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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

 

CO16_12

Celulite da região orbitária – a realidade de 10 anos de um hospital nível 3

 

 

Inês Pires Duro1; Cláudia Lemos1; Gonçalo Mendes2; Alexandre Fernandes1; Carla Teixeira1; Laura Marques1; Ana Ramos1

1 Serviço de Pediatria do Centro Materno-Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
2 Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar do Porto

 

 

Introdução: As celulites periorbitária (CPO) e orbitária (CO) são condições frequentes em idade pediátrica que devem ser distinguidas pois têm diferentes implicações clínicas. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações potencialmente graves.

Objetivos: Caracterização dos casos de celulite da região orbitária internados no Serviço de Pediatria de um hospital nível 3 num período de 10 anos.

Métodos: Revisão dos processos clínicos de crianças internadas entre Janeiro de 2006 e Dezembro de 2015 com o diagnóstico de CPO e CO.

Resultados: Foram internados 79 casos, 51 (65%) de CPO e 28 (35%) de CO. A média de idades foi de 4,7 anos na CPO e 6,0 anos nas CO. O edema periorbitário esteve presente em 100% dos casos, as cefaleias e a dor com os movimentos oculares foram mais frequentes nas CO (p=0,003 e p=0,031). A média de dias entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi semelhante na CPO e CO (2,4 e 2,5 dias). O factor predisponente mais comum foi a sinusite, presente em 73% dos casos no total (63% na CPO e 86% na CO). O estudo analítico foi efectuado em 94,1% das CPO e em todos os casos de CO, com leucocitose presente em 37,5% e 32%, respetivamente. A hemocultura, efetuada em 55 dos casos (69,6%), foi positiva em 3 casos de CO (Streptococcus pyogenes: 2). 78,4% das CPO e todas as CO fizeram tomografia computorizada (TC). Nas CPO o tratamento inicial mais frequente foi a amoxicilina-clavulanato (43,2%) e nas CO o ceftriaxone (39,3%). Nove casos de CPO (17,6%) e doze de CO (42%) efetuaram antibioterapia em associação. Nas CPO, a média de duração de antibioterapia endovenosa foi de 5,6 dias e nas CO de 8,8 dias (p=0,001). A duração média total de antibioterapia foi de 12,3 dias nas CPO e 16 nas CO (p=0,004). Efetuaram corticoterapia 23,5 % das CPO e 53,6% das CO (p=0,014). As CPO tiveram uma média de dias de internamento de 5,6 dias e as CO de 8,8 dias (p=0,003). Ocorreram 2 casos de complicações na CPO (4%) -um abcesso supraciliar e uma parésia do VI par craniano – e 6 nas CO (21.4%) abcesso subperiostal (3 casos), uma cerebrite, uma meningite e uma uveíte.

Conclusões: A CPO é mais prevalente que a CO. A maioria dos casos efectuou TC (86%), o que pode traduzir uma dificuldade frequente em distinguir uma CPO de uma CO em idade pediátrica com base apenas em critérios clínicos. A distinção entre estas é essencial dadas as diferentes implicações terapêuticas e de prognóstico, o que se pode verificar nesta revisão em que as CO estiveram associadas a maior taxa de complicações.

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