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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DOS POSTERS

 

PO16_21

Perturbações do comportamento alimentar: a realidade de um hospital distrital

 

 

Joana Vanessa Silva1; Graça Loureiro1; Benedita Aguiar1; Miguel Costa1; Cláudia Barroso2; Sílvia Tavares2; Lúcia Gomes1

1 Serviço de Pediatria/Neonatologia, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga. Directora de Serviço: Fátima Menezes
2 Serviço de Psiquiatria, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga.

 

Introdução: As perturbações do comportamento alimentar (PCA) constituem uma patologia psiquiátrica, com início  habitualmente  na  adolescência  e  cuja  prevalência e incidência têm vindo a aumentar nesta faixa etária.

Objetivos: Caracterizar os adolescentes seguidos em consulta de adolescentes e/ou pedopsiquiatria por PCA, analisando parâmetros epidemiológicos, somatometria, tipo e motivo de referenciação, satisfação corporal, distorção da imagem corporal, comportamentos alimentares e compensatórios.

Métodos: Estudo retrospectivo e observacional dos adolescentes seguidos em consulta de adolescentes e/ou pedopsiquiatria por PCA, no período de 2009-2015.

Resultados: Obteve-se uma amostra de 37 adolescentes, sendo a maioria do sexo feminino (n=36) e com mediana de idade de 15 anos (mínimo 11 anos; máximo 18 anos).

Os pedidos de referenciação tiveram origem noutras consultas de pediatria em 37,8%, no serviço de urgência em 32,4% e a partir do médico de família em 29,7%.

A anorexia nervosa foi o diagnóstico mais frequente (56,7%), seguido por outras complicações do comportamento alimentar e da alimentação (PCAA) com 24,3% (anorexia atípica n=8; bulimia nervosa de baixa frequência e/ou duração limitada n=1), por PCAA sem outra especificação (10,8%), bulimia nervosa (5,4%) e binge eating (2,7%).

O índice de massa corporal mínimo médio foi 19,2 kg/m2 (mínimo 14,3 kg/m2; máximo 30,6 kg/m2).

Verificou-se que a restrição alimentar ocorreu em 91,9% e que 8,1% apresentaram episódios de compulsão alimentar. Relativamente à insatisfação corporal, esta era evidente em 97,2% dos adolescentes. Do total da amostra, 83,8% não tinham antecedentes de excesso de peso/obesidade, dos quais 70,3% apresentavam distorção da imagem corporal. Em 54% dos casos verificou-se a ocorrência de amenorreia ou oligomenorreia. Quase metade dos adolescentes realizavam algum tipo de comportamento compensatório, sendo o mais frequente o aumento da atividade física (61,1%).

Conclusão: As PCA associam-se a comorbilidades de relevo, sendo crucial a sua identificação e orientação precoce, de forma a minimizar o seu impacto sobre a vida dos adolescentes e suas famílias.

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