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Portuguese Journal of Nephrology & Hypertension

versão impressa ISSN 0872-0169

Port J Nephrol Hypert vol.27 no.1 Lisboa jan. 2013

 

Editorial

 

Rui Alves, Professor Doutor

Editor

 

As minhas primeiras palavras como Editor-Chefe da “Revista Portuguesa de Nefrologia e Hipertensão” não podem deixar de ser dirigidas aos que me antecederam nestas funções. Primeiro evocar a memória do seu fundador, o Professor Serafim Guimarães, que em 1987 sonhou e criou um espaço privilegiado de publicação para mostrar o trabalho produzido pelos nefrologistas portugueses.

Depois o trabalho reconhecidamente notável do Dr. Fernando Carrera, que durante cerca de vinte e seis anos conduziu os destinos da Revista e consolidou a sua publicação trimestral. O rigor editorial, a par de nos orgulhar pela sua qualidade, funcionou como uma verdadeira Escola para todos aqueles que deram os seus primeiros passos na publicação de artigos na área da Nefrologia. Foi com o objetivo da projeção internacional que a Revista passou a ser distribuída em muito Serviços de Nefrologia de todo Mundo, e há cerca de seis anos, a tão almejada indexação levou o Dr. Fernando Carrera a promover a sua conversão integral para língua inglesa.

Foi assim que pudemos contar nos últimos anos com a participação ativa de muitos autores estrangeiros, que, ora por convite, ora através da submissão de trabalhos, vieram a enriquecer os conteúdos da nossa Revista. É portanto inquestionável que a Revista Portuguesa de Nefrologia e Hipertensão atingiu hoje uma qualidade reconhecida, graças à capacidade de iniciativa e ao trabalho e dinamismo daquelas duas figuras da Nefrologia portuguesa. Mas quero aqui estender também as minhas palavras de saudação inicial a todos os nefrologistas e internos de Nefrologia portugueses que ao longo de cerca 30 anos também acreditaram nas potencialidades da Revista e aqui publicaram os seus trabalhos. Deixo aqui bem expresso que foram muitos os artigos cuja qualidade científica ombreou com as Revistas de referência internacional. Da mesma forma a todos aqueles que no estrangeiro nos leem e que de alguma forma têm colaborado connosco, nomeadamente, revisores e prestigiados membros do Conselho Editorial internacional presto aqui o meu vivo reconhecimento.

Finalmente um destaque para a Editora, “Publicações Ciência e Vida”, que desde a criação da Revista, tem desenvolvido um trabalho de excelente qualidade, ao dar corpo à atividade científica produzida.

Todos certamente reconhecerão que não é fácil assumir a responsabilidade deste trabalho de cerca três décadas, sobretudo tendo por objetivo principal não minorar a qualidade atingida. Mas para podermos avançar torna-se fundamental definir objetivos, e para definir objetivos é preciso fazer uma apreciação desapaixonada das limitações e condicionamentos encontrados até aqui. Vivem-se tempos difíceis a todos os níveis da Sociedade Portuguesa. Por isso torna-se importante avançar com passos seguros no sentido de não colocar em causa a sustentabilidade da revista, e simultaneamente, manter os níveis atingidos em termos da qualidade de conteúdos, e da qualidade gráfica a que nos habituámos. Todos dirão que quando se vira uma página da história é fundamental inovar, mas procurar inovar na continuidade significa, no presente momento, um exercício muito exigente. Neste sentido entendi, que sem prejuízo da sua versão integral em inglês, deveríamos, em certa medida, também enaltecer a nossa língua portuguesa. Por este motivo a tradução para português passará a figurar no título, resumo e palavras-chave nos trabalhos oriundos de autores de língua portuguesa. Afinal este ponto de encontro, o português, é a 5ª língua mais falada em todo o Mundo, a 3ª mais falada no hemisfério ocidental, e a mais falada no hemisfério sul. Isto significa, que sem colidir com a principal língua internacional de comunicação científica – o inglês, poderemos de alguma forma contribuir para chegar mais perto de alguns milhares de profissionais que se revêm neste nosso extraordinário património linguístico. Por outro lado, é também uma forma de cativarmos potenciais autores de trabalhos para publicação, sobretudo do Brasil.

Um dos objetivos que continuamos a “perseguir” é a tão propalada indexação na Medline. Com efeito, quase considerada por muitos colegas como condição sine qua non para nos submeterem um artigo, temos todos de compreender com clareza que isso só será possível se elevarmos “à perfeição” o nosso binómio qualidade – quantidade. E isto quer dizer que todos temos de trabalhar para isso. A este propósito é importante transmitir a mensagem de já estarmos indexados em plataformas virtuais de informação científica como a “Latindex”, o “Google Scholar” e a “Scielo”. Através desta última tivemos conhecimento recente de que em breve faremos parte dos arquivos da “Thomson Reuters”, a maior fonte mundial de informação.

O êxito de uma revista científica reside, no essencial, em ser apelativa para quem lê mas também para quem vê publicado o justo reconhecimento da qualidade do seu trabalho. Quando se enfrentam adversidades a melhor resposta é a coesão. E aqui os nefrologistas portugueses devem-se rever na sua Revista e corresponsabilizar na produção. Este pressuposto básico na construção da Revista poderá contribuir para melhorar a capacidade de produção científica e tornar-se um elemento aglutinador da nossa massa crítica.

Por este motivo foram introduzidas algumas modificações nas estruturas funcionais, nomeadamente um Conselho Editorial que passa a ser constituído por todos os Diretores dos Serviços de Nefrologia com idoneidade formativa. Por outro lado, e à semelhança de outros exemplos, foi criada a figura dos Editores de área temática, onde se integram personalidades nacionais de reconhecido mérito científico, distribuídas de acordo com a sua área de intervenção privilegiada.

Neste esforço conjunto continuaremos a necessitar da colaboração de todos os colegas nas diversas áreas da especialidade, cuja disponibilidade se tem revelado preciosa na qualidade. Em relação aos autores estrangeiros é nosso propósito manter e dinamizar as condições propícias para que essa colaboração, que muito nos honra, se mantenha e até amplie.

A Revista será o que nós quisermos, ou o que juntos, seremos capazes de fazer. Um espaço aberto de trabalhos multifacetados e interessantes, onde conhecimento e a experiência clínica andarão combinados com o fascínio da investigação. O rigor e a qualidade terão sempre um sentido pedagógico, reflexo de uma responsabilidade formativa que também todos devemos assumir.

No resto, o sonho conduzir-nos-á!

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