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Revista de Enfermagem Referência

versão impressa ISSN 0874-0283

Rev. Enf. Ref. vol.serIV no.15 Coimbra dez. 2017

https://doi.org/10.12707/RIV17044 

ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO

RESEARCH PAPER

 

A formação relacionada com a sexualidade humana na perceção de estudantes de enfermagem

Nursing students' perception of training on human sexuality

La formación relacionada con la sexualidad humana en la percepción de los estudiantes de enfermería

 

Maria das Neves Figueiroa*; Maria Lúcia Neto de Menezes**; Estela Maria Leite Meirelles Monteiro***; Ângela Roberta Lessa de Andrade****; Débora Priscila Ferreira Fraga*****; Monique Vieira de Oliveira******

* Ph.D., Enfermeira Obstetra, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [nevesfigueiroa@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão.Morada para correspondência: Avenida Doutor Malaquias Nº 145, APTO 1403, Graças, 52050-060, Recife PE, Brasil.

** MsC., Enfermeira Obstetra, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [maria.luciamenezes@yahoo.com.br]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, participação em experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão, escrita do artigo.

*** Ph.D., Enfermeira, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [estelameirellesufpe@gmail.com]. Contribuição no artigo: tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão, escrita do artigo.

**** MsC., Enfermeira, Secretaria de Saúde de Pernambuco, 56512-380, Recife, Brasil [angelalessadeandrade@yahoo.com.br]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica; participação em experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão, escrita do artigo.

***** Bacharelato, Enfermeira, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [debinhapriscilaff@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, participação em experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão, escrita do artigo.

****** Bacharelato, Enfermeira, Universidade Federal de Pernambuco, 50100-010, Recife, Brasil [monique_vieira_@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, participação em experimentação, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão, escrita do artigo.

 

RESUMO

Enquadramento: A sexualidade é um componente inerente à vida de todos os seres humanos. Desenvolve-se num processo contínuo, que se inicia antes do nascimento e só se encerra com a morte.

Objetivos: Compreender a perceção dos universitários do curso de enfermagem sobre o conceito de sexualidade e a importância do estudo da temática da sexualidade na formação profissional.

Metodologia: Estudo descritivo, exploratório, utilizando metodologia qualitativa. A colheita de dados realizou-se a partir de entrevistas e análise de conteúdo.

Resultados: Os entrevistados relacionaram a sexualidade com uma necessidade biológica que vai além do ato sexual e é influenciada por fatores psicológicos e culturais. Relataram a importância da temática, destacando que o tema foi visto durante a graduação de forma superficial.

Conclusão: A sexualidade constitui-se como temática fundamental na formação do profissional enfermeiro e precisa de ser mais e melhor explorada nos cursos de graduação, inclusive para ampliar e otimizar a atuação destes profissionais de saúde em espaços que contemplem a abordagem da sexualidade como uma dimensão da vida, onde acontecem importantes experiências singulares.

Palavras-chave: educação em enfermagem; sexualidade; estudantes de enfermagem

 

ABSTRACT

Background: Sexuality is a dimension in the life of all human beings. It is a continuous process that begins before birth and ends with death.

Objective: To understand undergraduate nursing students' perception of the concept of sexuality and the importance of including the study of sexuality in professional nursing higher education.

Methodology: Descriptive, exploratory study, using qualitative methodology. Data were collected through interviews and analyzed using content analysis techniques.

Results: Participants associated sexuality with a biological need that goes beyond the sexual act and that is influenced by psychological and cultural factors. They highlighted the importance of the topic and reported that it was only superficially addressed during their undergraduate degree.

Conclusion: Sexuality is a key topic in professional nursing training and needs to be more and better explored in undergraduate degrees, namely to expand and optimize these health professionals' performance in situations that address sexuality as a life dimension characterized by unique experiences.

Keywords: education, nursing; sexuality; students, nursing

 

RESUMEN

Marco contextual: La sexualidad es un componente inherente a la vida de todos los seres humanos. Se desarrolla en un proceso continuo, que comienza antes del nacimiento y termina con la muerte.

Objetivos: Comprender la percepción de los universitarios de la licenciatura de enfermería sobre el concepto de sexualidad y la importancia del estudio de la temática de la sexualidad en la formación profesional.

Metodología: Estudio descriptivo, exploratorio, en el que se utiliza la metodología cualitativa. La recogida de datos se realizó a partir de entrevistas y del análisis de contenido.

Resultados: Los entrevistados relacionaron la sexualidad con una necesidad biológica más allá del acto sexual y la cual se ve influenciada por factores psicológicos y culturales. Asimismo, señalaron la importancia de la temática y destacaron que, durante el grado, el tema se abordó de forma superficial.

Conclusión: La sexualidad constituye una temática fundamental en la formación del profesional enfermero y necesita que se explote más y mejor en los grados, incluso para ampliar y optimizar la actuación de estos profesionales de la salud en espacios que contemplen el enfoque de la sexualidad como una dimensión de la vida, donde ocurren importantes experiencias singulares.

Palabras clave: educación en enfermería; sexualidad; estudiantes de enfermería

 

Introdução

O termo sexualidade surgiu no século XIX, como algo diferente do que apenas uma alteração no vocabulário, pois a partir deste momento, o significado desta palavra passa a ficar relacionado com outros fenómenos, como por exemplo: ao desenvolvimento de campos de conhecimento diversos; à instauração de um conjunto de regras e de normas apoiadas em instituições religiosas, judiciárias, pedagógicas e médicas; às mudanças no modo pelo qual os indivíduos são levados a dar sentido e valor à sua conduta, desejos, prazeres, sentimentos, sensações e sonhos (Foucalt, 2015).

Contudo, a sexualidade humana continuou a ser um assunto pouco estudado e comentado até à década de 60 do século XX, quando passou a ser reconhecida como temática relevante, sendo que atualmente se tornou um importante objeto de estudo entre as produções científicas brasileiras (Toneli, 2012). É relevante frisar que o estudo da sexualidade tem um caráter complexo e subjetivo, sendo que para que seja compreendida adequadamente é preciso um olhar minucioso e holístico, porque se trata de um processo contínuo, que se inicia na conceção e percorre toda a vida, recebendo constantes influências de múltiplos fatores (Miranda, Santos, & Oliveira, 2015).

A sexualidade é também o que há de mais íntimo nos indivíduos, sendo uma das características que nos identifica globalmente como espécie humana. Está inserida entre as disciplinas do corpo e participa da regulação das populações. É também um assunto de estado e tema de interesse público, pois a conduta sexual da população também diz respeito à saúde pública, à natalidade, à vitalidade das descendências e da espécie, o que, por sua vez, está relacionado com a produção de riquezas, capacidade de trabalho, povoamento e força de uma sociedade (Pereira & Monteiro, 2015).

Entretanto, a ampla e livre discussão da temática relacionada com a sexualidade foi prejudicada por diversos motivos ao longo do tempo, resultando em conceções distorcidas, subjetividades erróneas, crendices, mitos e tabus sexuais, gerando, inclusivamente, inaceitáveis discriminações na sociedade (Moizés & Bueno, 2010).

Nos últimos tempos, desenvolveu-se um modelo de saúde baseado na dimensão biopsicossocial, que proporciona uma visão integral do ser e do adoecer. Este paradigma preconiza que a formação do profissional de saúde deve ir além das competências técnicas, havendo a necessidade de evoluir no desenvolvimento das capacidades relacionais, permitindo assim, que seja criado um laço vincular adequado e uma comunicação efetiva entre os profissionais e os pacientes (Junqueira, Vieira, Giami, & Santos, 2013).

A revisão da literatura científica a respeito da temática revelou que poucos são os estudos nacionais e internacionais que abordam a inserção do estudo da sexualidade e os seus conceitos bem como a integração deste conhecimento na vivência dos cuidados de enfermagem. Nos estudos que abordam a temática foi possível verificar que os enfermeiros sentem dificuldades em discutir temas sobre a sexualidade humana ou inserir cuidados relativos à dimensão sexual nas prescrições de cuidados. Por outro lado, as pesquisas atuais desenvolvidas nessa área de conhecimento (Rezende & Sobral, 2016; Sehnem, Ressel, Junges, Silva, & Barreto, 2013) não permitem avaliar se os problemas relativos às dificuldades do estudo e da formação docente relacionada com a temática da sexualidade humana, representam dificuldades identificadas em instituições isoladas ou se pode ser extensiva a outras instituições, representando talvez uma problemática presente em diferentes regiões do Brasil.

A relevância da investigação consiste em possibilitar reflexões acerca da sexualidade e dos seus conceitos na formação do enfermeiro, permitindo identificar o olhar do estudante sobre a importância da temática na prática do cuidado integral e humanizado. Deste modo, o estudo foi desenvolvido com o objetivo de compreender a perceção dos universitários do curso de enfermagem sobre o conceito de sexualidade e a importância do estudo da temática da sexualidade na formação profissional.

 

Enquadramento

A sexualidade é o desejo de contacto, calor, carinho ou amor. Isso inclui beijo, afeto e produção de prazer. É um aspeto central e importante do ser humano, que abrange não só o ato sexual em si, mas as questões de identidade, orientação sexual, reprodução, valores, comportamentos e sofre influência dos fatores biológicos, sociais, psicológicos, religiosos e políticos (Galati, Alves, Delmashio, & Horta, 2014). O tema é universal e ao mesmo tempo, singular para cada indivíduo, visto que cada um carrega a historicidade, prática, atitudes e simbolizações vividas (Moizés & Bueno, 2010).

A sexualidade também é vista enquanto necessidade humana, explicitada entre as necessidades de ordem psicobiológica e psicossocial. A sexualidade é um componente inerente à vida de todos os seres humanos, desenvolvendo-se num processo contínuo, que se inicia antes mesmo do nascimento e só se encerra com a morte. A estruturação da sexualidade dá-se sobre os aspetos biopsicossociais de cada indivíduo, abrangendo o seu potencial biológico, as suas emoções, sentimentos, crenças e conceções desenvolvidas, ampliadas e modificadas durante todo o processo de socialização (Galati et al., 2014).

Entretanto, o assunto tem sido velado ao longo dos tempos, resultando em conceções distorcidas que envolvem a temática, relacionada, por vezes, a subjetividades erróneas que geram rumores e crendices populares, promovendo os tabus sexuais decorrentes de conceções que geram discriminação na sociedade (Moizés & Bueno, 2010).

Nos últimos tempos, vem desenvolvendo-se um novo modelo de saúde baseado na dimensão biopsicossocial, que proporciona uma visão integral do ser e do adoecer. Esse paradigma preconiza que a formação do profissional de saúde deve ir além das competências técnicas, havendo a necessidade de evoluir no desenvolvimento das capacidades relacionais, permitindo assim, que seja criado um laço vincular adequado e uma comunicação efetiva entre os profissionais e os pacientes (Junqueira et al., 2013).

Na enfermagem, a sexualidade tem sido associada a tabus e preconceitos, que se configuram na formação académica e também na prática profissional. É no momento do cuidado, a partir da interação dos corpos de quem o pratica e de quem o recebe, que a sexualidade ganha espaço para emergir. Porém, quando velada, pode consistir num mecanismo gerador de ansiedades, incertezas e constrangimentos mútuos (Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013).

Transformações na formação do enfermeiro brasileiro foram estimuladas pelas diretrizes curriculares nacionais, as quais foram determinadas pelo ministério da educação, estabelecendo as competências que devem ser desenvolvidas no processo de formação do enfermeiro. Cabe ao enfermeiro, portanto, educar e orientar em diversos aspetos, incluindo a sexualidade humana (Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior, 2001).

Por outro lado, um estudo relativo à formação docente sobre sexualidade revelou que os docentes ainda se sentem despreparados e impossibilitados para lidar com a sexualidade dos seus pacientes. Esta situação deve-se à falta de informações e conteúdo académico não estudado durante suas formações iniciais, no ensino superior, com relação às situações e abordagem da sexualidade de pacientes. Com isto, torna-se importante a inclusão deste tema na matriz curricular do curso de bacharelado em enfermagem. O profissional de enfermagem, nos seus momentos de atuação, irá deparar-se com um ser humano que necessita ser avaliado em todos os sentidos, sejam eles, biológicos, psicológicos ou sociais, e a sexualidade não pode ser pouco entendida por esta classe profissional, já que está intrinsecamente relacionada à vida de qualquer pessoa (Rezende & Sobral, 2016).

Todavia, o déficit de conhecimento dos profissionais da saúde sobre sexualidade humana resulta na centralização da abordagem profissional, restringindo-se apenas aos aspetos biológicos da sexualidade. Uma deficiência de formação no que diz respeito à temática da sexualidade faz com que a atuação da maioria dos profissionais seja omitida, ao invés de atuarem como facilitadores. Muitas vezes por preconceito, desconhecimento e necessidade de impor valores, estes profissionais acabam por ter um comportamento de agentes destrutivos (iatrogénicos; Nogueira, Rodrigues, Labegalini, Lopes, & Baldissera, 2017).

A inserção do tema sexualidade no contexto do cuidado de enfermagem deve incluir os vários aspetos que estão presentes na complexidade que influencia a vida dos sujeitos. Devendo ser compreendida nas suas várias dimensões, dentre elas a social e a cultural, promovendo a compreensão destas dimensões como fundamentais para entender a multiplicidade de fatores que interferem e determinam a expressão da sexualidade como ação humana e multidimensional (Sehnem, Pedro, Budó, Silva, & Ressel, 2014).

A enfermagem como ciência humanística trabalha não só nos cuidados de pessoas doentes, como também, na promoção da saúde, precisando dispor de profissionais além de preparados tecnicamente, dispostos e capacitados para abranger o ser humano nos seus vários aspetos. Assim, perante as várias facetas dos cuidados de enfermagem, é imperativo circunscrever a comunicação e a sua aplicação no processo de cuidado à dimensão da sexualidade dos pacientes (Garcia & Lisboa, 2012).

A discussão da sexualidade na formação académica constitui uma possibilidade de desconstruir e reconstruir conceitos e valores estabelecidos ao longo da vida dos indivíduos, como, por exemplo, o silêncio que costuma envolver o tema, a recusa de informações, a manutenção do desconhecimento e as proibições, repetidamente enfatizadas, acerca da temática. Estes aspetos podem refletir-se na vida profissional, na assexualização do cuidado, na impessoalidade das relações, na ausência de diálogo, nas emoções e sentimentos contidos para não denotar o constrangimento ao lidar com o corpo sexuado do outro, entre outras questões que podem vir à tona no momento do cuidado (Sehnem, Ressel, Pedro, Budó, & Silva, 2013).

 

Questão de investigação

Considerando que a discussão da sexualidade na formação académica constitui uma possibilidade de desconstruir e reconstruir conceitos e valores estabelecidos ao longo da vida e que o conhecimento em torno da temática constitui o subsídio para uma prática profissional que valoriza o ser humano nos seus aspetos individuais, julgamos ser importante desenvolver o estudo a partir da seguinte questão norteadora: Qual a opinião dos estudantes de enfermagem sobre o conceito e a importância da formação académica relacionada com a temática da sexualidade?

 

Metodologia

Tratou-se de uma pesquisa de campo de caráter qualitativo e descritivo, assim, os procedimentos metodológicos utilizados quanto à classificação da pesquisa foram de finalidade básica, de objetivo exploratório e descritivo, porém com uma abordagem qualitativa do problema. Fizeram parte da investigação os académicos matriculados no 5º ano (correspondente ao 9º e 10º semestre) do curso de bacharelado em enfermagem da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças da Universidade de Pernambuco, Recife. A escolha do período académico justifica-se pela inserção dos estudantes nas atividades práticas deste curso. Os participantes foram selecionados aleatoriamente, considerando apenas aos seguintes critérios: discentes que se encontravam em regime de internato nas unidades de saúde executando atividades de assistência de enfermagem.

A amostra foi determinada por saturação das informações colhidas totalizando sete entrevistados, sendo seis mulheres e um homem, identificados como E01 a E07. Os participantes foram esclarecidos sobre a natureza e objetivo da pesquisa, e sobre a garantia do sigilo ético. Os dados foram colhidos por meio de entrevistas face a face, em profundidade, sendo as mesmas realizadas pelos próprios pesquisadores, no período de agosto e setembro de 2016.

Foram abordadas as seguintes questões norteadoras: O que você entende por sexualidade humana? Você acha necessária a temática da sexualidade ser abordada no currículo da graduação? Porquê? Você teve alguma unidade temática específica sobre sexualidade durante a sua graduação? Nas aulas práticas, sentiu necessidade de conhecimento sobre sexualidade? Em que momento?

As entrevistas tiveram duração média de 15 minutos e foram registadas por meio de gravação, após autorização do participante. A análise do material obtido na colheita de dados ocorreu após transcrição e leitura exaustiva do material. A análise do conteúdo foi procedida conforme as técnicas de análise de conteúdo categórica (Cavalcante, Calixto, & Pinheiros, 2014).

Para facilitar a organização e aplicação da técnica de análise de conteúdo, foi utilizada uma ferramenta tecnológica (Alves, 2014), capaz de gerar nuvens de palavras que dá destaque (com variação de maior tamanho àquelas que são citadas com maior frequência no texto) às palavras que aparecem mais vezes no texto. A partir das respostas dos entrevistados, para cada questão norteadora, foi elaborada uma nuvem de palavras. Diante das nuvens de palavras e análise do conteúdo do discurso, foram criadas as quatro categorias e respetivas subcategorias, que representaram a perceção dos estudantes de enfermagem a respeito do estudo da sexualidade durante a sua formação no curso de enfermagem.

Para garantia dos critérios de fiabilidade e validade da pesquisa, foram seguidos todos os preceitos para garantir o rigor de registo dos dados obtidos (gravação e transcrição); verificação dos dados obtidos com os membros; análise e elaboração de relações entre os dados encontrados nas entrevistas, a fim de garantir a coerência entre os construtos teóricos e a análise desenvolvida (Ollaik & Ziller, 2012).

O estudo respeitou as exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, aprovado pela Comissão de ética do Complexo Hospitalar HUOC/PROCAPE, Parecer 1.709.879 em setembro de 2016.

 

Resultados

A faixa etária dos entrevistados ficou entre os 21 a 26 anos, residentes no Recife, Olinda e Paulista, que relataram renda familiar entre um e cinco salários mínimos (o qual na época do estudo correspondia a R$ 880,00). Quanto ao sexo, dois entrevistados eram do sexo masculino e cinco do feminino. Em relação à religião, quatro afirmaram ser católicos, um espírita, um protestante e um disse ser cristão. Quanto à procedência escolar, a maioria estudou em escolas particulares e dois disseram ter formação em escolas públicas.

A leitura compreensiva do conteúdo das entrevistas permitiu a construção das seguintes categorias: Categoria 1 - Sexualidade apresenta conceito complexo e multidimensional; Categoria 2 - Sexualidade como contemplação do cuidado integral; Categoria 3 - O estudo sobre sexualidade na graduação de enfermagem é deficiente; Categoria 4 - Sexualidade como conhecimento aplicado.

1ª Questão: O que você entende por sexualidade humana?

Ao serem questionados em relação ao conhecimento sobre a sexualidade humana notou-se que as respostas dos entrevistados convergiram principalmente para dois pontos (Figura 1): as questões biológicas, evidenciadas não só pelo ato sexual e prazer, mas também pelas questões psicológicas que influenciam na referência sexual dos sujeitos, conforme discurso apresentado abaixo:

A sexualidade que o indivíduo tem, tá relacionada com a mente, com as necessidades que ele tem de sexo, de tá com outra pessoa. . . . Tá relacionado ao seu bem-estar, a tudo isso e a como ele se vê também. . . . Se eu sou mulher e outra pessoa é homem, a minha sexualidade é diferente da dele . . . a partir do momento que a gente tem órgãos genitais diferentes, já rola uma divisão . . . masculino e feminino. (E04; agosto de 2016)

Categoria 1: Sexualidade apresenta conceito complexo e multidimensional.

Subcategorias: 1 - Sexualidade é uma necessidade; 2 - Sexualidade é biológica e tem relação com o psicológico; 3 - Sexualidade envolve referências sexuais de natureza psicológica e cultural; é fonte de prazer.

2ª Questão: Você acha necessária a temática da sexualidade ser abordada no currículo da graduação? Porquê?

Os entrevistados ressaltam, nos seus discursos (Figura 2), a importância do estudo da sexualidade como conteúdo para a sua formação profissional e utilizam como justificação o argumento de que o conhecimento a respeito da sexualidade possibilita atender o paciente de forma holística. Com isto, consideram importante esta aprendizagem como forma de respeitar, tratar e atender os pacientes de acordo com suas individualidades e necessidades. Essa perspetiva pode ser observada nas falas abaixo:

A gente foca muito em tratar o paciente só como doença, ele pode estar tendo outros problemas. . . . Quanto mais conhecimento a gente tiver sobre o assunto, mais a gente vai poder ajudar o paciente. . . . A gente precisa respeitar todas as pessoas. (E04; agosto de 2016)

Eu acho que sim, porque a gente precisa conhecer o paciente como um todo né? . . . A gente precisaria sim de uma preparação psicológica. . . . Pra gente aprender a respeitar essas pessoas. . . . É algo necessário que a gente precisa aprender pra que nosso atendimento seja completo e seja de excelência. (E07; agosto de 2016)

Categoria 2 - Sexualidade como contemplação do cuidado integral.

Subcategorias: 1 - O estudo da sexualidade ajuda a conhecer e respeitar; 2 - O estudo da sexualidade ajuda a entender a relação entre tratar e cuidar.

3ª Questão: Você teve alguma unidade temática específica sobre sexualidade durante a sua graduação?

Categoria 3: O estudo sobre sexualidade na graduação de enfermagem é deficiente.

Subcategorias: 1 - O conteúdo sobre sexualidade foi pouco explorado; 2 - O conteúdo sobre sexualidade não foi suficiente; 3 - O conteúdo sobre sexualidade foi superficial.

Quando perguntados acerca da abordagem da temática durante a graduação, ou seja, se já haviam vivenciado alguma unidade temática em que a sexualidade tivesse sido discutida de forma sistemática, a maioria respondeu que não teve ou que não lembrava. Acrescentaram também, que as poucas experiências que tiveram em sala de aula ficaram resumidas a aulas ou palestras, não caracterizadas como uma unidade temática específica a respeito do estudo da sexualidade. Afirmaram que o assunto não foi suficientemente explorado ou foi discutido de forma superficial para alguns entrevistados.

“Não foi nada significativo diante da graduação ou sexualidade mesmo” (E02; agosto de 2016).

“Não que eu lembre. . . . Acho que em saúde da mulher. . . . Acho que foi insuficiente pra você saber como lidar, principalmente na prática clínica” (E03; agosto de 2016).

4ª questão: Nas aulas práticas, sentiu necessidade de conhecimento sobre sexualidade? Em que momento?

Indagados sobre a necessidade do conhecimento acerca de sexualidade durante as aulas práticas e estágios (Figura 3), os entrevistados, na sua maioria, afirmaram que sentiram necessidade desse conhecimento e que essa deficiência foi mais percebida quando os alunos atuaram em projetos de extensão e estágios nas unidades básicas de saúde, durante consultas e, até mesmo, em meio às orientações oferecidas aos pacientes. Os relatos abaixo destacam essa questão:

“Você tem que saber explicar pra cada pessoa e como você vai explicar uma coisa que você não aprendeu ou que você não vivenciou?” (E01; agosto de 2016).

Se a gente soubesse, trabalhasse melhor isso, podia ajudar. . . . Na vida diária deles (pacientes) né?. . . Se a gente tá pra orientar, a gente precisa orientar. Se tivesse ferramentas melhores, se houvesse mais. . . . Mais questões a serem aplicadas na prática, eu acho que facilitaria mais. . . . Pra eles se abrirem, pra eles conversarem sobre essas questões. (E03; agosto de 2016)

Categoria 4 - Sexualidade como conhecimento aplicado não foi suficientemente explorado.

Subcategorias: 1 - O conhecimento da sexualidade é importante sim, porque auxilia a prática clínica nas consultas de enfermagem; 2 - O conhecimento da sexualidade é importante sim, porque auxilia a prática clínica nas atividades educativas.

 

Discussão

Vivemos numa época de liberação, onde muitas normas, mitos e tabus em relação à sexualidade têm vindo a ser superados e/ou desconstruídos e vários saberes sobre a sexualidade são cada dia mais socializados. Assim, como foi sugerido pelos entrevistados no estudo, a sexualidade apresenta dimensões conceituais amplas e complexas, podendo ser descrita de diversos modos, dependendo das crenças e (pre)conceitos do autor. As amplas possibilidades de definição convergem para um elemento comum, ou seja, o reconhecimento de que sexualidade é uma parte intrínseca do ser, que vai muito além do ato sexual em si, envolvendo a totalidade do ser humano (Toneli, 2012).

Contudo, mesmo sabendo que a sexualidade faz parte da vida de todo o ser, constata-se que esta temática, quando é abordada na formação académica, é feita de forma bastante restrita, deixando os estudantes, futuros profissionais, numa situação de embaraço e despreparo no momento de lidar com o assunto.

De forma semelhante ao que foi identificado em outros estudos brasileiros (Nogueira et al., 2017; Rezende & Sobral, 2016) onde foram identificados que na enfermagem há carência de estudos e discussões em relação à sexualidade tanto ao nível académico quanto na prática profissional. No presente estudo foi possível verificar relatos de vergonha e insegurança nas falas dos entrevistados quando se trata da temática da sexualidade, expressões justificadas pelo desconhecimento a respeito do assunto, relacionada à restrição acerca da exploração da temática em vivências educacionais.

Sabendo-se que o profissional de saúde possui responsabilidade tanto na condução do processo terapêutico do paciente quanto no seu acolhimento, é fundamental considerar a sua formação no que diz respeito à temática. No contexto da assistência e de educação em saúde, muitos pacientes trarão as suas dúvidas, medos, anseios e mitos relacionados com a sexualidade e os nossos resultados sugerem fortemente que os futuros profissionais não estão preparados para investigar, apoiar e colaborar terapeuticamente.

Os entrevistados ressaltaram a necessidade e importância da abordagem da dimensão sexual em todas as esferas do cuidado, destacando que o conhecimento sobre a sexualidade é fundamental para a qualidade da assistência ao paciente/cliente, independente da sua patologia ou motivo de internação e em todos os estágios do ciclo da vida. De forma semelhante ao que foi identificado noutro estudo nacional sobre a temática (Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013) quando os estudantes relataram o desejo de discutir sobre a sua própria sexualidade e a do sujeito cuidado, pois entendem que isso servirá como auxílio para as vivências práticas do curso.

Diante deste contexto, a Associação Mundial para a Saúde Sexual, através de documentos técnicos, reforça a necessidade de habilitar educadores, profissionais de saúde e estudantes para a importância da atuação em saúde sexual (Rufino, Medeiros, & Girão, 2013), sendo que a oferta da temática no currículo da graduação do curso de bacharelado em enfermagem deve estar apoiada na troca de conhecimentos, no incentivo para reflexão e em mudanças de atitudes diante da expansibilidade da temática, oferecendo subsídios suficientes para que o profissional de enfermagem possa realizar o seu cuidado de forma holística e integral.

Segundo o relato dos entrevistados, a forma superficial como a temática da sexualidade tem vindo a ser abordada na graduação não corresponde à profundidade necessária para a sua integração no contexto do cuidado a ser desempenhado por enfermeiros. Este dado corrobora com outras pesquisas realizadas no Brasil (Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013) nas quais foi destacado que o estudo da sexualidade na graduação em enfermagem está limitado à perspetiva biologicista e patologizante, desenvolvida de forma eventual na formação académica do enfermeiro.

Neste sentido, compreendemos que a falta de subsídios teóricos e pedagógicos para o trabalho com esta temática torna-se um problema para estes futuros profissionais da saúde, uma vez que as necessidades de cuidados relacionados com problemas de natureza sexual, ou com interferência na vida sexual, aparecem com frequência nas experiências diárias da prática profissional. E assim, emerge a preocupação de que, sem a devida formação, o profissional de enfermagem possa vir a oferecer orientações sexuais inadequadas ou tratar a temática da sexualidade numa perspetiva biológica e patologizante, inclusive podendo adotar práticas baseadas em preceitos morais, ao invés de científicos, enviesando o que consideram certo e/ou errado relativos à vivência sexual e de género (Rodrigues & Wechsler, 2014; Sehnem, Ressel, Junges et al., 2013).

Acredita-se que, independentemente da forma como a sexualidade foi abordada na infância e adolescência de cada indivíduo, a escola ou a universidade não podem omitir ou desprezar a discussão acerca da temática. Portanto, torna-se necessário que a graduação ofereça um espaço e suporte teórico-prático suficiente no quesito sexualidade e que os docentes assumam o seu papel neste processo. Estes devem atuar como facilitadores, proporcionando subsídios científicos (e não morais) para que os estudantes passem a ter mais conhecimento e segurança quando se depararem com a sexualidade do cliente e, sobretudo, se tornarem profissionais sensíveis à temática (Reis, Muzzeti, & Leão, 2014).

Os estudantes reconheceram a necessidade do conhecimento sobre sexualidade durante as aulas práticas e estágios, compartilhando preocupação ao afirmar que é necessário que o enfermeiro tenha embasamento suficiente a respeito da sexualidade nas diferentes etapas do ciclo da vida, para que possam explorar a sua complexidade e identificar as consequências advindas de possíveis enfermidades.

A emergência dos temas relacionados com a sexualidade fica evidente nos discursos dos entrevistados e demonstra a necessidade de formação do enfermeiro para o trabalho com as questões que envolvem a sexualidade. Na maioria das vezes a busca de embasamentos para o trabalho com sexualidade, para além do pouco que aprenderam no seu curso de formação, poderá vir de conhecimentos fornecidos pela família, pela internet, pela leitura de livros didáticos, pela própria experiência de vida, pelos média e pela prática exercida quotidianamente. Assim, é preocupante a procura de informações através de instâncias de valor cientificamente questionável e que podem estar atreladas a éticas e morais específicas. Orientar sexualmente requer preparo, seja no nível intelectual, como também psicológico. E essa preparação deve ser baseada em evidências científicas e numa neutralidade ética e moral.

Desta forma, a universidade deve atuar como parceira na construção do conhecimento em relação à sexualidade, valorizando a disposição dos docentes para levantar questões sobre o cambiante conhecimento da temática e sua relação com a liberdade, o prazer e o direito de acesso à informação.

 

Conclusão

O estudo apresenta limitações por se tratar de uma realidade específica com uma abordagem subjetiva, próprio de estudos qualitativos, o que impossibilita generalizar os seus resultados. Todavia, a sua contribuição reside na possibilidade de impulsionar a reflexão sobre a perspetiva e conceito de sexualidade na visão de estudantes de enfermagem de instituição de ensino superior. Deste modo, os seus resultados podem servir como subsídios para a avaliação de matrizes curriculares e projetos pedagógicos de cursos de enfermagem e até de outros cursos na área de saúde, no que se refere a inserção da sexualidade como tema transversal em todo o curso.

A análise dos resultados obtidos e do atual estado da arte relacionado com o ensino da sexualidade humana nas instituições superiores, revela a necessidade de investimento em formação aprimorada de enfermeiros. Os cursos de graduação em enfermagem precisam incorporar atividades teórico-práticas voltadas para a aquisição de competências clínicas de saúde sexual e avaliações do impacto da assistência sobre os pacientes. É preciso ressaltar também que, embora os avanços na farmacologia sexual tenham estimulado o manejo das disfunções sexuais e o público esteja muito interessado em curar disfunções e sintomas sexuais comuns, é preciso ampliar as discussões sobre a sexualidade não-normativa ou aspetos sociais da sexualidade. O tema da sexualidade ainda apresenta tendência para apresentar discussões centradas nos aspetos orgânicos ou patológicos. Portanto é necessário ampliar as discussões e incorporar outras dimensões da sexualidade que incorporem a noção de direitos e conceitos que valorizem o autocuidado e a formação dos estudantes de enfermagem numa perspetiva holística para intervir em saúde sexual.

 

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Recebido para publicação em: 24.05.17

Aceite para publicação em: 04.10.17

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