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Sociologia, Problemas e Práticas

versión impresa ISSN 0873-6529

Sociologia, Problemas e Práticas  n.36 Oeiras sep. 2001

 

EDITORIAL

 

Tem sido preocupação do Conselho de Redacção da Sociologia, Problemas e Práticas incluir sempre que possível artigos de autores estrangeiros, o que tem acontecido regularmente nos últimos números publicados.

Neste n.º 36 vamos também contar com uma participação internacional, a de Thomas Brante, através de um texto que o autor preparou e pela primeira vez apresentou em público, numa conferência que proferiu em Lisboa, enquanto foi professor visitante do Departamento de Sociologia do ISCTE, no ano 2000. Trata-se de um interessante contributo para a nossa reflexão na sociologia, a partir dos debates que se travam noutros contextos, e isto em torno de uma ontologia realista, a qual o autor propõe enquanto modo de ultrapassar alguns dos bloqueios que se colocam ao desenvolvimento da análise sociológica.

Os textos que se seguem, cada um a seu modo, são precisamente bons exemplos daquilo que Brante advoga como a boa maneira de fazer sociologia, na combinação que fazem entre reflexão teórica e abordagem de problemáticas concretas da realidade social. Artigos como os de Ana Fernandes, de Fernando Luís Machado ou de Hermes Costa, apesar da respectiva diversidade temática, têm em comum o facto de confrontarem a sociologia com a necessidade de analisar vários problemas sociais da actualidade, como o são as questões da velhice, as do racismo, neste caso, no modo como este é percepcionado pelos que dele são vítimas, ou, numa outra vertente, os imperativos e limites da transnacionalização, que presentemente se colocam ao sindicalismo, e a sua integração regional como estímulo para uma maior cooperação sindical.

O mesmo se pode dizer acerca dos textos dos outros autores, os quais, seja através de métodos quantitativos como os do inquérito por questionário, embora no quadro de metodologias qualitativas de estudo de caso, seja através de entrevistas em profundidade ou, ainda, a partir da análise de documentos e registos vários a propósito de fenómenos sociais aqui constituídos em objecto de análise, procuram contribuir, em modalidades diversas, para fazer da sociologia "uma ciência genuinamente explicativa" — na expressão de Thomas Brante — e onde se faz investigação cumulativa.

No artigo que analisa o modo como as experiências partilhadas em quotidiano laboral estruturam as dinâmicas comunicacionais, os autores Carla Bernardo, Filipa Garcia, Sílvia Lopes e Duarte Pimentel praticam, precisamente, a cumulatividade na investigação sociológica, aplicando e testando, numa realidade até então não estudada, modelos analíticos desenvolvidos por autores da sociologia das organizações, noutros contextos organizacionais.

Contributos para uma sociologia interpretativa encontram-se também nos artigos de Vítor Sérgio Ferreira e de António Contador, nas abordagens que fazem a empirias relevantes da modernidade, ainda que basicamente a partir de análise documental. O primeiro destes autores procura explicar porque é que não ocorre uma decadência na criação musical a partir da introdução de novas tecnologias, enquanto o segundo apresenta uma interpretação do modo como as escolhas e os consumos específicos no campo da música se relacionam com o processo de construção de uma identidade da negritude juvenil, identidade essa que ele define como "múltipla".

 

O Conselho de Redacção

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