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Sociologia

Print version ISSN 0872-3419

Sociologia vol.28  Porto Dec. 2014

 

EDITORIAL

Editorial

Carlos Manuel Gonçalves e Marta Lima
2014

 

O número XXVIII da Sociologia, Revista da Faculdade de Letras da Universidade do Porto compõe-se de um leque de textos que oscilam entre um registo mais de natureza teórica e um outro em que subsiste um entrosamento entre teoria e empiria. Ambos os registos são importantes para uma permanente renovação do campo analítico da Sociologia, mormente da que se produz entre nós.
As relações entre os desempenhos de cargos políticos e os de cargos administrativos constituem o tema central do artigo de João Bilhim. Alicerçado numa análise da situação portuguesa, no período recente, o autor regista e problematiza, num plano sociológico, o tema que tem sido notoriamente objeto de discussão e de controvérsias em particular no campo político.
O texto de Ricardo Noronha propõe uma leitura das relações entre classe, valor e conflito social, tendo por base as teses de Mário Tronti, filósofo e político italiano. Mais especificamente apresenta-se uma proposta de análise que assenta numa releitura que o autor faz de dois momentos históricos do movimento operário, a revolução de 1848, em França, e a Comuna de Paris passados vinte e três anos.
Ainda no plano das lutas sociais, mas num momento histórico bastante recente da sociedade portuguesa, José Soeiro lança um olhar sobre as mobilizações da Geração à Rasca e Que se Lixe a Troika!. A par de enunciar as características de tais mobilizações, o autor avança com um conjunto de considerações, de natureza hipotética, que deixam ao leitor um elenco de pistas, que ganham uma maior acuidade se atendermos ao contexto e à crise socioeconómica que trespassa, na atualidade, a sociedade portuguesa.
Apontando a insuficiência de algumas das teorias acionadas para a análise das famílias, Rosalina Costa envereda por estruturar o seu texto em torno de uma questão – “quais são, como se caracterizam e que lugar ocupam os rituais familiares na construção da família contemporânea?”. Baseando-se numa investigação empírica, conclui da importância dos rituais para a construção da família na contemporaneidade.
Magda Nico apresenta-nos um estudo sobre mobilidade residencial na Área Metropolitana de Lisboa, sustentado em dois prismas analíticos. Um primeiro relacionado com os traços distintivos dos processos de mudança de casa dos indivíduos, abordando as razões, as circunstâncias e os estatutos de cursos de vida subjacentes à mobilidade residencial, bem como as suas variações ao longo do tempo, tanto no plano individual, como social. Por outro lado, e partindo de uma visão holística, a autora analisa os padrões de mobilidade habitacional, lançando um olhar atento sobre os regimes de ocupação residencial e o lugar de classe dos indivíduos inquiridos.
Tendo por base a fotografia enquanto retrato societal, Ana Rita Bastos propõe- nos, no seu artigo, uma leitura sociológica de vários factos e acontecimentos sociais a partir da imagem, concedendo uma atenção especial ao retrato, à fotografia documental e ao fotojornalismo. Paralelamente, a autora apresenta-nos uma perspetiva histórica da fotografia, abordando os principais momentos que potenciaram a evolução da imagem fotográfica e a ampliação da sua importância, desde a sua origem até aos nossos dias.
Paula Guerra e Mónica Santos apresentam-nos um artigo que se centra na temática das relações entre o Estado e as organizações do Terceiro Setor no quadro da atual sociedade portuguesa. Em particular as autoras analisam, a partir dos discursos de atores-chave, as posições destes quanto às políticas de desenvolvimento do empreendedorismo social e às ações governamentais face a este domínio.
Identificar as razões para a escolha de um curso universitário (formação de professores de educação física) pelos alunos, bem como os agentes de socialização que prevaleceram nessa escolha são dois objetivos temáticos do texto de Patrícia Gomes, Paula Queirós e Paula Batista. Objetivos que se materializam, em termos empíricos, num estudo, que entrecruza uma leitura de cariz mais quantitativo com outra de cariz qualitativo, e que possibilita, por sua vez, a construção tipológica das razões expressas pelos estudantes e o destacar da relevância da influência da família na escolha do curso e da futura profissão.
O artigo de Filipa M. Ribeiro versa a relação entre as redes sociais e os fundos de conhecimento de investigadores e professores do ensino superior. Baseando-se numa análise interdisciplinar, a autora avança a tese de que a criação de conhecimento e a sua disseminação podem ser pensadas como e através de processos de tradução.
Por último, a Revista apresenta um texto de Rui Santos, em que se exploram as condições enformadoras de um percurso profissional de sucesso para os jovens diplomados pelo ensino superior.

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