SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.15 issue2Adjustment to spinal cord injuryValidation of the questionnaire of planned behavior on diabetes: physical activity author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Psicologia, Saúde & Doenças

Print version ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.15 no.2 Lisboa June 2014

 

Fatores terapêuticos em grupo de apoio a mulheres com câncer de mama

Therapeutic factors in a support group for women with breast cancer

 

Michele Márice Martins & Rodrigo Sanches Peres

Instituto de Psicologia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Brasil

 

Endereço para Correspondência

 

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar e descrever a ocorrência de fatores terapêuticos em um grupo de apoio voltado a mulheres acometidas por câncer de mama. No total, 109 pacientes e 30 acompanhantes frequentaram os encontros do grupo em questão considerados nesta oportunidade. O corpus foi constituído pela transcrição das gravações em áudio de 12 encontros do grupo, conforme definido segundo o critério de saturação. A análise do corpus envolveu o emprego de uma estratégia trifásica e foi desenvolvida independentemente pelos pesquisadores a partir do recurso a um sistema classificatório de fatores terapêuticos. Notou-se um marcante predomínio do aconselhamento e da instilação da esperança, os quais, somados, totalizaram 80% das ocorrências de fatores terapêuticos. Além disso, em todos os encontros foram verificados fatores terapêuticos, o que pode ser entendido com um indicador da resolutividade do grupo. Contudo, pesquisas com enfoque comparativo são necessárias para que se possa esclarecer se o enquadre adotado no desenvolvimento do grupo em questão é o mais indicado para mulheres acometidas por câncer de mama.

Palavras-chave - grupos de apoio; processos grupais; fatores terapêuticos; câncer de mama.

 

ABSTRACT

The aim in this study was to verify and describe the occurrence of therapeutic factors in a support group for women with breast cancer. In total, 109 patients and 30 companions attended the group meetings considered on this occasion. The corpus comprised the audio recordings of 12 group meetings, defined according to the saturation criterion. The analysis of the corpus involved the use of a three-phase strategy and was independently developed by the researchers, based on a classification system of therapeutic factors. The clear predominance of counseling and the instillation of hope was observed, which together totaled 80% of the occurrences of therapeutic factors. In addition, therapeutic factors were verified during all meetings, which can be considered an indicator of the group’s problem-solving ability. Nevertheless, comparative studies are needed to clarify whether the framework used in the group under analysis is the most indicated for women with breast cancer.

Key- words - supportive groups; group processes; therapeutic factors; breast neoplasms

 

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo como um todo, bem como o predominante na população feminina, totalizando 22% dos novos casos a cada ano. As mais recentes projeções do Ministério da Saúde do Brasil indicam que aproximadamente 52.600 mulheres seriam diagnosticadas com a doença somente em 2012 no território nacional. Quando identificado precocemente e tratado de maneira adequada, seu prognóstico tende a ser favorável. Porém, no país em questão as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas em comparação com aquelas registradas em países desenvolvidos, sobretudo porque a doença comumente é diagnosticada em estádios avançados (Brasil, 2012).

É notória a relevância da assistência psicológica a mulheres acometidas por câncer de mama na perspectiva da prestação de um cuidado humanizado em saúde. Ocorre que, como apontam diversos estudos, a doença incide sobre um órgão pleno de significados, posto que remete à feminilidade, à sensualidade, à sexualidade e à maternidade (Menezes, Schulz, & Peres, 2012; Ramos & Lustosa, 2009; Takahashi & Kai, 2005). Como consequência, tanto o diagnóstico quanto o tratamento muitas vezes desencadeiam repercussões emocionais negativas, ensejando a eclosão de sintomas de ansiedade e depressão, bem como afetando a auto-imagem e a qualidade de vida das mulheres que vivenciam a experiência de adoecimento (Cesnik & Santos, 2012; Maluf, Mori, & Barros, 2005; Salonen, Kellokumpu-Lehtinen, Tarkka, Koivisto, & Kaunonen, 2011).

As práticas grupais, em seus variados formatos, vêm sendo recorrentemente utilizadas na assistência psicológica a mulheres acometidas por câncer de mama (Helgeson, Cohen, Schulz, & Yasko, 2001; Spira & Reed, 2002). Em linhas gerais, isso se deve ao fato de que um grupo, quando constituído por pessoas que apresentam problemas ou conflitos semelhantes e coordenado adequadamente por um profissional capacitado, tende a se converter em um espaço de conversação e reflexão potencialmente benéfico (Campos, 2010; Veríssimo & Valle, 2005; Yalom & Leszcz, 2006). Em se tratando especificamente de mulheres acometidas por câncer de mama, os grupos podem auxiliar na diminuição do estigma associado à doença, na promoção de suporte mútuo e no resgate da auto-estima das mesmas, por exemplo (Die-Trill, 2007; Pinheiro, Silva, Mamede, & Fernandes, 2008; Rezende & Botega, 1998; Santos, Prado, Panobianco, & Almeida, 2011).

A propósito, vale destacar que, muitas vezes, populações constituídas por pacientes acometidos por doenças orgânicas graves demandam intervenções voltadas ao manejo das repercussões emocionais da enfermidade, e não apresentam motivação para abordagens terapêuticas mais amplas, com foco na resolução de conflitos anteriores (Campos, 2010; Zimerman, 2000). Logo, dentre os variados formatos que as práticas grupais podem assumir, os grupos de apoio se mostram particularmente proveitosos na assistência psicológica a mulheres acometidas por câncer de mama, posto que usualmente congregam pessoas que foram convidadas a frequentá-lo para conversar sobre um tema específico e/ou questões a ele relacionadas mais diretamente (Leite & Peres, 2013; Schopler & Galinski, 1993; Yalom & Leszcz, 2006).

Os grupos de apoio, além de proporcionarem oportunidades de socialização relevantes para a atenuação de sentimentos de isolamento, são capazes de auxiliar mulheres acometidas por câncer de mama no ajustamento à nova realidade implementada pelo diagnóstico. Ademais, possibilitam o refinamento de informações sobre a doença e o tratamento (Cameron, Booth, Schlatter, Zi­ginskas & Harman, 2007, Helgeson, Cohen, Schulz, & Yasko, 2001). Porém, como alertam Yalom e Leszcz (2006), a resolutividade de qualquer prática grupal depende da ocorrência de fatores terapêuticos, isto é, de determinados mecanismos dinâmicos – desencadeados quer seja a partir de intervenções do coordenador ou de relatos dos participantes – que provocam efeitos positivos e auxiliam a mediar processos de mudança.

Como um indivíduo que participa de um grupo pode se beneficiar dessa experiência de muitas maneiras, existem diversos tipos de fatores terapêuticos descritos na literatura científica especializada, bem como são vários os sistemas classificatórios que os delimitam e diferenciam (Bechelli & Santos, 2001). Para Oliveira, Medeiros, Brasil, Oliveira e Munari (2008), tais sistemas classificatórios representam ferramentas essenciais para a avaliação da efetividade das diferentes práticas grupais. Justamente por esse motivo alguns deles vêm sendo empregados em pesquisas brasileiras realizadas com o intuito de mapear a ocorrência de fatores terapêuticos em grupos voltados a distintas populações (Contel & Villas-Boas, 1999; Guanaes & Japur, 2001; Oliveira, Munari, Bachion, Santos, & Santos, 2009; Santos, Oliveira, Munari, Peixoto, & Barbosa, 2012; Scorsolini-Comin, Amato, & Santos, 2006; Scorsolini-Comin & Santos, 2008; Souza, Santos, Moura, Campos-Brustelo, & Saviolli, 2010).

Vale destacar que as informações precedentes evidenciam a relevância de tal temática. Não obstante, em uma recente revisão sistemática, Leite e Peres (2013) não encontraram sequer uma pesquisa veiculada entre 2001 e 2011 nas bases de dados PsycINFO, Medline e LILACS que tenha sido dedicada à mesma e desenvolvida junto a mulheres acometidas por câncer de mama, o que evidencia uma lacuna ainda existente na literatura científica especializada. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo verificar e descrever a ocorrência de fatores terapêuticos em um grupo de apoio voltado a mulheres acometidas por câncer de mama.

 

MÉTODO

Participantes

O presente estudo contou com 139 participantes, sendo 109 pacientes acometidas por câncer de mama e 30 acompanhantes, os quais frequentaram um grupo de apoio oferecido em um hospital universitário brasileiro. As pacientes se encontravam vinculadas a um ambulatório especializado, sendo que parte delas aguardava a definição dos tratamentos a serem empreendidos, outras já estavam em tratamento e algumas realizavam reabilitação e seguimento para a prevenção de complicações tardias. De modo geral, as mesmas eram de baixa renda, casadas ou amasiadas, com baixo nível de escolaridade, na faixa etária dos 50 aos 70 anos e oriundas tanto da cidade na qual se situava o hospital universitário quanto de cidades vizinhas. Já os(as) acompanhantes eram, predominantemente, maridos ou irmãs das pacientes, com nível de escolaridade equivalente.

Material

O corpus do presente estudo foi constituído pela transcrição literal das gravações em áudio de 12 encontros do grupo de apoio em questão, as quais foram realizadas com a devida autorização tanto das mulheres acometidas por câncer de mama quanto de seus(suas) acompanhantes, em respeito aos procedimentos éticos preconizados para pesquisas envolvendo seres humanos. Cumpre assinalar que o grupo de apoio vinha sendo realizado rotineiramente e gravado para fins de supervisão antes do desenvolvimento do presente estudo. Dessa forma, prescindiu-se de uma situação especial para a coleta de dados, buscando-se favorecer a constituição de um corpus representativo da realidade empírica pesquisada, o que, a propósito, alinha o presente estudo ao enfoque naturalístico.

Procedimento

A definição do número de encontros do grupo de apoio considerados na composição do corpus teve por base o critério de saturação, o qual, conforme Fontanella, Ricas e Turato (2008), envolve a identificação, a partir da avaliação dos pesquisadores, de certa redundância nos resultados. Ou seja: analisou-se um conjunto de transcrições cuja extensão foi determinada posteriormente pela verificação de repetições em termos da frequência dos fatores terapêuticos observados. Vale destacar que, ainda de acordo com os referidos autores, o critério de saturação possibilita a obtenção de um corpus que contém e espelha certas dimensões do contexto sob investigação, de forma que, interagindo com outros elementos teórico-metodológicos, contribui para a determinação da validade científica de uma pesquisa.

Faz-se necessário ainda esclarecer que o grupo de apoio em questão apresentava periodicidade semanal, geralmente contava com cerca de 12 participantes, um coordenador e um co-coordenador, e tinha duração média de uma hora. Tratava-se de um grupo aberto e de ocorrência única, ou seja, a cada encontro sua composição era diferente, já que dele eram convidadas a participar tanto as pacientes com consulta médica agendada para o dia no ambulatório ao qual as mesmas se encontravam vinculadas quanto seus(suas) acompanhantes. A isso, portanto, se deve o fato de o número total de participantes ter sido relativamente elevado tendo-se em vista o número total de encontros considerados nesta oportunidade. E ressalte-se que a participação dos(as) acompanhantes no grupo de apoio era exequível porque as pacientes recebiam recomendações da equipe médica para não comparecerem sozinhas às consultas.

A análise do corpus do presente estudo envolveu o emprego de uma estratégia trifásica. Na primeira fase, as transcrições dos encontros do grupo de apoio foram submetidas a leituras exaustivas, realizadas de maneira independente pelos pesquisadores com o intuito de evitar uma eventual contaminação dos resultados, e se estendeu até que o critério de saturação fosse verificado por cada um deles. Na segunda fase, os pesquisadores, também de maneira independente, registraram em um quadro sinóptico para cada encontro tanto os fatores terapêuticos identificados quanto os relatos correspondentes, diferenciando a autoria atribuída aos mesmos. Na terceira fase, por fim, os pesquisadores realizaram reuniões presenciais com o intuito de obter um consenso sobre os fatores terapêuticos identificados. Para tanto, todas as ocorrências registradas nos quadros sinópticos foram discutidas caso a caso. Foram aceitas apenas as ocorrências a respeito das quais, após essa discussão, foi obtido consenso.

O sistema classificatório proposto por Beccheli e Santos (2001) foi adotado para a identificação dos fatores terapêuticos, bem como os aportes téoricos dos referidos autores constituíram o principal referencial teórico do presente estudo. Tal sistema reconhece a existência de 10 fatores terapêuticos, a saber: (1) universalidade, (2) instilação da esperança; (3) altruísmo; (4) aceitação, (5) auto-revelação; (6) catarse; (7) aconselhamento; (8) aprendizado por intermédio do outro; (9) aprendizado interpessoal e (10) autocompreensão. Cumpre assinalar também que a análise trifásica empregada nesta oportunidade pode ser considerada um desenvolvimento, buscando maior objetividade, da estratégia adotada em outros estudos brasileiros – como aqueles de Oliveira et al. (2009), Scorsolini-Comin et al. (2006) e Scorsolini-Comin e Santos (2008) – consagrados à exploração dos fatores terapêuticos em grupos com outras populações.

 

RESULTADOS

Os fatores terapêuticos a respeito dos quais houve consenso entre os pesquisadores quando do desenvolvimento da terceira fase de análise podem ser visualizados no Quadro 1. Notou-se um marcante predomínio do aconselhamento e da instilação da esperança, os quais, somados, totalizaram 80% das ocorrências. A aceitação, a catarse e a universalidade, por sua vez, apresentaram-se com frequência intermediária. Além disso, o aprendizado por intermédio do outro, a auto-revelação e o altruísmo foram identificados uma única vez: E é válido destacar que a autocompreensão e o aprendizado interpessoal se afiguram como os dois únicos fatores terapêuticos integrantes do sistema classificatório de Beccheli e Santos (2001) cuja presença não foi constatada no corpus do presente estudo.

 

 

Não obstante, ressalte-se que, em todos os encontros do grupo de apoio considerados nesta oportunidade, ambos os pesquisadores verificaram a ocorrência de fatores terapêuticos. Ademais, conforme os dados sumarizados no Quadro 2, a autoria da maior parte dos relatos correspondentes de fatores terapêuticos foi atribuída às mulheres acometidas por câncer de mama que frequentaram o grupo de apoio. Ou seja: os relatos apresentados pelos(as) acompanhantes e pelo coordenador ou co-coordenador do grupo, de modo geral, apenas pontualmente foram considerados indicativos da ocorrência de fatores terapêuticos. Contudo, como será discutido adiante, isso não significa que tais relatos não tenham sido favoráveis para o funcionamento do grupo.

 

 

DISCUSSÃO

Como mencionado anteriormente, o aconselhamento se sobressaiu como o fator terapêutico mais frequente (52,08%) nos encontros do grupo de apoio considerados nesta oportunidade. De acordo com Beccheli e Santos (2001), tal fator terapêutico ocorre quando o coordenador do grupo ou os participantes oferecem sugestões ou orientações para o manejo das situações relatadas durante o encontro. Ademais, vale destacar que foi observado que, no contexto do grupo em questão, o aconselhamento envolveu, tipicamente, o estímulo à utilização da fé no enfrentamento da doença e à adoção de certas práticas de auto-cuidado com o intuito de minimizar os efeitos colaterais do tratamento, sobretudo da quimioterapia, conforme ilustram os Relatos 1 e 2, respectivamente.

Relato 1: “[O tratamento] tem altos e baixos [...] tem que ter muita fé, muita esperança” (Paciente A)

Relato 2: “Tem que comer bem pra aguentar o tratamento, porque os remédios [utilizados na quimioterapia] é forte” (Paciente B)

Em certo sentido, o predomínio do aconselhamento já era esperado, posto que também foi verificado na pesquisa de Scorsolini-Comin e Santos (2008). Entretanto, como hipótese, tal achado pode, especificamente face aos dados obtidos no presente estudo, ser associado à heterogeneidade das pacientes em termos das etapas que se sucedem do diagnóstico à reabilitação em que as mesmas se encontravam. Afinal, aparentemente a referida heterogeneidade incentivou as pacientes mais experientes, que já haviam passado por certos procedimentos médicos, a aconselharem as pacientes mais inexperientes, que estavam prestes a fazê-lo. Como consequência, estas recebiam o apoio de que necessitavam, ao passo que aquelas se sentiam fortalecidas por se revelarem capazes de auxiliar alguém com base no conhecimento advindo da própria experiência, encerrando, assim, uma dinâmica de benefícios mútuos.

Tal dinâmica, ressalte-se, se desencadeava a partir do ato de aconselhar, e não de seu conteúdo propriamente dito, até mesmo porque, para Bechelli e Santos (2001), as sugestões apresentadas em um grupo favorecem o estabelecimento de um ambiente de colaboração e parceria, ainda que não venham a ser seguidas. Ademais, faz-se necessário esclarecer que o predomínio do aconselhamento no presente estudo já era esperado também porque um fator terapêutico equivalente foi observado com frequência elevada nas pesquisas de Contel e Villas-Boas (1999), Oliveira et al. (2008) e Oliveira et al. (2009), em que foi utilizado um sistema classificatório distinto daquele empregado no presente estudo. O fator terapêutico em questão é denominado compartilhamento de informações e se refere tanto à apresentação de instruções por parte do coordenador quanto ao intercâmbio de orientações entre os participantes do grupo (Yalom & Leszcz, 2006).

O segundo fator terapêutico mais frequente nos encontros do grupo de apoio em questão foi a instilação da esperança (31,25%), cuja ocorrência pode ser constatada quando o coordenador do grupo ou os participantes fomentam expectativas de alívio em relação às dificuldades vivenciadas, despertam o otimismo e subsidiam a confiança em relação ao futuro (Bechelli & Santos, 2001). Os Relatos 3 e 4 são emblemáticos nesse sentido. Além disso, a esperança igualmente tende a ser estimulada quando um participante observa a melhora de outro e, assim, passa a vislumbrar o progresso do próprio tratamento como uma possibilidade mais concreta, o que, para Yalom e Leszcz (2006), tende a exercer influência positiva em sua condição emocional.

Relato 3: “Quando chega esse problema [o câncer de mama], a gente acha que não aguenta, a gente acha que não tem força... Mas a gente é tão forte, sabe?!” (Paciente C)

Relato 4: “Fez um ano que eu já fiz a cirurgia [para remoção do tumor]. Eu falei: ‘gente, passou tão rápido!’. Meu cabelo tava tão pouco, mas veio com tanta força. Ele aumentou tanto. Tudo passa, assim, tão rápido” (Paciente D).

Vale destacar que pesquisas anteriores, ainda que desenvolvidas junto a outras populações (Santos et al., 2012; Scorsolini-Comin et al., 2006; Souza et al., 2010), também apontam a instilação da esperança como um dos fatores terapêuticos mais operantes em grupos de apoio. Contudo, particularmente no grupo de apoio em questão, é possível propor que a ocorrência da instilação da esperança foi favorecida pelo fato de as pacientes estarem lidando com uma doença que, como mencionado anteriormente, tende a afetar a saúde em termos físicos e mentais (Menezes et al., 2012). Além disso, o câncer de mama, como qualquer doença potencialmente letal, muitas vezes desafia as ilusões que comumente protegem as pessoas do contato com a própria finitude, sendo que, por essa razão, a instilação da esperança, como salientam Yalom e Leszcz (2006), desempenha um papel de grande relevância nos grupos de apoio que congregam indivíduos acometidos por doenças orgânicas graves.

Já a aceitação se apresentou com frequência intermediária (5,55%) nos encontros do grupo de apoio considerados nesta oportunidade. Tal achado causou certa surpresa, uma vez que o referido fator terapêutico pode ser identificado quando os participantes relatam uma sensação de integração e acolhimento como resultado da participação no grupo (Bechelli & Santos, 2001), como ilustra o Relato 4. Não obstante, Guanaes e Japur (2001), em uma pesquisa sobre um grupo de apoio voltado a uma população distinta, também observaram que a aceitação correspondeu a menos de 10% das ocorrências de fatores terapêuticos. Além disso, é válido esclarecer que, muitas vezes após o encerramento dos encontros do grupo em questão, algumas pacientes ou seus(suas) acompanhantes comentavam espontaneamente entre si que avaliavam positivamente o grupo como um todo, uma vez que se sentiram amparadas pelo mesmo. Ou seja, embora a aceitação não tenha sido identificada como fator terapêutico com frequência elevada, parece razoável propor que, de modo geral, os(as) participantes se sentiam aceitos pelo grupo.

Relato 5: “É muito bom esse momento aqui [o grupo de apoio]” (Paciente E)

Também causa certa surpresa, ainda que em outro sentido, o fato de a catarse igualmente ter sido identificada com frequência intermediária (4,86%). Afinal, o referido fator terapêutico consiste, basicamente, da expressão de sentimentos profundos por parte de um dos participantes do grupo, fenômeno este que tende a ser acompanhado de uma mobilização emocional importante e a proporcionar uma marcante sensação de alívio (Bechelli & Santos, 2001). Logo, seria esperado que a catarse nem mesmo fosse identificada, posto que, como mencionado anteriormente, se tratava de um grupo de ocorrência única, mais favorável, portanto, ao estabelecimento de um vínculo tênue entre seus participantes e à emergência de temas mais superficiais, em oposição ao que comumente se observa em grupos psicoterapêuticos. Mas é plausível cogitar que a presença da catarse, a exemplo do que foi proposto sobre a instilação da esperança, tenha sido potencializada pelo fato de as pacientes estarem lidando com uma doença grave.

Desenvolvendo essa linha de raciocínio, é possível afirmar que, talvez, o impacto emocional do câncer de mama – cujo caráter potencialmente desestruturante já foi apontado por autoras como Cesnik e Santos (2012), Maluf et al. (2005) e Ramos e Lustosa (2009), dentre outras – tenha promovido uma espécie de contágio afetivo entre as pacientes no grupo em questão. Ou seja: na medida em que uma paciente, ou até um(a) acompanhante, se permitia exteriorizar conteúdos afetivos mais profundos, relacionados à doença, no caso, incentivava os(as) demais participantes a também fazê-lo, amenizando, assim, o estigma associado à mesma. O Relato 6, interrompido diversas vezes pelo pranto da paciente que o apresentou, pode ser considerado representativo nesse sentido.

Relato 6: “Ah! Tô ansiosa pra acabar logo [o tratamento]... Eu não gosto nem de falar... Perdi minha mãe com câncer... Foi muito difícil” (Paciente F)

A universalidade, assim como a catarse, aparentemente contribuiu para o estabelecimento de identificações entre os participantes do grupo de apoio em questão, e igualmente ocorreu com frequência intermediária em seu contexto (4,16%). Tal fator terapêutico, para Bechelli e Santos (2001), se caracteriza pelo compartilhamento de vivências semelhantes entre os participantes de um grupo, como se vê no Relato 7, fenômeno este que os possibilita reconhecer que suas experiências de sofrimento não são únicas. Porém, como salientam Guanaes e Japur (2001), a universalidade possibilita, da mesma forma, o intercâmbio de experiências de enfrentamento. Assim, trata-se de um fator terapêutico cuja ocorrência tende a ser comum, bem como desejável, em grupos de apoio (Oliveira et al., 2008).

Relato 7: É igual eu [que também sentia dor no braço homolateral à cirurgia para remoção do tumor], mas depois fui fazer natação, hidroginástica, e acabou (Paciente G)

Entretanto, Souza et al. (2010) obtiveram resultados semelhantes àqueles aqui reportados no que tange à ocorrência da universalidade. As autoras defendem que tal fator terapêutico tende a ser menos frequente quando as diferenças entre os participantes de um grupo são acentuadas a ponto de dificultar processos identificatórios. Assumindo tal premissa, parece razoável cogitar que a universalidade possivelmente seria mais comum no grupo de apoio em questão se as pacientes fossem mais homogêneas em relação ao estágio do tratamento em que se encontravam. Em contrapartida, como já mencionado, a heterogeneidade aparentemente foi favorável à ocorrência do aconselhamento, fator terapêutico predominante no presente estudo.

Faz-se necessário mencionar que o aprendizado por intermédio do outro, a auto-revelação e o altruísmo foram identificados de forma discreta no grupo em questão. Para Bechelli e Santos (2001), o primeiro ocorre quando um participante do grupo sinaliza ter aprendido algo sobre a sua pessoa a partir da observação dos demais, o segundo quando são reveladas informações pessoais de maneira franca no contexto do grupo e o terceiro quando um participante exterioriza o sentimento de estar sendo útil aos outros mediante a oferta de apoio. Tendo-se em vista que, quando da discussão dos resultados referentes ao aconselhamento e à catarse, respectivamente, já foi apontado o estabelecimento de uma dinâmica de benefícios mútuos e de uma abertura à expressão de sentimentos profundos nos encontros considerados nesta oportunidade, é possível propor que os fenômenos que constituem a essência do altruísmo e da auto-revelação, em maior ou menor grau, estiveram presentes no grupo em questão. A propósito, é válido mencionar que, conforme Yalom e Leszcz (2006), alguns fatores terapêuticos muitas vezes se mesclam uns aos outros, o que pode tornar mais complexa sua identificação.

É preciso ainda ressaltar que já era esperado o fato de os relatos apresentados pelas pacientes terem sido apontados como os principais indicativos da ocorrência de fatores terapêuticos, em que pese o fato de nenhuma das pesquisas localizadas a partir da revisão da literatura realizada para os fins do presente estudo ter se ocupado diretamente da diferenciação da autoria de tais fenômenos. Ocorre, em primeiro lugar, que os(as) acompanhantes das pacientes participaram predominantemente de forma silente dos encontros do grupo de apoio em questão. Contudo, tendo em vista que o corpus do presente estudo foi constituído pela transcrição de gravações em áudio, não é possível determinar com precisão se e como os(as) acompanhantes, assim procedendo, contribuíram para a ocorrência de fatores terapêuticos.

Em segundo lugar, o coordenador e o co-coordenador do grupo comumente privilegiavam um estilo de coordenação denominado interativo, o qual, conforme Spira e Reed (2002), concilia o fornecimento de informações com a discussão entre pares, ou seja, a troca de experiências entre os participantes do grupo. Logo, é possível propor que as intervenções da coordenação, embora não tenham sido identificadas per se como correspondentes de fatores terapêuticos, podem ter potencializado a ocorrência de relatos que o foram. Mas tal explicação aparentemente se aplica, sobretudo, ao aconselhamento, à instilação da esperança e à universalidade devido às características próprias desses fatores terapêuticos.

Em suma: os resultados obtidos apontam que as pacientes se beneficiaram de diferentes maneiras de sua participação no grupo de apoio em questão, uma vez que foi identificada a ocorrência de diversos fatores terapêuticos em todos os encontros considerados nesta oportunidade. Tal fato reforça que, como afirmam Yalom e Leszcz (2006), os fatores terapêuticos resultam de uma complexa interação humana, mas se afiguram como os elementos básicos dos processos grupais. Da mesma forma, evidencia que as práticas grupais, conforme asseveram Bechelli e Santos (2001), têm o mérito de contemplar o indivíduo em um contexto social e interacional, o que, a propósito, no grupo em questão, pode ter sido potencializado pela participação dos(as) acompanhantes das pacientes.

Diante do exposto, é possível sustentar que o presente estudo contemplou o objetivo proposto, na medida em que viabilizou o mapeamento dos fatores terapêuticos em um grupo de apoio voltado a mulheres acometidas por câncer de mama e, assim, fornece elementos iniciais para o preenchimento de uma lacuna ainda existente na literatura científica especializada. Ademais, os resultados reportados revelam que, no contexto do grupo em questão, ocorreram variados mecanismos dinâmicos que provocaram efeitos benéficos, o que pode ser entendido com um indicador de sua resolutividade. Contudo, pesquisas com enfoque comparativo são necessárias para que se possa esclarecer se o enquadre empregado – grupo aberto com periodicidade semanal, uma hora de duração e participação dos(as) acompanhantes das pacientes – é o mais indicado para mulheres acometidas por câncer de mama.

Aos pesquisadores interessados no assunto, recomenda-se que a avaliação dos fatores terapêuticos em grupos seja realizada não apenas a partir da transcrição de gravações em áudio, posto que a identificação de alguns deles talvez encerre maiores dificuldades quando se trabalha com esse tipo de material. Gravações em vídeo, assim, se afiguram como uma possibilidade promissora – e também viável considerando-se que diversos aparelhos eletrônicos capazes de realizá-las, como smartphones e tablets, atualmente são mais acessíveis – para a composição do corpus em pesquisas futuras. Além disso, sugere-se que a avaliação de pesquisadores seja complementada pela perspectiva dos participantes, de forma a viabilizar uma compreensão mais detalhada sobre como os mesmos percebem as próprias experiências no grupo e seus possíveis desdobramentos.

Por fim, ressalte-se que a avaliação sistemática dos fatores terapêuticos se destaca como um tema promissor de pesquisa em práticas grupais, sobretudo no Brasil, uma vez que, a despeito de sua relevância, o mesmo tem sido relativamente pouco explorado na literatura nacional. Em contrapartida, nos dias de hoje os grupos têm ocupado um lugar privilegiado no âmbito das ações em saúde no país, principalmente por apresentarem uma relação custo-benefício vantajosa. Tal situação pode ser considerada temerária, uma vez que a investigação dos fatores terapêuticos é essencial para que se possa circunscrever os alcances e limites de qualquer prática grupal. Portanto, recomenda-se a realização de novos estudos sobre o assunto, junto as variadas populações e em diferentes tipos de serviços de saúde, para que possa ser superado o descompasso que atualmente existe entre a assistência e a pesquisa.

 

REFERÊNCIAS

Bechelli, L. P. C., & Santos, M. A. (2001). Psicoterapia de grupo: Noções básicas. Ribeirão Preto: Legis Summa.         [ Links ]

Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer (2012). Estimativas 2012: Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde.         [ Links ]

Cameron, L. D., Booth, R. J., Schlatter, M., Zi­ginskas, D., & Harman, J. E. (2007). Changes in emo­tion regulation and psychological ad­justment following use of a group psy­chosocial support program for women recently diagnosed with breast cancer. Psychooncology, 16, 171-180. doi: 10.1002/pon.1050        [ Links ]

Campos, E. P. (2010). O paciente somático no grupo terapêutico. In: J. Mello Filho, & M. Burd (Eds.), Psicossomática hoje (pp. 497-509). 2ª. ed. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Cesnik, V. M., & Santos, M. A. (2012). Mastectomia e sexualidade: Uma revisão integrativa. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25, 339-349. doi: 10.1590/S0102-79722012000200016        [ Links ]

Contel, J. O. B., & Villas-Boas, M. A. (1999). Psicoterapia de grupo de apoio multifamiliar (PGA) em hospital-dia (HD) psiquiátrico. Revista Brasileira de Psiquiatria, 21, 225-230. doi: 10.1590/S1516-44461999000400011         [ Links ]

Die-Trill, M. (2007). Tratamiento psicológico grupal para mujeres con cáncer de mama: Una aproximación clínica. Psicooncología, 4, 405-415.         [ Links ]

Fontanella, B. J., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: Contribuições teóricas. Cadernos de Saúde Pública, 24, 17-27. doi: 10.1590/S0102-311X2008000100003        [ Links ]

Guanaes, C., & Japur M. (2001). Fatores terapêuticos em um grupo de apoio para pacientes psiquiátricos ambulatoriais. Revista Brasileira de Psiquiatria, 23, 134-140. doi: 10.1590/S1516-44462001000300005        [ Links ]

Helgeson, V. S., Cohen, S., Schulz, R., & Yasko, J. (2001). Group support interventions for people with cancer: Benefits and hazards. In A. Baum, & B. L. Andersen (Eds.), Psychosocial interventions for cancer (pp. 269-286). Washington: American Psychological Association.         [ Links ]

Leite, L. P., & Peres, R. S. (2013). Grupos de apoio a mulheres acometidas por câncer de mama: Panorama atual. Revista da SPAGESP, 14, 55-57.         [ Links ]

Maluf, M. F. M., Mori, L. J., & Barros, A. C. S. D. (2005). O impacto psicológico do câncer de mama. Revista Brasileira de Cancerologia, 51, 149-154.         [ Links ]

Menezes, N. N. T., Schulz, V. L., & Peres, R. S. (2012). Impacto psicológico do diagnóstico do câncer de mama: Um estudo a partir dos relatos de pacientes em um grupo de apoio. Estudos de Psicologia (Natal), 17, 233-240. doi: 10.1590/S1413-294X2012000200006         [ Links ]

Oliveira, L. M. A. C., Medeiros, M., Brasil, V. V., Oliveira, P. M. C., & Munari, D. B. (2008). Uso de fatores terapêuticos para avaliação de resultados em grupos de suporte. Acta Paulista de Enfermagem, 21, 432-438. doi: 10.1590/S0103-21002008000300008         [ Links ]

Oliveira, N. F., Munari, D. B., Bachion, M. M., Santos, W. S., & Santos, Q. R. (2009). Fatores terapêuticos em grupo de diabéticos. Revista da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 43, 558-565. doi: 10.1590/S0080-62342009000300009.         [ Links ]

Pinheiro, C. P. O., Silva, R. M., Mamede, M. V., & Fernandes, A. F. C. (2008). Participação em grupo de apoio: Experiência de mulheres com câncer de mama. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 16, 733-738. doi: 10.1590/S0104-11692008000400013        [ Links ]

Ramos, B. F., & Lustosa, M. A. (2009). Câncer de mama feminino e Psicologia. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 12, 85-97.         [ Links ]

Rezende, V., & Botega, N. J. (1998). Grupo de apoio psicológico a mulheres com câncer de mama: Principais fantasias inconscientes. Estudos de Psicologia (Campinas), 15, 39-48.         [ Links ]

Salonen, P., Kellokumpu-Lehtinen, P. L., Tarkka, M. T., Koivisto, A. M., & Kaunonen, M. (2011). Changes in quality of life in patients with breast cancer. Journal of Clinical Nursing, 20, 255-266. doi: 10.1111/j.1365-2702.2010.03422.x        [ Links ]

Santos, L. F., Oliveira, L. M. A. C., Munari, D. B., Peixoto, M. K. A. V., & Barbosa, M. A. (2012). Fatores terapêuticos em grupo de suporte na perspectiva da coordenação e dos membros do grupo. Acta Paulista de Enfermagem, 25, 122-127. doi: 10.1590/S0103-21002012000100021        [ Links ]

Santos, M. A., Prado, M. A. S., Panobianco, M. S., & Almeida, A. M. (2011). Grupo de apoio a mulheres mastectomizadas: Cuidando das dimensões subjetivas do adoecer. Revista da Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo, 12, 27-33.         [ Links ]

Schopler, J. H., & Galinsk, M. J. (1993). Support groups as open systems: A model for practice and research. Health & Social Work, 18, 195-207.         [ Links ]

Scorsolini-Comin, F., Amato, L. M., & Santos, M. A. (2006). Grupo de apoio para casais pretendentes à adoção: A espera compartilhada do futuro. Revista da Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo, 7, 40-50.         [ Links ]

Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2008). Aprender a viver é o viver mesmo: O aprendizado a partir do outro em um grupo de pais candidatos à adoção. Vínculo, 5, 115-130.         [ Links ]

Souza, L. V., Santos, M. A., Moura, F. E. G. A., Campos-Brustelo, T. N., & Saviolli, C. M.

G. (2010). Fatores terapêuticos em um grupo de apoio multifamiliar no tratamento da anorexia e bulimia. Revista da Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo, 11, 41-50.

Spira, J. L., & Reed, G. M. (2002). Group psychotheapy for women with breast cancer. Washington: American Psychological Association.         [ Links ]

Takahashi, M., & Kai, I. (2005). Sexuality after breast cancer treatment: Changes and coping strategies among Japanese survivors. Social Science & Medicine, 61, 1278-1290. doi:10.1016/j.socscimed.2005.01.013        [ Links ]

Veríssimo, D. S., & Valle, E. R. M. (2005). Grupos de sala de espera no apoio ao paciente somático. Revista da Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo, 6, 28-36.         [ Links ]

Yalom, I. D., & Leszcz, M. (2006). Psicoterapia de grupo: Teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Zimerman, D. E. (2000). Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

 

Endereço para Correspondência

Universidade Federal de Uberlândia – Instituto de Psicologia. Avenida Pará, 1720 – Bloco 2C

Campus Umuarama, CEP 38.401-136, Uberlândia/MG – Brasil. E-mail: rodrigosanchesperes@yahoo.com.br

 

Recebido em 19 de Dezembro de 2013/ Aceite em 9 de Junho de 2014