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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.21 no.3 Porto set. 2012

 

Cardiopatia congénita

 

Telma Barbosa1

1 S. Pediatria, CH Porto

 

INTRODUÇÃO

O coração e os pulmões funcionam como uma unidade, partilhando o mesmo espaço físico e os mesmos mecanismos fisiopatológicos, o que torna mais complexa a abordagem da do­ença cardíaca congénita (DCC) em idade pediátrica. As compli­cações pulmonares da DCC são essencialmente causadas por 2 mecanismos: alteração estrutural da via aérea por compressão e edema pulmonar.

 

DISCUSSÃO

As DCC são comuns (aproximadamente 7 em cada 1000 nados-vivos) e por isso é essencial que os clínicos estejam sen­sibilizados não só para esta entidade mas também para todas as alterações dela decorrente, nomeadamente pulmonares. Em condições normais, existe uma correlação estreita entre as fun­ções cardiovascular e respiratória. O fluxo sanguíneo pulmonar depende da interacção entre o débito cardíaco e a resistência vascular pulmonar. Uma grande variedade de estímulos fisioló­gicos e farmacológicos pode causar alterações na resistência vascular pulmonar. O mais importante destes fatores é a hipoxia. Alterações nas necessidades metabólicas são seguidas de alte­rações no débito cardíaco e na ventilação/minuto. Na presença de DCC, este equilíbrio pode não existir. Nestas situações, a ca­pacidade do coração aumentar o fluxo sistémico e/ou pulmonar está muitas vezes limitada, a PaO2 arterial pode estar diminuída pela presença de shunts e a oxigenação tecidular pode estar comprometida. A DCC pode por si só alterar a função pulmonar, causando sintomas/sinais que mimetizam doença respiratória pura. Os sintomas referidos ao sistema respiratório podem ser o primeiro e muitas vezes o único sinal de DCC, especialmente em idades precoces. Frequentemente coexistem patologias em ambos os sistemas, tornando o diagnóstico e a abordagem um verdadeiro desafio. Muitas crianças com DCC estão em maior risco de infecção, incluindo respiratórias, o que pode causar hos­pitalizações prolongadas.

 

CONCLUSÃO

Os sistemas cardíaco e respiratório funcionam como uma unidade e as manifestações respiratórias ocorrem na maioria das crianças com DCC. À medida que aumenta a sobrevivência das crianças com DCC, aumenta também a incidência de com­plicações pulmonares associadas.

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