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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.23  supl.3 Porto nov. 2014

 

POSTERS

 

PM-20

Anafilaxia ao ovo: a propósito de um caso clínico

 

 

Joana MacedoI; Mónica CosteiraI; Armandina SilvaI

IServiço de Pediatria, Centro Hospitalar Alto Ave

 

 

Introdução: A alergia alimentar é definida como uma resposta imunológica anormal às proteínas dos alimentos, levando a uma reacção clínica adversa. A prevalência de alergia alimentar é especialmente elevada entre as crianças, cerca de 4 -6%, com valores superiores naquelas com formas de eczema atópico moderado a grave. Cerca de 90% das alergias alimentares em pediatria são causadas por apenas oito alergénios: proteínas do leite de vaca, soja, ovo, peixe, marisco, amendoim, frutos secos e trigo. A maioria destas alergias assume, geralmente, um caráter transitório, com aquisição de tolerância clínica em idade pré-escolar.

Caso clínico: Criança do sexo masculino, seguido em consulta de doenças alérgicas desde 18 meses. Diagnósticos de eczema atópico ligeiro e asma com sensibilização a aeroalergénios e alimentos. Em avaliação clínico laboratorial apresentava uma IgE Total de 314 UI/ml (positiva), positividade no painel alergias Alatop screen (42), e painel multialimentar de 24.8 (positivo, corresponde a uma classe 4, em 6). Efectuou testes cutâneos com reacção positiva ao ovo. Uma vez que, segundo informação da mãe da criança, mantinha uma dieta familiar diversificada, sem qualquer tipo de restrição, manteve atitudes. Com 22 meses, a criança foi trazida ao serviço de urgência por episódio de vómito, dificuldade respiratória, rubor e edema da face durante a ingestão de sopa (na sua constituição teria cenoura, penca, batata e ovo pasteurizado). Ao exame na admissão a criança, após a intervenção terapêutica e de transporte pelo INEM, apresentava-se já hemodinamicamente estável, com quadro em regressão, objetivando-se rubor da face, edema malar e dos lábios e um exantema macular discreto no tórax. Foi efetuada adrenalina i.m, com ótima evolução posterior no internamento com indicação para evicção total de ovo e ensino sobre uso de adrenalina intra muscular.

Conclusão: O diagnóstico de alergia alimentar é de extrema importância não só pela evicção que implica, pela potencial gravidade clínica, como demonstrou o caso apresentado, como também pelo seu papel na caminhada da marcha alérgica. Mais que uma alergia é por vezes a porta de entrada para um amplo espetro de patologias alérgicas. É essencial atuar na prevenção, não só a nível da indústria alimentar para a correta rotulagem dos alimentos, mas também na promoção dos bons hábitos alimentares e na educação da criança alérgica.

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