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Sociologia

versão impressa ISSN 0872-3419

Sociologia vol.36  Porto dez. 2018

 

EDITORIAL

Editorial

Carlos Manuel Gonçalves

O número XXXVI da revista Sociologia: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, segue a linha editorial definida – difundir novos questionamentos sociológicos capacitadores do entendimento das transformações sociais. Consideramos que é uma das linhas profícuas medida pela recetividade qua a Revista vai tendo ao longo dos anos.

O primeiro artigo aborda uma prática social alvo de uma acalorada discussão na sociedade portuguesa: as praxes académicas. Inês Pardal desenvolve uma observação extensiva sobre as praxes na cidade do Porto, testando o uso desta técnica de recolha e tratamento da informação. Por sua vez, permite-nos obter uma leitura, em particular, sobre os comportamentos dos estudantes nos diversos atos da praxe.

Rui Canário apresenta-nos um quadro histórico da educação de adultos, no nosso país, que abrange um longo período, do final da Segunda Guerra Mundial aos anos 1970. Não confinando a sua análise às ações do Estado no domínio social em causa, o autor conduz-nos para a atividade de outras organizações ou movimentos que, no período imediatamente posterior à queda do regime do Estado Novo e num contexto de intensa conflitualidade política, assumem um papel na educação de adultos.

A participação da Igreja Universal do Reino de Deus na sociedade brasileira é por demais conhecida. Ari Pedro Oro e Marcelo Tadvald propõem-nos uma leitura singular, a análise da monumentalização do religioso protagonizada por aquela igreja. As denominadas “catedrais da fé” constituem, na atualidade, um suporte de difusão do ideário, mas simultaneamente uma demonstração pública de poder.

Por sua vez, o texto de Pedrito Carlos Chiposse Cambrão incide sobre a participação da denominada sociedade civil para a Boa Governação em Moçambique. Identificam-se os programas e os protagonistas mais relevantes no processo. O autor conclui pelas dificuldades existentes para a sedimentação desse processo, bem como da oposição por parte do Estado.

O questionamento sobre as relações entre a ciência e os agentes económicos e políticos estrutura o artigo de Rita Faria. Especificamente, a autora analisa as representações dos académicos sobre os conflitos de interesses entre a investigação científica e os seus financiadores. A análise estende-se às consequências desse facto no campo científico e à possibilidade de emergência de fraudes.

Paula Silva debruça-se sobre as vivências dos doentes com cancro. Mobiliza para o efeito os discursos daqueles agentes e, usando a metodologia da ground theory, contribui para a desconstrução da narrativa médica. Num registo inovador, apresenta como a investigação possibilitou a construção de booklets sobre a doença a serem difundidos pelos diversos agentes do Serviço Nacional de Saúde.

Por último, Thiago Meneses Alves discorre sobre o rock autoral na cidade de Teresina (Brasil). Mais especificamente, centra-se nas alianças e conflitos existentes entre os diversos agentes que procuram alcançar uma hegemonia. Nesse quadro, as dinâmicas associativas adquirem uma importância crescente configurando ao espaço do rock naquela cidade.

Boa leitura

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