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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DOS POSTERS

 

PO16_25

Quando o eritema perineal não passa…

 

 

Liliana Teixeira1; Inês Duro1; Helena Silva1; Rosa Lima1; Ana Ramos1

1 Serviço de Pediatria do Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto

 

 

Introdução: O eritema perineal é a alteração cutânea mais comum nos lactentes e crianças, sendo a dermatite da fralda – dermatite de contato irritativa e a candidíase perineal as principais causas. Contudo, perante um eritema perineal que não melhora devemos pensar noutras etiologias como por exemplo alergia às proteínas do leite de vaca, acrodermatite enteropática ou histiocitose de células de langerhans.

Descrição Caso Clínico: Criança do sexo feminino, atualmente com 20 meses de idade, fruto de uma gravidez vigiada, parto eutócico às 35 semanas, índice de APGAR 10/10 (1º/5ºmin) e somatometria adequada à idade gestacional. Pai com antecedentes de asma e rinite alérgicas. No 8º dia de vida iniciou um eritema perineal exuberante, assimétrico, refractário ao tratamento tópico com corticóide  e antifúngico e de agravamento progressivo. Sem outras lesões cutâneas associadas. Por volta do 1º mês de vida houve o aparecimento de úlceras perineais, associado a dejecções diarreicas com muco, sem sangue. Sob aleitamento materno (LM) exclusivo, sem vómitos e com evolução ponderal adequada. Nesta altura é colocada a hipótese de alergia às proteínas do leite de vaca (APLV). Do estudo complementar destaca-se: hemoglobina 16.4 g/dL, leucócitos 16.450/µL (neutrófilos 2.800/µL, linfócitos 11.020/µL, eosinófilos 820/µL), PCR <1 mg/L, exame virológico e bacteriológico de fezes negativos, elastase fecal normal – 501 µg/g, e calprotectina elevada – 534 µg/g. Foi iniciada evicção estrita de produtos lácteos da dieta materna com ligeira melhoria. Aos 2 meses de idade foi suspenso o LM e iniciado leite extensamente hidrolisado (LEH) com melhoria clínica e completa resolução das lesões perineais. Doseamento de IgE’s específicas para leite, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina e caseína  negativas –  APLV não IgE mediada. Manteve LEH até aos 12 meses de idade, tendo realizado prova de provocação com leite de vaca aos 13 meses que foi negativa pelo que reiniciou leite de vaca, encontrando-se atualmente assintomática.

Comentários: Esta apresentação clínica não é a mais habitual na APLV mas a presença de outros achados como a existência de fissuras e úlceras, bem como a presença de muco ou sangue nas fezes são preditores desta etiologia.   O tratamento passa por dieta de evicção e a reavaliação de aquisição de tolerância deve ser realizada 3-12 meses após o início do tratamento.

Palavras-chave: eritema perineal, úlceras perineais, alergia às proteínas do leite de vaca

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