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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.23  supl.3 Porto nov. 2014

 

POSTERS

 

PM-17

Uma causa de ataxia aguda em que é preciso pensar…

 

 

Patrícia CarvalhoI; Idalina MacielI; Hugo RodriguesI; Sandra PerdigãoII; Suzana FigueiredoI

IServiço de Pediatria, Unidade Local de Saúde do Alto Minho
IIServiço de Neurologia, Unidade Local de Saúde do Alto Minho

 

 

Introdução: Os acidentes são frequentes na criança e a ingestão acidental de fármacos um motivo importante de recurso ao Serviço de Urgência (SU). As manifestações clínicas são heterogéneas e o diagnóstico difícil, sobretudo quando a ingestão ocorre de modo não presenciado.

Caso clínico: Criança do sexo masculino, 3 anos de idade, que é levada ao SU por afasia, ataxia e presença de movimentos involuntários dos membros, de início súbito cerca de 3 horas antes da admissão. Os pais negavam história de ingestão acidental de fármacos ou outros tóxicos. Sem febre ou outros sintomas associados. Sem história de intercorrência infeciosa recente. A criança apresentava um desenvolvimento psicomotor adequado e não havia história de crises convulsivas febris ou afebris, bem como história familiar de epilepsia. Ao exame neurológico apresentava olhar vago, sem resposta verbal, não respondia a ordens simples. Pupilas isocóricas e fotorreactivas. Movimentos aparentemente completos e simétricos, sem assimetria facial. ROTS normais e simétricos, RCP em flexão bilateral. Sinais meníngeos negativos. No SU a criança teve um movimento clónico do tronco com duração de cerca de 5 minutos. Administrou-se diazepam rectal, seguido de bólus e posteriormente perfusão de ácido valpróico, tendo revertido e ficado mais reactiva e colaborante, mantendo-se sem focalizações. Analiticamente apresentava hemograma, PCR, glicose, ureia, creatinina, ionograma, AST, ALT e gasimetria venosa normais e pesquisa de drogas de abuso na urina negativa. A TC crânio-encefálica foi normal. Cerca de 2 horas após a admissão, a criança referiu ter ingerido um comprimido em casa de familiares que os pais concluíram tratar-se de Topiramato 100mg. Atendendo ao carácter de incerteza da informação cedida pela criança realizou-se punção lombar que foi normal (citologia, bioquímica, pesquisa de antigénios solúveis e bateriológico). A criança ficou em vigilância com hidratação endovenosa e teve alta cerca de 24h após a ingestão, assintomática, sem registo de novos episódios ou equivalentes convulsivos.

Discussão: Com a apresentação deste caso clínico os autores pretendem reforçar a noção de que a ingestão acidental de fármacos consiste numa causa a pensar perante uma criança que se apresenta com ataxia aguda. Uma vez que muitas destas situações não são presenciadas, torna-se importante descartar outras etiologias cuja gravidade torna necessária uma actuação urgente e atempada.

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