SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número62A transformação cultural de cidades médias, segundo os seus agentes culturais índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Sociologia, Problemas e Práticas

versão impressa ISSN 0873-6529

Sociologia, Problemas e Práticas  n.62 Oeiras abr. 2010

 

Editorial

 

Sociologia, Problemas e Práticas dobra em 2010 mais uma página do seu percurso editorial. A partir deste número 62 passa a ser publicada através da Mundos Sociais, a editora recentemente criada pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia. Este, por sua vez, assume agora um novo figurino institucional como CIES-IUL, unidade orgânica de investigação do ISCTE— Instituto Universitário de Lisboa. À Celta Editora, com que a revista teve uma excelente colaboração de longa data, deixa-se aqui um público reconhecimento pelo contributo dado a este projecto, no decurso dos mais de doze anos de trabalho conjunto e empenhado.

Este volume abre com um artigo de Augusto Santos Silva e Helena Santos, no qual é feita uma análise da espacialidade urbana, no âmbito das cidades de média dimensão. Os autores discutem a sua relação com as dinâmicas da globalização e da localização e, a partir dos testemunhos de protagonistas da "cena cultural urbana", reflectem sobre as lógicas de redesenvolvimento das cidades e o modo como recursos e actividades interferem na configuração do espaço público, do tecido sócio-económico e das identidades. João Teixeira Lopes, Pedro dos Santos Bóia, Lígia Ferro e Paula Guerra transportam-nos ao mundo das (sub)culturas juvenis de participantes em festas de música electrónica, num artigo que se centra no estudo da construção identitária de género destas categorias sociais. Através da mobilização do método etnográfico e de técnicas de observação directa e de entrevista, os autores mobilizam um conjunto de dimensões analíticas para a construção de retratos sociológicos de mulheres clubbers.

Maria Engrácia Leandro, Ana Sofia da Silva Leandro e Virgínia Barroso Henriques exploram analiticamente a família enquanto protagonista dos cuidados de saúde, especificamente a nível das práticas alimentares, e discutem a cultura dos gostos e olfactos a elas inerentes, e as suas especificidades nos distintos meios sociais. As autoras convocam a desigualdade de condições económicas e culturais das famílias para compreender os efeitos diversos dos programas de reeducação alimentar. Susana Silva e Helena Machado examinam os critérios inerentes ao recurso a tecnologias de procriação medicamente assistida e as desigualdades por eles geradas no âmbito das políticas nacionais reguladoras destes processos. Na sua perspectiva, os fundamentos que restringem o acesso a tais processos assentam em referenciais ideológicos que impõem uma matriz heterossexual e um determinado perfil social e genético.

Tom R. Burns e Nora Machado partem de uma análise do risco enquanto elemento discursivo da sociedade contemporânea para discutirem a necessidade de formulações teóricas e de novos mecanismos de regulação que contemplem práticas e sistemas de risco específicos da modernidade. Os autores questionam a excessiva abrangência do conceito de sociedade de risco, de Ulrich Beck, o qual, em seu entender, negligencia a complexidade da sociedade moderna.

Neste volume os leitores encontram também a recensão feita por João Freire ao livro de Susana Durão, Patrulha e Proximidade. Uma Etnografia da Polícia em Lisboa.

 

Maria das Dores Guerreiro

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons