SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.serIII número2Enfermagem e o Jogo Dramático: Reflexões de enfermeiros sobre o cuidado da enfermagem através da imagemParto domiciliar planejado: resultados maternos e neonatais índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista de Enfermagem Referência

versão impressa ISSN 0874-0283

Rev. Enf. Ref. serIII n.2 Coimbra dez. 2010

 

Intervenções não farmacológicas no controlo da dor em cuidados intensivos neonatais

 

Luís Manuel Cunha Batalha*

* Doutor em Biologia Humana, Professor Adjunto, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, investigador da UICISA-E [batalha@esenfc.pt]

 

Resumo

Introdução: Apesar de se reconhecer que a maior parte da dor experimentada pelo recém-nascido (RN) pode ser prevenida ou substancialmente aliviada, inúmeros estudos continuam a revelar um tratamento insuficiente.

Objectivos: Determinar a prevalência e gravidade da dor sentida pelo RN submetido a cuidados intensivos e a efectividade das medidas terapêuticas não farmacológicas.

Metodologia: Numa UCIN de um Hospital Universitário estudaram-se 170 RN, ao longo de um ano, de que resultaram 844 observações. Os dados foram colhidos através da observação do RN, entrevista a pais e enfermeiros prestadores de cuidados e análise retrospectiva seriada dos registos intermitentes efectuados no processo clínico. A Intensidade da dor foi medida através da escala Echelle Douleur et d’Inconfort du Nouveau-Né (EDIN).

Resultados: Em oito horas de observação, as 844 observações realizadas mostraram uma alta prevalência de dor (94,8%), com predomínio para a dor ligeira (72,7%). As intervenções não farmacológicas foram utilizadas em 88,7% das observações, com evidência para os posicionamentos, massagens e técnicas de conforto.

Conclusões: Os enfermeiros usam com frequência e eficácia as medidas não farmacológicas de conforto, massagem e posicionamentos, mas outras técnicas deveriam ser incrementadas como o uso de sacarose, glicose ou aleitamento materno.

Palavras-chave: recém-nascido; enfermagem neonatal; unidades de terapia intensiva neonatal.

 

Non-pharmacological interventions in pain management in neonatal intensive care

Abstract

Background: Although it has been recognized that most of the pain experienced by the newborn can be prevented or substantially relieved, several studies continue to show an inadequate treatment.

Aims: To determine the prevalence and severity of the pain experienced by newborns receiving intensive care, as well as the effectiveness of non-pharmacological therapeutic measures.

Methods: At a Neonatal Intensive Care Unit of a University Hospital, 170 newborns were studied during one year, resulting in 844 observations. Data were collected based on newborn observation, an interview with parents and nurses who provided care, and a retrospective analysis of the clinical records. Pain intensity was measured using the EDIN scale (Echelle Douleur et d’Inconfort du Nouveau-Né).

Results: During 8 hours of observation, 94.8% of the 844 observations showed a high prevalence of pain, mostly mild pain (72.7%). Non-pharmacological interventions were applied in 88.7% of the observations, especially related to positioning, massage and comfort techniques.

Conclusions: Nurses use non-pharmacological measures of comfort, massage and positioning often and effectively, but other techniques should also be promoted, such as the use of sucrose, glucose or maternal breastfeeding.

Keywords: newborn; neonatal nursing; NICU.

 

Intervenciones no farmacológicas en el control del dolor en cuidados intensivos neonatales

Resumen

Introducción: A pesar de reconocerse que la mayor parte del dolor experimentado por el recién nacido (RN) puede ser prevenido o sustancialmente aliviado, innúmeros estudios revelan todavía un tratamiento insuficiente.

Objetivos: Determinar la prevalencia y gravedad del dolor sentido por el RN sometido a cuidados intensivos y la afectividad de las medidas terapéuticas no farmacológicas.

Metodología: En una UCIN de un Hospital Universitario, se estudiaron 170 RN a lo largo de un año, de donde resultaron 844 observaciones. Los datos fueron recopilados a través de la observación del RN, entrevista a padres y enfermeros prestadores de cuidados y análisis retrospectivo seriado de los registros intermitentes efectuados en el proceso clínico. La intensidad del dolor fue medida a través de la escala Echelle Douleur et d’Inconfort du Nouveau-Né (EDIN).

Resultados: En ocho horas de observación, las 844 observaciones realizadas mostraron una elevada prevalencia de dolor (94,8%), predominando el dolor ligero (72,7%). Las intervenciones no farmacológicas fueron utilizadas en un 88,7% de las observaciones, con incidencia en las posturas, masajes y técnicas de confort.

Conclusiones: Los enfermeros usan con frecuencia y eficacia las medidas no farmacológicas de confort, masaje y postura pero otras técnicas deberían ser añadidas, como el uso de sacarosa, glucosa o amamantamiento materno.

Palabras clave: recién nacido; enfermería neonatal; UCIN.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Referências bibliográficas

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, CANADIAN PAEDIATRICS SOCIETY (2006) - Prevention and management of pain in the neonate: an update. Pediatrics. Vol. 118, nº 5, p. 2231-2241.

BATALHA, Luís (2010) - Dor em pediatria: compreender para mudar. Lisboa : Lidel.

BATALHA, Luís ; SANTOS, Luís Almeida ; GUIMARÃES, Hercilia (2003) - Avaliação de dor e desconforto no recém-nascido. Acta Pediátrica Portuguesa. Vol. 34, p. 159-163.        [ Links ]

BYRD, P. J. ; GONZALES, I. ; PARSONS, V. (2009) - Exploring barriers to pain management in newborn intensive care units: a pilot survey of NICU nurses. Advances in Neonatal Care. Vol. 9, nº 6, p. 299-306.

CARBAJAL, Ricardo [et al.] (2005) - Morphine does not provide adequate analgesia for acute procedural pain among preterm neonates. Pediatrics. Vol. 115, nº 6, p. 1494-1500.

CASTRO, Maria Cristina (2001) - Factores que contribuem para a indicação de analgesia com opióides em recém-nascidos em ventilação pulmonar mecânica. São Paulo : Universidade Federal de São Paulo, Escola de Medicina. Tese de mestrado.

CIGNACCO, Eva [et al.] (2007) - The efficacy of non-pharmacological interventions in the management of procedural pain in preterm and term neonates: a systematic literature review. European Journal of Pain. Vol. 11, nº 2, p. 139-152.

SOCIEDADE PORTUGUESA DE PEDIATRIA. Consensos e Recomendações (2006) - Analgesia e sedação no recém-nascido. Acta Pediátrica Portuguesa. Vol. 37, p. 168-173.

DEREBENT, Esma ; YIGIT, Rana (2008) - Non-pharmacological pain management in newborn. Saglik Bilimleri Tip Dergisi. Vol. 22, nº 2, p. 113-118.

FIGUEIREDO, Barbara (2007) - Massagem ao bebé. Acta Pediátrica Portuguesa. Vol. 38, nº 1, p. 29-38.

FRANCK, Linda ; GREENBERG, Cindy ; STEVENS, Bonnie (2000) - Pain assessment in infants and children. Pediatric Clinics of North America. Vol. 47, nº 3, p. 487-512.

GRUNAU, Ruth (2000) - Long-term consequences of pain in human neonates. In ANAND, K. S. J. ; STEVENS, B. J. ; MCGRATH, P. J. - Pain in neonates. 2ª ed. rev. e ampl. Amsterdam : Elsevier Science. Vol. 10: Pain research and clinical management. p. 55-76.

HEIDELISE, A. L. S. [et al.] (1986) - Individualized behavioral and environmental care for the very low birth weight preterm infant at high risk for bronchopulmonary dysplasia: neonatal intensive care unit and developmental outcome. Pediatrics. Vol. 78, nº 6, p. 123-132.

JACOB, E. ; PUNTILLO, K. A. (1999) - A survey of nursing practice in the assessment and management of pain in children. Pediatric Nursing. Vol. 25, nº 3, p. 278-286.

LAGO, Paola [et al.] (2009) - Guidelines for procedural pain in the newborn. Acta Paediatrica. Vol. 98, nº 6, p. 932-939.

POLIT, Denise ; BECK, Cheryl ; HUNGLER, Bernadette (2004) - Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto Alegre : Artmed.

PORTUGAL. Ministério da Saúde. Direcção-Geral da Saúde (2003) - A dor como 5º sinal vital. Registo sistemático da intensidade da dor. Circular Normativa nº 9/DGCG de 14/06/2003.

TROUVEROY, Véronique ; CHARD’HOMME, Nadine ; JACQUET, Caroline (2005) - Adéquation entre les scores d’évaluation de la douleur et les prescriptions d’antalgiques chez le nourrisson. In ASSOCIATION POUR LE TRAITEMENT DE LA DOULEUR DE L’ENFANT - La douleur de l’enfant, quelles réponses? Douzième Journée. Paris : AstraZeneca. p. 33-39.

VEGA-STROMBERG, Tieri [et al.] (2002) - Road to excellence in pain management: research, outcomes and direction (ROAD). Journal of Nursing Care Quality. Vol. 17, nº 1, p. 15-26.

 

Recebido para publicação em: 13.04.10

Aceite para publicação em: 03.09.10

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons