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Nascer e Crescer

Print version ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.24  supl.2 Porto Dec. 2015

 

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS / ORAL PRESENTATIONS - ABSTRACTS

 

CO_16

Bronquiolite aguda – o que mudou nos últimos 5 anos?

 

 

Ana Lachado1, Sara Leite1, Alexandre Fernandes1, Maria Guilhermina Reis2, Ana Ramos2

1 Serviço de Pediatria, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto
2 Unidade de Pneumologia Pediátrica, Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto

 

 

Introdução: A bronquiolite aguda (BA) é uma infeção do trato respiratório inferior, cujo diagnóstico é clínico, cujo tratamento é essencialmente de suporte. Na maioria dos casos, deve-se a infeção pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Em Dezembro de 2012 a Direção Geral da Saúde (DGS) emitiu normas de orientação clínica (NOCs) com o objetivo de reduzir a utilização desnecessária de métodos de diagnóstico e terapêutica.

Objetivos: Caracterizar os doentes internados com BA no serviço de pediatria de um hospital central e analisar a evolução da abordagem diagnóstica e terapêutica, antes e após a NOC.

Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínico dos doentes internados com BA, com menos de 24 meses, entre julho de 2010 e junho de 2015. Foram analisados os fatores de risco e de gravidade, incluindo transferência para Cuidados Intensivos (CI), os meios complementares de diagnóstico (ECD) e terapêuticas utilizadas.

Resultados: Incluídos 530 doentes, 55% do sexo masculino, com mediana de idades de 3.7 meses. Internamento com mediana de 5 dias. Presença de um ou mais fatores de risco associados em 92%. Foi efetuada a pesquisa de vírus no lavado nasofaríngeo em 81.3% dos casos: VSR (n=272), adenovírus (n=52), rinovírus (n=49) e metapneumovírus (n=31). Houve necessidade de transferência para CI em 9.2% dos casos. No 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano foram solicitados ECD em 93.4%; 92.3%; 80.8%; 72.8% e 68.3% dos doentes, respetivamente. O tratamento broncodilatador foi utilizado em 67.1%, 63.5%, 47.5%, 46.2% e 44,2% dos doentes do 1º ao 5º ano, respetivamente. A corticoterapia foi utilizada em 32.3%, 21.2%, 23.2%, 33,7% e 16,7% do 1º ao 5º ano, respetivamente. A antibioterapia foi utilizada em 25.1%, 17.3%, 14.1%, 18.5% e 9.2% dos doentes de 1º ao 5º ano, respetivamente. A cinesiterapia foi utilizada em 32.5%, 36.5%, 6.1%, 7.6% e 4.2%. dos doentes de 1º ao 5º ano, respetivamente. A radiografia torácica foi efetuada em 82.6%, 78.8%, 66,7%, 66.3% e 60% dos casos, respetivamente. Nos doentes sob cinesiterapia (17.2%), apenas em 41.8% havia registo de atelectasia.

Conclusão: Após a implementação da NOC assistiu-se a um decréscimo significativo no recurso a métodos de diagnóstico e terapêuticos, que continuam a ser utilizados em elevado número. Destaca-se a importância de proceder ao registo da justificação clínica para os procedimentos não recomendados na NOC.

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