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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças v.10 n.2 Lisboa  2009

 

Editorial

 

Este número da revista “Psicologia, Saúde & Doenças” é um número temático dedicado à avaliação psicológica, mais especificamente à apresentação de estudos de construção, adaptação e validação de escalas aplicáveis em diversos contextos de saúde. A avaliação, que na sua definição genérica se refere, sempre, à produção de informação útil a partir da qual se podem tomar decisões fundamentadas, em Psicologia, recorre a técnicas e a instrumentos que lhe são próprios e, também, a constructos psicológicos teoricamente alicerçados e, complementarmente, a critérios estatísticos. A avaliação psicológica, como bastas vezes tem sido referido, não é a resposta ou o preenchimento de um instrumento, qualquer que seja a designação que este tenha: questionário, inventário, escala, lista de verificação, entrevista ou teste. De facto, ainda que qualquer destes instrumentos seja, no limite, um instrumento de medida, não pode ser usado da forma que outras unidades de medida, de outras áreas disciplinares, podem. Enquanto algumas medidas são estritamente convencionais não carecendo de nenhum postulado teórico particular, os testes psicológicos não podem ser usados “per se”, de forma independente do contexto de aplicação e do conhecimento, aprofundado, do conceito que o originou. Do nosso ponto de vista torna-se importante reforçar esta ideia, uma vez que se apresenta de seguida um conjunto de estudos de instrumentos que, genérica e intencionalmente, assumem este principio, embora, pareçam depois descorar esta perspectiva de conjunto, uma vez que se centram em estudos do comportamento de instrumentos em populações nacionais. De facto, um dos problemas que tem sido constatado no desenvolvimento da investigação nas interfaces da psicologia com a saúde e as doenças e que tem, nos últimos anos suscitado um esforço por parte da comunidade cientifica interessada neste campo, é o da falta de instrumentos. Falta de instrumentos adaptados e falta de instrumentos validados. Muitos dos mais clássicos instrumentos da avaliação tem sido reconhecidos como insuficientes, desadequados ou fornecendo informação irrelevante para os objectivos em vista nos novos contextos emergentes nomeadamente nos de saúde e de doenças. Assim, torna-se necessário, por um lado, estimular a produção de constructos teóricos e, por outro, a construção e validação de instrumentos que permitam aclarar e comparar como se comportam, em populações muito diferentes nas suas características sócio-demográficas, e na sua relação dinâmica com outros constructos, operacionalizados através de outros instrumentos. Tudo isto mantendo a atenção sobre a fiabilidade e validade das medidas, tanto mais, que ocorrendo este movimento da avaliação psicológica à escala global, muitos dos instrumentos e, eventualmente, alguns dos constructos, propostos são produzidos em diferentes línguas e em diferentes contextos sócio-culturais. Este número da revista Psicologia, Saúde & Doenças, pretende assim, ser um contributo para o melhor conhecimento de alguns instrumentos: uns novos, já que são propostas de instrumentação decorrentes de realidades elas também novas, e outros, adaptados de instrumentos já existentes noutras línguas. Em todos os casos apresenta-se as validações psicométricas que, nuns casos põem a nú a dificuldade de utilização entre nós de instrumentos com provas dadas noutras latitudes; noutros casos, nos ajudam a clarificar os limites da sua utilização e a necessidade de não descansar na psicometria e na estatística como se fossem respostas prontas para as nossas tentativas de objectivação e, finalmente, em outros casos ainda, nos oferecem materiais fiáveis e úteis.

Isabel P. Leal