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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.23  supl.3 Porto nov. 2014

 

POSTERS

 

PM-40

Um bebé às manchas

 

 

Célia SilvaI; Carlos Pedro MendesII

IUSF Famílias, ACES Entre Douro e Vouga I
IIUSF Salvador Machado, ACES Entre Douro e Vouga II

 

 

Introdução: A mancha mongólica, também conhecida por melanocitose dérmica congénita, trata-se de uma macula congénita de coloração azul-acinzentada, com forma e tamanho variável, resultante de uma anormal migração dos melanócitos, que se agregam na derme. A localização habitual é na região sacrococcígea, contudo pode ter localizações atípicas como o dorso e mais raramente os membros. Surge apenas em cerca de 10% dos recém-nascidos caucasianos mas pode atingir cerca de 80% dos negros e asiáticos.

Caso clínico: Lactente do sexo masculino, gravidez vigiada sem intercorrências, mãe de 28 anos G1P0 e pai de 28 anos, ambos saudáveis e sem história de consanguinidade; parto por cesariana às 37 semanas após rotura de membranas por indicação ortopédica da mãe. O Apgar foi de 9 e 10, respetivamente ao primeiro e quinto minuto. O peso de nascimento foi de 2850g e 46 cm, tendo o período neonatal decorrido sem intercorrências.

Ao exame objectivo da pele apresentava mancha mongólica a ocupar toda a região lombo-sagrada e nos membros inferiores várias manchas de coloração sobreponível à mancha referida de diferentes tamanhos (entre 1 a 3 cm) e localizações, bem como no dorso da mão direita (cerca de 1 cm). A coloração das diferentes manchas era semelhante, apresentando-se macular sem qualquer textura aberrante da pele.

O restante exame objectivo afigurou-se normal, nomeadamente ao exame neurológico e dermatológico.

Nas consultas de rotina subsequentes, verificou-se um crescimento das manchas consentâneo com o crescimento do lactente, agora com 5 meses, e um bom desenvolvimento estato-ponderal e psicomotor.

Discussão: O conhecimento das variantes do normal é fun damental na prática clínica do Médico de Família, nomeadamente na consulta de sa úde infantil. Esta coloração atípica da pele surge com relativa frequ ência na nossa população e apesar de não causar estranheza na localização habitual, ao surgir em locais atípicos pode alertar para outro tipo de patologias associadas, bem como se n ão for vista logo ao nascimento alertar para maus-tratos. Assim, o seguimento e acompanhamento da evolu ção da criança torna-se fundamental para a avalia ção da evolução desta pigmentação, que habitualmente regride na primeira inf ância, podendo persistir até à idade adulta, sobretudo se for m últipla.

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