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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DOS POSTERS

 

PO16_09

Litíase vesicular complicada… A natureza andou sempre um passo à frente

 

 

Rafael Figueiredo1; Liliana Teixeira1; Helena Moreira Silva1; Joana Freitas1; Ana Coelho2; Fátima Carvalho2; Cidalina Caetano3; Ermelinda Santos Silva1

1 Serviço de Pediatria do Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
2 Serviço de Cirurgia Pediátrica do Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
3 Serviço Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Porto

 

 

Introdução: A litíase vesicular (LV) em idade pediátrica  é uma entidade pouco frequente, tendo nos últimos anos aumentado significativamente a sua incidência. Na maioria das vezes associa-se a doenças hemolíticas ou doenças hepáticas crónicas, mas em alguns casos não há fatores de risco identificados. A abordagem terapêutica nem sempre é consensual.

Caso clínico: Adolescente de 16 anos, sexo masculino, antecedentes familiares de LV  (tio  materno).  Uma  semana antes de recorrer ao SU iniciou cólica abdominal, epigástrica, 1h após a ingestão de refeição rica em gorduras. Noção de icterícia de aparecimento progressivo e colúria. Dos exames efetuados no SU destacam-se: bilirrubina total 10.64mg/dl, bilirrubina conjugada 6,56mg/dl, AST 218 UI/L, ALT 512 UI/L, GGT 155 UI/L, FA 410 U/L, DHL 242 U/L, ecografia abdominal “dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas; via biliar principal (VBP) com 12mm e lama no seu lúmen distal; vesícula biliar com lama e microlitíase, mas sem sinais de colecistite”. Foi proposto internamento que recusou. Observado em consulta 3 semanas depois: mantinha a icterícia e queixas de dor abdominal intermitente no epigastro/hipocôndrio direito, após as refeições. A ecografia continuava a evidenciar sinais de obstrução da VBP   e LV múltipla. Foi internado, efetuada hiper-hidratação ev e N-acetilcisteína per os, tendo sido programada CPRE terapêutica. No entanto, a evolução foi favorável com melhoria das queixas álgicas, boa tolerância alimentar, diminuição  da icterícia e melhoria analítica. Teve alta 3 dias depois, já sem dilatação da VBP. Medicado para o domicílio com N--acetilcisteína, dieta restrita em gorduras e fibras e agendada colecistectomia laparoscópica. Um mês depois, já com a colecistectomia agendada, recorreu ao SU por nova cólica biliar. A ecografia mostrou a vesícula livre de lama/cálculos, pelo que a intervenção foi cancelada. Desde então ficou assintomático, e até ao momento a investigação efetuada não evidenciou fatores de risco predisponentes para litíase.

Discussão: A LV sintomática está associada a uma elevada morbilidade. A abordagem dos doentes deve ser individualizada. Este doente preencheu critérios para efetuar a desobstrução da VBP por CPRE e para colescistectomia. No entanto, a evolução natural da doença permitiu-lhe evitar ambas.

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