SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.9 issue1Validation study of the portuguese version of the QLC-C30-V.3Life quality in women who seek gynecological health care author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Psicologia, Saúde & Doenças

Print version ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.9 no.1 Lisboa  2008

 

Sintomatologia depressiva e qualidade de vida na população geral

 

Sofia Gameiro1, Carlos Carona2, Marco Pereira3, Maria Cristina Canavarro4, Mário Simões4, Daniel Rijo4, Manuel João Quartilho5, Tiago Paredes6 & Adriano Vaz Serra5

1Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT SFRH/BD/21584/2005);

2Bolseiro de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT SFRH/BD/21584/2005);

3Bolseiro de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT SFRH/BD/19126/2004);

4Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra;

5Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra;

6Bolseiro de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT SFRH/BD/32380/2006).

 

RESUMO: Parece ser consensual que a sintomatologia depressiva tem um forte impacto na Qualidade de Vida (QV) dos indivíduos, mas ainda não é totalmente claro o seu impacto diferencial na QV, conforme o grau de severidade. Os objectivos são: 1) analisar a presença de sintomatologia depressiva na população em geral; 2) avaliar o impacto do grau de sintomatologia depressiva na QV dos sujeitos. 307 sujeitos da população geral foram avaliados no que respeita a QV (WHOQOL-100) e sintomatologia depressiva (Inventário de Depressão de Beck). 59 sujeitos (19,2%) reportaram simtomatologia depressiva. De entre estes, 47 apresentavam depressão leve, 11 depressão moderada e apenas 1 depressão grave. Os sujeitos com sintomatologia depressiva apresentavam valores significativamente mais baixos de QV em todos os domínios e facetas. A sintomatologia depressiva provou estar negativamente associada com a QV. Sujeitos categorizados com depressão leve apresentaram valores significativamente mais baixos de QV em todos os domínios (exceptuando Espiritualidade) que sujeitos saudáveis. Este estudo evidência o impacto da depressão (sub-clínica) no bem-estar dos indivíduos e a importância da sua identificação correcta e precoce, de forma a promover a prevenção e intervenção precoce.

Palavras-chave: Qualidade de vida, Sintomatologia depressiva, WHOQoL, Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

Depressive symptomatology and quality of life in the general population

ABSTRACT: It is consensual that depressive symptomatology has a strong psychosocial impact on a person’s Quality of Life (QoL), but it is still relatively unclear its differential impact, according to depression level of severity. The goals are: 1) analyze the presence of depressive symptomatology in the general population; 2) assess the impact of severity of depressive symptomatology on QoL. 307 subjects from general population were assessed regarding QoL (WHOQOL-100) and depressive symptoms (Beck Depression Inventory). Fiftynine individuals (19.2%) showed depressive symptoms. From these, 47 fit the Mild Depression BDI category, 11 de Moderate Depression and 1 the Severe Depression. Subjects with depressive symptoms had significantly lower values in all QoL domains and facets. Depressive symptomatology proved to be significantly and negatively associated to all QoL domains. Subjects that fit the “mild depression” category of the BDI reported significantly lower scores of QoL on all WHOQOL (but the Spirituality) domains than non depressed individuals. This study highlights the significant impact of (subsyndromal) depression on individuals’ overall well being and the importance of its early correct identification in general population, so that it can be considered for both treatment and preventive intervention.

Key words: Quality of life, Depressive symptoms, WHOQoL, World Health Organization (WHO).

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

REFERÊNCIAS

Aigner, M., FörsterStreffleur, S., Prause, W., Freidl, M., Weiss, M., & Bach, M. (2006). What does the WHOQOLBref measure? Measurement overlap between quality of life and depressive symptomatology in chronic somatoform pain disorder. Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology, 41, 81-86.         [ Links ]

Beck, A. T., Ward, C., Mendelson, M., Mock, J., & Erbaugh, J. (1961). An inventory for measuring depression. Archives of General Psychiatry, 4, 561-571.

Berlim, M. T., & Fleck, M. (2007). Quality of Life and Major Depression. In M. Ritsner & A. G. Awad (Eds.), Quality of Life Impairment in Schizophrenia, Mood and Anxiety Disorders (pp. 241-252): Springer.

Canavarro, M. C., Vaz Serra, A., Pereira, M., Simões, M. R., Quintais, L., Quartilho, M. J., et al. (2006). Desenvolvimento do Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL100) para Português de Portugal. Psiquiatria Clínica, 27(1), 15-23.

Coulehan, J. L., Schulberg, H. C., Block, M. R., Madonia, M. J., & Rodriguez, E. (1997). Treating depressed primary care patients improves their physical, mental and social functioning. Archives of Family Medicine, 157(10), 1113-1120.

Fleck, M., Lima, A. F., Louzada, S., Schestasky, G., Henriques, A., Borges, V., et al. (2002). Association of depressive symptoms and social functioning in primary care service, Brazil. Revista de Saúde Pública, 36(4), 431-438.

Huchner, C. (2002). Subjective quality of life: validity issues with depressed patients. Acta psychiatrica Scandinavica, 106, 62-70.

Huppert, J. D., Weiss, K. A., Lim, R., Pratt, S., & Smith, T. E. (2001). Quality of life in schizophrenia: Contributions of anxiety and depression. Schizophrenia Research, 51, 171-180.

Judd, L. L., Schettler, P. J., & Akiskal, H. S. (2002). The prevalence, clinical relevance, and public health significance of subthreshold depressions. The Psychiatric clinics of North America, 25, 685-698.

Katschnig, H., & Angermeyer, M. C. (1997). Quality of life in depression. In H. Katschnig, H. Freeman & N. Sartorius (Eds.), Quality of life in mental disorders (pp. 137148). New York: Wiley.

Kessler, R. C., McGonagle, K. A., Zhao, S., Nelson, C. B., Hughes, M., Eshleman, S., et al. (1994). Lifetime and 12month prevalence of DSMIIIR psychiatric disorders in the United States. Results from the National Comorbidity Survey. Archives of General Psychiatry, 51(1), 8-19.

Leval, N. (1999). Quality of life and depression: Symmetric concepts. Quality of Life Research, 8, 283-291.

McQuaid, J. R., Stein, M. R., Laffaye, C., & McCahill, M. E. (1999). Depression in a primary clare clinic: the prevalence and impact of an unrecognized disorder. Journal of Affective Disorders, 55, 1-10.

Muldoon, M. F., Barger, S. D., Flory, J. D., & Manuck, S. B. (1998). What are quality of life measurements measuring? British Medical Journal, 316, 542-545.

Roness, A., Mykletun, A., & Dahl, A. A. (2005). Helpseeking behaviour in patients with anxiety disorders and depression. American Journal of Psychiatry, 111, 51-58.

Saarijarvi, S., Salminen, J. K., Toikka, T., & Raitasalo, R. (2002). Healthrelated quality of life among patients with major depression. Nord Journal of Psychiatry, 56, 4261-4264.

Simon, G., Ormel, J., VonKorff, M., & Barlow, W. (1995). Health care costs associated with depressive and anxiety disorders in primary care. American Journal of Psychiatry, 152, 352-357.

Vaz Serra, A., Canavarro, M. C., Simões, M. R., Pereira, M., Gameiro, S., Quartilho, M. J., et al. (2006). Estudos psicométricos do instrumento de avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL100) para Português de Portugal. Psiquiatria Clínica, 27(1), 31-40.

Vaz Serra, A., & Pio Abreu, J. L. (1973a). Aferição dos quadros clínicos depressivos. I – Ensaio de aplicação do “Inventário Depressivo de Beck” a uma amostra portuguesa de doentes deprimidos. Coimbra Médica, XX, 623-644.

Vaz Serra, A., & Pio Abreu, J. L. (1973b). Aferição dos quadros clínicos depressivos. II – Estudo preliminar de novos agrupamentos sintomatológicos para complemento do “Inventário Depressivo de Beck”. Coimbra Médica, XX, 713-736.

Wells, K. B., Stewart, A. L., Hayes, R. D., Burnam, A., Rogers, W., Daniels, M., et al. (1989). The function and wellbeing of depressed patients: Results from the Medical Outcomes Study. Journal of the American Medical Association(262), 914-919.

WHOQOL Group. (1994a). Development of the WHOQOL: Rationale and Current Status. International Journal of Mental Health, 23(3), 24-56.

WHOQOL Group. (1994b). The development of the World Health Organization Quality of Life Assessment Instrument (the WHOQOL). In J. Orley & W. Kuyken (Eds.), Quality of Life Assessment: International perspectives. Berlin: SpringerVerlag.

WHOQOL Group. (1995). The World Health Organization Quality of Life Assessment (WHOQOL): Development and General Psychometric Properties. Social Science & Medicine, 46(12), 15691585.

 

Recebido em 10 de Dezembro de 2007 / aceite em 18 de Março de 2008

 

1 Contactar para Email: sgameiro@fpce.uc.pt