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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.23  supl.3 Porto nov. 2014

 

POSTERS

 

PM-14

Lesão óssea lítica – que diagnóstico?

 

 

Mariana Matos MartinsI; Joana CardosoII; Lisete LopesI; Helena Sá CoutoI; Jorge QuelhasII; António Leite da CunhaII

IServiço de Pediatria, Hospital Pedro Hispano, Unidade Local de Saúde de Matosinhos
IIServiço de Ortopedia, Hospital Pedro Hispano, UNIDADE Local de Saúde de Matosinhos

 

 

Introdução: As lesões ósseas líticas constituem um desafio dada a ampla variedade de causas possíveis e respectivo prognóstico. A faixa etária, localização da lesão e aparência imagiológica podem ser pistas para o diagnóstico mas, por vezes, apenas a biópsia óssea é capaz de o confirmar. Os autores apresentam o caso clínico de uma criança com lesão óssea lítica vertebral que revelou tratar-se de um granuloma eosinofílico. Esta doença faz parte do espectro da Histiocitose de células de Langerhans (HCL), anteriormente conhecida como histiocitose X.

Caso clínico: Criança de 10 anos, sexo masculino, antecedentes pessoais irrelevantes, evolução estatural no percentil 50. Quadro de dorso-lombalgia com 3 semanas de evolução agravada com ortostatismo, com posição preferencial em flexão do tronco, sem história de trauma ou outra sintomatologia associada. Ao exame objectivo: sem dismorfias à inspecção, dor à pressão da região dorso-lombar, exame neurológico sem alterações. Realizou TAC da coluna lombar que mostrou “exuberante lesão osteolítica no corpo de D12”. Estudo radiológico complementado por RM que confirmou presença de lesão expansiva nessa localização mas mantendo-se a morfologia/altura do corpo vertebral. Restante estudo complementar alargado incluindo estudo infeccioso inconclusivo pelo que efectuou biópsia percutânea transpedicular da vértebra afectada. Diagnóstico histológico de HCL.

Discussão: A HCL inclui um grupo de entidades raras com manifesta ções clínicas variáveis e de etiologia desconhecida. O granuloma eosinof ílico constitui cerca de 60% de todos os casos de HCL podendo afectar o esqueleto de forma multi ou unifocal, atingindo mais frequentemente o cr ânio e os ossos longos. A apresenta ção unifocal tem o melhor progn óstico mas, a vigilância a longo prazo é essencial pois existe a possibilidade de aparecimento de novas lesões ósseas e mesmo conversão para uma forma sistémica.

Dados os possíveis diagnósticos diferenciais de prognóstico possivelmente mais agressivo e com diferentes tratamentos (sarcoma de Ewing, osteomielite, linfoma, doença metastática, quisto ósseo), o doente foi submetido a biópsia no sentido de estabelecer um diagnóstico definitivo. Até à data mantém um seguimento regular, sem défices neurológicos e com melhoria radiológica documentada.

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