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Sociologia, Problemas e Práticas

versión impresa ISSN 0873-6529

Sociologia, Problemas e Práticas  n.47 Oeiras ene. 2005

 

Editorial

Pela via das abordagens teóricas ou centradas em pesquisa empírica, os textos que compõem este volume representam, na sua diversidade e abrangência, contributos importantes para o conhecimento em sociologia, muitos deles mobilizáveis na formulação de políticas e na intervenção social. Além disso comprovam que cada vez menos as análises sociológicas que damos a conhecer através da revista Sociologia, Problemas e Práticas são confináveis apenas à nossa realidade local.

Por um lado alguns artigos focam objectos de estudo que assentam de raiz em comparações com outras realidades além-fronteiras. É o caso do artigo de André Freire, que analisa as identidades ideológicas e partidárias na Europa, comparando os países da Europa do Sul com os de outras democracias europeias. Encontrando especificidades nos comportamentos dos eleitores dos vários países observados, o autor conclui que identidades ideológicas e identidades partidárias evidenciam graus diferenciados de erosão, do mesmo modo que as teses do declínio da ideologia são contrariadas por vasta evidência empírica.

Por outro lado, autores de diferentes nacionalidades, em parceria ou a sós, debruçam-se sobre problemáticas sociológicas transversais. Elena Esteva de Andres e Duarte Pimentel, centram-se na análise da empresa enquanto micro-sociedade, dotada de relativa autonomia face ao sistema social global. Revisitando os referenciais teóricos da sociologia da empresa, os autores sustentam que, para além de entidade económica, a empresa constitui um espaço de interacções, criador de identidades e indutor de mudança social. Comparam ainda os sistemas empresariais francês e alemão para pôr em evidência a importância do papel, ainda que não exclusivo, da empresa na construção societal. Paulo Pereira de Almeida, por sua vez, faz uma reflexão sobre o percurso da sociologia do trabalho e os seus diferentes objectos, situando a disciplina na sociedade do século XXI e sublinhando a importância que nela assume a análise dos serviços. Propõe para tal um modelo analítico para o que designa por sociologia do trabalho terciário.

O estudo de Maria do Carmo Gomes, sobre percursos formativos de adultos do ensino recorrente, ainda que com ilustrações locais, não deixa de se inscrever num tema com grande repercussão internacional, como é o da literacia. A autora propôs-se conhecer a relação que estes alunos estabelecem com a formação, bem como as implicações do processo formativo nos seus modos de vida. Identifica ainda um conjunto de perfis-tipo de alunos segundo as suas competências de literacia e a sua atitude face à escolarização.

Por fim, refira-se que investigadores de outros países procuram também dar a conhecer os seus trabalhos, sobre temas igualmente relevantes para a sociedade portuguesa, através da nossa revista. Fernando Villaamil, Maria Isabel Jociles e Fernando Lores, da vizinha Espanha, num estudo que se inscreve nas problemáticas do risco cultivado, das culturas comportamentais e do segredo nas relações sociais, analisam os modos como os homossexuais residentes na cidade de Madrid se relacionam com o processo de realização de testes de HIV. Tendo em vista o desenvolvimento de novas estratégias de intervenção junto destes actores, o estudo mostra as limitações de anteriores abordagens e propõe uma metodologia que tenha em atenção “uma teoria do sujeito social” e as suas múltiplas racionalidades.

 

Maria das Dores Guerreiro

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