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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25 no.3 Porto set. 2016

 

EDITORIAL

 

A ciência fala inglês? Em tempos de mudança...

 

 

Sílvia ÁlvaresI

I Diretora da Revista Nascer e Crescer; Serviço de Cardiologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto. 4099-001 Porto, Portugal. silvia.c.alvares@gmail.com

 

 

Nas últimas décadas o inglês tornou-se na língua franca da ciência, substituindo-se ao latim dos tempos escolásticos e refletindo a dominância económica, cultural e científica dos países anglo-saxónicos.1 O inglês é encarado atualmente como a “língua da globalização” e os governos de diversos países canalizam esforços para aumentar o nível de conhecimento das suas populações em relação a este idioma. Mundialmente é crescente a utilização da língua inglesa, especialmente no ensino superior e pós-graduado.2

Sendo a finalidade da investigação científica a divulgação do conhecimento, também no seio da comunidade científica, é patente uma tendência progressiva para a publicação em inglês. Se considerarmos as publicações indexadas na Scopus entre 1996 e 2011, no que concerne à língua utilizada na redação dos artigos e à área científica, é evidente um maior emprego da língua inglesa nos últimos anos, sobretudo nas áreas da Física e Ciências da Vida (Figura 1 e Quadro 1).3

 

 

 

 

No entanto, existem, ainda, muitas publicações científicas editadas em outro idioma que não o inglês, o que limita a sua disseminação à comunidade científica em geral. Em muitos casos possuem já um abstract redigido em inglês, mas o texto integral é elaborado apenas na sua língua de origem.

As publicações científicas em língua materna, que não o inglês, e os seus autores encontram-se num dilema: ao publicarem apenas na sua língua nativa, os seus trabalhos são ignorados pela comunidade científica internacional; por outro lado se publicarem apenas em inglês estão a limitar o acesso a membros da sua comunidade menos fluentes nesse idioma. No sentido de ser ultrapassado este problema, as revistas PLoS incentivam os autores cuja língua mãe é não inglesa a proporcionar traduções dos seus abstracts ou os artigos completos como Informações Subsidiárias.5

A revista Nascer e Crescer tem atualmente uma implantação sólida no panorama das revistas científicas portuguesas na área da saúde materna e pediátrica. É uma publicação com um percurso de 25 anos, peer-review e em open access. Está indexada na Scielo, Embase/Excerpta Medica, Catalogo Latindex, Index das Revistas Medicas Portuguesas, Scopus, e disponível no RCAAP. O processo editorial é feito a partir do site http://revistas.rcaap.pt/nascercrescer, o que permite abreviar os trâmites inerentes à publicação dos artigos pelo uso dos recursos eletrónicos. O corpo redatorial inclui profissionais de elevado mérito de toda a zona norte do país, empenhados na inovação e na melhoria da qualidade científica da Revista.

É neste contexto que, em 2017, a Nascer e Crescer se propõe enfrentar um novo desafio: privilegiar a utilização do inglês na redação dos artigos, de modo a aumentar a visibilidade da publicação e permitir o seu acesso de forma mais alargada à comunidade científica nacional e internacional. Porque consideramos que a publicação científica é uma atividade primordial no exercício da Medicina.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.      Meneghini R, Packer AL. Is there science beyond English? Initiatives to increase the quality and visibility of non-English publications might help to break down language barriers in scientific communication. EMBO Rep. 2007; 8(2): 112– 6. doi: 10.1038/sj.embor.7400906.         [ Links ]

2.      Marinho RT, Donato H, Fernandez-Llimos F, Massano J, Silva JM, Almeida M, et al. Think Tank: Strategic Report on the Scientific Biomedical Publication in Portugal. Acta Med Port. 2014; 27(1): 1-3.         [ Links ]

3.      Dearden J. English as a medium of instruction – a growing global phenomenon. 2015. Available at: https://www.britishcouncil.org/sites/default/files/e484_emi_-_cover_option_3_final_web.pdf.         [ Links ]

4.      Van Weijen D. The Language of (Future) Scientific Communication. Research Trends, Issue 31. November, 2012. Available at: https://www.researchtrends.com/issue-31-november-2012/the-language-of-future-scientific-communication/.         [ Links ]

5.      The PLoS Medicine Editors (February 2006). Ich weiss nicht was solles bedeuten: Language matters in medicine. PLoS Med 3(2): e122.         [ Links ]

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