SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.13 issue2Obstáculos à gestão do conhecimento nas escolas de gestão e economia do ensino superior público em PortugalGestão do conhecimento e competitividade organizacional: Um modelo estrutural author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Comportamento Organizacional e Gestão

Print version ISSN 0872-9662

Comport. Organ. Gest. vol.13 no.2 Lisboa Oct. 2007

 

Um estudo de caso sobre as organizações que aprendem

 

Mário José Batista Franco

Universidade da Beira Interior

Tânia Sofia da Costa Ferreira

Mestre pela Universidade da Beira Interior

 

Resumo. Perante a actual envolvente, as organizações, para se tornarem competitivas, necessitam de recorrer a procedimentos, técnicas e instrumentos de gestão que assentem num processo de aprendizagem contínua. O objectivo deste artigo é, precisamente, conhecer e compreender melhor os procedimentos e mecanismos que a uma organização deve adoptar para se direccionar para o novo paradigma de gestão – as organizações que aprendem. Neste estudo propõe-se um modelo conceptual da “organização que aprende”, que assenta em quatro dimensões: (1) Cultura Organizacional, (2) Desenho Organizacional, (3) Partilha de Informação e (4) Liderança. Para validar este modelo, foi adoptada uma abordagem de investigação qualitativa que se aproximou de uma investigação-acção. Para o estudo, foi seleccionado um único caso – empresa YDream – e como métodos de recolha de dados adoptou-se: entrevistas, observação participante e análise documental. Neste estudo concluiu-se que uma organização, para alcançar o novo paradigma – organização que aprende, necessita de introduzir mudanças na sua política de gestão. A própria liderança deve entender e concordar colectivamente com a lógica de reestruturação organizacional proposta e que este novo desenho e cultura organizacional, bem como todas as implicações que possam advir, sejam explicadas e partilhadas claramente à totalidade dos colaboradores que fazem parte da organização. Para futuras investigações, nesta área do conhecimento sugere-se a realização de outros casos de estudo adoptando, em maior nível de profundidade, a metodologia investigação-acção. Trata-se de uma modalidade de investigação cujo objectivo é promover a mudança, invocada aqui, no campo organizacional.

Palavras-chave: Aprendizagem organizacional, modelo, competitividade, cultura, investigação-acção.

 

Abstract. Face to the actual organizational environment, firms are intended to achieve a climate in the organization that makes possible the implementation of innovation behaviours, creativity and continuous learning. This paper aims at understanding procedures and mechanisms that an organization should adopt to meet a new organizational paradigm – learning organizations. In this research, based on four dimensions (1) Organizational Culture, (2) Organizational Design, (3) Share of Information and (4) Leadership, a conceptual model of “learning organization” was proposed. To validate this model, an approach of qualitative research close action-research was adopted. For the study, a single case was selected – YDream firm. In the empirical research the following sources were adopted: interview, direct observation and documental analysis. The results support that an organization, to achieve a new paradigm – learning organization, needs to apply changes in its policy. It’s crucial that leadership understands and agrees collectively with the logic of organizational restructuration proposed, and that this new organizational structure and culture, as well as all the implications that can happen, must be explained and shared clearly with all collaborators who belong to the organization. Future researches, in this field, should proceed to other case studies, at a deeper degree, using an action-research methodology. This research method aims at foster changes in organizational field.

Key words: Learning organization, model, competitiveness, culture, action-research.

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

Referências

Alperstedt, G. D. (2000). Adaptação Estratégica em Organização Universitária: Um Estudo Qualitativo na Universidade do Sul de Santa Catarina. Tese em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.         [ Links ]

Argyris, C., & Schön, D. (1996). Organizational Learning II: Theory, Method an Pratice. Cambridge: Addison-Wesley.

Bardin, L. (1995). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Barrett, F. J. (1995). Creating Appreciative Learning Cultures. Organizational Dynamics, 24 (1), 36-49.

Bontis, N., Crossan, M., & Hulland, J. (2002). Managing an Organizational Learning System by Aligning Stocks and Flows. Journal of Management Studies, 39 (4), 437-469.

Boyett, J. H., & Boyett, J. T. (2003). The Guru Guide to Marketing: a Concise Guide to the Best Ideas from Today’s Top Marketers. New York: John Wiley & Sons.

Cameron, K., & Freeman, S. (1991). Cultural Congruence, Strength, and Type: Relationships to Effectiveness. Research in Organizational Development, 5, 23-58.

Campos, V. (1999). Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial.

Chakravarthy, B. S. (1982). Adaptation: a Promissing Metaphor for Strategic Management. Academy of Management Review, 7 (1), 35-44.

Chiva Gómez, R., & Camisón Zorzona, C. (1999). Estilos de Aprendizaje, Valores Organizativos y Competitividad en el Sector Cerámico: un Estudio de Casos. Revista Europea de Dirección y Economía de La Empresa, 8 (1), 41-62.

Claver, E. et al. (2001). The Performance of Information Systems through Organizational Culture. Information, Technology & People, 14 (3), 247-260.

Cohen, W. M., & Levintal, D. A. (1990). Absorptive Capacity: a New Perspective on Learning and Innovation. Administrative Science Quarterly, 53, 128-152.

Cohen, L., & Manion, L. (2003). Research Methods in Education. New York: Routhedge.

Crossan, M., Lane, H., & White, R. (1999). An Organizational Learning Framework: From Intuition do Institution. Academy of Management Review, 24 (3), 522-538.

Drucker, P. (1993). Post-Capitalism Society. New York: Harper Business.

Drucker, P. (1996). Administrando em Tempos de Grandes Mudanças (4.ª ed.). São Paulo: Ed. Pioneira.

Easterby-Smith, M. (1997). Disciplines of Organizational Learning. Human Relations, 50 (9), 1085-1113.

Edmondson, A. (1999). Psychological Safety and Learning Behavior in Work Teams. Administrative Science Quarterly, 44 (2), 350-383.

Fleury, A., & Fleury, M. T. (1997). Aprendizagem e Inovação Organizacional. São Paulo: Atlas.

Garvin, D. (1993). Building a Learning Organization. Harvard Business Review, 71 (4), 78-91.

Garvin, D. et al. (1998). Aprendendo a Aprender. HSM Management, 9, 58-64.

Gil, A. C. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (5.ª ed.). São Paulo: Atlas.

Godoy, A. S. (1995). Introdução à Pesquisa Qualitativa e Suas Possibilidades. Revista de Administração de Empresas, 35 (2), 57-63.

Green, P. (1999). Desenvolvendo Competências Consistentes: Como Vincular Sistemas e Recursos Humanos e Estratégias Organizacionais. Rio de Janeiro: Campos.

Hedgerg, B. (1981). How Organizations Learn and Unlearn. Handbook of Organizational Design. London: Oxford University Press.

Júnior, F. J., & Vasconcelos, C. M. (2004). Empreendedorismo e “Learning Organization” – Estudo de Caso numa Instituição de Ensino Superior Brasileira. Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, 3 (3), 60-73.

Kanter, R. M. (2000). O Futuro Depende do Relacionamento. Revista HSM Management, 4 (20), 112-118.

Kim, D. (1993). The Link Between Individual and Organizational Learning. Sloan Management Review, 35 (1), 37-50.

Kotter J. (1990). What Leaders Really Do. Harvard Business Review, May/June, 103-111.

Leitch, C., Harrison R., Burgoyne, J., & Blantern, C. (1996). Learning Organizations: The Measurement of Company Performance. Journal of European Industrial Training, 20 (1), 31-44.

Lisboa, J., Coelho, A., Coelho, F., & Almeida, F. (2004). Introdução à Gestão de Organizações. Barcelos: Ed. Vida Económica.

López Salazar, P. E., & Lopez Sánchez, J. A. (2001). Propuesta de un Modelo Conceptual de Aprendizaje Organizativo desde un Enfoque Cognoscitivo. In II Encuentro Iberoamericano de Finanzas y Sistemas de Información, Noviembre, pp. 310-318.

López, J., Sáez, P., Castro, G., & Muiña, F. (2003). Dinâmicas de Aprendizagem Organizacional: Um Modelo de Análise Geral. In XIII Congresso de ACEDE, 21-23 de Setembro, Salamanca.

Lubit, R. (2001). Tacit Knowledge and Knowledge Management: the Keys to Sustainable Competitive Advantage. Organizational Dynamics, 29 (4), 164-178.

McGill, M., & Slocum, K. Jr. (1995). The Smarter Organization: How to Build a Business that Learns and Adapts to Marketplace Needs. New York: Wiley.

Minayo, M. C. et al. (1994). Pesquisa Social (8.ª ed.). Petrópolis: Vozes.

Mintzberg, H., & Waters, J. A. (1985). Of Strategies, Deliberate and Emergent. Strategic Management Journal, 6, 257-272.

Nevis, E. C., Dibella, A. J., & Gould, J. M. (1995). Understanding Organizations as Learning Systems. Sloan Management Review, 36 (2), 73-84.

Newman, S. (1994). Social Research Methods: Qualitative and Quantitative Methods, Qualitative and Quantitative Approaches (3rd ed.). Boston: Allyn and Bacon.

Nonaka, I. (1991). The Knowledge-Creating Company. Harvard Business Review, 69 (6), 96-104.

Nonaka, I., & Takeuchi, H. (1997). Criação de Conhecimento na Empresa. Rio de Janeiro: Campus.

Pankakoski, M. (1998). Knowledge Sharing and Value Reproduction. The Work Flow Game as a case example Helsinki University of Technology. In Industrial Management and Work and Organizational Psychology, Report No 6. Helsinki: Hakapaino.

Patton, M. Q. (1990). Qualitative Evaluation and Research Methods. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.

Pedler, M., Burgoyne, J., & Boydell, T. (1991). The Learning Company. A Strategy for Sustainable Development. Maidenhead, Berkshire: McGraw-Hill.

Pinchot, G., & Pinchot, E. (1994). O Poder das Pessoas: Como Usar a Inteligência de Todos Dentro da Empresa para Conquista de Mercado. Rio de Janeiro: Campus.

Popper, M., & Lipshitz, R. (2000). Organizational Learning: Mechanisms, Culture, and Feasibility. Management Learning, 31 (2), 181-196.

Probst, G., Büchel, B., & Raub, S. (1998). Knowledge as a Strategic Resource. In G. von Krogh, J. Roos, & D. Kleine (Eds.), Knowing in Firms. London: Sage.

Queiroz, S. (1996). Motivação dos Quadros Operacionais para a Qualidade sob o Enfoque da Liderança Situacional. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Quick, T. L. (1996). Como Desenvolver Equipes Bem-Sucedidas. Rio de Janeiro: Campus.

Salm, J. F., & Amboni, N. (1997). A Empresa que Aprende Baseada no Conhecimento. Revista Brasileira de Administração, 7 (19), 44-49.

Schein, E. (1999). The Corporate Culture Survival Guide. San Francisco: Jossey Bass Publisher.

Senge, P. (1996). A Quinta Disciplina (10.ª ed.). São Paulo: Editora Best Seller.

Snyder, W., & Cummings, T. (1998). Organizational Learning Disorders: Conceptual Model and Intervention Hypotheses. Human Relations, 51 (7), 873-895.

Spender, J. C. (1996). Making Knowledge the Basis of a Dynamic Theory of the Firm. Strategic Management Journal, 17, 45-62.

Tiwana, A. (2005). Knowledge Management Toolkit. The Practical Techniques for Building a Knowledge Management System. Disponível in www.amazon.com acesso em Maio de 2005.

Triviños, A. N. (1995). Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A Pesquisa Qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas.

Tsang, E. W. (1997). Organizational Learning and the Learning Organization: a Dichotomy Between Descriptive and Prescriptive Research. Human Relations, 50 (1), 73-89.

Ulrich, D., & Van Glinow, M. A. (1993). High-Impact Learning: Building and Diffusing Learning Capability. Organizational Dynamic, 22 (2), 52-66.

Vergara, S. C. (2003). Gestão de Pessoas (3.ª ed.). São Paulo: Ed. Atlas.

Yin, R. K. (1994). Case Study Research: Design and Method (2nd ed.). Thousand Oaks, CA: Sage Publications.

 

Endereço: Universidade da Beira Interior, Departamento de Gestão e Economia, Estrada do Sineiro, 6200 Covilhã, Portugal. E-mail: mfranco@ubi.pt