 2009), which considered women as essentially predisposed to mothering. Exclusive maternal responsibility for child-care is associated with women's concerns for work-family balance. Findings evidenced the need for interventions aimed at deconstructing discourses that maintain the unequal distribution of responsibilities, in order to prevent health risks for working mothers.

Key-words: transition to parenthood, family work, gender gap, working mother's health

 

A participação feminina no mercado de trabalho tem aumentado gradualmente, a partir da segunda metade dos anos 70, mas a distribuição das tarefas familiares nos casais heterossexuais continua notoriamente desequilibrada, com as mulheres a desempenhar a maior parte das atividades domésticas e do cuidado da prole (Coelho & Ferreira-Valente, 2014; Istat, 2015; Lewis, 2012). Se bem que a distribuição das tarefas familiares seja mais equilibrada nos casais que partilham ideologias de género mais igualitárias (e.g., Davis, Greenstein, & Marks, 2007), a disparidade de género caracteriza a divisão das tarefas familiares também nos casais que declaram aspirar a uma organização igualitária (e.g. Greenstein, 1996; Kroska, 2004).

Os repertórios interpretativos (Potter & Wetherell, 1987) usados para explicar a distribuição das responsabilidades familiares são frequentemente contraditórios e contêm dilemas ideológicos (Billig, 1987), numa combinação compósita de posições igualitárias assim como baseadas no género (e.g., Dixon & Wetherell, 2004; Edley & Wetherell, 1999; Nentwich, 2008). Tal pode levar os casais a reificar os discursos dominantes sobre a “maternidade intensiva” que define a “boa mãe” como centrada nas necessidades da prole e dedicada ao cuidado das outras pessoas (Hays, 1996; Miller, 2007). Consequentemente, o peso exclusivo sobre as mulheres da conciliação família-trabalho remunerado é frequentemente resolvido com uma drástica redução do investimento na esfera profissional ou com a saída do mercado de trabalho (Moreno, 2006; Istat, 2015; Lewis, 2012; OECD, 2010). Em Itália, mais de 25% das mães interrompe o trabalho por motivos familiares, e em 60% dos casos a interrupção resulta numa saída prolongada de ao menos cinco anos (Sabbadini, 2015). Durante a transição para a parentalidade, o género torna-se mais saliente na distribuição das tarefas familiares (Lasio, Putzu, Serri, & De Simone, 2017; Paff Ogle, Tyner, & Schofield-Tomschin, 2011) e as mulheres são sujeitas a “fortes pressões” sociais para assumirem a responsabilidade principal do trabalho de cuidado familiar (Katz-Wise, Priess, & Hyde, 2010). As complexidades de conciliar a “dupla presença” (Balbo, 1978) podem ter repercussões na saúde psicofísica das mulheres, com incidência de stress, de esgotamento, de baixa satisfação laboral, de depressão e de sintomas psicossomáticos (De Simone et al., 2014; Ferreira-Valente, 2016; Missler, Stroebe & van der Laan, 2013); podem, também, influenciar a satisfação com a vida, com a família e o empenho no trabalho (Cheung & Halpern, 2010).

Este estudo propõe-se desvelar as práticas discursivas (Billig, 1987; Potter & Wetherell, 1987) ligadas à conciliação das responsabilidades familiares e profissionais, com o fim de identificar as argumentações na base de uma distribuição adotada pelos casais durante a transição para a parentalidade.

 

Método

Participantes

O estudo envolveu um grupo de 20 casais heterossexuais residentes em Itália, com uma duração média da relação de 3,73 anos (DP = 3,11), durante o terceiro trimestre de gravidez. Todos os casais têm duplo rendimento. A maioria dos participantes no estudo tem a frequência do ensino secundário (50,0% as mulheres, 35,0% os homens) ou superior (40,0% as mulheres, 35,0% os homens). A idade média das mulheres é de 33,25 anos (DP = 4,95; min=22; máx=43) e dos homens é de 37,15 anos (DP = 5,43; min=30; max=49). Relativamente às mulheres, 40,0% trabalham no comércio e serviços; 30,0% como pessoal administrativo; 30,0% em atividades intelectuais. Quanto aos homens, 30,0% trabalha como pessoal administrativo; 25,0% na indústria e agricultura; 15,0% em atividades intelectuais; 15,0% no comércio e serviços; 15,0% como técnicos e nas forças armadas.

Material

Os casais responderam, conjuntamente, a uma entrevista em profundidade semiestruturada (Corbetta, 1999). A entrevista focou duas áreas de investigação: (a) as expectativas sobre a futura divisão do trabalho de cuidado da prole; (b) a importância atribuída ao trabalho remunerado e a sua organização após o nascimento. As entrevistas tiveram a duração média de 52 minutos.

Procedimento

Os participantes foram recrutados numa base voluntária em serviços públicos que oferecem cursos de preparação para o parto. Uma vez informados da finalidade do estudo, foi-lhes assegurada a confidencialidade e era-lhes pedido para assinarem um consentimento informado. Os encontros com os casais aderentes tiveram lugar nas suas residências. As entrevistas foram gravadas em suporte áudio e vídeo e, posteriormente, transcritas verbatim.

A análise dos discursos (Billig, 1987; Potter & Wetherell, 1987) desenvolveu-se em duas fases. Na primeira, dois dos autores leram independentemente as transcrições para identificar os repertórios interpretativos (Potter & Wetherell, 1987) utilizados em relação às duas áreas de investigação da entrevista. Na segunda fase, os mesmos dois autores trabalharam conjuntamente, alcançando o acordo sobre os repertórios identificados; em caso de desacordo, o terceiro autor assumiu o papel de juiz. Os repertórios identificados foram analisados para identificar as argumentações dos participantes sobre cada área de investigação.

Resultados

O Quadro 1 sintetiza os repertórios identificados (expressos na forma de enunciado de valor exemplificativo) para cada uma das áreas de investigação e as respetivas argumentações. Com base nos conteúdos mais recorrentes nos seus discursos, os casais foram subdivididos em três cenários: (a) pai e mãe ativos na família e no mundo laboral; (b) supermães e pais em part-time; e (c) casais no limite entre tradição e paridade.

 

 

Os Progressistas: Pai e Mãe Ativos na Conciliação Família-Trabalho Remunerado

O primeiro cenário inclui quatro dos casais que participaram no estudo. Nos seus discursos, são recorrentes repertórios interpretativos de tipo igualitário em relação às duas áreas de investigação. As respostas às perguntas sobre a “divisão do trabalho de cuidado familiar” evidenciam a expectativa que a figura paterna seja tão envolvida quanto a materna e que seja capaz de responder às necessidades da prole (repertório interpretativo “pais ativos”). Perante as perguntas sobre a “importância do trabalho remunerado”, os casais sublinharam a relevância que o âmbito profissional tem para a identidade das mulheres. Isto é testemunhado pelo facto de que, uma vez acabada a licença de parentalidade, as mulheres retomarão o horário de trabalho habitual e a parentalidade não será um obstáculo ao investimento na esfera profissional (repertório interpretativo “mães trabalhadoras”). Consequentemente, também a organização do trabalho remunerado masculino se modificará para se adaptar às exigências familiares, e a responsabilidade de conciliar os deveres familiares com os profissionais será partilhada pelos parceiros.

Os Tradicionalistas: Supermães e Pais Part-Time

Do segundo cenário fazem parte sete dos casais participantes. Os casais propõem repertórios fundados em ideologias de género tradicionalistas que preveem uma divisão dos papéis entre os parceiros em função da pertença sexual. As respostas às perguntas sobre a divisão do trabalho de cuidado familiar indicam que a expectativa dos casais é que a mulher será a principal cuidadora, enquanto o envolvimento do pai será reduzido e o seu papel será aquele de ajudante da mãe (repertório interpretativo “a mãe é sempre a mãe”). Tais expectativas são justificadas pela ideia de uma predisposição biológica das mulheres para a atividade de cuidar e do laço mais profundo que a mãe instauraria com o/a filho/a. No que respeita à “importância do trabalho remunerado” os casais defendem que, para as futuras mães, este âmbito será secundário em relação ao cuidar da prole, enquanto que para o homem as exigências de cuidar da prole não perturbarão a organização da vida profissional.

Os Dilemáticos: Casais no Limite entre Tradição e Paridade

O terceiro cenário inclui nove dos casais participantes. Os discursos dos casais são caracterizados por dilemas ideológicos (Billig, 1987) porque, em relação às duas áreas temáticas investigadas, apresentam repertórios que se contradizem. As respostas dos casais às perguntas sobre “divisão do trabalho de cuidado familiar” referem a expectativa de uma divisão igualitária do trabalho familiar, com uma participação ativa do homem no cuidar da prole (repertório “pais ativos”). Todavia, os casais recorrem também ao repertório interpretativo oposto (“a mãe é sempre a mãe”) e acreditam que as mulheres sejam mais aptas a assumir o trabalho de cuidar. Também no que respeita à “importância do trabalho remunerado”, por um lado, os casais valorizam o empenho das mulheres no mercado de trabalho remunerado (repertório interpretativo “mães trabalhadoras”), por outro lado, esse empenho é considerado secundário porque a responsabilidade prioritária da neo-mãe será o cuidar da prole e o âmbito profissional será apanágio do homem (repertório interpretativo “o homem é o breadwinner”).

 

Discussão

A análise dos discursos mostrou três cenários discursivos diferentes de expectativas com respeito à futura participação dos parceiros no trabalho de cuidado familiar. Entre os três grupos não estão presentes diferenças sociodemográficas, exceto quanto ao nível de escolaridade - inferior nos casais tradicionalistas. Todavia, as estatísticas nacionais italianas (Istat, 2015) mostram que um nível de escolaridade mais elevado não garante uma divisão igualitária.

Quando o trabalho de cuidado familiar é considerado uma responsabilidade a partilhar, os casais declararam planificar alterações na organização do trabalho remunerado do homem. Nestes casos, a partilha das responsabilidades parentais pode representar um enriquecimento para o casal, agindo positivamente nos níveis de felicidade, satisfação e qualidade de vida (Greenhaus & Powell, 2006). Quando, ao invés, os casais fazem sua uma visão essencialista de género, a expectativa é que os pais assumam o papel de ajudante (Gregory & Milner, 2011; Sunderland, 2000). Em tais condições, as mulheres poderiam viver com uma sobrecarga de responsabilidades devida à sua “dupla presença” (Balbo, 1978) e isso poderia comportar para as neomães estados de fatiga, sobrecarga da responsabilidade, stress, insatisfação com o trabalho e a família (Missler, Stroebe, & van der Laan, 2013).

Os discursos dos casais dilemáticos revelam expectativas contraditórias, e se, de um lado, indicam que os papéis intercambiáveis são preferíveis, do outro lado, sustentam argumentos enraizados no contexto cultural que mantêm as mulheres em posição subordinada (Lazar, 2007). Todavia, os dilemas opõem antíteses progressistas a teses tradicionalistas e podem desafiar a visão dicotómica de género (Lasio et al., 2013). A identificação destas contradições contribui, portanto, para desconstruir os paradoxos que as mães trabalhadoras devem gerir e pode ter aplicação nas intervenções de que os casais usufruem. De facto, os discursos do pessoal sócio-sanitário (termos usados, dirigirem-se só à mãe ou a ambos…) e os serviços específicos (envolvimento do homem nos cursos de preparação para o nascimento…) veiculam representações das respetivas responsabilidades e podem ser pensados de modo a desconstruir a ideia de que deva ser a mãe a tomar o cargo primário do cuidado familiar. Também a atenção insuficiente no contexto italiano às políticas de welfare a favor das famílias (debate em curso sobre licença de paternidade, limitações de acesso às creches…), contribui para reproduzir a maior responsabilidade familiar das mulheres. Portanto, são igualmente importantes as ações político-institucionais que favoreçam melhores condições para as mães envolvidas no mercado de trabalho remunerado.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para Correspondência

Università degli Studi di Cagliari, Dipartimento di Pedagogia, Psicologia, Filosofia, Via Is Mirrionis, 1 09123 Cagliari, Italy. e-mail: diegolasio@unica.it

 

Recebido em 02 de Outubro de 2017/ Aceite em 31 de Dezembro de 2017

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