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Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher

versión impresa ISSN 0874-6885

Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher  no.37 Lisboa jun. 2017

 

ENTREVISTAS

Almada-Amesterdão-Almada: Conversa de ida e volta com a pintora portuguesa Maria Beatriz

Emília Ferreira*

 * Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de História da Arte. meofster@gmail.com


 

 

 

Nasceu em Lisboa mas nunca se adaptou bem a Portugal. Talvez porque o ano do seu nascimento, 1940, a fizesse crescer numa época em que o regime político português – a ditadura do Estado Novo – fosse particularmente difícil para quem tinha pensamentos e desejos diversos. Viver a sua juventude em Portugal nesses anos não lhe permitiu nutrir uma relação benigna com o país. Saiu uma primeira vez, rumo a Londres. Regressou. Voltou a partir, dessa vez com Paris como destino. Ainda regressou de novo. Mas, em 1970, a Holanda tornou-se mais do que um apelo passageiro. Ao fim de quase cinco décadas entre Amesterdão e Lisboa, ganhou duas cidades, duas culturas. Acima de tudo, é ela mesma, o resultado único desse diálogo e das paixões e resiliências do seu percurso.

Tive a oportunidade de conhecer Maria Beatriz no início de 2015, quando se começou a preparar a exposição dela na Casa da Cerca (24 de Setembro de 2016 a 29 de Janeiro de 2017). Surgiu de imediato a ideia de uma entrevista para o catálogo. Porém, no curso dessa entrevista, focada nas questões do processo artístico, as conversas que íamos tendo faziam apetecer a hipótese de um registo mais vasto que envolvesse o seu percurso de modo mais abrangente. E assim surgiu esta outra entrevista, feita à distância, com abundante troca de e-mails e algumas conversas ao vivo. Aqui ficam algumas notas sobre a sua carreira, sempre cruzada com a paixão das palavras dos poetas e dos escritores. Um retrato de uma artista a conhecer mais e melhor.

Como foi a sua infância? O que houve (ou não) no contexto familiar que a levou às artes? Quando é que começou a sua relação com a arte?

A minha avó paterna gostava de pintar e apoiou com entusiasmo a minha escolha. E, depois, o meu avô materno, que não conheci, deixou a minha mãe alguns livros de literatura francesa. E foi assim que, logo que o meu francês me permitiu, li Zola, Apollinaire, Maupassant, Voltaire, etc. Lia ao acaso. Esses livros foram uma porta aberta sobre o mundo, neles procurei esclarecimento, companhia e conforto. Como se fossem um manual de utilização para a Vida que estava à minha frente.

E, contudo, apesar desse gosto pela literatura, começou a sua vida académica com estudos de Biologia. Como foi e porquê, e porque é que os deixou? Depois, passou pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, em pintura. Em que datas? O que é que aí encontrou nessa altura? E porque é que abandonou também esses estudos?

Meu pai quis que eu seguisse um curso universitário – escolhemos Biologia. Ficou-me desses estudos um real interesse por antropologia. Porém, no dia em que fiz 21 anos, meu pai declarou que, já que me tinha tornado maior, poderia escolher a minha vida como quisesse! Nunca mais voltei à Universidade e comecei a preparar o exame de admissão às Belas-Artes, que comecei a frequentar em Setembro de 61.

Mas a Vida escreve-se por linhas tortas! Na Primavera de 62 começou um movimento de protesto estudantil contra o fascismo, greve da fome e ocupação da cantina universitária. Perdi o ano por faltas, e tive de deixar a casa paterna. Foi o melhor que me podia ter acontecido! Fui para Londres.

O seu pai fê-la sair de casa ou foi uma decisão sua?

Não concordou com as minhas escolhas e quis-me responsabilizar por elas; logo, tive de sair de casa.

Com que meios é que foi para Londres? Ainda não trabalhava? Saía de um país cheio de proibições e de ausência de direitos. Não teve medo de saltar o muro e enfrentar um mundo desconhecido?

Quando nova era dum optimismo à prova de tudo, por falta de experiência, claro, mas esse optimismo irrealista parecia a chave certa para ultrapassar os problemas. Para partir, vendi os meus livros e discos à minha irmã que já trabalhava (e me queria ajudar) e a minha mãe preparou-me o farnel. Fui de comboio, com uma pasta de trabalhos. Uma tia minha, que tinha sido proibida de exercer o seu trabalho em Portugal por razões políticas, encontrava-se lá. Foi um ponto de ajuda à chegada.

Porquê Londres? Não foi só por causa dessa tia?

Nessa altura era fácil encontrar trabalho. Nas horas livres desenhava e pintava. Aconteceu coincidir com o princípio da Pop Art inglesa: vi, pois, exposições que apontavam para uma nova figuração, visitei museus, fiz projectos. Pela primeira vez, ganhava a minha vida e saboreei a minha nova liberdade.

E arranjou trabalho a fazer o quê?

Primeiro, trabalhei na cantina dum hotel de jovens que vinham trabalhar para a cidade, e depois num hospital a arranjar os quartos das enfermeiras e a preparar pequenos-almoços. Aqui, tive um quarto só para mim e pude recomeçar a pintar.

Pode contar o que sentia em Portugal, nesses anos? O que lhe faltava aqui que encontrou em Londres?

Falta de ar! Não havia qualquer possibilidade para os jovens de escolherem a sua vida. Os rapazes viram-se a ter de seguir o serviço militar e a partir para a guerra do Ultramar. Muitos desertaram e fugiram sem nada para o estrangeiro. Muitas famílias não apoiaram tal decisão. E a ruptura foi enorme. As raparigas viram-se metidas num espartilho de proibições e preconceitos – para uma moça como eu era, não conforme, rebelde e desejosa de poder escolher a direcção a dar à minha vida, a opção foi partir. Encontrei em Londres independência económica e liberdade de acção.

Quando é que deixou Londres e porquê?

Fiz a admissão à Slade School, mas teria de esperar um ano para poder começar a seguir o curso (havia uma lista de espera). Ora um ano pareceu-me muito tempo.

Depois, voltou a partir, já não para Londres, mas sim para Paris. Porquê?

Tinha lá alguns amigos e, entretanto, tinha encontrado o S. W. Hayter [Stanley William Hayter], para o ateliê do qual poderia ir estudar gravura em metal; pareceu-me valer a pena tentar.

Numa entrevista que deu para o catálogo da sua exposição individual na Casa da Cerca, em 1998, refere, na sua estada em Paris, três pontos de viragem: a proximidade da Cinemateca em relação à sua casa, o Júlio Pomar e o Maio de 68. Começando pelo primeiro: refere ter visto lá todos os clássicos que eram desconhecidos em Portugal. Qual foi o contributo desse cinema para si?

Vi não só clássicos como vi filmes experimentais. Outra porta aberta sobre o mundo, eu tinha sede de aprender a viver.

Quanto ao Júlio Pomar, refere que “foi importante no sentido de ver o que era a dificuldade da pintura”. O que quer dizer com isto?

Vi a luta incessante que era preciso levar avante para acabar uma pintura. Com os materiais e consigo próprio. Uma pintura espelha o que somos.

Por fim, o Maio de 68. Nessa altura, vivendo no Quartier Latin, estava no olho do furacão. O que lhe pareceu mais interessante nesse turbilhão? E, em particular, como mulher, como o viveu?

Como um vento poético de Liberdade! Começou, para mim, com os cartazes postos nos muros, de histórias aos quadradinhos sobre a vida de todos os dias – relação com trabalho e com patrões, vida familiar, vida amorosa, o facto de termos de consumir. Depois, no Metro, os enormes cartazes de publicidade eram transformados em painéis críticos com simples frases acrescentadas à mão. O que se gritava era: “Sous les pavés, la plage”, “Soyez réalistes, demandez l’impossible”, “Prenez vos rêves pour des réalités”, “Jouissez sans entraves”. Um grande movimento de protesto (dez milhões em greve) não para ganhar mais, mas sim para viver com mais qualidade.

Entretanto, em 1969, regressou a Portugal. Como viveu esse regresso? O que sentiu nessa altura?

Uma grande ressaca. E, perante a enorme dificuldade em encontrar o fio à minha meada, decidi tornar a partir.

Mudando de assunto. Quando é que começou a expor? Quando e como é que decidiu tornar-se profissional?

Comecei a expor naturalmente. A primeira vez, na Gravura, em 1969. E continuei sempre que houve possibilidade. Só a partir de princípios de 80 deixei as tarefas que tinha para viver e pude dedicar-me apenas ao meu trabalho.

Lembra-se se houve crítica? E, em caso afirmativo, o que é que foi escrito sobre o seu trabalho?

Desde que comecei a mostrar o meu trabalho, tive críticas que me apoiaram. Não poderei aqui referi-las, o melhor é consultar o meu website: www.mariabeatriz.nl.

Foi um caminho fácil? Quais foram as maiores dificuldades e quais as vantagens que encontrou no seu percurso?

Pergunta-me se o caminho foi fácil? Primeira dificuldade: a prioridade para mim foi sempre o ter tempo livre para me dedicar ao desenvolvimento do meu trabalho. Mas tive de ganhar a vida! Escolhi tarefas que não me ocupassem o espírito e não me absorvessem o dia todo. Limpei casas, trabalhei em hotéis e hospitais, decorei abat-jours, imprimi gravuras, fui assistente dum artista. Trabalhava à hora e apenas o necessário para poder viver. O meu luxo foi sempre o realizar do meu trabalho. Tive, sim, uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, dois anos creio. Um oásis na luta pela vida. A partir de 74 ou 75, dei uma lição por semana na Academia Livre de Haia. Uma melhoria, mas não suficiente. Em 83, apareceu-me uma boa galeria em Amesterdão e comecei a expor regularmente. Pude, pois, finalmente, concentrar-me apenas no meu trabalho.

Como e quando surgiu a ideia de rumar a Amesterdão? Conhecia lá alguém? Tinha alguma referência do que ia encontrar? Como foram os primeiros tempos?

Não queria voltar para Paris e tinha um grande amigo que estava refugiado em Haarlem. Quis tentar.

Na referida entrevista de 1998 diz que Amesterdão não foi “aquele encontro” como Londres ou Paris. Quer precisar mais?

O choque de culturas, que até então nunca tinha sentido, obrigou-me a rever a minha maneira de viver. E foi difícil.

Também nessa entrevista, refere ter começado a expor na Holanda em espaços informais. Quer falar sobre isso?

Mostrei sempre o meu trabalho onde foi possível. Comecei por cafés e espaços alternativos.

Mudando novamente de foco. O que lhe faltou, enquanto estudante?

Segunda dificuldade. Pensei algumas vezes e com pena que, se tivesse seguido o curso numa boa escola inglesa, teria adquirido as bases de desenho e pintura que queria ter mais rapidamente e com mais solidez. Esse conhecimento fui-o descobrindo, mas com lentidão e muitos momentos de dúvida.

Fala em tempo, dúvida. E solidão? Solidão artística? Dificuldade de reconhecimento? Que relação foi estabelecendo com os seus pares?

O precisar de tempo e duvidar faz parte do processo. Pôr em questão o que se anda a fazer na vida e no trabalho, também.

Nunca senti solidão artística, desde que entrei para a Academia de Haia que me vi rodeada de artistas novos com preocupações idênticas. E trocávamos experiências. Ainda hoje tenho amigos, bons artistas, dessa altura. Tenho sempre artistas a quem mostro o que faço – para ouvir o que dizem. O reconhecimento do trabalho foi-se fazendo. E a relação com os pares também.

E a solidão do fazer? As horas no ateliê, em silêncio? A incerteza do resultado e da recepção do trabalho? Quer falar disso?

O estar sozinho no ateliê é um mal necessário – às vezes sabe muito bem; às vezes pesa. É um caminho incerto, mas levado pelo prazer. E o prazer tem muita força.

Na nossa conversa na Cerca, há uns meses, disse-me que o facto de não haver propriamente modelos de mulheres artistas, como profissionais (digamos, de pleno direito), como acontecia já muito com os homens, acabou por constituir um espaço de liberdade. Teve alguns modelos artísticos na sua vida? Como artistas e como pessoas?

No meu caso, não posso separar o desenvolvimento do meu trabalho do percurso da minha vida pessoal. Tive, e ainda tenho, encontros de acaso que me levaram (e levam) a manter a boa direcção. Lembro-me que foi Constant Nieuwenhuis [1920-2005], artista do movimento Cobra, que vendo as minhas gravuras me disse ser a Academia Livre de Haia o sítio certo para eu frequentar.

Também por acaso, perto de minha casa, encontrava-se uma das Casas das Mulheres, criada pelas feministas da segunda geração (aqui diz-se segunda onda). Frequentei sobretudo os grupos de discussão. Esses grupos eram formados por mulheres de todos os estratos sociais e de todas as idades. Pela primeira vez, falei de mim com mulheres que, por exemplo, eram vendedoras no mercado ou operárias. E ouvi-as contar a sua vida. Éramos iguais na nossa desigualdade. E foi aí que uma vez me chamaram a atenção de que, como desenhadora e pintora, com certeza me sentia mais livre de fazer o que quisesse, pois não havia modelos de mulheres artistas a seguir. Na verdade, assim o vivi. O que não quer dizer que não tenha visto o mais que pude trabalhos feitos por grandes artistas, com respeito, reconhecimento e desejo de aprender.

Ainda existem esses grupos? A Maria Beatriz definir-se-ia como feminista?

Segui esses encontros até fechar a última sede – por velhice, retiraram-se. Também se considerou que a luta pela igualdade entre os sexos já não era necessária, pois a emancipação das mulheres holandesas estava realizada. Sou pela emancipação! De mulheres e homens. E os direitos das crianças? E os direitos dos animais? A luta das mulheres para obterem os seus direitos foi longa e a essa luta devo a vida que pude e continuo a poder fazer. Respeito-as profundamente e agradeço a presença que tiveram na minha vida.

As mulheres são sempre figuras centrais na sua obra?

Neste momento já deve ter verificado que, das muitas séries que fiz, só em algumas a figura feminina aparece. A partir de meados de 70, comecei séries de pequenos desenhos que viraram um diário de bordo: esses desenhos tanto se aguentavam por si, como podiam servir de ponto de partida para colagens sobre tela ou recortes em contraplacado. Os desenhos da série Mesas devem ter começado talvez em 78; aí na verdade aparece claramente a figura da mulher. A minha ideia foi usar essa figura como um elemento de natureza-morta sobre uma mesa, geralmente de cozinha, onde juntei ou uma fruta, ou um copo, ou uma faca. Uma natureza-morta reduzida ao essencial. Transparecia nesses trabalhos um desejo forte de libertação. Como diz Otavio Paz “abrir la vieja puerta condenada y desatar al prisioneiro”. Por ser mulher, foi natural usar o corpo feminino.

Agora entre mim e si, fala-se pouco sobre a contingência e a transcendência (termos usados por Jean-Paul Sartre e que, se calhar, já são desusados; para mim, são sempre actuais). A contingência são todas as obrigações necessárias da vida de todos os dias, tudo o que nos prende e que temos de aceitar. A transcendência é a necessidade que temos de transformar a realidade em algo de melhor, pôr asas nos nossos desejos, inventar, criar.

Quando decidiu começar a ensinar? O que acha mais revelante no ensino? Que conselhos principais dá (ou foi dando) aos seus alunos?

Depois de ter acabado o curso em 1973, ofereceram-me o lugar de professora de gravura e mais tarde de pintura na Academia Livre de Haia. Leccionei durante 16 anos. Para mim, o mais relevante, sendo o desenho a base, é aprender a ver. Aprender a ver não é copiar. É examinar. E usar folhas grandes, usar gestos largos, tomar o espaço necessário a cada um. E agora lembro-me de que o Hayter nos punha a fazer exercícios de respiração profunda antes de começarmos a desenhar.

E quando chegou o verdadeiro reconhecimento em Portugal?

Sempre tive quem seguisse o meu esforço e trabalho e me apoiasse. E a aceitação que foi vindo é-me grata. 

O que lhe parece o país hoje, em especial para as mulheres artistas?

Nunca senti em Portugal, como artista, discriminação.

Na Holanda sente alguma diferença de tratamento ou de oportunidade, por ser mulher?

Bem, parece que os Museus compram mais facilmente trabalhos a artistas homens que a artistas mulheres! E é tudo.

Não acha que essa procura que, no fundo, é uma afirmação de valor (de sobreposição de valor pelo género, porque os museus legitimam e garantem “futuro” à obra e ao artista) por parte dos museus é um sinal muito claro de que, afinal, ainda não chegámos à emancipação completa? Mesmo na Holanda?

Houve uma altura (anos 60, 70, 80) em que acreditei que se haviam conquistado direitos fundamentais para o futuro de todos. Mas não é assim. Temos de estar muito atentos e não deixar retroceder o que foi conquistado. E fazer por isso.

Só mais umas questões. Como é que a sua carreira moldou a sua vida, aqui considerando o lado pessoal?

Parece que é assim: quando se faz uma escolha, excluem-se outras possibilidades. Depois, tudo muda constantemente: logo, uma escolha pode ser só válida para uma parte da nossa vida. Não escolhi seguir uma carreira mas sim seguir uma inclinação, um desejo. O ter querido desenvolver o desenho e a pintura pediu-me horas de trabalho no meu ateliê, com os meus botões. Tive, pois, menos tempo para a vida social. Também não tive um salário certo ao fim do mês! Mas preferi a vida que tenho. 

Teve medo de alguma coisa concreta (em termos profissionais)?

De me ver sem possibilidade de mostrar o trabalho. No meu caso, gosto muito de dar a ver aos outros o que faço, ouvir as reacções; só nesse momento o círculo me parece completo. Como um telegrama que chega ao seu destino! 

O que considera ser o valor do risco?

Quando se toma um risco, tanto se pode ultrapassar a situação, como não se conseguir. Mas, se não arriscarmos, não podemos conhecer os nossos limites, saber do que somos capazes. E viver uma vida abaixo das nossas capacidades.

Nunca se sentiu falhar ou à beira de desistir?

Nunca se falha, faz-se o que se pode numa determinada altura. Aprendemos com os nossos erros. E vai-se para a frente. Várias vezes pensei em mudar de vida, não se pode gostar duma profissão ou duma pessoa 24 horas por dia, anos a fio! Tudo isso faz parte dos altos e baixos dos sentimentos.

Que conselho daria a um estudante de arte que deseje a profissionalização?

Que faça o melhor que puder, que enfrente o futuro com confiança. Que faça as escolhas que profundamente lhe parecem mais certas. E persevere.

Almada-Amesterdão. Entre Agosto, Setembro e Outubro de 2016