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Revista Portuguesa de Pneumologia

Print version ISSN 0873-2159

Rev Port Pneumol vol.13 no.1 Lisboa Jan. 2007

 

Editorial

 

António Segorbe Luís

As parcerias que têm envolvido a SPP têm contribuído em muito para a nossa valorização e para a promoção da saúde respiratória. A SPP, ao associar-se a um ou mais laboratórios farmacêuticos para determinada campanha de formação médica, tem largamente beneficiado do apoio logístico disponibilizado pelo(s) patrocinador(es) em iniciativas, que de outra forma, dificilmente seriam tangíveis; recordemos, por exemplo, a extensa lista de acções de divulgação/formação efectuadas junto dos Clínicos Gerais aquando o início do programa GOLD em Portugal. Na altura, a procura de sinergias, embora não tenha sido excelente no grau de cobertura nacional, teve pelo menos o mérito de avivar a DPOC no léxico dos cuidados primários, como uma patologia que justificava uma particular atenção. O ruído gerado pelas nossas acções sobre a DPOC teve algum eco mediático e teve um papel essencial, o de sensibilizar as autoridades de saúde, a ponto de estas terem sentido a necessidade de implementar um programa nacional estruturado e destinado a esta patologia. O desenvolvimento do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da DPOC, da DGS, com início em 2005, já começou a ter resultados visíveis. Um aspecto relevante, resultado do trabalho da Comissão que coordena Programa, foi o da regulamentação em defesa da boa prática no âmbito da prescrição de Cuidados Respiratórios Domiciliários (Circular Normativa “Prescrição de Cuidados Respiratórios Domiciliários” da Direcção de Serviços de Prestação de Cuidados de Saúde de 07/06/06").

A aplicação a breve prazo da prescrição destes cuidados por meios informáticos, darnos-á uma noção muito próxima da situação real sobre a Insuficiência Respiratória em Portugal e sobre as patologias que a condicionaram.

Entre os rastreios de DPOC, associados ao GOLD e coordenados pela Professora Cristina Bárbara, destaca-se o que foi efectuado em 24 empresas de diversos pontos do país, a 2400 trabalhadores (apoio da Boerhinger Ingheleim e da Pfizer). Assim foi possível “informar e alertar os trabalhadores para a DPOC, alargar o nosso conhecimento sobre a prevalência desta patologia, tomando medidas mais concretas para a sua prevenção e diagnóstico precoce” conforme a nota de divulgação da iniciativa.

Outras parcerias que tiveram a participação da SPP dirigiram-se ao público. Foi o caso da Campanha MAIS (patrocínio Pfizer) sobre DPOC, cancro do pulmão e Tabagismo. Em vários pontos do país e nos media foi divulgada informação sobre as patologias respiratórias que resultam do tabagismo, tendo-se então efectuado também espirometrias de rastreio da DPOC. Já na campanha “Neste Inverno há uma ameaça no Ar” (em parceria com a SPAIC e com o patrocínio da OM Portuguesa), concebida de forma a sensibilizar o público para a prevenção das infecções de Inverno. Neste último caso, foram distribuídos folhetos informativos sobre patologias, difundida informação para os media e compiladas as respostas de1043 inquéritos sobre a percepção do risco de infecção e sobre o conhecimento acerca das imunizações, com relevo para a vacinação antigripal.

Uma outra oportunidade de divulgação dos problemas relacionadas com certas patologias centra-se na efeméride “Dia Mundial de...”, caso da asma e da DPOC, da tuberculose e a do “Não fumador”. Em 2006 e no caso da asma e da DPOC, as mensagens essenciais que passaram para o público tiveram uma plataforma importantíssima que foi a do envolvimento de farmacêuticos e balcões de farmácia. A nível nacional foram (in)formados centenas de farmacêuticos sobre asma e DPOC e nas farmácias foram disponibilizados milhares de folhetos destinados ao público e foram registados pequenos questionários sobre estas patologias. O elevado número de respostas obtidas veio possibilitar um tratamento estatístico dos dados por equipa especializada.

No caso do “Dia Mundial da Asma” participaram na campanha 1445 farmácias e destas, 663 recolheram 5.551 testes ACT (Asthma Control Test, ACT) junto de asmáticos. Os respectivos resultados serão divulgados a breve trecho. Quanto ao “Dia Mundial da DPOC”, o tratamento dos dados recolhidos está em curso. Estas campanhas, beneficiaram da parceria da SPP com a ANF, SPAIC, a APA e ANTDR. Serão, de novo, estas entidades que no próximo mês de Abril também estarão envolvidas numa campanha dedicada à “Saúde Respiratória” em vários pontos do país. Para além deste tipo de parcerias, sublinhe-se a existência de outros acordos da SPP. É o caso da cooperação que tem vindo a ser desenvolvida com a SEPAR e com sociedades regionais espanholas, caso da Neumosur e SOGAPAR, estas últimas já com um longo historial. Este ano e pela primeira vez, teremos seis trabalhos dos que foram apresentados no último Congresso de Pneumologia e que foram seleccionados pela SPP para serem divulgados no próximo congresso da SEPAR, em Barcelona. Em Novembro, no nosso XXIII Congresso, teremos seis trabalhos seleccionados pela SEPAR entre os que foram apresentados no seu congresso em Junho, em Barcelona. Os autores que apresentarão os trabalhos terão patrocínio para inscrição, viagem e estadia (Laboratórios Vitória e FAES).

O curso de pósgraduação ministrado pelo American College of Chest Physicians no último congresso da SPP foi uma excelente experiência, não só na nossa perspectiva mas também na do American College.

Previsivelmente, teremos um novo curso em 2008, também a cargo do ACCP, o qual abordará “Hot topics” em Pneumologia.

Em 2008 teremos ainda o V Congresso Luso-Brasileiro, em Brasília. A estreita colaboração até aqui desenvolvida entre a SPP e a SBPT pede que a presença portuguesa nesse congresso seja cuidada em termos científicos e significativa do ponto de vista fraterno.

As parcerias estendem-se também à actividade editorial da SPP, como é o caso da Revista Portuguesa de Pneumologia. A GSK, que desde há anos a tem patrocinado, ficou igualmente ligada ao Tratado de Pneumologia e a algumas edições monográficas

da SPP. O seu logotipo ficará tam bém no Atlas de Pneumologia, edição actualmente no prelo.

O Boletim da SPP, com o patrocínio da AstraZeneca, continua a cumprir a sua vocação informativa no seio da SPP, com particular relevo para as actividades das Comissões de Trabalho.

A série “25 Perguntas”, com Patrocínio da Novartis, tem tido muito boa aceitação; assim, se compreende a procura de que têm sido alvo. A SPP deseja que esta série continue a ser possível, mas com um ritmo de edição mais regular, uma vez que os atrasos de alguns autores não poderão continuar a comprometer a sua periodicidade.

A homepage da SPP, é uma plataforma de comunicação com relevância crescente para a SPP, tanto na sua vertente informativa, como na perspectiva formativa.

Uma ferramenta que julgamos poder vir a ser muito útil no nosso portal será a futura Biblioteca Digital. O pedido de bibliografia sobre determinado tema ou a solicitação de artigos de um vasto leque de periódicos de interesse para a especialidade serão, a curto prazo, uma realidade. Este serviço, destinado apenas aos associados da SPP, não prescindirá, como se compreende, do registo dos interessados na homepage, A MSD associou-se a esta iniciativa.

A SPP, sendo membro do Forum das Sociedades Nacionais da European Respiratory Society, contribui para uma vasta parceria que visa desenvolver sinergias para uma política europeia de prevenção, desenvolvimento científico e assistencial na área da saúde respiratória.

No plano nacional, refira-se a parceria com a DGS, no âmbito da cooperação e participação de pneumologistas nas comissões coordenadoras de dois programas do Plano Nacional de Saúde, o da asma e o da DPOC.

A SPP começou a estar igualmente presente em grupos de trabalho recentemente constituídos – “Indicadores para Avaliação dos Programas Nacionais” e “Projecto de Construção de referenciais de competências de apoio à execução do Plano Nacional de Saúde”.

É pois bem patente que nas múltiplas acções efectuadas, as parcerias que a SPP estabeleceu com a indústria tiveram âmbitos mais vastos que o da mera perspectiva do interesse comercial do marketing farmacêutico. Não é de mais sublinhar quão valiosas têm sido as parcerias que a SPP subscreveu no âmbito da educação médica contínua. Todavia, a sponsorização dos cursos da Escola de Pneumologia, embora essencial para a vitalidade da Escola e para a SPP, não poderá ser limitante da sua programação.

A SPP só tem de estar reconhecida às firmas que foram mencionadas por tão prestimosa colaboração; outras firmas, como as que têm patrocinado bolsas de investigação ou estágio (UCB e Altana) ou no campo editorial, como a Bial e a Tecnifar, são também alvo do nosso reconhecimento.

Destaque-se, por fim, a cooperação da SPP com as autoridades da saúde; esta tem e terá, a nosso ver, um enorme alcance na defesa da saúde respiratória.