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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças v.8 n.2 Lisboa nov. 2007

 

Maternidade “prematura”: Uma investigação psicossociológica na unidade de terapia intensiva neonatal

Sibelle Maria Martins de Barros* & Zeidi Araujo Trindade

Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Universidade Federal do Espírito Santo,Vitória – ES – Brasil (Apoio CAPES & CNPq)

 

RESUMO: Ter um filho prematuro internado em uma UTI Neonatal geralmente é considerado um momento difícil e inesperado para muitas mulheres. Para compreender tal experiência, a presente pesquisa buscou apreender as representações sociais de maternidade e paternidade entre mães com filhos prematuros internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com sete mães em um hospital público do ES, as quais foram submetidas à análise de conteúdo. Os resultados indicaram a recorrência a modelos tradicionais dos papéis parentais, os quais contribuíam para uma sobrecarga de responsabilidade para as mães. Entretanto, foi observado que a procura de alguns pais por uma relação mais próxima com a criança era desencorajada por algumas mães. Este estudo destaca a necessidade de resgatar e compreender o universo psicológico das mães, inserindo os pais nesse contexto, pois pouco se sabe como estes compreendem e enfrentam este período delicado. Os resultados evidenciaram também a necessidade de novos modelos de atendimento que sejam respaldados por uma constante reflexão crítica dos profissionais sobre suas próprias representações e práticas neste cenário, no intuito de não direcionar os cuidados e responsabilidades apenas para as mães.

Palavras chave: Maternidade, Paternidade, Recém-nascido prematuro de alto-risco, Representações sociais, Unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN).

 

“Premature” motherhood: A phychosociological investigation in a neonatal intensive care unit

ABSTRACT: Having a premature baby interned in a Neonatal ICU is generally considere d a difficult and unexpected moment for many women. To understand such an experience, the present work attempted to apprehend the social representations of mother hood and fatherhood among mothers with interned premature baby in a Neonatal Intensive Care Unit (NICU). Semi-structured interviews with seven mothers in a public hospital in state of Espírito Santo (Brazil) were conducted, and then submitted to content analysis. The results indicated the recurrence to traditional models of the parental roles, which contributed to an overburden of responsibility for the mothers. It was, though, observed, that the attempt by some fathers for a closer relation with the child was discouraged by some mothers. This study highlights the need to rescue and understand the psychological universe of the mothers, inserting the fathers in this context, since little is known about how fathers understand and cope this delicate period. The results evidenced also the need for new assistance models, sustained by constant critical reflection by the professionals about their own representation s and practices in this context, in order not to direct care and responsibilities solely to the mothers.

Key words: High-risk Premature newborn, Maternity, Neonatal intensive care unit (NICU), Paternity, Social representations.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

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* Contactar para E-mail: sibellebarros@yahoo.com.br

 

Recebido em 14 Junho 2007 / aceite em 19 de Outubro de 2007