SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.2 número2Síndrome nefrótico e doença celíaca na infância: perspectiva da criança sobre a relação que os outros estabelecem com ela índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças v.2 n.2 Lisboa nov. 2001

 

Representações sociais de infertilidade feminina entre mulheres casadas e solteiras

Zeidi Araújo Trindade1 & Sônia Regina Fiorim Enumo

Departamento de Psicologia Social e do DesenvolvimentoPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Universidade Federal do Espírito Santo – Vitória/ES, Brasil

 

Resumo: Este artigo relata resultados de uma pesquisa que teve como objetivo investigar as representações sociais da infertilidade feminina, entre mulheres de diferentes estratos sociais. Foram entrevistadas 180 mulheres, com idade variando entre 18 e 40 anos, sendo 90 moradoras de bairros populares, e 90 moradoras de dois bairros considerados de classe-média. Cada grupo foi dividido em 3 subgrupos: (a) 30 mulheres casadas, com pelo menos um filho biológico; (b) 30 mulheres casadas há pelo menos 1 ano, sem filhos; (c) 30 mulheres solteiras, sem filhos. Para a coleta de dados utilizou-se a técnica de associação livre, tendo como expressão geradora “mulher que não pode ter filhos”, além de perguntas específicas sobre a temática de interesse. Os dados mostraram como principais elementos do campo representacional tristeza, incompleta, frustração, cobrança dos outros, solidão, pessoa inferior, adoção, busca de soluções e não é problema, confirmando a permanência da concepção da infertilidade como uma condição estigmatizante para a mulher.

Palavras chave: Infertilidade feminina, Maternidade, Representações sociais.

 

Social representations of feminine infertilityamong married and single women

Abstract: This paper discusses results of research objectifying the investigation of social representations of feminine infertility, among women of different social layers. We interviewed 180 women, with ages varying between 18 and 40, half of them residents of low-income neighborhoods and the other half residents of neighborhoods considered middle-class. Each group was divided into 3 subgroups: (a) 30 married women, with at least one biological child; (b) 30 women married for at least a year, without children; (c) 30 single women, without children. For data collection the technique of free association was utilized, the generating expression being “woman who can’t have children”. Specific questions on the subject of interest were also asked. The data showed as main elements of the representational field sadness, incomplete, frustration, pressure from others, loneliness, inferior person, adoption, search for solutions and not a problem, reaffirming the permanence of the conception of infertility as a stigmatizing condition for the woman.

Key words: Female infertility, Maternity, Social representations.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

Referências

Badinter, E. (1985). Um Amor Conquistado. O Mito do Amor Materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

        [ Links ]

Ceotto, E.C. (1999). O cotidiano do hipertenso: Representações sociais e estratégias de enfrentamento da hipertensão arterial essencial. Dissertação de Mestrado não publicada. Vitória, ES: Universidade Federal do Espírito Santo.

Del Priore, M. (1997). Magia e medicina na Colônia: o corpo feminino. In M. Del Priore & C. Bassanezi (Orgs.), História das Mulheres no Brasil (2a ed., pp. 78-114). São Paulo: Contexto.

Dunkel-Schetter, C., & Lobel, M. (1991). Psychological reactions to infertility. In A.L. Stanton & C. Dunkel-Schetter (Eds.), Infertility. Perspectives from Stress and Coping Research (pp. 29-57). New York: Plenum Press.

Dunkel-Schetter, C., & Stanton, A.L. (1991). Psychological adjustment to infertility. Future directions in research and application. In A.L. Stanton & C. Dunkel-Schetter (Eds.), Infertility. Perspectives From Stress and Coping Research (pp. 197-222). New York: Plenum Press.

Gerrits, T. (1997). Social and cultural aspects of infertility in Mozambique. Patient, Education and Counseling, 31 (1), 39-48.

Hagenfeldt, K. (1991). Reproductive tecnologies, women’s health, and career choices. In M. Frankenhaeuser, U. Lundberg, & M. Chesney (Eds.), Women, Work, and Health: Stress and Opportunities (pp. 207-223). New York: Plenum Press.

Hansell, P.E., Thorn, B.E., Prentice-Dunn, S., & Floyd, D.L. (1998). The relationship of primary appraisals of infertility and other gynecological stressors o coping. Journal of Clinical Psychology in Medical Settings, 5 (2), 133-145.

Kitzinger, S. (1978). Mães: Um Estudo Antropológico da Maternidade. Lisboa: Presença.

Levack, B.P. (1988). A Caça às Bruxas na Europa Moderna. Rio de Janeiro: Campus.

Manetti, L., & Tanucci, G. (1993). The meaning of work for young people: The role of parents in the transmission of a social representation. In G.M. Breakwell & D.V. Canter (Eds.), Empirical Approaches to Social Representations (pp. 298-314). Oxford: Clarendon Press.

Nóbrega, N.P. (1995). Maternidade na adolescência: Alienação e reprodução social. Documenta, 6, 63-76.

Oliveira, N.R. (1999). Perfis de grávidas e mães adolescentes: Estudo psicossocial de adolescentes usuárias de um serviço público de pré-natal e maternidade. Tese de Doutorado não publicada. São Paulo: Universidade de São Paulo.

Rocha-Coutinho, M.L.R. (1994). Tecendo Por Trás dos Panos. A Mulher Brasileira nas Relações Familiares. Rio de Janeiro: Rocco.

Sá, C.P. (1996). Núcleo Central das Representações Sociais. Petrópolis: Vozes.

Sá, C.P. (1998). A Construção do Objeto de Pesquisa em Representações Sociais. Rio de Janeiro: Ed. UERJ.

Schaffer, J.A., & Diamond, R. (1994). Infertilidade: Dor pessoal e estigma secreto. In E. Imber-Black (Org.), Os Segredos na Família e na Terapia Familiar. Porto Alegre: Artes Médicas.

Stanton, A.L., & Dunkel-Schetter, C. (1991). Psychological adjustment to infertility: An overview of conceptual approaches. In A.L. Stanton & C. Dunkel-Schetter (Eds.), Infertility: Perspectives From Stress and Coping Research (pp. 3-16). New York: Plenum Press.

Stanton, A.L., & Danoff-Burg, S. (1996). Selected issues in woman’s reproductive health: Psychological perspectives. In A.L. Stanton & S.J. Gallant (Eds.), The Psychology of Women’s Health (pp. 261-305). Washington, DC: APA.

Trindade, Z.A. (1993). As representações sociais e o cotidiano: A questão da maternidade e da paternidade. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 9 (3), 535-546.

Trindade, Z.A. (2001). Em busca da maternidade: Dilema reprodutivo de mulheres inférteis. In A.S.P. Moreira & D.C. de Oliveira (Orgs.), Estudos Interdisciplinares de Representação Social (2a ed., pp. 191-203). Goiânia: AB Editora.

Trindade, Z.A., Andrade, C.A., & Souza, J.Q. (1997). Papéis parentais e representações da paternidade: A perspectiva do pai. Psico, 1 (2), 207-222.

Tubert, S. (1991). Mujeres sin Sombra. Maternidad y Tecnologia. Madrid: Siglo Veintiuno.

Vala, J. (1997). Representações sociais – Para uma psicologia do pensamento social. In J. Vala & M.B. Monteiro (Orgs.), Psicologia Social (pp. 353-367). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,.

Zonta, C. (1997). Práticas e representações sociais de um bairro de periferia: Os elementos centrais e periféricos do campo representacional. Tese de Doutorado não publicada. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

 

1 Contactar para E-mail: zeidi@globo.com; Caixa Postal 01-5052, Agência Leitão da Silva, Vitória/ES, Brasil, CEP 29041-970.