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Economia Global e Gestão

versão impressa ISSN 0873-7444

Economia Global e Gestão v.12 n.2 Lisboa ago. 2007

 

Que modelo social europeu?

 

Embora sem significado muito preciso, a expressão «modelo social europeu» aparece muitas vezes referida quando se trata de definir o conceito de europeu. Em particular, tem a ver com o conceito de «flexi-segurança», hoje na ordem do dia, incluindo em Portugal.

Como se sabe, o modelo económico da chamada economia de mercado é compatível com diferentes sistemas de organização social, até muito distantes da democracia política, como sucedeu no Portugal de Salazar, na Espanha de Franco ou até no Chile de Pinochet. E houve até um Prémio Nobel da Economia, patrono dos Chicago boys que, justa ou injustamente, ficou associado ao liberalismo económico, mas não político, de Pinochet.

Dir-se-á que, por exemplo, o corporativismo de Salazar não era compatível com a «pura» economia de mercado. Como classificar então a «impura» economia de mercado do Portugal dos anos 50 ou 60 do século passado? Ou do período de transição na década 1975/85? Temos hoje, com uma das economias mais atrasadas da UE, uma «verdadeira» economia de mercado em Portugal? Ou, no mundo real, só existem «impurezas» e «transições»?

Não podemos discutir aqui em profundidade uma temática tão velha como complexa. Mas, no presente caso europeu, cremos legítimo afirmar que a possível identidade do modelo social europeu está associado a uma experiência histórica única no mundo, que nalguns países desembocou na social-democracia, ou seja, numa democracia que sendo-o no plano político vai além disso, projectando-se  nos domínios das relações de trabalho, da repartição dos rendimentos e da segurança social.

Em tempo de acelerada globalização, é indiscutível que a social-democracia europeia necessita de adaptar-se, para poder sobreviver. Resta saber como, em particular num conjunto de nações tão heterogéneo, em termos económicos, sociais e mesmo culturais como é actualmente a Europa de 27 parceiros.

O tema passará novamente pelas páginas desta revista, e segundo diversas perspectivas, em números futuros.

 

 

Mário Murteira

DIRECTOR

mlsm@iscte.pt

www.mariomurteira.com