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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.23  supl.3 Porto nov. 2014

 

COMUNICAÇÕES ORAIS

 

CO-11

Como dormem as nossas crianças?

 

 

Eduarda RochaI; Nádia CorreiaII; Andrea RodriguesI; Benedita AguiarIII; Lúcia GomesIII; Miguel CostaIII

IUSF Egas Moniz, ACES Entre o Douro e Vouga I
IIUSF Famílias, ACES Entre o Douro e Vouga I
IIICentro Hospitalar Entre o Douro e Vouga

 

 

Introdução: O sono, processo fisiológico complexo, é essencial ao crescimento, desenvolvimento e saúde da criança. Os hábitos de sono criam-se e modificam-se com a idade, sendo influenciados por fatores internos, socioeconómicos e culturais. As perturbações do sono são frequentes na criança, contudo, a sua identificação é tardia, ocorrendo geralmente quando as consequências na criança e/ou família se fazem sentir de forma significativa. Constitui objetivo deste trabalho caracterizar os hábitos e perturbações do sono em crianças dos dois aos dez anos de idade, residentes na área de influência do CHEDV.

Metodologia: Estudo transversal descritivo com componente analítica, baseado na análise dos resultados do inquérito Children’s Sleep Habits Questionnaire, validado para a população pediátrica portuguesa dos 2 aos 10 anos. Utilizou-se uma amostra de conveniência (crianças frequentadoras do Ambulatório de Pediatria-CHEDV). As variáveis definidas foram: género; idade; IMC; Pontuação do questionário referido. Dados analisados com o programa SPSS-versão 21.0.

Resultados: Obtiveram-se 203 questionários (excluídos 14 por mau preenchimento), 50,25% do sexo feminino, com uma idade média de 71,26±32,28 meses. Apresentavam baixo peso 1,97% das crianças, peso normal 67,98%, excesso de peso 15,76% e obesidade 14,29%. A média do score total foi de 50,06±7,60. As subescalas com pontuações mais elevadas (maior frequência da perturbação) foram “Perturbação respiratória do sono” e “Duração do sono”. As subescalas “Início do sono” e “Ansiedade associada ao sono” registaram menores pontuações. As crianças dos 2 aos 4 anos e 11 meses apresentaram pontuações elevadas, com significado estatístico, nas subescalas “Resistência em ir para a cama”, “Despertares noturnos” e “Parassónias”. Não existe diferença estatisticamente significativa entre pontuação e IMC/género.

Conclusão: Nesta população, as perturbações do sono foram referidas numa percentagem reduzida, particularmente associadas aos distúrbios respiratórios e à duração do sono. As crianças com idade inferior a 5 anos registaram valores de pontuação mais elevados. Apesar da média das pontuações em cada subescala não ultrapassarem o respetivo valor médio admitido, os hábitos incorretos são ainda muito frequentes na nossa população. A maioria dos pais desconhece a importância do ensino de rotinas adequadas. O médico, aquando da vigilância infantil, deve exercer um papel ativo e precoce, assumindo o tema como motivo de preocupação.

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