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Sociologia, Problemas e Práticas

versión impresa ISSN 0873-6529

Sociologia, Problemas e Práticas  n.35 Oeiras abr. 2001

 

É também dos média que trata o artigo onde Pedro Diniz de Sousa propõe um modelo de análise do discurso com base no conceito de dramatização, ainda que aqui seja sobretudo de realçar o plano metodológico, tal como acontece com o texto de Sílvia Sousa Saramago, no qual a autora apresenta a sua abordagem inovadora à problemática da infância, centrada em modelos de entrevistas a crianças.

Num outro registo, desta vez enquanto reflexão teórica, este número conta ainda com o contributo de Filipe Carreira da Silva e com a sua análise crítica em torno do conceito de esfera pública e da teoria da democracia deliberativa na obra de Habermas.

Por fim, sublinhe-se a inclusão de uma nova secção intitulada "Diálogos", na qual se abre um espaço de discussão com outras áreas de saber. É aqui apresentado um texto do arquitecto Luiz Cunha, também ele numa clara alusão à era da modernidade, e no qual o autor faz o que designa por "exercício de memória" acerca de alguns aspectos da actividade arquitectónica.

 

O Conselho de Redacção

EDITORIAL

 

A sociedade deste terceiro milénio é atravessada por novos fenómenos, que constituem pretexto para o desenvolvimento de toda uma série de problematizações analíticas e de pesquisas empíricas centradas em novas abordagens da realidade, a qual vai continuamente adquirindo diferentes e complexos contornos.

O primeiro número que Sociologia, Problemas e Práticas edita no presente século é, precisamente, composto por um leque de artigos que, de certo modo, reflectem tal facto. Aqui são analisados temas, de uma ou outra forma identificáveis com preocupações e modos de viver caracterizadores da sociedade de modernidade avançada.

Destaque-se, em primeiro lugar, o artigo de S. N. Eisenstadt, importante figura no quadro do pensamento sociológico a nível internacional, e cujo texto representa um contributo de grande alcance e grande actualidade. Nele encontramos a proposta do conceito de "modernidades múltiplas", com vista à compreensão da contemporaneidade. Na perspectiva do autor, a modernidade é constituída não apenas pelo mundo ocidental, mas pelas sociedades dos vários quadrantes geográficos, caracterizando-se por uma pluralidade de possibilidades de interpretações ideológicas, umas mais universalistas, outras mais particularistas, isto é, por diferentes "programas culturais", por sua vez investidos de dinâmicas que os vão reconstruindo, e reconfigurando o próprio sentido da modernidade.

Um outro artigo cujo tema em análise é também ilustrativo de problemáticas emergentes é o de Elsa Guedes Teixeira, que elabora uma reflexão acerca dos sentimentos de solidão e isolamento na sociedade actual. A autora apoia-se simultaneamente em material empírico recolhido para o efeito e na perspectiva teórica de vários autores que se têm debruçado sobre as mudanças ocorridas nas relações de sociabilidade e sobre o modo como recentemente se manifestam os afectos e os relacionamentos entre mulheres e homens. Trata-se de uma interessante abordagem que se depara com as ambiguidades que caracterizam a apologia de novos modelos de relacionamento em detrimento dos do passado, embora não sem dele aparentar saudade.

Tema da era actual, com o grande desenvolvimento que nela têm os média, é igualmente o do texto de José Nuno Lacerda Fonseca. Nele são discutidos os direitos à informação e os deveres informativos; e a propósito dos efeitos anti-sociais dos meios de comunicação social, com base em estudos de autores que desde os anos 30 revelaram preocupações sobre a matéria, são avançadas para reflexão várias hipóteses acerca da eventual necessidade de se estabelecerem princípios de regulação política da comunicação social. Isto sem, contudo, atentar nas dificuldades de instauração de tais princípios e reconhecendo a importância do desenvolvimento de novos quadros conceptualizadores das questões da informação e da cultura.

É também dos média que trata o artigo onde Pedro Diniz de Sousa propõe um modelo de análise do discurso com base no conceito de dramatização, ainda que aqui seja sobretudo de realçar o plano metodológico, tal como acontece com o texto de Sílvia Sousa Saramago, no qual a autora apresenta a sua abordagem inovadora à problemática da infância, centrada em modelos de entrevistas a crianças.

Num outro registo, desta vez enquanto reflexão teórica, este número conta ainda com o contributo de Filipe Carreira da Silva e com a sua análise crítica em torno do conceito de esfera pública e da teoria da democracia deliberativa na obra de Habermas.

Por fim, sublinhe-se a inclusão de uma nova secção intitulada "Diálogos", na qual se abre um espaço de discussão com outras áreas de saber. É aqui apresentado um texto do arquitecto Luiz Cunha, também ele numa clara alusão à era da modernidade, e no qual o autor faz o que designa por "exercício de memória" acerca de alguns aspectos da actividade arquitectónica.

 

O Conselho de Redacção

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